domingo, 13 de dezembro de 2009
BRINQUEDOS DE ANTIGAMENTE IV
Dando continuidade as postagens sobre a temática de brinquedos antigos. Trago hoje os carros de lata. Toda criança da década de sessenta e meados de setenta chegou a ter entre seus brinquedos um carro de lata. Praticávamos a reciclagem e nem sequer sabíamos da importância que tinha nossa tarefa de fabricar carros com latas de óleo, de sardinha, roladeiras com latas de leite, telefones com latinhas de leite condensado, etc.
Os carros de lata permancem ainda hoje vivos, mas não como brinquedos do cotidiano das crianças, e sim como peças de arte. Eu nunca fui um grande artesão para fazer esses carros, o máximo que consegui era algo semelhante a foto, o mais simples que poderia existir. Já meu irmão, o Chico Novo, mais velho do que eu, este sim, sabia abrir um lata de óleo ou várias e juntá-las formando um bonito carro de lata.
sábado, 12 de dezembro de 2009
ORQUESTRA SANFÔNICA POTIGUAR
Pela primeira vez a Orquestra Sanfônica Potiguar realizou um ensaio aberto ao público. O evento aconteceu na Praça André de Albuquerque, berço de Natal. Fui lá presenciar. Gostei de tudo que vi. A Orquestra é uma das 20 existentes no Brasil (na Alemanhã há mais de 200).
Ela é formada por músicos das mais variadas faixas etárias e tocam não apenas forró, mais também compositores como Straus, Otoniel Menezes, Carl Orff, Carlos Gomes, etc.
BRINQUEDOS DE ANTIGAMENTE III
Jogo da Onça, é bem provável que ainda seja capaz de nos depararmos com pessoas que jogam num tabuleiro igual a este. Jogo da Onça era constante na minha infância, tanto pela manhã, mas principalmente à noite, quando riscávamos as calçadas, desenhando o tabuleiro para jogarmos. A Pedra maior é a onça, as demais são os cachorros. O jogo tem a lógica de empurar a onça, com os cachorros para dentro do triângulo, que é a forca, onde definitivamente a onça será morta. Jogo simples e no entanto encantador.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
APARÍCIO FERNANDES E SUA FÉ
"Bebe o vinho da tua taça e depois sorri à taça vazia, porque depois da morte existirá apenas a misericórdia ou o nada", com estas palavras do poeta persa, Omar Khayamm, quero escrever algo sobre a fé vivida pelo escritor Aparício Fernandes.
Embora eu não concorde plenamente com o pensamento do poeta acima, respeito sua filosofia. Assim também como não sou adepto da religião que Aparício Fernandes viveu, mas reconheço que com ela e através dela ele foi melhor do que sem a mesma. Aparício Fernandes acreditava na doutrina Espírita, pregada pelos Kardecistas.
De seu próprio punho assim ele escreveu: "Acredito na teoria das vidas sucessivas e na evolução do espírito através das incursões à matéria"¹. Acreditava fortemente em Deus e no que dependeu dele teve paz com os homens. A morte nunca foi problema para ele, sobre ela ele afirmou: " A morte é a coisa mais importante da vida, porque somente ela é certa e inevitável"².
Eis aqui, mais um pouco sobre Aparício Fernandes. Poeta, escritor, trovador, antologista, pai amável, esposo apaixonado, amigo de ouro e tantas outras qualidades. Breve escreverei sobre ele e sua família.
¹ Obras Completas de Aparício Fernandes, página 97. Campeão Gráfica Editora Ltda. 1983
² Idem, página 61
Embora eu não concorde plenamente com o pensamento do poeta acima, respeito sua filosofia. Assim também como não sou adepto da religião que Aparício Fernandes viveu, mas reconheço que com ela e através dela ele foi melhor do que sem a mesma. Aparício Fernandes acreditava na doutrina Espírita, pregada pelos Kardecistas.
De seu próprio punho assim ele escreveu: "Acredito na teoria das vidas sucessivas e na evolução do espírito através das incursões à matéria"¹. Acreditava fortemente em Deus e no que dependeu dele teve paz com os homens. A morte nunca foi problema para ele, sobre ela ele afirmou: " A morte é a coisa mais importante da vida, porque somente ela é certa e inevitável"².
Eis aqui, mais um pouco sobre Aparício Fernandes. Poeta, escritor, trovador, antologista, pai amável, esposo apaixonado, amigo de ouro e tantas outras qualidades. Breve escreverei sobre ele e sua família.
¹ Obras Completas de Aparício Fernandes, página 97. Campeão Gráfica Editora Ltda. 1983
² Idem, página 61
O ÚLTIMO LIVRO DE LUIS CARLOS GUIMARÃES
Dia 14 de dezembro, às 19 horas, na Livraria Siciliano do Midway Mall, acontecerá o lançamento de um livro de contos escrito por Luis Carlos Guimarães ( In Memoriam) e seu filho Ricardo Luis Lins Guimarães. Quem já conhece as poesias de Luiz Carlos Guimarães sabe da preciosidade que pode aguardar nesta obra. O título do livro é: As Duas Borboletas do Entardecer.
BRINQUEDOS DE ANTIGAMENTE II
Quando criança eu tive a alegria de brincar com o TRATOR DE CARRETEL. Esperava que mamãe me desse um carretel de madeira, quando a linha acabava. Então eu ia em busca do material para fazê-lo. Precisava de dois pedaços de parafina, uma borracha, a metade de um fósforo e com a faca fazia dentes nas laterais do carretel. Estava feito. Dava corta, girando várias vezes o palito preso ao elástico e quando soltava ele enfrentava todos os obstáculos. Que fantasia eu vivi com meu Trator de Carretel.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
PAULO BEZERRA E SUAS NOVAS CARTAS
Se você é daquele leitor que gosta de conhecer coisas do sertão, mais ainda do Sertão do Seridó, então você não pode deixar de ler as obras de Paulo Bezerra. Ele já esreveu três livros sobre esse assunto, e todos no estilo epistolográfico.
Iniciou com Cartas dos Sertões do Seridó, depois veio Outras Cartas dos Sertões do Seridó e agora lançou Novas Cartas dos Sertões do Seridó.
Lê-los é ter a sensação de que estamos montado num cavalo bom de sela, é sentir em cada palavra o sabor de uma umbuzada, o cheiro da vegetação vindo das serras e tantas outras coisas boas que o sertão nos propicia. Mas é também marcar um encontro com a história e a cultura daquela civilização à parte. Aprender sobre o comportamento daquele povo e região. Em suma: indispensável a todos quantos desejarem se aprofundar nas grotas da literatura do Rio Grande do Norte.
BRINQUEDOS DE ANTIGAMENTE I
Na década de setenta, quando eu morava na cidade de Ceará Mirim, havia sempre em frente as grandes casas comerciais, além do próprio mercado público, adolescentes e rapazes com carros de pescoço. Eles serviam para brincar, mas também para ganhar um dinheiro extra, levando as compras que eram feitas nos armazéns até as residências dos clientes. Os carros de pescoço perderam seu espaço para os carros de mão. Lembro-me bem que lá em Tudo Rico existiam vários carros iguais a este para levar as bancas das feiras.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
CONSELHO DE CULTURA FAZ CONFRATERNIZAÇÃO DO FINAL DE ANO
Nesta terça-feira, dia 8 de dezembro, o Conselho de Cultura do Rio Grande do Norte esteve reunido em sua confraternização de final de ano. Presentes Paulo de Tarso, Presidente do Conselho de Cultura, Diógenes da Cunha Lima, Presidente da Academia Norteriograndense de Letras, Enélio Lima Petrovick, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do RN, Dorian Gray Caldas, Ivan Meira Lima, Deífilo Gurgel, Sonia Maria Fernandes Ferreira entre outros convidados. Foi uma tarde muito bonita, com alegria e cultura.
domingo, 6 de dezembro de 2009
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO
Tem coisas que acontecem na vida que são realmente cômicas e até constrangedoras. O causo que vem a seguir aconteceu naquela época em que Lavoisier Maia era Governador do Estado do Rio Grande do Norte.
A sede do governo era no Palácio Potengi, no centro da cidade. Lá havia um policial militar, corneteiro, com apelido de Maribondo. Cabia a Maribondo anunciar pelo toque marcial da corneta, tando a chegada quanto a saida do governador.
Aconteceu porém, que um dia, Maribondo tomou todas as que podia. Bebeu, farreou e chegou para trabalhar no Palácio Potengi só o projeto de homem. Era uma ressaca braba. Passou a noite ouvindo nos bares a música que mais fazia sucesso naquela época.
Maribondo estava presente apenas em corpo no trabalho. Adormeceu, sua mente vagava em outra dimensão. Fora então subitamente acordado para anunciar com a corneta a chegada do Governador Lavoisier maia que acabara de chegar ao Palácio Potengi.
Levanta-se Maribondo, mais perdido que cachorro quando cai de um caminhão de mudança. E sem ter consciência do que fazer ou que tocar. Leva a corneta aos lábios e toca aquilo que primeiro vem à sua mente: " Ô coisinha tão bonitinha do pai, ô coisinha tão bonitinha do pai..."
Foi uma situação e tanto.
São causos da nossa terra garimpados por Mané Beradeiro.
Fonte: Causos 2001, de Valério Mesquita. Página 47/48
HELICARLA MORAIS LANÇA SEU PRIMEIRO LIVRO
Amanhã, à noite, dentro das festividades culturais que acontecem por ocasião da Festa da Imaculada Conceição, Padroeira de Ceará Mirim, a jovem Helicarla Morais lançará seu primeiro livro, que tem como título: Três Rios dentro de um homem: Nilo Pereira em Imagens do Ceará Mirim.
Nilo Pereira foi um grande escritor nascido no vale do Ceará Mirim, que agora, no próximo dia 11 de dezembro, se vivo fosse, estaria completando 100 anos de nascimento.
QUEM FOI APARÍCIO FERNANDES?
Aparício Fernandes é considerado o maior antologista do Brasil. Elaborou com seus amigos Zalkind Piatigorski e Magdalena Léa 34 antologias sobre trovadores brasileiros, no período de 1962 a 1965. Fora isto escreveu outros 60 livros.
Estreou com o livro SONHO AZUL, publicado em 1961. Ele é natural de Acari-RN, onde nasceu no dia 16 de dezembro de 1934. Filho de José Fernandes de Oliveira e Verônica Fernandes de Oliveira. Aos 6 anos Aparício Fernandes perdeu a mãe. Morava em Macau, cidade da qual seu pai fora prefeito. Toda sua infância e adolescência foi vivida em Macau.
Em 1952 Aparício Fernandes embarca no navio Itahité, às 22 horas do dia 4 de abril, com destino à cidade do Rio de Janeiro. Tinha ele 17 anos. Chega a cidade maravilhosa no dia 10 de abril daquele ano.
Lá, no Rio, Aparício Fernandes desafia a vida, luta, estuda, trabalha e com grande força de vontade vai subindo os degraus da vitória. A experiência de sua vida e tudo quanto ele passou para ver concretizado seus objetivos ele traduz neste pensamento: "A diferença entre um sonhador e um idealista é que este último luta para realizar aquilo que sonhou".
Realmente Aparício Fernandes foi um idealista. Fez muito pela cultura brasileira, divulgou poetas dos quatros cantos do Brasil, cantou que "o livro é luz diferente que nos aclara a razão. Mais vale um livro na mente que uma lanterna na mão". E assim vamos conhecendo Aparício Fernandes, um homem que deixou não somente um legado literário, mais também uma lição de vida para seus familiares e brasileiros.
Estreou com o livro SONHO AZUL, publicado em 1961. Ele é natural de Acari-RN, onde nasceu no dia 16 de dezembro de 1934. Filho de José Fernandes de Oliveira e Verônica Fernandes de Oliveira. Aos 6 anos Aparício Fernandes perdeu a mãe. Morava em Macau, cidade da qual seu pai fora prefeito. Toda sua infância e adolescência foi vivida em Macau.
Em 1952 Aparício Fernandes embarca no navio Itahité, às 22 horas do dia 4 de abril, com destino à cidade do Rio de Janeiro. Tinha ele 17 anos. Chega a cidade maravilhosa no dia 10 de abril daquele ano.
Lá, no Rio, Aparício Fernandes desafia a vida, luta, estuda, trabalha e com grande força de vontade vai subindo os degraus da vitória. A experiência de sua vida e tudo quanto ele passou para ver concretizado seus objetivos ele traduz neste pensamento: "A diferença entre um sonhador e um idealista é que este último luta para realizar aquilo que sonhou".
Realmente Aparício Fernandes foi um idealista. Fez muito pela cultura brasileira, divulgou poetas dos quatros cantos do Brasil, cantou que "o livro é luz diferente que nos aclara a razão. Mais vale um livro na mente que uma lanterna na mão". E assim vamos conhecendo Aparício Fernandes, um homem que deixou não somente um legado literário, mais também uma lição de vida para seus familiares e brasileiros.
ASSIM DISSERAM ELES
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO
Mais um causo que tem como palco a cidade de Assu. A história de hoje tem como artista principal ALMÁQUIO. O tempo foi naquele em que a inflação habitava os quatros cantos deste país de forma galopante. Pois bem, ALMÁQUIO foi fazer uma farra no cabaré. Procurou o mais chique da cidade. Bebeu, jantou, dançou e foi até para os "finalmentes" com aquela que o acompanhava. Depois pediu a conta. A dona do cabaré lascou uma cifra gigantesca e ainda por cima. mesmo sem ALMÁQUIO perguntar nada, ela foi logo dizendo:
--Agora, por conta do aumento da gasolina não podemos cobrar menos. Tem que ser assim.
ALMÁQUIO pagou, nada reclamou. Quando estava saíndo, a dona da pensão, sentindo que a facada fora grande e que corria o risco de perder um freguês, falou toda carinhosa:
--Marquinho quando você volta?
ALMÁQUIO respondeu na bucha:
--SÓ QUANDO TIVER XIBIU À BUJÃO DE GÁS. PORQUE À GASOLINA SAI MUITO CARO...!
São causos da nossa terra, pérolas colhidas por Mané Beradeiro na literatura potiguar.
Fonte: Causos 2001, de Valério Mesquita, páginas 48 e 49. Edição 2001
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
APARÍCIO FERNANDES, UM GRANDE ESCRITOR POUCO CONHECIDO NO RN
Neste mês de dezembro estarei dando ênfase à obra de Aparício Fernandes, escritor natural de Acari, que viveu sua infância em Macau e quando jovem foi tentar a vida no Rio de Janeiro. Portanto, se você desejar conhecer um pouco de Aparício Fernandes, o maior antologista do Brasil, fique atento às postagens que serão disponibilizadas nesse blog. Dezembro é o mês de nascimento de Aparício Fernandes, se vivo fosse estaria em 2009 completando 75 anos.
Ele já é um dos nomes a ser trabalhado pelo projeto Momento do Livro no ano de 2010.
Ele já é um dos nomes a ser trabalhado pelo projeto Momento do Livro no ano de 2010.
O ANJO DO TEATRO ALBERTO MARANHÃO
Quem visita o Teatro Alberto Maranhão, em Natal, certamente lembra-se de ter sido recepcionado pelo senhor Pedro Salustino de Andrade. Ele sabe a história daquele teatro, também pudera, é um referencial quando se trata do TAM. Vive ali nada mais nada menos que cinquenta e oito anos, desde o dia 25 de janeiro de 1950, quando da gestão do prefeito de Natal, Wilsom Miranda.
Naquela época o TAM estava sob a responsabilidade da Prefeitura de Natal e diz o anjo do TAM que muitas vezes não havia recursos suficientes para cuidar do teatro. Quando isso acontecia, Pedro Salustino de Andrade saia pelo comércio pedindo gêneros de material de limpeza para conservar a casa de espetáculo de Natal.
Fez isso não apenas uma vez, mais várias e tantas quantas foram necessárias. Saia a pé, andando da Ribeira até os limites da capital, onde ficava o 16º Batalhão de Infantaria Motorizado. Por tais atitudes e dedicação, cabe a Pedro Salustino o título de Anjo do TAM. A Diretoria do teatro reconheceu os serviços prestados por Pedro e homenageou com uma placa onde registra os cinquenta anos de dedicação àquela casa.
Pedro é morador da Rua Alípio Bandeira, Quintas, tem treze filhos, doze netos, dois bisnetos. Viu muitas companhias de teatro chegando ao TAM e emociona-se ao lembrar a despedida de Procópio Ferreira, que aconteceu no palco desse teatro em 1979.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Dr. ODILON DE OLIVEIRA UM ORGULHO NACIONAL
Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã, cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. 'A única diferença é que tenho a chave da minha prisão'.
Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.
Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3 mansões - uma, em Ponta Porã, avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte.
'Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil.' No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. 'Estou valorizado', brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado.
Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta.
'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada.' Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. 'Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.' Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker', auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos , condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda.
Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o 'rei da soja' no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. 'As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados.' O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha 'dever de ofício' enfrentar o narcotráfico. 'Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.'
ESTE MERECE NOSSOS APLAUSOS!
POR ACASO A MÍDIA NOTICIOU ESSA BRAVURA QUE O BRASIL PRECISA SABER?
Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.
Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3 mansões - uma, em Ponta Porã, avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte.
'Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil.' No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. 'Estou valorizado', brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado.
Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta.
'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada.' Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. 'Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.' Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker', auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos , condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda.
Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o 'rei da soja' no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. 'As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados.' O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha 'dever de ofício' enfrentar o narcotráfico. 'Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.'
ESTE MERECE NOSSOS APLAUSOS!
POR ACASO A MÍDIA NOTICIOU ESSA BRAVURA QUE O BRASIL PRECISA SABER?
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO
E para encerrar o mês de novembro com chave de ouro, Mané Beradeiro nos conta hoje um causo que aconteceu com Francisco Martins Alves Neto, quando ele fora seminarista diocesano, isso foi lá pros idos de 1983. Neto, como era conhecido, foi convidado pelo Cônego Ruy Miranda, então pároco de Ceará Mirim, para acompanhar o missionário Frei Damião, nas missões populares que estavam acontecendo na praia de Maracajaú-RN.
Numa das noites das missões Cônego Ruy não pode ficar naquela localidade, pois foi vitimado por uma forte dor de dende. Neto fica sozinho com Frei Damião.
À noite, o frade capuchinho fez a pregação para uma grande multidão e, como sempre, após a homilia, dava a bênção do santíssimo aos presentes. E é aqui que começa o humor do causo, acompanhem.
Frei Damião para dar a bênção do santíssimo precisava usar uma veste litúrgica conhecida por VEU DE OMBRO. Ele entra na capelinha e pede ao seminarista (Neto), falando bem baixinho:
--Dê-me o véu de ombro.
Neto entende: "Padre Ruy tá onde?" e responde:
--Foi para Ceará Mirim, com uma grande dor de dente.
Novamente o frade capuchinho pede com voz calma, porém muito baixa:
--Dê-me o véu de ombro.
Desta vez Neto, entendeu errado de novo, achava que ele tinha perguntado: "Qual é o seu nome?" e respondeu:
--Neto.
Frei Damião olhou bem sério para Neto e falou mais alto um pouco:
--Dê-me o véu de ombro!
O pobre do seminarista, com todo aquele barulho das beatas que cercavam a capelinha e não deixava entender o que o frade falava, mais uma vez interpretou de forma errônea:
--Sou daqui mesmo, de Dom Marcolino, distrito de Maxaranguape.
Foi a gota d'água. O Capuchinho berrou literalmente aos ouvido do seminarista:
-DÊ-ME O VÉU DE OMBRO! VOCÊ É MÔCO, DOIDO?
Aí sim, o seminarista largou o véu de ombro nas espáduas do Frei Damião, e fez com tanta força que mais parecia um vaqueiro pondo uma cangalha num jumento.
domingo, 29 de novembro de 2009
MANÉ BERADEIRO GANHA SUA CARICATURA
A artista plástica Cimara Cláudia, que trabalhou aqui em Natal e agora reside em São Paulo, Capital, foi a criadora da caricatura de Mané Beradeiro, personagem que o escritor Francisco Martins Alves Neto realiza dentro do projeto Momento do Livro.
Agora, a arte de Cimara Cláudia fará parte dos textos que são postados neste blog, com o título:O Humor de Mané Beradeiro, onde são contados causos da nossa literatura potiguar.
Aguardamos comentários dos leitores sobre o desenho acima.
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