sábado, 7 de novembro de 2009
ESCOLA MÁRIO LIRA RECEPCIONA LEITURINO E MANÉ BERADEIRO
À noite, será a vez de Mané Beradeiro (Francisco Martins) contar causos e declamar poesias matutas para os alunos desta mesma escola. Tudo isto será feito dentro das festividades da Mostra de Arte e Cultura promovida por aquela escola municipal.
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO
Renato estava em Natal, no bairro da Ribeira e vinha saíndo do Carneirinho de Ouro, um clube tradicional na Tavares de Lyra, quando um velho chofer de praça, viciado em jogo de bicho, o avista e corre para ele falando:
--Seu Renato, essa noite eu sonhei com o senhor. Quem sonha com o senhor o que é que dá?
E Renato. mestre das respostas afiadoras, gozadas e mordazes responde:
--DÁ A BUNDA!
São causos da nossa terra, pérolas da nossa literatura, coletadas por Mané Beradeiro.
Fonte: "De Líricos e de Loucos", Augusto Severo Neto, pág. 123. Edição Clima, 1980.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
MATEUS 7: (1-5)
Que me permita acrescentar, o filósofo alemão, Martin Heidegger – que certa vez disse: “Somos seres para a morte” – a essa frase, as seguintes palavras: “passando pela incoerência”. Então, é isso caro leitor: somos seres não só para a morte, mas também para colocar em prática a nossa incoerência.
Por isso, não me surpreende que o maior homem que já pisou neste planeta, Jesus Cristo, tenha, insistentemente, falado neste assunto. No capítulo 7 do evangelho de Mateus, os primeiros versículos abordam exatamente isso: “Por que reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista? Como ousas dizer ao teu irmão: ‘deixa-me tirar o argueiro de tua vista’, tendo tu uma trave na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão”.
Pois bem! Feito o diagnóstico, cabe-nos agora, encontrar as causas dessa doença – a incoerência – pois só assim, poderemos estabelecer o tratamento adequado. Seria a incoerência, originada pelas circunstâncias? Sim! Não vamos esquecer o que disse o grande escritor, filósofo espanhol, Ortega y Gasset: “Eu sou eu e as minhas circunstâncias”. E a circunstância, a ocasião, faz o ladrão (o PT sabe muito bem isso que estou falando...). A circunstância faz também o covarde, que num dia tem um discurso exaltado, revoltado, áspero, mas quando está na frente de quem ele se exaltou e se revoltou, muda o tom: fala manso e o que é pior: até defende, com unhas e dentes, o seu antigo desafeto...
Esse tipo de comportamento ocorre em todas as profissões, mas duvido que seja mais comum do que no meio médico. Afinal, se hoje, estamos sofrendo todas essas mazelas – baixos salários, condições subumanas de trabalho, etc. etc. – é porque os nossos pretensos “líderes” da classe médica, um dia, quando ainda não estavam na cadeira do poder, tinham um discurso aguerrido, bravo e duro contra os poderosos, mas, quando se torna um deles – um poderoso (de pés de barro, é bem verdade) – mudam o discurso, o conteúdo e o seu tom... Quando eu sou médico, apenas médico, eu critico, mas quando estou diretor de hospital, vereador, deputado, secretário de saúde, etc. etc. aí eu me transfor mo... e haja incoerência incoerente!
E essa incoerência incoerente é terrível, pois - diferentemente da incoerência defendida por Osho, o mestre budista, que certa vez disse: “Se você realmente quer desfrutar a vida em toda a sua riqueza, tem que aprender a ser incoerente, a ser coerentemente incoerente”-, ela, a incoerência não coerente, é aquela que permite que milhares de pessoas sejam mortas nos corredores dos nossos hospitais públicos, porque eu não tenho a coragem de continuar coerentemente coerente com o meu discurso que tinha antes de ocupar a cadeira do poder...
Então, caro leitor, já temos duas causas para a mudança tão rápida, extremante abrupta, do nosso comportamento: a circunstância e a cadeira do poder. Porém, há outra causa muito mais forte, explicada pela física quântica: toda vez que inspiramos, colocamos para o interior do nosso organismo um trilhão de átomos que um dia podem ter sido também respirados por Cristo, Madre Tereza de Calcutá, Gandhi, Hitler, Saddam Hussein... e o danado é que me parece que os átomos desses dois últimos têm sido responsáveis pelo ar- mau cheiroso, e bote fétido nisso - que estamos respirando na saúde do nosso estado...
Portanto, meu caro amigo, você que tem me acusado, constantemente, de incoerente, veja que a origem desse problema pode está em você mesmo, afinal não tenho cadeira do poder, nem pretendo “criar” circunstâncias para ocupá-la. Portanto, só resta-nos acusar os átomos que estou respirando, quando estou perto de você... mas, não se preocupe, como cirurgião, será fácil resolver esse problema: usarei sempre a máscara cirúrgica, quando lhe encontrar, certo?
Francisco Edilson Leite Pinto Junior (edilsonpinto@uol.com.br)
Professor, médico e escritor
domingo, 1 de novembro de 2009
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO
Como amanhã é o Dia de Finados, o causo de hoje é sobre um falso defunto. Fui buscar esta história, assim como as demais, na imensa literatura que existe sobre o tema espalhada por aí. Desta vez bebi na fonte da grande Cora Coralina, no livro "Estórias da casa Velha da Ponte", edição de 1987.
Vamos então ao causo.
"Seu Maia" teve um ataque de catalepsia e foi tido como morto. Ele era casado com Dona Placidina, que já não estava tão encantada com o marido que há muitos anos vivia maltratando-a. Como é costume naquelas terras de Goiáis, Dona Placidina com muita alegria e prazer preparou o velório, fazendo bolachas, servindo café, bolo, outras comidas e até mesmo pinga.
Finalmente chega a hora de levarem "Seu Maia" para o cemitério. Os homens partem carregando o caixão, segurando-o pelas alças, alguns estão em estado de fogo, fruto da tamanha quantidade de pinga absorvida. E entre uma rua e outra em direção ao cemitério, quando dobram um esquina, o caixão de "Seu Maia" vai de encontro a um lampião que havia naquela esquina. O Choque é intenso, o poste de ferro do lampião da Rua do Fogo despedaça o caixão, fazendo com que "Seu Maia" acorde do ataque e fique sentado no meio da rua. O povo corre... é grande o alvoroço na cidade.
Dona Placidina fica triste.
Alguns meses depois, realmente "Seu Maia" morre de verdade e desta vez, quando o caixão vai saindo de casa para o cemitério Dona Placidina Adverte: "--Cuidado com o lampião da Rua do Fogo, não vão fazer como da outra vez".
A MORTE
Desferido, sem pena, contra a vida,
Separando a família unida...
Dissipando a fortuna mais durável.
O grande, o rico, o pobre, o miserável,
A gente mais famosa, mais temida,
A morte leva tudo de vencida,
Na fúria mais cruel, mais indomável.
Mas a morte do justo é tão preciosa
Que, sofrendo...morrendo...ele já goza,
Qual nauta que escapasse do escarcéu.
Se arrasta para o inferno o pecador,
Se espalha pelo mundo, o pranto, a dor,
A morte leva os santos para o céu!...
Dom Marcolino Dantas
Livro: Dom Marcolino Dantas por ele mesmo, do Côn. José Mário de Medeiros
sábado, 31 de outubro de 2009
ASSIM DISSERAM ELES...
Lucrécio, filósofo latino.
DESPEDIDA
Quando se vai deve-se ir de tal forma que a sua ausência provoque saudades.
Quando se parte deve-se ir de tal maneira que o meio usado para sua partida sirva de divisor nas vidas pela qual você passou.
Quando de despedir, faça isto de forma singular, tão própria e sua, cujas marcas fiquem tatuadas se possível no coração e na alma de quem recebe seu adeus.
Quando enfim, decididamente, tomar a resolução de não mais viver juntos a estes, lembre-se que a despedida é muitas vezes unilateral, e por assim ser, leve consigo a lembrança das melhores virtudes que você visualizou em seus amigos e companheiros de trabalho.
Por fim, vá, parta, mas não feche as portas que passar, nem derrube as pontes que atravessar, pois tanto uma como a outra levam você a seus amigos.
Francisco Martins
Livro: Degustando Poesia, página 83.
MORRER
Morrer! Que certeza indesejável.
Diz o crente que morrer é ir ao encontro definitivo com o Criador.
Diz o gnóstico que é desfazer-se uma vez mais da capa corporal.
Diz o materialista que é o fim da jornada.
Mas, o que diz o poeta?
Morrer é abandonar o casulo onde durante algum tempo se viveu. É terminar de cantar a última estrofe da existência. É deixar que se pense que tudo terminou.
Morrer é proporcional ao viver. É tão natural quanto morrer.
Natal-RN, 01 de abril de 1999.
Francisco Martins
Livro: Degustando Poesia, página 76.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Tudo pronto para o Show Diga Sim ao Bem
Evento acontece nesta segunda-feira (02/11) com surpresas, convidados especiais e muitas homenagens
O Show Diga Sim ao Bem, promovido pela Casa do Bem, está com tudo pronto para sua realização na próxima segunda-feira (02/11), às 19h, no Teatro Alberto Maranhão. A produção geral do espetáculo é do professor de balé Heberth Gleydson, que também comanda o cerimonial ao lado da criança Maria Eduarda, de sete anos.
“Há dois meses trabalho na construção do espetáculo e tudo foi preparado com muito carinho. Além das apresentações dos projetos e ações desenvolvidas pela Casa do Bem e da participação do Coral Infantil, do Grupo de Dança Ritmo Bom, do Grupo Vocal Casa do Bem, dos Capoeiristas do Bem, do teatro dos Surfistas, ainda teremos homenagens e muitas surpresas. Será um show muito especial”, conta Heberth Gleydson.
O produtor trabalha com a Casa do Bem há dois anos e coordena o Grupo de Dança Ritmo Bom, responsável pela abertura do show. “O nosso balé será o momento de glamour do espetáculo. Vamos apresentar um figurino baseado no Circo de Soleil, coreografias do balé clássico e contemporâneo e vamos fazer uma homenagem ao bailarino e ator Patrick Swayze, astro de 'Dirty dancing' e 'Ghost', que morreu em setembro após uma batalha contra um câncer” revela Gleydson. Segundo ele, outro destaque da noite será a presença da renomada bailarina Flora Quaresma, do Conservatório de Dança do Rio de Janeiro, convidada especial que vai apresentar uma coreografia elaborada para o momento.
O Show Diga Sim ao Bem é realizado anualmente e compreende um momento de apresentação dos projetos humanitários da Casa do Bem para todos os interessados, com entrada franca. De acordo com o presidente da entidade, o escritor Flávio Rezende, a ação tem duas finalidades: uma delas é oferecer um ambiente de alto nível cultural da cidade para que os jovens que participaram durante todo o ano de diferentes projetos culturais possam mostrar aos amigos, familiares e à sociedade em geral o que aprenderam; e a outra idéia é a prestação de contas para todos aqueles que ajudam de alguma maneira os 22 projetos em andamento.
O evento conta com a iluminação de Castelo Casado e som de Helisom e tem a colaboração da CVC Natal, Sebrae/RN, COT, Toli, Potiguar Turismo, Hotel Pirâmide, Inter City Premium, MSom, Viação Cidade das Dunas, Transflor, Ângela Dieb, entre outros parceiros. Mais informações: Flávio Rezende pelo telefone (84) 9902-0092 ou Heberth Gleydson pelo (84) 8853-9625.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
NOVO LIVRO DO CÔN. JOSÉ MÁRIO NAS BANCAS
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO
Quantas mulheres você conhece que mora em Natal e já teve a oportunidade de ter nas mãos os testículos do Governador? PELAS CARIDADES, NÃO PRECISA RESPONDER!
Mas, quando Natal era uma cidade pequena ( início dos anos 40), e o Estado tinha como interventor o Dr. Rafael Fernandes, existia nesta cidade uma mulher por nome SIMOA. "Simoa era preta, comprida, tipo lazarina" escreveu Augusto Severo Neto.
Pois bem, numa tarde, como de costume, Rafael Fernandes desceu à Rua Chile e foi visitar a firma Fernandes & Cia, que pertencia aos seus familiares. De longe, acompanhava o ajudante -de-ordens, um capitão da polícia militar. E lá vinha Dr. Rafael Fernandes, trajando um terno de linho branco, chapeu de massa e fumando um charuto.
Quando Nezinho Fernandes, seu parente, que estava conversando com Simoa, percebeu a aproximação do Dro. Rafael, ele, Nezinho, propôs a Simoa a quantidade de 20 pratas para que em troca ela arrrochasse os "documentos" de Rafael Fernandes. Simoa aceitou o desafio e partiu para executar a missão confiada.
O Interventor ficou a ver navios na Rua Chile, encurvado com a dor nos tésticulos e o ajudante- de -ordens procurando debalde a louca Simoa que já estava longe com as 20 pratas. Enquanto isto, Nezinho ria acocorado na porta da sua firma, ria de forma descontrolada.
Causos da nossa cultura. Colheita de Mané Beradeiro.
Fonte Livro: " de Lírico e de Loucos" , de Augusto Severo Neto, página 17 e 18. Ed. Clima. 1ª Ed. 1980.
FOI ASSIM NO EMÍLIA RAMOS
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
ALUNOS DA FACEX TERÃO PALESTRA SOBRE EDGAR BARBOSA
Terça feira próxima, o escritor Francisco Martins Alves Neto estará a convite da FACEX-Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do RN, ministrando uma palestra sobre o centenário de nascimento do escritor potiguar Edgar Barbosa, para os alunos do curso de letras daquela instituição.
Edgar Barbosa é considerado o maior escritor do Rio Grande do Norte, no que diz respeito ao uso e estilo da norma culta. Seus artigos, suas crônicas e ensaios são mostras incontestáveis desta verdade.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
ASSIM DISSERAM ELAS...
VOCÊ SABIA?
Mês de outubro é importante lembrar de Lourival Açucena, o primeiro poeta do Rio Grande do Norte. Tocador de violão, boêmio, seresteiro. Seu nome legítimo era Joaquim Eduvirgens de Melo Açucena. Nasceu em 17 de outubro de 1827, na antiga Rua da Palha.
Aos 22 anos casou e deixou nada mais nada menos que 32 filhos, sendo 13 naturais.
Sabia de cor "Os Lusíadas", além de inúmeros poemas.
Na vida foi também porteiro dos Correios, escriturário da Guarda Nacional, 1° Oficial da Secretaria do Governo, além de Juiz de Paz e delegado de polícia.
Faleceu em 28 de março de 1907, na cidade de Natal.
Na Academia Norteriograndense de Letras, Lourivak Açucena é o patrono da Cadeira 4.
domingo, 18 de outubro de 2009
RELATOS PARA MEL
Observações cotidianas de um pai que ama a vida –
Por Flávio Rezende *
Minha querida e amada Mel, painho passa a escrever estes relatos, na esperança de que um dia possas ler e refletir sobre o mundo que vivi junto com sua mãe e seu irmãozinho Gabriel e, o que está vivendo ao ler estes escritos.
Este primeiro encontra você na barriga de Deinha aos 8 meses de gravidez. Provavelmente você abrirá seus olhinhos em novembro, nos proporcionando o prazer e a alegria de lhe ter fisicamente, uma vez que espiritualmente já sentimos sua presença entre nós.
Neste momento estou em Goiânia, uma cidade bem longinha da que moramos e que me atraiu por causa de um congresso de jornalistas e da vontade de conhecer.
Ontem assisti a um belo filme onde a personagem afirmou que quase 90% das pessoas que chegam ao planeta para uma experiência no plano material, são frutos de acidentes. Infelizmente a grande maioria surge depois de noites de bebedeiras e outras tantas não foram planejadas.
No seu caso, você está incluída no grupo da minoria. Eu e sua linda mãe lhe desejamos muito, namoramos muito para que pudesse vir ao nosso encontro, sempre com o apoio e o carinho do seu amável irmãozinho Gabriel.
A torcida em torno de sua vinda sempre foi grande por parte de todos os amigos e familiares. Seu nome também não foi difícil de ser escohido. Quando sua mãe o sugeriu, aceitei de imeditato, então dá para perceber que com você tudo foi sem problemas e continua sendo, com sua mãezinha recebendo elogios médicos, praticando sua ginástica sem problemas e, nós, viajando muito para que você, logo no ventre materno, pudesse ir percebendo o mundo a sua volta.
E este mundo pode ser observado de várias maneiras. Tem quem diga que ele é horrível, cheio de pessoas más, de crimes, guerras, fome, estupros e mentirosos.
Realmente tudo isso existe, mas, felizmente tem quem observe este lindo planeta azul pelo prisma do amor, pelo ângulo das coisas boas e das pessoas de bem.
Os que amam o planeta que moramos e que sabem da existência de fatos lamentáveis, procuram trabalhar para que tudo torne-se melhor. Essas pessoas são chamadas de humanistas, sonhadoras, visionárias.
São poucas, mas tão importantes para nossa sobrevivência quanto o oxigênio que respiramos e os alimentos que ingerimos.
Sem aqueles que são bem humorados, que dividem seus bens materiais e seu tempo com os menos favorecidos, sem os que escrevem, cantam, dançam, pintam e celebram um mundo melhor, tudo estaria bem mais difícil e poderíamos estar mergulhados nas trevas da cultura do lixo e na mediocridade dos egoístas hipócritas.
Hoje caminhei por um lindo bosque. Nosso planeta é belo e o compartilhamos com irmãos de outros reinos. Eu e sua mãe respeitamos a vida que existe nos animais e nos abstemos de comer qualquer tipo de carne.
Estamos sempre atentos a questões importantes na atualidade, como a reciclagem do lixo, o não uso de substâncias psicotrópicas, não temos nenhum vício e consideramos o açúcar um mal para nossos corpos.
Procuraremos lhe guiar em nosso planeta pelos caminhos da luz. Estamos envolvidos com uma ONG chamada Casa do Bem. Disponibilizamos nosso tempo para amenizar a dor do próximo. Percebendo inúmeros problemas num violento bairro que painho morou por 15 anos, preferimos deixar as críticas ao governo num segundo plano, arregaçar as mangas e tentar mudar um pouco da realidade desfavorável para alguns.
Nosso trabalho oferece ocupação do tempo de maneira sadia, com esportes e atividades culturais, pois sabemos que no vácuo dos segundos, vidas são encaminhadas para obscuros caminhos trevosos.
Levamos jovens e idosos para lugares que normalmente eles não iriam por questões financeiras, de transporte ou de preguiça mesmo.
Ajudamos a reformar casebres, oferecemos educação, alimentação e, principalmente, esperança e auto-estima para muitos.
Crescerás e vivenciarás este compromisso que temos com as pessoas que estendem a mão para nós.
Não verás seus pais perdendo tempo e cometendo suicídio lento, gradual e seguro em ambientes que priorizam o uso de álcool e de alimentos gordurosos e carnívoros, não testemunharás o uso de linguagem chula e nem ouvirás reproduzidos em equipamentos de som as músicas que denigrem a condição feminina e banalizam a espécie humana.
O mundo, como lhe disse, está ai, mas temos o livre arbítrio de estarmos nele com alegria e felicidade, ou tristeza e amargura.
Somos felizes, alegres, acreditamos poder ajudar de alguma maneira, combinamos ter você e, recebendo-a, seremos seus guias, pelos melhores caminhos que nosso planeta pode oferecer.
Demonstraremos nosso amor por você, amada Mel, quando lhe educarmos com o respeito ao próximo e pudermos lhe conduzir com muito carinho, pela senda da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
Seja bem vinda, nosso planeta é lindo e sua família lhe abriga com o puro amor dos que amam felizes.
* Pai, escritor, jornalista e ativista social em Natal-RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
MUITAS CRIANÇAS RECEBERAM LEITURINO NA ESCOLA EMÍLIA RAMOS
Leiturino pede aos professores que enviem as fotos do evento para que sejam expostas no blog.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
XIBIU
A turma aguentava-se para não rir. Mas, de repente ouviu-se alguém falar:
--Eu não sabia que xibiu servia também para cortar vidro, pensava que era só para mijar. Disse Domício.
A gargalhada foi geral. A professora Marlene escreveu o nome xibiu no quadro negro, em letras garrafais e obrigou todos os alunos a transcreverem para o carderno o nome xibiu e seu significado. No mínimo vinte linhas.
À tarde, quando chegou em casa, a mãe perguntou o que ele aprendera naquele dia na escola. Ele respondeu:
--Hoje eu aprendi para que serve o xibiu.
--Moleque, você me respeite. Disse Dona Raimunda, já exigindo uma boa explicação.
Salvou-se Domício de apanhar porque mostrara o caderno com as linhas escritas e o visto da professora.
(Extraído do livro: Contos da Nossa Terra. Natal. Novembro 2004. 1ª ed.)
terça-feira, 13 de outubro de 2009
GRATIDÃO
Para Nevinha (minha primeira e inesquecível professora)
Se um dia você não tivesse me ensinado as letras, não tivesse me ensinado a ouvir a música das sílabas e não tivesse me revelado o segredo das palavras, eu seria mais um analfabeto nesta multidão.
Mas você com seu carisma e seu amor, pegou minha mão pequenina, ajeitou nela o lápis e numa folha de papel foi delineando o alfabeto.
Fez-me rabiscar, circular, desenhar, pintar, escrever, e neste exercício eu fui descobrindo um mundo maravilhoso. Aprendi aos poucos a ler e viajei por histórias fantásticas e inesquecíveis.
Foi você quem plantou em mim a semente da sabedoria, as outras que vieram depois fizeram o serviço do lavrador.
Hoje, já passados trinta e um anos daquela primeira aula, do nosso primeiro encontro, onde um dia eu bati a sua porta vestindo calça curta e trazendo tão somente a cartilha e um lápis apontado, penso em você que ainda continua a ensinar outros meninos.
O mundo mudou muito, a minha vida também, mas nada, nada é capaz de diminuir o sentimento de amor e gratidão que sinto por minha professora.
Foi por seu esforço que sabendo ler, meus olhos contemplaram e meu coração guardou os ensinamentos da sagrada escritura.
Foi por sua dedicação, que aprendendo a escrever, quando rapaz eu pude revelar meus sentimentos ao primeiro amor.
Foi por saber estas coisas que pude ensinar aos meus filhos as tarefas escolares.
Enfim, tudo teve origem naquela manhã em que você tocou minha face, acariciou meus cabelos e disse: “Vem, vou te ensinar a ler e escrever”.
E por isto que eu faço para você este poema. Ele pode não ter o valor de um diamante, o brilho do ouro mais refinado, mas contém toda a minha gratidão, meu afeto e meu amor por aquela que foi, é e sempre será minha inesquecível professora.