domingo, 13 de setembro de 2009

SEM EIRA NEM BEIRA


( Para todos os poetas que produzem a poesia processo e visual)

Formidável...,
Formicida...
Formidante...
Futicida...
Fuxiqueira..
Franciscana..
Frecheira...
Boaníssima...
Bodogueira...
Boquiaberto..
Botadeira..
Bozó dentro da bicheira
Lapidando...tão me dando...tô gostando...tô lezando...sou tranqueira.
Sem eira, nem beira, beirando o bode, da feira do benfeitor.
Lá vem Loreta, quase morena, lá vai Luvana com seus rabiscos, que não são ciscos.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

NILO PEREIRA


Logo mais será postado no blog http://www.chamine2.blogspot/ o artigo que escrevo mensalmente, sempre no dia 11, sobre o centenário de nascimento do escritor Nilo Pereira. Este ano, além de Nilo Pereira estão também fazendo cem anos de nascimento Edgar Barbosa e Jorge O'Grady de Paiva. Sobre os três eu tenho palestras para serem feitas nas escolas e instituições culturais.

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO

Esta história aconteceu em Açu e já faz muito tempo. Neco Capuxu escreveu um telegrama para seus familiares em Natal informando que sua esposa Ritinha fora vítima de uma estrepada de espinho de quixabeira. Até aí tudo normal, o danado foi a grande ambiguidade que ficou nas palavras do telegrama, pois o texto veio assim: 'RITINHA ESTREPADA PAU DENTRO LATEJANDO SE AGARRA COMIGO NÃO QUER QUE EU TIRE"
.
Gostou? Este e outros causos fazem parte do show de Mané Beradeiro. Agende uma apresentação para sua escola, empresa ou aniversário. Contato pelo e-mail: letrasreais@hotmail.com

ASSIM DISSERAM ELES


"Anúncio é dinheiro"


Erasmo Xavier, cenógrafo e caricaturista potiguar, que viveu de 1904 a 1930.

IVAN MACIEL TOMOU POSSE NA ANRL


O jurista e escritor Ivan Maciel tomou posse nesta noite de quinta feira, na cadeira 17, sucedendo Aluízio Alves. Foi saudado pelo acadêmico Vicente Serejo. A cerimônia contou com a presença de vários intelectuais e políticos do Rio Grande do Norte.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MOMENTO DO LIVRO TERÁ UM NOVO PERSONAGEM



O escritor Francisco Martins Alves Neto que visita as escolas públicas e particulares com o projeto MOMENTO DO LIVRO, contando histórias, estará neste mês de setembro estreiando mais um personagem. Desta vez será o Palhaço Leitorino Patati, que terá como principal objetivo contar histórias para crianças até 12 anos, além de coordenar momentos de recreação com jogos, trava línguas, parlendas, advinhações, e outros momentos lúdicos da nossa cultura.
Com a estréia de Leitorino Patati, o MOMENTO DO LIVRO passa a contar com dois personagens, posto que, Mané Beradeiro - o contador de causos e poesias matutas, já é atuante desde janeiro deste ano.

sábado, 5 de setembro de 2009

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO


No escritório da SUDENE, em Natal, o chefe pediu para ser redigido um aviso que tivesse a seguinte mensagem: "favor usar a descarga e manter a tampa do sanitário sempre fechada após o uso".

O redator foi mais além, com toda empolgação escreveu o texto: "FINEZA PRESSIONAR O MECANISMO HIDRÁULICO DO AUTOCLIMAS ATÉ QUE OS CATABÓLICOS SEJAM TOTALMENTE EXPEDIDO NO DEJECTÓRIO. FAVOR MANTER O OPERÁCULO DESCERRADO APÓS A DEJECÇÃO".




Fonte: Tempo de rir, de Celso da Silveira, Editora Clima, 1984.


Esses e outros causos estão dentro do show de Mané Beradeiro. Leve-o para sua escola ou empresa. Contato pelo e-mail: letrasreais@hotmail.com

ASSIM DISSERAM ELES....

"Professor é como motorista de taxi: passa o dia correndo"

Antenor Azevedo (Professor)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

SAPOTERATURA IV - A DESCOBERTA DE ÁLVARO

( Mais um conto da minha obra inédita Sapoteratura).

Esta é uma história para crianças. Ela aconteceu há pouco tempo, logo após o Sol se por.
Numa noite calorenta resolveu o sapo sair para caçar alguns insetos. Ele vestiu uma bermuda, a camiseta regata, calçou os tênis, foi ao banheiro, molhou o rosto, beijou a esposa e disse:
__Vou até a casa 131. Disseram-me que lá tem muitos formigueiros. Ao ouvir isto, Dona Sapa aconselhou:
__Tome cuidado! Lá tem crianças, vê se não as assustam e toda precaução é pouca, cuide-se para não ser apedrejado. Você sabe, quando as crianças nos vêem ou se assustam ou nos apedrejam.
O sapo acatou os sábios conselhos da sua companheira e se foi. Cruzou a rua com passadas largas, com aquele seu jeito desconcertado de andar, pois temia ser atropelado. Ao chegar a frente da casa 131, subiu a calçada e caminhou em direção ao portão, percebeu que ele não estava totalmente fechado e por uma abertura pode entrar.
Lá de dentro, veio ao seu encontro uma cachorra. Latia muito dizendo:
__ Au, au, vá embora senhor sapo. Aqui não há lugar para você morar.
__Calma, senhora cachorra, disse o sapo, eu não vim para morar, quero apenas caçar algumas formigas e logo vou embora.
__Au, au, vê se não demora. Falou a cachorra e saiu com aquele andar orgulhoso, ao mesmo tempo em que pensava: “sapos, que bichos feios, talvez sejam por isto que os humanos não os querem”.
O sapo estava debaixo da goiabeira, comendo formigas e pondo outras numa bolsa para levar. De repente ouviu uns passos em sua direção, era uma criança com dois anos de idade.
O menino ao vê-lo parou e ficou surpreso com aquela criaturinha. Neste momento, ele pensou nas palavras ditas por sua companheira. Olhou para o rosto do menino e viu que ele não estava com medo, olhou para as mãos e percebeu que também não tinha pedras.
O batráquio sorriu, fez o melhor sorriso que sabia para aquele filhote de humanos, que indo ao seu encontro, acocorou-se e ficou vendo-o comer formigas. A criança passou um bom tempo contemplando aquele bichinho.
Eis que se ouviu alguém chamar:
__Alvinho, oh Alvinho, onde você está?
O sapo percebeu que era com aquele filhote. E isto foi confirmado quando a criança se levantou e disse:
__Cá, mamãe.
A mãe foi ao encontro do filho e quando notou o sapo, também não demonstrou medo. Alvinho apontou para o bichinho e mostrou a sua mamãe a descoberta. Ela pegando o filho nos braços disse:
__Este é um s a p o. S a-p o. Repetiu a mamãe varias vezes com voz pausada, ensinando a Alvinho o nome daquela criaturinha.
__Aapó, aapó, repetia Alvinho. A esta altura, o sapo já estava de pança e bolsa cheia. Era a hora de pegar o beco, voltar para casa. A mamãe tinha entrado com Alvinho, e de lá de dentro da casa se ouvia vozes de outras crianças. Eram os irmãos de Alvinho brincando, que foram interrompidos por ele, assim falando:
___Ur, Ur, Cocóise, Cocóise, Aapó, aapó.
A mamãe esclareceu:
__Ele está dizendo para vocês Arthur e Matheus que viu um sapo. As crianças riram e continuaram a brincar.
Matheus se pôs a cantar:
__Eu vi um sapo, na beira do rio, com camisa branca, morrendo de frio. Não era sapo, nem perereca, era Alvinho, só de cueca!

INSENSIBILIDADE

Para Claudemir Chiarati


Ela estava lá, caída na calçada.
Sangrava, não se movia, morria, e nós sem percebermos morríamos com ela.

Passávamos insensíveis àquela vida.
Morria jovem, sem doenças, mais uma vítima da violência urbana.

Eu a vi tantas vezes naquela calçada, alegre, robusta, bela.
Mas, um homem, ou melhor, todos os homens, desta cidade decidiram matá-la.

Morreu a árvore. Ficamos sem sombra, sem verde, os pássaros neste dia entoavam uma melodia triste, sentados num fio da rede elétrica.

Quem será a próxima? Eu me pergunto.

Parnamirim – RN, 16 de julho de 2007

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MORENA

Eu tive fome,
Vi tua nudez,
Comi teu corpo,
Enchi meu peito.
Eu tive sede,
Vi teu olhar,
Bebi teus sonhos,
Saciei meu tempo.
Eu tive sono,
Vi teus braços,
Regalei-me em teu colo.

Bixiga lixa, gota serena,
Um dia eu volto só pra te ver morena.

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO

Um sub-delegado, no interior do Rio Grande do Norte certa vez recebeu dois homens na delegacia, que vinham em busca de solução para um problema. O sub-delegado, expoente máximo da autoridade local naquele momento ouviu o primeiro homem com muita atenção e falou:

__ Você está com toda a razão!

Nesse instante, o outro cidadão tira uma nota de cem reais do bolso e vagarosamente puxa e mostra um pedaço da nota ao sub-delegado, que entendendo a mensagem, volta a falar ao primeiro homem:

__Mas pelo que estou vendo você vai acabar perdendo esta questão.



(Fonte: Humor dos Flagelados (1984), de Veríssimo de Melo.

SAPOTERATURA III - CASAL UNIDO



Ceará Mirim, cidade do interior, década de setenta, dia de feira livre, muita gente vindo à cidade comprar mantimentos. Nas ruas que ficam perto daquela mercearia, diversos caminhões estacionam levando e trazendo as pessoas do meio rural.
A mercearia está cheia, é gente querendo cigarros, alimentos, bebidas, fósforos, etc. Mas há também aqueles que chamam a atenção dos atendentes somente para pedir água. Querem matar a sede. Beber água gelada, coisa dificílima de encontrar na zona rural.
À priori não houve muita contestação sobre este serviço, mas depois, viu-se que os atendentes não só perdiam tempo, como também tinham que lavar bastantes copos, encher garrafas. Nos idos de setenta, copo descartável era artigo de luxo.
Solução encontrada: comprar um pote de barro, deixá-lo ao alcance de todos e amarrar uma corrente na boca do vaso de argila, tendo em sua extremidade uma caneca de alumínio. Assim todos beberiam à vontade e não precisariam pedir aos balconistas.
Foi uma idéia e tanto, funcionou de forma plausível por mais de mês, até que um dia, um rapaz destes bem traquinos, que residia ali por perto teve a iniciativa de jogar dentro do recipiente duas pequenas rãs.
Ninguém desconfiou de nada. Nem mesmo o dono daquele estabelecimento, posto que, o próprio rapaz se prontificou a encher o vaso de barro sempre que fosse preciso. Inteligente e esperto como era, sempre que as pessoas tomavam água, ele aproveitava, levantava a tampa, olhava para dentro e dizia:
__Nunca vi um casal de rãs tão unidas. Elas Vivem sempre agarradinhas, uma em cima da outra.
Quem tinha acabado de tomar daquela água, às vezes olhava para dentro do pote e não encontrava rã nenhuma, pois ele ainda não havia colocado as mesmas lá dentro, mas, mesmo assim, não deixavam de proferir palavrões com aquele rapaz.
Depois, quando ele já percebeu que as pessoas não acreditavam no que ele falava, pois verdadeiramente as rãs lá dentro. E tudo só foi descoberto porque uma das rãs veio dentro do copo de uma senhora, que teve uma reação tão violenta, fruto do medo, que derrubou o pote, espatifando cacos de barro e água espalhada por toda a mercearia.
Depois disto, nunca mais houve pote d’água naquela mercearia e o rapaz, bem, este cresceu e até tentou ser empresário de água mineral, mas ninguém naquela cidade teve coragem de comprar um só vasilhame da sua firma, restou-lhe então mudar de profissão. Hoje ele vive lá pras bandas de Apodi.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

SAPOTERATURA II - O BRINQUEDO VIVO



A avó estava na sala vendo novela. Era um olhar na tela e outro no crochê que suas habilidosas mãos trabalhavam, entre uma cena e outra a vovó perguntou:
__ Rejane, cadê Tiago?
__ Está brincando lá na área de serviço mamãe. Respondeu a filha.
__ Sei não, pra mim ele está aprontando alguma, Tiago não é menino de ficar tão quieto.
Rejane foi lá queria ter a certeza de que seu filho brincava inocentemente. Chegou sorrateiramente e ficou vendo-o sentado, junto com seus carrinhos. Volta à sala e informa a avó:
__ Tiaguinho brinca comportadamente.
E enquanto mãe e avó se entretiam na novela, Tiaguinho divertia-se com seus brinquedos. Mas, como toda criança, não demorou muito a buscar alternativas, estava ficando monótonas aquelas cores, aqueles carros.
Foi então que ele observou, vindo ao seu encontro, uma criaturinha diferente. Barrigudo, sem pescoço, caminhando de formar tão peculiar. A cabeça de Tiago funcionou assim: “Olha só, um brinquedo que anda sozinho!”
A criança ficou por alguns instantes vislumbrada com o desempenho daquele “brinquedo”. Era divergente de todos os demais. Abria a boca e dela saia uma língua enorme que capturava insetos na parede. Não tinha rodas e não era duro como a matéria prima dos seus brinquedos. Parecia fofo. Será? Bem, em caso de dúvida nada melhor que averiguar.
E lá se foi Tiaguinho em direção a ele. Puxou-o pela perna, viu que a mesma esticava, arrastou-o até perto de si, e qual não foi sua surpresa quando o soltou e ele pulou.
Se Tiago já fosse grande teria exclamado: “Magnífico é tudo o que eu quero para brincar”. Puxou-o novamente, mas desta vez não o soltou. Com a mão direita em forma de concha, segurou o sapo pelas costas e passou friccioná-lo no piso daquela área de serviço.
A barriga do anfíbio quando em atrito com o piso provocava um barulho assim: ronc, ronc, ronc. Tiago fazia este movimento repetidamente. E o infeliz do sapo, com braços e pernas abertas, tentava inutilmente se libertar.
Lá na sala, mãe e avó estavam compenetradas na novela. É bem verdade que ouviam um ruído diferente vindo lá das bandas de onde estava Tiaguinho, e foi só quando a televisão passou aos comerciais que novamente a avó aconselhou a filha:
__Vá lá, veja o que meu neto está fazendo.
Rejane levantou-se, aproveitaria e tomaria água. Ouviu-se então o grito de Rejane:
__ TIAGO SOLTE ESTE SAPO PELO AMOR DE DEUS!
Tiaguinho obedeceu, e o sapo com a barriga já bastante vermelha de ralar naquele chão fugiu dali imediatamente.

sábado, 29 de agosto de 2009

ASSIM DISSERAM ELES


"UMA SOCIEDADE QUE APARELHA MUITO MAIS QUEM PUNE DO QUE QUEM EDUCA SERÁ SEMPRE ENFERMA"


Augusto Cury


Fonte: O Vendedor de Sonhos - A Revolução dos Anônimos .

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SAPOTERATURA I - O SAPO BOI E O CAVALO AFELANO


Estarei dando início a uma série de postagens de contos que denominei SAPOTERATURA.

Tomara que gostem.


Genildo, pequenino, uns seis anos no muito, brincava ao redor da sua casa. Corria com um pau de vassoura entre as pernas, galopando. Era seu cavalo Avelã, que o pai dele assim denominou, mas que ele, não sabendo chamá-lo, só conseguia pronunciar “Afelano”.
Genildo quando montava em “Afelano” abria sua mente às porteiras da imaginação e corria solto seu coração naquelas campinas. É certo que ele não ia muito longe em suas galopadas, porque seu território estava delimitado, existiam cercas de arames farpados que “Afelano” não conseguia saltar.
Naquela manhã, Genildo já havia dado umas tantas e tantas voltas ao redor da sua casa. Com um pequeno cipó em suas mãos, açoitava “Afelano” para que o mesmo corresse mais veloz.
-- Corre “Afelano”, corre mais, vamos pegar o boi brabo lá dentro das capoeiras.
E se pôs a brincar dentro das plantas da sua mãe. Tudo ia bem até ela notar que seu caçula pisoteava seu jardim. Ouve-se um grito:
-- Genildo saia já daí agora mesmo! Se você quebrar algumas das minhas plantas eu sou capaz de quebrar este cabo de vassoura em suas costas. Falou a mãe dele.
O pequeno vaqueiro saiu da capoeira fictícia em busca de outras matas fechadas, pois vaqueiro que se preza tem sempre uma história para contar sobre boi valente. E foi assim, que sem querer ele descobriu um grande “boi” deitado debaixo do pote, que ficava ao lado da casa, para guardar as águas das chuvas que eram ali derramadas pela calha.
Diga-se de passagem, que não era boi, mas sim um sapo. No entanto, como estamos juntos nesta fantasia, vamos admitir que o sapo fosse um boi, um grande e valente touro. Boi ou touro? Não importa o que vale mesmo é estarmos junto com esta criança. Lembrem-se que há pouco ela levou um grito de sua mãe e ainda está magoado..
Agora, deixe-me dizer da alegria de Genildo quando encontrou o “boi”. Primeiro ele freou bruscamente seu cavalo “Afelano”, e ficou observando o movimento daquela reis desviada. E o boi lá parado. Tendo as patas dianteiras uma próxima da outra, aquela boca enorme fechada, os olhos idem. Era até possível ouvir o pensamento do boi: “Que maravilha! Sombra e água fresca. Que mais poderia eu desejar?”.
Se aquela situação representava momentos de descanso, só durou até ali, pois nosso destemido vaqueiro cutucou o sapo que acordou totalmente desnorteado, sem saber o que estava acontecendo.
-- Ê boi, ê boi, ê boi. Falava Genildo e chicoteava os pinhaços do sapo.
Se Genildo queria vê-lo correndo, decepcionou-se, pois o sapo a cada chicotada, erguia-se sobre as patas dianteiras, inchava e recusava-se a correr. Balançava-se da esquerda para a direita, ora esticando uma perna, ora a outra, mas não corria.
Foi então que o menino teve a idéia de buscar sal e jogar nas costas do sapo. Funcionou. O sapo saiu em disparada e Genildo montado em Afelano gritava: “Ê boi, ê boi...”
E tome mais umas pitadas de sal no sapo. Não demorou muito e o sapo usando seu método natural de espantar os predadores, lançou nos olhos de Genildo um violento jato da sua mijada.
Aquele líquido ardia, queimava, deixou Genildo totalmente
Cego. E foi chorando, em grandes prantos, que nosso vaqueiro voltou à realidade e correu aos braços de sua mamãe, que lavou seu rosto, consolou e o deitou na rede.
Lá fora, sofria aquela espécie de anuro, tentando com as patas traseiras tirar o sal que penetrava em sua pele rugosa.

MISSÃO SANGUINÁRIA

Ele esquarteja
Separa as partes
Puxa a pele
Corta o pescoço.
Suas mãos banham-se no sangue,
E ele, sem dó e piedade, perfura as carnes.
Concentra-se em sua missão prazerosa e
Sanguinária: preparar a galinha à cabidela.

Parnamirim – RN , 04 de junho de 2007

POLÍTICOS

Lá vem eles
Cheios de planos, que resolvem todos os problemas.
Falam pelos cotovelos. Andam de rua em rua, bairro em bairro.
Nunca tristes, só se preciso for.

Eles não querem sua amizade. Sua história, saber do seu sonho.
Eles querem vê-lo na zona, na seção, na urna, digitando números que os farão felizes e ricos.

Políticos, que se escreve com

P de Prostíbulo
O de otários ( os eleitores)
L de levianos,
I de insensíveis,
T de traidores,
I de insaciáveis,
C de corruptos
O de ofendidos
S de salve-se quem puder

La vem eles, a praga que Deus teve misericórdia e não jogou no Egito.

MADALENA


Quando Madalena quis ser puta
Muita puta se queixou
Pois os homens de Jerusalém, quase nenhuma outra procuraram.

Mas Madalena não optou em ser puta.
Puta foi sem querer ser.
Tanto é que um dia um homem a encontrou e sua vida transformou.

Madalena, puta bela, que conhece todas as ruelas
De Jerusalém , de Belém. Mulher bela que em lençóis
Envolveu romanos, coletores de impostos, mercadores e fariseus.

O homem que a encontrou viu na puta Madalena a mais bela das riquezas,
A mais cobiçada e desejada existência que Deus e o Diabo lutam em ter: a alma.
Mas, a alma de uma puta vale alguma coisa? Poderá alguém perguntar.
Sim. Todas as almas são valiosíssimas aos olhos de Deus e às garras de
Satanás.

Cristo, o único homem que verdadeiramente amou a puta Madalena, ganhou
Definitivamente este alma para Deus. Limpou seu espírito, expulsando sete
Demônios.

E Madalena transformou-se, viu a face de Deus Encarnado. Viu- o ressurreto e
O Senhor da sua vida.

Quem disse que Madalena foi puta? Quem prova? Que importa?
Madalena hoje é filha de Deus! Aleluia!

18 de abril de 2007

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

INTERVENÇÃO NA LEITURA

Na próxima sexta-feira, por volta das 12 às 12:30 horas, na Biblioteca do Sesc/RN, na Av. Rio Branco, Centro de Natal, Mané Beradeiro estará fazendo uma intervenção na leitura.
Chegará de manzinho, arrastando suas alpercatas, balaçando o chocalho e contando causos sobre personalidades da Grande Natal, além é claro de declamar Renato Caldas, Zépraxedi, Luiz Campos e outros poetas.