quinta-feira, 8 de outubro de 2009

LEITURINO ESTRÉIA AMANHÃ EM ESCOLA MUNICIPAL DE PARNAMIRIM

O escritor Francisco Martins Alves Neto, gestor do MOMENTO DO LIVRO, vai estreiar amanhã, dia 9 de outubro, o seu novo personagem. Será o palhaço LEITURINO, que tem como missão levar contação de histórias para as crianças até nove anos, além de proporcionar momentos de recreação com adivinhações, parlendas, trava línguas, brincadeiras como corrida de saco, gato no pote, etc.
A estréia acontecerá pela manhã, dentro das comemorações alusivas a Semana da Criança, que vendo sendo feita na Escola Municipal Manoel Machado, no Jardim Aeroporto, em Parnamirim-RN.
Leiturino, o palhaço que trocou seu coração por um livro, surge dentro do MOMENTO DO LIVRO como uma figura que vem mostrar às crianças quanto é importante ler e estar sempre conectado com a cultura. Aguardem. Amanhã traremos fotos do evento.

domingo, 4 de outubro de 2009

ASSIM DISSERAM ELES

"O português é uma língua muito difícil. Tanto que calça é uma coisa que se bota e bota é uma coisa que se calça".

Barão de Itararé

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO

Tempo de seca braba, a terra estava tão árida, mas tão árida, que quando um peixe passava por outro levantava poeira. Pois bem, naquela época, na comunidade de Riacho da Cruz, a pouca água que existia estava sendo racionada para uso doméstico.
Quem administrava a distribuição do precioso líquido era um zelador. Ele tinha sob sua custódia a mais desejada peça daquela comunidade, isto é, uma roda que servia para girar a chave que abria a grande torneira. Um dia, este zelador viaja para uma cidade vizinha e quando chega em casa, encontra a mulher desesperada, pergunta a causa e fica sabendo que sua residência foi invadida por um vereador, em busca da tal peça que acionava a liberação da água.
O zelador só tinha uma saída: comunicar ao seu superior o acontecido e para isto mandou o seguinte telegrama para a sede municipal:
"COMUNICO VEREADOR INVADIU MINHA RESIDÊNCIA EXIGINDO MINHA MULHER LHE DESSE A RODA. E ELA DEU".

Causos da nossa terra - histórias de Mané Beradeiro.

Fonte: Livro Flashes das Secas, de Paulo de Brito Guerra, 1977.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

NOSSA GRATIDÃO AOS COLABORADORES DO MOMENTO DO LIVRO

Neste primeiro ano do projeto MOMENTO LIVRO o escritor Francisco Martins quer tornar público o incentivo recebido de alguns colaboradores. Sem eles, o projeto não teria alcançado um êxito tão bom o quanto atingiu. O MOMENTO DO LIVRO vem sendo realizado de forma voluntária. Francisco Martins atende os convites dentro de sua disponilibidade de horário e vai de forma gratuita às escolas e demais instituições que o convida paa falar sobre literatura, contar histórias, relatar sua experiência como escritor.

Até o presente o MOMENTO DO LIVRO não é contemplado pelas leis de incentivo à cultura, quer seja no âmbito estadual, nem municipal.

Por isto é tão importante a ajuda recebida por parte dos patrocinadores. Os amigos deste projeto neste primeiro ano foram:

Elísio Augusto de Medeiros que fez doação dos livros: " Senador José Bernardo de Medeiros - O Colosso do Seridó" e "Um Fusca na Cidade do Sol".


Edilson Pinto - que doou: "Perdoa-me, por me prenderes".

Livraria Siciliano - que esteve presente nos primeiros meses deste projeto, fazendo doações de livros como "A Cabana" e "O Menino do pijama listrado", além de outroso livros da área infantil.




Diógenes da Cunha Lima, Presidente da Academia Norte Rio Grandense de Letras, fez também várias doações de diversos títulos de suas obras para serem ofertadas às escolas visitadas pelo projeto.





A Biblioteca Padre Monte, da Academia Norte Rio Grandenese de Letras, também doou exemplares de livros do escritor Nilson Patriota a este projeto.

Tasso Soares de Lima - "Concerto para triângulo em dó maior".



Lima Neto - "Uma História em Cinco Vozes".

A estes homens e instituições nossa gratidão, em nome das crianças, jovens e adultos que foram agraciados com o MOMENTO DO LIVRO.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MOMENTO DO LIVRO COMPLETA UM ANO DE VIDA




O projeto MOMENTO DO LIVRO completa neste mês de outubro, o seu primeiro aniversário. Iniciado em 2008, o MOMENTO DO LIVRO visitou várias escolas nas cidades de Parnamirim, Ceará Mirim e Natal, sempre levando histórias para crianças, jovens e adultos.




Seu gestor, o escritor Francisco Martins Alves Neto, 45 anos, estudante do curso de Português, diz que o projeto vem somar à rede pública e privada, além de outras instituições, a missão de despertar as pessoas para o prazer da leitura, começando com a descoberta de histórias da literatura, quer seja a nível local, nacional ou da própria literatura internacional.




No seu vasto programa, o MOMENTO DO LIVRO tem histórias para todos os gostos e idade. Este ano, em fevereiro, dentro do Momento do livro surgiu MANÉ BERADEIRO, que conta causos e declama poesias matutas. Agora, por ocasião do primeiro ano do projeto, o escritor Francisco Martins dará vida a Leiturino, o palhaço que trocou seu coração por um livro, que vem dentro do projeto encantar os pequeninos com histórias, parlendas, trava línguas, bricandeiras lúdicas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

FRED GALVÃO VAI LANÇAR LIVRO DE CAUSOS

O grande fotógrafo Fred Galvão, aclamado pela sociedade potiguar, homem que já teve em sua objetiva personalidades famosas, está escrevendo um livro sobre os causos que ele viveu. Muita coisa hilária e inédita virá neste livro. Dando tudo certo, Fred Galvão deverá lançar em novembro de 2009.

domingo, 27 de setembro de 2009

Secretaria de Educação promove o 3º Seminário Potiguar Prazer em Ler

Com o objetivo de incentivar a leitura, a Secretaria Estadual de Educação, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDEA) e o Instituto C&A de Desenvolvimento Social (IC&A), promove no período de 28 a 30 de setembro, no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (CEMURE), o 3º Seminário Potiguar Prazer em Ler Da Escola de Leitores ao Estado Leitor. A abertura oficial do evento está programada para o dia 28, às 19 h, com uma conferência ministrada pelo Professor José Castilho Marques Neto, de Brasília. Na mesma ocasião haverá o lançamento do concurso Escola de Leitores.
A realização do concurso Escola de Leitores é um projeto específico de incentivo à leitura entre crianças e adolescentes, promovido pela Secretaria Estadual de Educação e Cultura. Escolas públicas estaduais de Natal e Parnamirim poderão participar do evento. Serão escolhidas cinco escolas participantes, que receberão apoio técnico e financeiro aos seus projetos de leitura. Essas escolas poderão conhecer iniciativas exemplares sobre o assunto no Brasil e na Colômbia, país referência mundial em política de promoção da leitura.
Antecipando a abertura do Seminário, no dia 28, às 17 h, acontecerá uma sessão de autógrafos com a escritora Ana Maria Machado. A programação prossegue no dia 29 com debates e conferências que contarão ainda com a participação da escritora Ana Maria Machado e da autora potiguar Salizete Freire, entre outros autores. O encerramento, no dia 30, contará com uma conferência do escritor paulista Pedro Bandeira, às 16h.

sábado, 26 de setembro de 2009

O AMOR QUE VEM DOS CÉUS

Ó meu Deus, eu te agradeço pela esposa que me destes, pelo amor que dela emana e banha a mim e meus filhos.
Obrigado Senhor, pelos abraços e beijos que dela recebo. Pelo carinho constante, por sua dedicação de mãe e mulher.
Oh Senhor, se eu posso pedir algo a favor dela, que a mim tem dedicado a vida, peço-te amado Deus, que nos mantenha sempre assim: eternos apaixonados, ardentes namorados.
Obrigado por todas as manhãs que acordo ao seu lado, pelos momentos que passamos juntos e as noites, as tão esperadas noites, quando celebramos nosso amor.
Meu Senhor, que tua Onipotência nos prepare à tua vontade, e assim, quando for teu desejo separar-nos, ó Deus, concede então a quem ficar coragem para continuar e a certeza de um reencontro breve e eterno.
Ó meu Deus, eu te agradeço pela mulher que me destes.

Natal – RN
12 de dezembro de 2002


(EM TEMPO: Tem homem que sente vergonha de cantar o amor por sua esposa. De dizer aos quatro ventos que a ama. É preciso ser muito mais que "macho" para demonstrar que o amor é eterno).

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

MALDADES







Nestes vossos pés cravados, onde o sangue rubro lava-me,
Torno-me chão para pisares, espinhos para vos ferir e muitas vezes choro por saber que não correstes, mas calmamente andastes.






Neste vosso olhar diáfano, velo além cingida a minh’alma.
Neste vosso peito aberto, entro chagas adentro, sou estilhaço das mortais granadas, vim das guerras que outrora foram guarnecidas pelo ódio ao vosso amor.
Percorro ferindo todo o vosso corpo, regozijo-me em vê-lo aberto, e por não poder estraçalhá-lo saio triste pelo lado ferido.
Tomo da água que deixastes jorrar, olho vossos olhos translúcidos, e a minh’alma continua presa neste inreprochável plano de me amar.


Vosso corpo ferido, manjado e sujo, e estas espáduas roxas, cuja cruz descascou faz-me querer ser sal e nos vossos ombros vagarosamente adormecer.

16 de maio de 1986

ASSIM DISSERAM ELES...

"Só se ama o bastante com paciência."

Nazarethe Fonseca, escritora, no livro Kara e Kman - uma saga de alma e sangue, palavras atribuídas ao vampiro Jan Kamam.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

FOME DE LEITURA - MENTE INSACIÁVEL POR PALAVRAS




Francisco Martins é um escritor que tem sede insaciável pela leitura. Nos últimos anos tem se dedicado a ler uma média de oito livros mensais. Ler de tudo, tendo no entanto, um xodó pela produção literária do Rio Grande do Norte.
Neste mês de setembro ele baterá seu recorde. Findo o mês terá lido mais de doze livros, e até o presente momento setenta e dois livros desde janeiro.
"Os livros são inegavelmente uma fonte de sabedoria, um veículo que nos transporta a histórias, culturas e continentes que talvez nunca tenhamos a oportunidade de ver In loco", diz Francisco Martins.

Os livros que Francisco Martins leu em setembro, até hoje 23, foram:
1) A Poesia Norte-Rio-Grandense no Século XX, de Assis Brasil. 1988.
2)Tempo de Rir, de Celso da Silveira, 1984.
3)Erasmo Xavier - O Elógio do Delírio, de Rejane Cardoso. 1989.
4)Desembargador Virgílio Otávio Pacheco Dantas, de Meneval Dantas. 1981.
5)José Pacheco Dantas, de Hélio Dantas. 1978.
6)Fogo Morto, de José Lins do Rego. 1984.
7)Livro de Advinhações, de Eymard L'E Monteiro (Padre), 2003.
8)Geringonça do Nordeste - A Fala proibida do povo, de Geraldo Queiroz, 1989.
9)Ninguém escreve ao coronel, de Gabriel Garcia Marquez, 1968.
10)O Arado, de Zila Mamede, 2005.
11)Relato de um náufrago, de Gabriel Garcia Marquez, 1970.
12)As aventuras de Miguel Littín clandestino no Chile, de Gabriel Garcia Marquez, 1986.

CRÔNICAS SENSORIAIS SERÁ LANÇADA EM MOSSORÓ


O escritor Francisco Martins está mantendo contato com a assessoria de imprensa da livraria Siciliano, objetivando o lançamento do livro "CRÔNICAS SENSORIAIS" na cidade de Mossoró-RN, a data ainda não está definida, mais com certeza será no mês de outubro. Na oportunidade da visita a Siciliano daquela cidade, o escritor Francisco Martins fará uma apresentação de Mané Beradeiro. Aguardem maiores detalhes.

sábado, 19 de setembro de 2009

ASSIM DISSERAM ELES

"Uma nação será tanto mais respeitada quanto mais souber estimar os seus mestres"

Editorial do jornal "A ORDEM", em 15 de outubro de 1937.

Fonte: "Geringonça do Nordeste - A Fala proibida do povo". Geraldo Queiroz. 1989. Ed. Clima, página 80.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO



Renato Caldas, poeta do Vale do Açu, pioneiro da poesia matuta no Rio Grande do Norte, foi ao Rio de Janeiro solicitar ao Dr. Carlos Lacerda uma ajuda financeira para o lançamento do seu livro "Fulô do Mato". Naquela época, no Rio de janeiro, Dr. Carlos Lacerda estava a todo vapor com a sua campanha "Ajuda teu irmão". Depois de várias tentativas, finalmente, Renato Caldas consegue audiência com o doutor Carlos.

__O que você quer mesmo? Perguntou Carlos.

__Uma ajuda financeira para lançar meu livro. Sou poeta lá do Nordeste, pobre, sem recursos...

Dr. Carlos Lacerda achou que era mais um cabeça chata que queria pegar uma graninha e voltar para o Norte. Queria uma prova e falou para Renato:

__Se você é poeta mesmo, faça um verso. Se eu gostar ajudo na publicação do seu livro.

Era tudo que Renato queria. E do alto da sua inteligência mandou brasa:

__"SEU DOUTOR CARLOS LACERDA QUE INVENTOU ESSA MERDA DE AJUDA TEU IRMÃO, PUBLIQUE "FULÔ DO MATO", AJUDE O VELHO RENATO, POETA LÁ DO SERTÃO".


Causos da nossa literatura, coisas do nosso chão.


Fonte: Repentes e Desafios, de José Lucas Barros. 1985.

ENQUETE PREMIARÁ PARTICIPANTES


A enquete ao lado premiará, por sortéio, aquele que acertar a resposta da pergunta. O prêmio será um exemplar de "Crônicas Sensoriais". Participe, vote e envie sua resposta para o e-mail: letrasreais@hotmail.com, com seu nome e telefone, com o assunto: enquete. Você tem seis dias.


Quem terá sido o escritor que mais lançou livros no Rio Grande do Norte?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

ASSIM DISSERAM ELES

"O vírus do amor ao livro é incurável, e eu procuro inocular esse vírus no maior número possível de pessoas."


JOSÉ MINDLIN

terça-feira, 15 de setembro de 2009

MINHAS PEDRAS


Para José Pacheco Dantas ( 1878-1961)

Meu lençol é de pedra, e por ser assim não durmo em cama, não tenho rede, deito e descanso no chão.
Cada pedra que a vida me jogou eu não revidei, não devolvi. Juntei-as, formei uma manta, uma grande colcha sob a qual tento descansar.
Meu lençol é de pedra. Frio no Inverno, quente no Verão, mas sempre pedra. Tentei debalde estender meu manto nos varais da existência.
Meu lençol é de pedra, mas meus olhos não pesam, meus sonhos não cessam, não são tristes, não são inertes.

Abril de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

UM ACAMPAMENTO INESQUECÍVEL - IIIª PARTE



Quando terminamos o tempo da quarentena fomos realizar o Iº Acampamento, na área de treinamento da Lagoa do Jiqui. Nas mentes de todos aqueles jovens fervilhavam inúmeras perguntas: “Que faríamos?”, “O que nos aguardava?”, “Haveria sofrimento?” e outras mais.
Montadas as barracas, os pelotões começaram a receber as instruções naquele campo. Lembro-me que foi um acampamento inesquecível. Passamos por uma pista de mensageiro, onde devíamos andar sozinho, escondendo-se do suposto inimigo, não se deixando capturar e entregar no final da mesma, a mensagem que nos foi confiada. Este exercício foi feito pela manhã, atravessamos um terreno alagadiço, entramos em pequenos córregos e nossas roupas ficaram molhadas o dia inteiro, além das lamas fedorentas e os coturnos encharcados.
À tarde daquele primeiro dia de acampamento, um tenente nos ensinava a tática de silenciar sentinelas, como atacar sem ser visto e surpreender o inimigo. Muitos soldados ficaram com marcas do cabo de aço no pescoço por vários dias. Veio a noite, fria, escura e saímos para outro exercício: atacar o inimigo que estava naquelas proximidades e pretendia destruir os sistema de fornecimento d’água que abastecia Natal e Parnamirim.
Tínhamos recebidos instruções que toda cautela era necessária. Nenhum barulho. Caminhávamos em fila indiana, dentro da mata fechada, erguendo os pés e baixando-os devagar, evitando quebra de galhos ou qualquer outro barulho que viesse a denunciar nossa posição. Mas, soldado recruta é jovem traquino, dado a surpreender e fazer coisas inesperadas. E aquela noite prometia.
A frente da fila indiana ia o Capitão Raul Carriconde. Em determinado lugar ele percebeu que havia um buraco onde os soldados poderiam tropeçar e provocar barulho. Toma a precaução e avisa a quem vem atrás: --Tem um buraco logo aqui na frente. Cuidado. Avise a quem vem atrás de você. Fale baixo!
E assim, aquela ordem foi sendo cumprida de soldado para soldado.
Mas, se para o poeta havia uma pedra no meio do caminho, para o Capitão Raul Carriconde havia o soldado Bento. Tão logo ele recebeu a exortação sobre o buraco, fez uma das suas, pondo em risco todo o sucesso daquele pelotão: --Ei! atenção, tem um buraco lá frente. Cuidado para não cair nele! Estas palavras pronunciadas de maneira alta provocaram risos e desequilibrou toda a harmonia da missão que vinha sendo executada.
O soldado foi promovido. Tiraram do meio da fila para frente do Capitão Raul Carriconde, que não media esforços em sacolejá-lo e ameaçava dá-lhe uma semana de xadrez, caso o inimigo nos atacasse naquele instante.
Para felicidade do soldado Bento seus gritos perderam-se na imensidão daquela noite, assim como o pio das corujas que voavam naquela mata. Encerrando estas atividades, tivemos, a alegria de presenciar uma belíssima encenação sobre uma batalha, com bastantes tiros de festim e também munição traçante, de várias cores.
Depois, exaustos, cansados, com as roupas totalmente suadas e fedendo a lama, sem banho nenhum por um dia, fomos dormir. Recordo-me bem as palavras proferidas pelo Tenente Arnaud: “ –Isto aqui não é piquenique. O soldadinho não esteja pensando que veio acampar. Brincar de escoteiro. Isso é treinamento. Vocês vão dormir, mas permaneçam atentos. Nada de tirar os coturnos, a gandola e muito menos soltar o fuzil. Durmam abraçados com ele. Entenderam soldados?”
--Sim, senhor, tenente! Respondemos uníssono.
Exauridos tentamos dormir. Nas barracas espalhamos o poncho sobre o solo e fazíamos da mochila o travesseiro. Apenas folgávamos os coturnos e abríamos a gandola. O fuzil preso entre as pernas, nossa “namorada”, como tantas vezes tínhamos ouvido nas instruções de sala lá no quartel.
Surpresas teríamos naquela noite. E elas chegaram. Vieram trazendo em determinado momento um barulho infernal e bastante fumaça. Alguém jogou propositadamente uma granada de efeito moral naquele acampamento. Erguermo-nos, e rapidamente estávamos sob o comando do Tenente Arnaud que juntamente com os sargentos, cada qual respondendo pelo seu pelotão, adentrava a mata e se posicionava para proteger os demais.
Era madrugada. Meu corpo pedia descanso e desde a manhã daquele primeiro dia ansiava também por um banho e tudo o que eu tinha era uma mochila, um capacete de aço sobre outro de fibra, uma farda surja e fedorenta, um cantil e o fuzil. Isso era o que eu possuía para proteger o pedaço da pátria que naquele momento eu era “convidado” a fazer.
Ficamos ali por um bom tempo até recebermos a ordem de voltarmos ao acampamento. Tínhamos apenas pouco mais de três horas para descansar, isto é, se outras surpresas não viessem. E ali, o soldado Martins começou a se perguntar: “Por que vim para esta vida militar? Que planos tem Deus para mim num mundo tão diferente daquele até onde vivi em 1984?”. Olhava para meus companheiros, eles também não sabiam responder nem mesmo o porquê estavam servindo ao exército, imaginem perguntas filosóficas.
Passamos três dias acampados. No outro dia logo pela manhã tomamos banho e assim fizemos também no terceiro dia. O Exército não era tão ruim assim.
(Esta crônica é parte do meu próximo livro: Alvoradas no Itapiru)

ASSIM DISSERAM ELES

"Não há corrupção política, o que há é uma corrupção de indivíduos que são políticos"

José Antonio Martins
Livro: CORRUPÇÃO. 2008. Ed. Globo.

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO


Tem gente que adora tornar o mundo mais alegre, não é? Pois então na vizinha cidade de Macaíba-RN, há muito tempo atrás Chico Gúrcio contratou um letreiro para abrir no frontal do seu comércio os seguintes dizeres: A PÉROLA DE CHICO GÚRCIO. Só que o sujeito muito mal intencionado, abriu o letreiro e pintou as letras das direita para a esquerda, deixando propositadamente duas letras sem pintar, para terminar o serviço só na manhã seguinte. E aí então foi o maior alvoroço, pois logo cedo as beatas passavam para a missa e viam lá as letras pintadas: A _ _ ROLA DE CHICO GÚRCIO.
Coisas da nossa terra! Causos de Mané Beradeiro.