quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

BANCA DO MURO ABRE AS APOSTAS PARA A IªEDIÇÃO DE 2021

 

Estão abertas as apostas para a  Iª Edição da Banca do  Muro, escolha apenas uma opção e vote no bicho que você acha que vai ser o sorteado na noite do dia 4 de janeiro, às 19 h, se você for criança vai ganhar o livro infantil "Doutor Buti" se for adulto,  "Seis Faces de Encanto", ambos da minha autoria. Para participar basta clicar aqui :BANCA DO MURO  As edições serão mensalmente 

 

Francisco Martins

30 de dezembro de 2020

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A POÉTICA DE MADALENA CASTRO NO CORDEL BRASILEIRO

Eu não tinha lido nada de Madalena Castro, poetisa pernambucana, até que recentemente a descobri no livro “82 Anos  de Publicações Femininas na Literatura de Cordel”. Percebi que Madalena Castro é uma poetisa que prima pelo seu texto poético, não o deixa sair do ninho sem antes surgir a plumagem e ter ensaiado as primeiras notas do seu cântico. Só então, depois disso, Madalena Castro permite que seus poemas batam asas e ganhem o mundo.

 

Madalena Castro ( foto do Facebook da poeta)

Os poemas criados por Madalena Castro têm sempre algo a nos ensinar. É assim com a aventura vivida pelo jovem Ademar em um carnaval de Olinda, onde o leitor vai perceber que nem tudo que brilha é ouro.  E o rosário de Mané? (Que não é este que escreve) Um texto cheio de sofrimento e infidelidade, onde Madalena narra a história de um esposo traído e remoído, mas que tem a esperança plantada em seu coração. Um quadro cheio de imagens onde a arte imita a vida. Na linha da cidadania, a poetisa apresenta sua forma de pensar, no tocante a presença feminina, que luta muito mais do que os homens e enfrenta dificuldades gigantescas para ocupar seu espaço na sociedade. A poeta traz um eu lírico que sabe da sua importância histórica:

“Dia da mulher pra mim

Deverá ser todo dia

Pois se não fosse a mulher

Filho não existiria

Também, homem sem mulher ...

Não deve ter alegria”

E sente-se injustiçada pela ação dos homens que roubam, fazendo da corrupção o maior mal desta nação. Nesse pensamento, a poeta convida a todos a fazerem parte dessa luta:

“Com esta vassoura, eu varro

Da nossa linda nação

Os bandidos, mal feitores,

Gente de mau coração

No meu pensamento, eu varro

Do Brasil qualquer ladrão”

 Quando lemos “A discussão do freguês com o macaco e o louro”, onde humanos e bichos dominam a mesma linguagem, percebemos que muito mais do que gracejo, a autora deixa também a mensagem de ninguém deve ser explorado neste Brasil, nem mesmo os animais.

 

Ela conhece as estradas do cordel brasileiro e nessa trilha nos apresenta muito mais do que o constante existente nos folhetos (sextilhas e septilhas), dominando também o quadrão mineiro, como por exemplo,  “A peleja da Cobra Jararaca com o Jacaré”

                                                                Tenho Deus no coração

                                                               Sempre faço uma oração

                                                               Na hora da precisão

                                                               Quando encontro um forasteiro

                                                               Que quer me prejudicar

                                                               Com conversa, me enrolar

                                                               Querendo me derrubar

                                                               Cantando quadrão mineiro

O Quadrão Mineiro é escrito com estrofes de oito versos, com sete sílabas poéticas, onde os três primeiros versos rimas entre si, o quarto rima com o oitavo (devendo terminar em EIRO). O quinto verso rima com o sétimo.

 Quando adentra na construção de décimas, a poeta se junta com Ocione Soares (Joselândia-MA), que reside em Caucaia-CE e tendo como base o mote “Só me derruba quem por um sapo na minha frente”, Madalena e Ocione pelejam numa forma gostosa de ser lida, onde as estrofes trazem beleza e riqueza de imagens poéticas. 


  As pelejas são molduras  que ostentam as telas nas quais os  autores pintam as qualidades do eu lírico que fazem parte da pugna poética. Vejamos duas estrofes, respectivamente de Ocione e Madalena:

 “Faço bomba de argila

Pego cobra dou um nó

Eu já derrotei Popó

Amansei onça e gorila

Minha mente não vacila

Minha unha é um tridente

Um titular sem suplente

No verso seu professor

Só me derruba quem pôr

Um sapo na minha frente”.

 

“Sou igual um furacão

Da guerra sou o fuzil

Sou a praga no Brasil

Destruindo a plantação

Sou a seca do sertão

Que derrota toda enchente

Sou a bomba no oriente

Queimando o detonador

Só me derruba quem pôr

Um sapo na minha frente”.

Por fim, a poeta Madalena Castro também tem em sua bibliografia, o cordel “A história da boneca Abayomi”, no qual ela nos conta como surgiu essa boneca, nascida dentro dos navios negreiros e a sua importância  às crianças escravas. Vale a pena conhecer este folheto.

 “A Palavra Abayomi

É símbolo de tradição

De encontro precioso

A significação

Da negra, é resistência

E também afirmação”

A produção de Madalena Castro não se atém apenas a estes oito títulos apresentados aqui, isso é a ponta do queijo de coalho que eu consegui adquirir,  na verdade, a peça inteira vem com muito mais.  Conheça Madalena Castro, uma das grandes cordelistas brasileiras.

 Ultimo esta resenha lembrando aos leitores e poetas cordelistas, que o Cordel Brasileiro tem crescido bastante em todas as regiões do país. A prova disso é que recentemente foi publicado pela Nordestina Editora “O Dicionário Biobibliográfico dos Cordelistas Contemporâneos”, do qual Madalena Castro é verbete. Daí a importância do trabalho de um crítico literário, que tem a função de mostrar a produção poética que ora é feita pelos cordelistas. Nem sempre o crítico é compreendido, mas sigo em frente. Os anos vindouros dirão se o que escrevi valeu ou não. Por enquanto, sem medo de batráquios, sigo na árdua missão de horas ser agraciado por alguns e noutras ser chicoteado.

 

Mané Beradeiro

28 de dezembro de 2020

  

FONTES:

 

CASTRO, Madalena. O azar de Ademar no carnaval de Olinda.  S/L. Pantera Cordelaria, 2013.

_________________ A discussão do freguês com o macaco e o louro. 2ª Ed. S/L. Pantera Cordelaria, 2017

________________.  O corno e o soldado. S/L. Pantera Cordelaria, 2017.

 ________________.  A história da boneca Abayomi. Paulista/PE. Pantera Cordelaria, 2017.

 ________________ A Peleja da Cobra Jararaca com o Jacaré.  Paulista/PE. Pantera Cordelaria, 2019.

________________. A peleja da Cobra Jararaca com a Cobra de Cipó.  Paulista/PE. Pantera Cordelaria, 2019

________________. A Guerreira do dia-a-dia/ A Revolta da mulher da vassoura. Paulista/PE. Pantera Cordelaria, s/d.

 _________________. Só me derruba quem pôr um sapo na minha frente.  Fortaleza/CE. Edições Rimais,  setembro 2020. (Em parceria com Ocione Soares).

sábado, 26 de dezembro de 2020

MANÉ BERADEIRO PARTICIPA AMANHÃ DA 8ª EDIÇÃO DA FLIPO

 

O poeta Mané Beradeiro vai participar amanhã, dia 27 de dezembro, da 8ª edição da FLIPO.  Sua presença será na Tribuna das Artes, que terá início às 10 horas.  Para saber mais sobre o evento clique aqui e visite a página da Flipo 2020: Programação da FLIPO

Você poderá assistir o evento através do canal Arte Agora-Flipo 2020:https://www.youtube.com/channel/UCxwPjGzu4in4c6W-ny0On5g

 

 

 

 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

PROSA E POESIA

 

ORAÇÃO EM VERSOS NO DIA DO NATAL


Que Deus proteja você
De ladeira acima do fogo que queima
De ladeira abaixo da água que cai.
No terreno plano das forças mortais.
Nas estradas de barros, dos touros irados.
Debaixo das árvores de maribondos caboclos.
Que seus pés tenham a luz do celeste Divino,
Que se fez Deus-Menino
E não foi um traquino.
Que cobra nenhuma atinja seu calcanhar
Que bala de fogo não lhe possa alcançar.
Que facas de pontas não vão lhe furar.
Que no dia de hoje,
Tão belo, tão lindo,
O Deus que mamou
No peito materno
Proteja as mulheres daqui e dali,
De todos os males que possam afligir.
Que o berço sagrado, onde Ele dormiu, com feno e as palhas que de cama serviu,
Tragam às crianças
Deste imenso Brasil, o calor da família que Jesus já sentiu.
Que a vaca, o boi, o galo e o burro, ensinem aos homens
Amar e servir
Que as ovelhas, balindo nos digam:
"Mais forte é Ele, nascido em Belém"
E que esta oração, em versos tão livres traga a você
Paz, pão e abrigo


Mané Beradeiro

25 de dezembro 2020

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

TROVAS NATALINAS II

 Na cidade de Belém

Nasceu Jesus, Rei do Amor,

Em seu coração também

Quer nascer o Salvador!

(JOAMIR MEDEIROS)


Quem não quereria ter

Razões mil para cantar

Louvores, hinos ao ser

que no Natal vem chegar?

(FRANCISCO BEZERRA)


Fonte: O SEGREL,  dezembro 1996, ano IX  - nº 38.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O PÃO DO MENINO DE BELÉM

 Francisco Martins começou a fazer pão caseiro para venda, em março deste ano. De lá para cá a produção só tem aumentado. Faz pães de massa branca e integrais, com um cardápio que tem mais de 16 sabores no total.


Para as festas do Natal e Ano Novo ele resolveu criar uma receita e fez o "Pão do Menino de Belém". É um pão de Massa doce, com tâmaras, castanhas e granola.



Antes, porém, como escritor, escreveu uma pequena história que dá respaldo ao título do seu pão.


Era uma vez, num lugar bem distante daqui, numa cidade pequenina por nome de Belém, onde morava um pastor de ovelhas que gostava de fazer pão para sua família. Ele tinha uma receita especial, criada por ele, que levava além do trigo, o açúcar, aveia, um pouco de ameixa, um tiquinho de amendoim, castanhas, tâmaras e outras coisas. Nossa! O pão daquele pastor era cobiçado por todos que passavam por Belém. Naquele dia o pastor estava fazendo o pão, quando percebeu que um casal batia à sua porta querendo saber se era possível alugar algum quarto para passar a noite. Ele respondeu: - Infelizmente meu senhor, como está vendo, a minha casa está cheia. Tenho parentes de vários lugares que vieram à Cidade de Davi para o recenseamento. Não tenho como acomodar o senhor e a sua mulher.

Aquele homem saiu puxando um jumento azul, que transportava a mulher grávida. E o homem voltou a fazer o pão. A noite chegou. Caiu fria por sobre Belém. As famílias conversavam, cantavam hinos, canções, bebiam, contemplavam as estrelas na esperança de que o mundo tivesse salvação do Império Romano.

"-Está difícil viver com este Imperador"
"-Um absurdo a alta cobrança dos impostos"
"-E os assaltos pelas estradas! Cada vez aumentam mais e mais"
"-Emprego que é bom, nada!"

Os minutos daquela noite pareciam gritar: "Chegou o tempo determinado por Deus!".
Algo pairava no ar e fazia aquela noite diferente. Creiam não era o cheiro do pão que estava sendo assado pelo pastor. O que eu sei é que aquele pastor soube que uma criança tinha nascido numa manjedoura. Sua alma ficou inquieta, e tão logo saiu a primeira fornada dos pães, ele reservou um e falava para sua família: -Já que não podemos abrigar aquele casal irei levar este pão para aquela família. Quando ele retornou, seus olhos denunciaram o quanto ele foi tocado por aquela cena e ele falou: " De hoje em diante esse pão que eu faço vai se chamar Pão do Menino de Belém".

E foi assim acreditem que este pão nasceu.
Era uma vez... 



Francisco Martins

17 de dezembro 2020

FAÇO PÃO



Faço pão como quem acaricia uma criança na tentativa de fazê-la adormecer.

Faço pão à semelhança do apaixonado que corre suas mãos pelo corpo da amada.

Faço pão pensando na química do amor que tudo transforma e faz o mundo melhor.


Francisco Martins

22.12.2020




segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

TROVAS NATALINAS

No Natal não sou tão pobre

Na escassez de minha ceia,

Há sempre um pouco que sobre

Para dar à fome alheia

(Sérgio Correa Miranda Filho)

 

Que neste Natal profundo,

Jesus me faça capaz

De ver nos sonhos do mundo

O sonho maior da paz!

(Luiz Rabelo)

 

Fonte: O SEGREL, dezembro 1994, Ano VII, nº 30.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

CONHEÇA OS BICHOS DA "BANCA DO MURO"

 01 - TÍTIUS, O ESCORPIÃO 


02) LICOSA, A ARANHA ORGULHOSA

 


 03) GRILO


 

 04) DICA, A ARANHA D'ÁGUA

 


05) FU, SAPO NEGRO OURO

 


06) SOFIA, CORUJA

 


07) MUSI, A RATA

 


08) CAVALO DO CÃO


 09) VÊNIA - LAGARTIXA


10) RAINHA BLATA, BARATA 


 11) RACA, JARARACA


12) BRINCO, O GATO

 


13) QUIRÓ, MORCEGO

 


14) ATA, FORMIGA


15) VELHO GÔ - RATO GABIRU


 

16)  SUINARA - CORUJA DE IGREJA 

 


17) BIDU - GALO

 

18) TIM - LAGARTO

 


19) O VELHO NITI  - BACURAU


20) CATOLÉ - JUMENTO

 


21) DONDON - GALINHA CARIJÓ


 

22) CATÁ -URUBU CAPENGA




sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

MANÉ BERADEIRO CRIA A "BANCA DO MURO" PROJETO QUE VAI HOMENAGEAR CÂMARA CASCUDO 24 VEZES NO ANO DE 2021

Dezembro é o mês em que o Rio Grande do Norte foi abençoado com o nascimento de Câmara Cascudo. Um gênio que nasceu em Natal, no bairro da Ribeira, no dia 30 dezembro de 1898. Sua obra é gigantesca. É um homem para todos os séculos, sem exagero.

Entre tantos livros que ele escreveu, o ativista cultural Mané Beradeiro (Francisco Martins) escolheu  "Canto de Muro - Romance de Costumes(Rio de Janeiro,  José Olympio Editora, 1959) para homenageá-lo ao longo do ano de 2021, com o projeto "Banca do Muro".

1) O que é o projeto "Banca do Muro"?

É um jogo, onde todas as pessoas do Brasil podem participar, através do Facebook do escritor Francisco Martins (https://www.facebook.com/francisco.martins.714?_rdc=2&_rdr), que terá como objetivo o sorteio de livros.

2) Como vai funcionar?

Mensalmente   haverão dois sorteios: um para o público adulto e outro para o público infantil. As datas serão anunciadas por Mané Beradeiro.

3) Os livros sorteados serão de quais autores?

Todos serão bem vindos. Aceito doações de livros de literatura, novos e usados (desde que estejam em bom estado de conservação), voltado para o público alvo da "Banca do Muro".

4) Quem desejar participar  do sorteio vai pagar algum valor para  concorrer?

Não!  

5) Se o ganhador  residir no interior do Rio Grande do Norte ou  em outro estado como vai ser a entrega?

Neste caso, sempre através dos Correios e o frete será pago pelo ganhador.

6) Como serão feitas as apostas, quando terá início?

 "A  Banca do Muro" será aberta oficialmente no dia 30 de dezembro de 2020, às  17h 30m ( corresponde ao horário em que Câmara Cascudo nasceu) e as apostas poderão ser feitas até o dia 3 de janeiro de 2021, encerrando-se no mesmo horário 17h 30m. O sorteio será no dia seguinte.

7)  Em que apostaremos?

É aqui que tem sentido o nome do projeto.  Há uma lista   com os nomes dos bichos citados no livro  que deu nome à Banca. Alguns dos nomes eu citarei aqui:  1) Títius ( escorpião), 2) Licosa (aranha orgulhosa), 3) Grilo ( tenor), 4) Dica (a aranha d'água), etc. Cada bicho corresponde a um número e é neste número que você vai jogar na "Banca do Muro". Cada participante só poderá apostar num único bicho, por vez.

8) O sorteio será ao vivo?

Sim. Anunciarei sempre a data e o horário.

9) Além do jogo  o que mais propõe a "Banca do Muro"?

Todas as edições vão ter um pequeno ensaio, antes do sorteio, sobre  um livro, poesia,  Acta Diurna,  lenda, etc que foi escrito  por  Câmara Cascudo. Dessa forma a "Banca do Muro" vai atingir também o lado literário. 

 

Mané Beradeiro/Francisco Martins

11 de dezembro 2020  


UM COMPLEMENTO PARA A POSTAGEM DE ONTEM

Ontem eu fiquei o dia todo  sempre pensando  onde tinha visto um folheto com a capa abaixo?  Sabia que  nas minhas leituras e pesquisas eu havia me deparado com ela, mas onde? Procurei  em vão pela minha cordelteca  e não encontrei. Somente à noite, já por volta das 22 h, vendo uma pasta de imagens das minhas pesquisas, eis que a acho. Ele faz parte do acervo da Biblioteca  Zila Mamede - UFRN. Foi usado para ilustrar o folheto " O Povo Desembestado", de Chico Ramalho.

 

Mané Beradeiro

11 dezembro 2020

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

GRAVURA POPULAR - PROJETO MEMÓRIA DA UFRN - UM RESGATE DE 40 ANOS

 

 Alcides Sales,  Alcimar Sales, Marcia Cícera Salustino, Pedro Jacob de Medeiros, Rosáfico Saldanha e João Paulino são artistas que participaram do projeto Memória - Volume I - da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Pró-reitoria para Assuntos de Extensão universitária, no ano de 1980. O que há de comum entre eles? O trabalho da xilogravura.


 O projeto acima teve a culminância  com a publicação de 20 impressões de xilogravuras, no tamanho 10 x 15 cm, em papel cartão.  As xilogravuras ilustraram capas de folhetos que foram os seguintes: 

    1) O Inverno. Autor: Olívio Martins Viana - xilo de Rosáfico Saldanha

    2) Um pequeno romance ou o sofrimento de Sofia. Autor: Olívio Martins Viana - xilo de Rosáfico Saldanha.

    3) O sofrimento do pobre. Autor: Olívio Martins Viana e xilo de Alcides Sales e Alcimar Sales

    Olívio Martins Viana, paraíbano que veio morar em Santa Cruz-RN, em 1934. Começou a  escrever cordeis em 1970 e publicou na década de oitenta, graças ao Projeto Memória.

    Rosáfico  Saldanha Dantas é natural de Santana do Matos, onde nasceu em 1946. Breve saberemos mais sobre ele e a sua contribuição ao cordel brasileiro.

     4) A Pobreza aperriada procurando a emergência. Autor Leandro Simões da Costa - xilo de Rosáfico Saldanha.

     5) A vida e a morte de Padre Cícero Romão Batista. Autor: Raimundo Bezerra de Moura - xilo de Rosáfico Saldanha.

    Leandro Simões da Costa (1921-1992), caicoense, publicou seu primeiro cordel em 1974. Raimundo Bezerra de Moura,  de Acari-RN,  teve vasta produção desde 1950.

    Raimundo Bezerra de Moura, Acariense de 1922. Veio morar em Natal em 1957.

    6) Discussão de Roberto Carlos com o Diabo. Autor e xilo de Pedro Jacob de Medeiros.

    7) O barbeiro dentista. Autor e xilo de Pedro Jacob de Medeiros.

   8) A caverna das Sete Bocas. Autor e xilo de Pedro Jacob de Medeiros.

    9) O tremor de terra em Natal. Autor e xilo de Pedro Jacob de Medeiros. 

    Pedro Jacob de Medeiros (1922-1999), natalense, foi um batalhador  da cultura popular.  Escrevia,  ilustrava e vendia seus folhetos.

    10) O que se vê no sertão. Autor: Paulo Pereira e xilo de Alcides Sales e Alcimar Sales.

    Paulo Pereira era natural de Santana do Matos-RN e viveu de 1948 a 2003

    11) A seca do nordeste. Autor: Francisco F. da Motta e xilo de Alcides e Alcimar Sales.

    12) O sofrimento do jumento. Autor: Francisco F. da Motta e xilo de Alcides e Alcimar Sales.

   13) Homenagem a Frei Damião, o Santo do Nordeste.Autor: Francisco F. da Motta e xilo de Alcides  e Alcimar Sales.

    Francisco F. da Motta também conhecido como Chico Mota, nasceu em Catolé do Rocha-PB no ano de 1925 e  foi na cidade de Campo Grande-RN, que começou a cantar de viola no ano de 1949.  Fixou residência em Caicó-RN.

    14) Destino cruel. Autor: Manuel Clementino dos Santos e xilo de Alcides e Alcimar Sales.

    Manuel Clementino dos Santos nasceu em Macaporama, em Pernambuco, em 1918. Em 1965 estava residindo em Currais Novos-RN e era conhecido como o poeta "Piraná".

    15) Alegria do Sertão. Autor: Francisco Alexandre da Silva e xilo de Alcides Sales e Maria Cícera Salustino.

    Francisco Alexandre da Silva, o "Chicozinho" natural de São Tomé-RN, onde nasceu em 1924 e fixou residência em Currais Novos-RN. Chamo a atenção para a participação da única mulher xilógrafa a participar desta coleção, Maria Cícera Salustino, pioneira no Rio Grande do Norte.

    16) Experiência do Inverno no sertão. Autor: Francisco Bezerra e xilo de Alcides e João Paulino. 

       17) A carta do patrão e a resposta do vaqueiro. Autor: Francisco Fabrício de Oliveira (Chico Pedra) e xilo de Alcides e Alcimar Sales.

        Chico Pedra nasceu em Jardim de Piranhas, em 1918. Começou a publicar seus folhetos em 1966. Residia em Mossoró.

    18) As piranhas e os cabeludos. Autor Severino Cândido e xilo de Alcides Sales.

    19) As 12 batalhas herculanas. Autor: José Cosme da Silva e xilo de Alcides Sales.

Alcides Sales andou pelo interior do Rio Grande do Norte - fazendo parte do Circo da Cultura (Fundação José Augusto) ministrando cursos de xilogravura: Macau, Pendências, São Gonçalo do Amarante, Santo Antonio, Monte Alegre, foram alguns dos municípios que  ele esteve  ensinando a arte da xilogravura.

São estas as xilogravuras:

No sentido anti-horário: "A Seca do Nordeste"; "Alegria do Sertão" (Alcides Sales e Maria Cícera Salustino);  "Destino Cruel"; " O Que se vê no sertão" (Alcides Sales e Alcimar Sales)

 
No sentido da anti-horário: "O sofrimento do jumento" (Alcides e Alcimar Sales); "As piranhas e os cabeludos" ( Alcides Sales); "Homenagem a Frei Damião, o Santo do Nordeste" (Alcides e Alcimar Sales) e " As 12 batalhas herculinas" (Alcides Sales).


No mesmo sentido: "O sofrimento do pobre" (Alcides e Alcimar Sales);  "Experiência do inverno no sertão" ( Alcides Sales e João Paulino) e "A carta do patrão e a resposta do  vaqueiro" ( Alcides e Alcimar Sales).

 

"A vida e a morte de Padre Cícero Romão Batista"( Rosáfico  Saldanha)

"Um pequeno romance ou o sofrimento de Sofia"; "A pobreza aperriada procurando a emergência"  e "O inverno" (Rosáfico Saldanha). 


 E há ainda uma única xilogravura que não foi identificada nem o autor nem o título da ilustração. No entanto, o pesquisador Gutenberg Costa,  diz em seu Dicionário que o autor é Rosáfico Saldanha  ( página 324).

 

Fechando a coleção temos as xilogravuras de Pedro Jacob de Medeiros.


Da esquerda para a direita: "O barbeiro dentista";  "Discussão de Roberto Carlos com o diabo"; "A caverna das sete bocas" e "O tremor de terra em Natal"


 Mané Beradeiro

10 dezembro 2020

 

Fontes:

COSTA, Gutenberg. Dicionário de Poetas Cordelistas Rio Grande do Norte. Mossoró/RN. Queima Bucha, 2004. 

________________. A Presença feminina na literatura de cordel do Rio Grande do Norte. Natal/RN: 8 Editora/Queima Bucha, 2015.