domingo, 24 de janeiro de 2010

O CRIADO CONTRA A CRIAÇÃO: A TRAIÇÃO DOS POLÍTICOS


Carta para Mel - IV




Por Flávio Rezende*

Ontem a princesa que torna os meus dias e os de Deinha e Gabriel mais felizes completou dois meses. Cumprimos a rotina das vacinas recomendadas, a fuga dos curiosos desavisados que buscam com mãos sujas o corpo ainda frágil da nova criatura e, voltamos para casa onde estamos reclusos esperando a ultrapassagem dos três meses sugeridos, para começar a mostrar de maneira mais tranqüila, o planeta que ela voltou a encarnar.

Neste universo caseiro a televisão e a leitura dos jornais revelam a indignação praticamente geral com a classe política. Diante de tantas histórias que mais parecem estórias, tamanha a ousadia dos personagens deste segmento social, fiquei pensando se daqui a 20 anos, quando Mel estiver no auge do entendimento de tudo que acontece, ainda existirá a classe de políticos.

Assim como estamos inventando muitas coisas na área de saúde, telefonia, bem estar, turismo, urbanismo e automobilismo, certamente algum gênio esfregará seu juízo do bem e nos brindará com um novo modelo de gestão, eliminando os predadores do tesouro público, tão precioso para o coletivo, mas, infelizmente, surrupiado por políticos insensíveis, muito egoístas em suas maldades, que desprezam as mortes advindas de seus desvios e de suas condutas malignas.

Com a popularização da internet e o acesso a esse fantástico universo tecnológico, bem que podíamos decidir tudo que nos diz respeito, votando através de um programa desses, eliminando assim intermediários, que já não são mais importantes e nem necessários, pois criados por nós, adquiriram imunidades e, contaminados pelo vírus da individualidade, se desprenderam da origem da necessidade, ficando isolados e infestados por ações que são opostas ao interesse coletivo das sociedades em geral.

Minha linda Mel pode ser que me pergunte ai no futuro, como eles surgiram. Acredito que o ser humano, nos primórdios de sua existência, era muito sujo, egoísta, não ligava para a necessidade dos demais, tendo um comportamento agressivo e que colocava em risco a sobrevivência da própria espécie.

Com o decorrer do tempo, foi ficando mais inteligente, procriando, começando assim a sentir a necessidade de escolher alguns dentro do próprio grupo para decidir algumas coisas, enquanto outros saiam para caçar ou depois, guerrear.

Uma série de fatores levou o ser humano naturalmente à eleição de uns para a manutenção da ordem, a elaboração de regras, a tomada de decisões. Ficava difícil todo mundo dar uma opinião, uns estavam fora, outros alheios. Com uns poucos assumindo o comando das coisas mais gerais, outros ficavam livres para caçar, colher frutos, construir abrigos.

E a coisa foi indo, com o tempo a inteligência foi aumentando mais ainda e foram sendo criados sistemas diferentes de gestão a esses seres eleitos para cuidar das coisas comuns a todos nós. Uns acharam que era melhor socializando tudo, outros democratizando e, tem até alguns, que querem a decisão sendo tomada por apenas um, o que chamam de ditadura, totalitarismo etc.

O problema é que de uma maneira ou de outra, a origem das coisas, o sentido de tudo, a filosofia da representatividade sumiu. Os que são eleitos para tomar decisões pelos demais, voltaram ao que éramos no começo, egoístas e, ganham de todos para atender somente seus interesses por mais dinheiro, carros, poder, sexo, comida, roupas, jóias, viagens, ações, aviões e mídia, deixando o planeta, países, estados e municípios mais pobres, fragilizando a espécie humana, degradando regras de conduta duramente talhadas ao longo de milênios, empobrecendo o debate e desumanizando tudo, posto que humilhados, roubados e aviltados em nossa fé numa perfeita representatividade, ficamos mais pobres de bens materiais e de espírito, jogados pelos cantos, reclamando, nos estressando, impotentes, assistindo ao desfile de carros cada vez mais imponentes, jantares que somam quantias superiores a dois, três mil reais, proseccos e uma proteção legal, através de leis lentamente criadas, para a salvação dos ricos e, rápida eficácia na condenação dos pobres.

Minha linda e doce Mel, espero que ao ler este artigo do seu pai, no ano de 2030, essa turma já não exista mais. Torço para que cada cidadão possa retomar, com ajuda da tecnologia, o poder de decisão. Hoje os políticos estão cegos e mergulhados num universo irreal de assessores, verbas indenizatórias, passagens aéreas, carros caríssimos, café toda hora, dinheiro na cueca, enredados em prostituição, desvio de verbas, conversas infindáveis de interesse de grupos partidários, curtindo a vida em iates, twitters, lojas de grife, Roma, Paris, Barcelona.

As pessoas de bem, os heróis que tem um olhar para o semelhante, que trabalham para que todos sejam ricos material e espiritualmente, não precisariam estar mendigando apoios por ai, se as riquezas estivessem sendo administradas por políticos sérios, por seres que realmente pensam no coletivo. Eles seriam esses heróis.

É verdade Melzinha que toda generalização é equivocada, dentro deste universo, almas boas militam, tentam, conduzem suas vidas e produzem seus atos de acordo com o verdadeiro espírito público. Por eles é que ainda não aconteceu uma grande convulsão, uma revolta e um quebra-quebra generalizado.

Seu pai é um otimista, um ativista social, convive com tudo e com todos e, sonha, sonha com a volta do real sentido da representatividade ou, com a união da tecnologia com a necessidade das decisões coletivas. Certamente todos nós teremos condições de resolver através de um programa de computador, qualquer assunto, seja ele municipal, estadual, federal ou terral.

Quando isso um dia acontecer e os que são egoístas sumirem, o planeta estará mais feliz, a riqueza melhor dividida e todos, do mais rico ao mais pobre, poderão ao menos perceber que a diferença de um para o outro, não é do zero para o infinito. Um dia as pontas estarão ao nível da visão e, só o fato de se enxergarem, será suficiente para promover a grande revolução: a do amor e do sentimento de que todos somos UM.

* É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 7/2010


Livro: Revista do Conselho Estadual de Cultura do RN
Ano III, nº III, 2007
174 páginas.
Leitura: 21 a 23 de janeiro de 2010

Ilustrações de Dorian Gray Caldas
1ª parte um dossiê sobre Jorge Fernandes, com a participação de Nelson Patriota, Câmara Cascudo, Veríssimo de Melo, Luis Patriota, Humberto Hermenegildo, Maria Lúcia de Amorim Garcia, Dorian Gray e Francisco das Chagas. São textos indispensáveis para quem desejar se aprofundar na vida e obra de JF.
Ao longo da revista há também bons ensaios, poesias, resenhas.Em suma: os três números editados têm mantido a qualidade editorial e textual. Gostaria apenas de registrar que nesta última, na página 92, houve uma repetição de um texto na nota de rodapé nº 32.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

SHOW DE MANÉ BERADEIRO ABRIRÁ CALENDÁRIO ESCOLAR PARA O MOMENTO DO LIVRO 2010


Francisco Martins Alves Neto inovará este ano a abertura dos eventos referentes ao projeto Momento do Livro. Em março, com data e local a serem definidos, haverá um show de abertura com Mané Beradeiro, no qual durante aproximadamente uma hora, o cidadão da lendária e mítica São Sarauê contará causos, declamará poesias matutas e falará sobre coisas e costumes do sertão.
O show custará R$ 10,00 ( preço único) e quem desejar fazer um pré-reserva, já pode entrar em contato através do e-mail maneberadeiro@hotmail.com ou pelo telefone (84) 9178 0954. O público será limitado. Não perca esta oportunidade de conhecer o Momento do Livro e Mané Beradeiro.

VAI LONGE ESTE TEMPO


"Ração de cavalo é milho, de cantador é dinheiro, de homem que faz gosto a macho eu só conheço barbeiro, que esfrega o freguês na cara, passa pente e bota cheiro"

ASSIM DISSERAM ELES...


"Com dois D pode-se ir aonde quiser. Um D de dedo para apontar e o o outro D de dolar para pagar".

Major Theodorico Bezerra.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 6/2010


Livro: A insustentável leveza do ser
Autor: Milan Kundera
19ª edição. Editora Nova Fronteira, 1985
314 páginas
Leitura: 14 a 20 de janeiro de 2010.

Neste livro tão cheio de interiorização, o autor Milan Kundera, nos faz refletir sobre a vida, seu peso e a realidade dos acontecimentos que fazem com que ela tenha uma leveza sem par. Através de Tomas, Teresa, Franz, Sabina, os personagens principais, conhecemos um pouco da história de Praga nos anos comprendidos de 1960 a 1970. É um romance para ser lido com calma, degustando das páginas onde o escritor mostra sua arte, quando retrata a vida e o lado sexual dos personagens. Tudo feito com maestria, equilíbrio, profundidade, arte.
Como é de praxe, coletei algumas frases. Ei-las:
"Aquele que quer deixar o lugar em que vive não está feliz"
"Não se brinca com as metáforas. O amor pode nascer de uma simples metáfora"
"Para que o amor seja inesquecível é preciso que os acasos se juntem desde o primeiro instante"
"Quando o coração fala, não é conveniente que a razão faça objeções".

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO


-Oremos! Sim, oremos, porque o causo que vou contar diz respeito a um homem santo, seu nome: Dom Manoel Tavares de Araújo, natural de São José de Mipibu, foi vigário em Angicos e Bispo da Diocese de Caicó (1959-1978). Dom Manoel infelizmente já não está no nosso meio, mas dele se sabe de muitas histórias hilárias, que o diga o Cônego José Mário.
O causo que vou contar hoje aconteceu durante um retiro espiritual, que Dom Tavares estava pregando para as freiras da Congregação do Amor Divino, em Emaús (Parnamirim-RN). Dom Manoel passou dois dias inteiro falando sobre a extrema necessidade de que a fé fosse vivida sobre uma realidade social concreta e não abstrata, que as orações deviam ser feitas pelas pessoas que passavam fome, estavam desempregadas, sem paz, sem saúde, marginalizadas, etc.

E para que isto entrasse no juízo das freiras, Dom Tavares não mediu esforços. Naquela época estava no auge a famosa Teologia da Libertação. Finalmente chega o último dia do retiro, Dom Tavares estava celebrando a missa de encerramento, dentro da liturgia, quando chega o momento das orações dos fiéis, ele deixa que cada freira faça em voz alta suas próprias petições e agradecimentos. Seria o momento de testar se verdadeiramente elas haviam absorvido seus ensinamentos. Uma das freiras reza:
-Quero agradecer a Deus pelo sol que hoje iluminou minha janela. Oremos ao Senhor!
Todos responderam: - Obrigado Senhor!
Outra freira:
-Eu quero pedir pelas margaridas que brevemente vão se abrir e tornar lindo nosso jardim.
E uma terceira freira assim se expressou:
- Senhor, olhai por todos os rios, bosques, campos...
Nesta hora, Dom Tavares já estava mais cheio que um baiacú, não suportou tamanha indiferença com o que havia ensinado e concluiu a oração dos fiéis, deste modo:
-Oremos por Lampião e Maria Bonita, que foram dois lascados e ninguém se lembra deles!
Não é preciso dizer que as freiras ficaram boquiabertas com esta petição.
***

Causos da nossa terra. Garimpado por Mané Beradeiro.
Fonte: Ouvido pelo próprio Dom Tavares, no Seminário de São Pedro, em Natal, em 1982.


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

COM Z OU COM C?

Há uma história que circula pelo anedotário popular que certa vez, um prefeito de uma cidade interiorana mandou sua secretária preencher um cheque no valor de trezentos reais e pagar um prestador de serviço.
A secretária fica ali oscilando com a caneta na mão e pergunta ao prefeito:
-Prefeito, trezentos se escreve com Z ou C?
O prefeito que não sabia da resposta, sai com esta:
-Faça dois cheques de cento e cinquenta, mas pelas caridades pague ao homem!.
Parece até causo de Mané Beradeiro¹, mas não é. Na verdade o ato de escrever bem definiu Ascendino Leite: "escrever é alinhar palavras adequadas para lhes dar a expressão correspondente"². Entretanto, o que tenho descoberto nesta minha caminhada de leitor faminto é que nem sempre as coisas caminham tão bem. Vejamos alguns exemplos.
No livro "O Vendedor de Sonhos"³ de Augusto Cury, na página 184 há pleonasmo vicioso: subiu em cima, bradou alto. Nem mesmo Jean-Paul Satre escapou do pleonasmo, no livro "As Palavras", 6ª edição, Nova Fronteira, traduzido por J. Guinsburg, encontramos na página 45: "bastava-me subir em cima de uma toca". No romance "Dona de Olhos Azuis" o autor usou a palavra estadia, quando na verdade deveria ser estada (páginas 224 e 480). O que eu estranhei mesmo foi no livro "Os Contos de Belazarte", lançado pela Itatiaia, na 7ª edição, Mário de Andrade escreve literalmente xicra e chacra, quando deveria ser xícara e chácara ( páginas 99 e 137). O certo é que vendo estes erros eu aprendi que posso continuar escrevendo, aprendendo e aperfeiçoando meu português e meus conhecimentos gramaticais, necessariamente não preciso ter um cheque de trezentos reais na mão, dois de cento e cinquenta também atendem.

¹Mané Beradeiro, personagem criado por Francisco Martins, que faz parte do Momento do Livro e conta causos e declama poesias matutas.
²Os Dias Memoráveis, 1987, página 194.
³ Edição 2008

ASSIM DISSERAM ELES...

"Se a sociedade livre não puder ajudar os muitos que são pobres, não poderá jamais salvar os poucos que são ricos"

Presidente Kennedy, em 20 de janeiro de 1961, no discurso de posse.

MOMENTO DO LIVRO GANHA RECONHECIMENTO MUNICIPAL

Duas prefeituras municipais, Parnamirim e Ceará Mirim estão mantendo contato com o gestor do Momento do Livro, escritor Francisco Martins Alves Neto, para que durante o ano de 2010, as escolas municipais recebam a apresentação deste projeto.
Em Parnamirim os contatos estão sendo feitos pela Fundação Parnamirim de Cultura e em Ceará Mirim através da própria Secretaria Municipal de Educação.
Uma vez firmado os convênios, O Momento do Livro far-se-á presente nas escolas destes municípios, levando aos alunos contação de histórias, apresentação de Mané Beradeiro e do Palhaço Leiturino.

sábado, 16 de janeiro de 2010

RELEMBRANDO OS MOMENTOS DO LIVRO
















SEJA VOCÊ UM COLABORADOR DO MOMENTO DO LIVRO

O projeto Momento do Livro estará começando suas atividades no mês de março. Até lá e durante o ano inteiro o escritor Francisco Martins Alves Neto, coordenador do projeto, recebe doações de livros. Todo e qualquer livro é bem vindo, basta que o mesmo não seja didático e esteja em bom estado de conservação. Quem desejar ser colaborador deste projeto é só entrar em contato com o escritor, através do telefone (84) 9178 0954 ou enviar e-mail para momentodolivro@hotmail.com
Muitas pessoas já estão contribuindo com o projeto. Os livros arrecados são distribuidos para alunos, profesores e bibliotecas, sempre que a instituição visitada acolhe o projeto. Momento do Livro começou no dia 7 de outubro de 2008, tendo como berço a Escola Estadual Dom Nivaldo Monte, em Parnamirim_RN.
Seu objetivo é levar ao público histórias dos nossos escritores, dando ênfase à produção potiguar. Francisco Martins também faz palestras sobre a vida e obra dos escritores, conta histórias crianças, através do Palhaço Leiturino e para o público jovem e adulto, tem em seu repertório os causos e a poesia matuta que são apresentados por Mané Beradeiro.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 4 E 5/2010


Livros: Revista do Conselho Estadual de Cultura do RN
Ano I, nº I, 2005 (169 páginas) e Ano II, nº II, 2006 ( 159 páginas)
Leitura: 12.01.10 a 15.01.2010

O Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte foi criado em 4 de outubro de 1968, mas somente em 2005
começou a ter sua revista. Até o momento foram editados três
números. Li os dois primeiros. A revista nº I traz em sua primeira parte uma dedicação aos 400 anos do maior e principal romance da história da literatura mundial: Dom Quixote.
As revistas são bem produzidas, com a participação de ensaístas, poetas, contistas daqui do Rio Grande do Norte e também de outros estados.
O artista ( leia-se também poeta, ensaísta, contista) Dorian Gray Caldas é quem faz as ilustrações.

A revista de 2006, nº II, dedica suas primeiras páginas aos 50 anos da publicação de Grande Sertão Veredas, do Guimarães Rosa. Excelente material com entrevista e ensaios. Há também nela além de poesias e contos, uma cronologia completa e atualizada sobre Zila Mamede, feita por Gildete Moura de Figueiredo, professora e pesquisadora da UFRN. Em suma: Revista do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte é para ser lida, relida e divulgada no meio estudantil e cultural dos quatros cantos do estado.

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO


-Meus senhores, minhas senhoras, neste ano que estamos começando a viver, de forma tão bela e intensa, eu, Mané Beradeiro, prometo a vocês que...
Peraí, peraí, isto está parecendo conversa de político. Também pudera! O causo de hoje é sobre Avelino Matias, ex-prefeito em Brejinho - RN, onde ele é conhecido por "Meu Pai". A cidade estava concentrada na praça pública ouvindo os candidatos à política municipal, no palanque discursava "Meu Pai":
-Nós vai melhorar a edução do município. A gente vamos trabalhar pelos mais pobres e nós vai ajeitar as estradas..."
A sua filha, prefeita, aproxima-se do pai e diz ao seu ouvido:
-Pai, empregue o plural.
Aí Avelino soltou-se:
-Nós vai arranjar emprego por plural, o pai do plural, a mãe do plural, prá família toda.

Eita lasqueira!

Causos da nossa terra, garimpados por Mané Beradeiro.

Fonte: Livro CAUSOS 2001, de Valério Mesquita, páginas 65.

FIQUE SABENDO...

Os livros só começaram a ser editados no Brasil em 1808, com a criação da Imprensa Régia, criado por Dom João VI. Antes, os livros que circulavam no Brasil vinham de Portugal e eram pouquíssimos.

***
O primeiro romance realista da História foi escrito por Miguel de Cervantes Saavedra,no início do Século XVII. O título é nada mais nada menos que Dom Quixote, uma obra que já passou dos seus 400 anos de existência.

***

O livro mais vendido do mundo, a Bíblia, tem 1190 capítulos. Se o leitor se propor a ler três capítulos diários ( de segunda a sábado) mais cinco capítulos aos domingos, conseguirá ler todo o Antigo e Novo Testamento dentro de um ano.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 3/2010



Livro: Como estudar a Bíblia sozinho


Autor: Tim LaHaye


Ed. Betânia. 5ª Ed. 1984


Leitura: 01.01.10 a 12.01.2010



Existe somente um modo para crescer e fortalecer espiritualmente os crentes em Jesus, a saber: estudar a Palavra de Deus. É isso que este livro nos ensina. Muito rico em experiências e informações. Indispensável para quem realmente busca viver e conslodidar sua fé cristã. Todos nós somos aquilo que lemos, diz o autor.
Tom é um professor que tem grande prática de ensinar as pessoas as descobrirem o valor da Bíblia, estudá-la e sobretudo vê-la como o maior dos livros.

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO


Comecei 2010 criando galinhas. Além de ser um negócio rendável é também fonte de prazer. Ademais, matuto não sabe viver sem criação, tem que ter por perto cabra, vaca, galinha, preá, cachorro, etc.
Então eu comprei algunas galinhas de granja e meu sogro me deu uma caipira, juntei todas no mesmo galinheiro. E uma tarde, quando fui chegando para dar comida as bichinhas eu ouvi uma discussão entre duas galinhas. A coisa foi mais ou menos assim:
De Granja: Tu é uma galinha otária, vive numa eterna luta. Mode arrumá o que comer, de manhã à noite é puta. E prá cagá o que come, bota uma força bruta.
De Caípira: Tua vida é muito curta, munto pouco tempo dura. Toma hormônio prá crescer, come ração sem mistura. A tua carne é sem gosto, prá quem come, é merda pura.
De Granja: Tu não é muito diferente, tem mais longa a tua vida, mode a demora em crescer, para ser consumida leva quase sete meses, até quando é abatida.
De Caipira: Mais in valô nutritivo juro que di'eu, tu num ganha. Do meu volume de carne, de capote, tu apanha. E adispois de tu guizada, se dismancha toda in banha.
De Granja Mais quando alguém tá doente, qui precisa de uma canja, de uma cumida inocente, a mãe, com todo cuidado arranja, mode dá como remédio, uma galinha de granja.
De Caipira: Adispois qui a muié pari, na hora do seu resguardo, quando o mininim nascer e aliviar o seu fardo, mode se recuperá, vem logo atrais do meu caldo.
De Granja: Tu só come do pior, posso até fazer aposta, passa fome de montão, de todo basculho gosta, e quando tua fome aperta, bebe mijo e come bosta.
De Caipira: Tu com bestera, e teu ovo? Pouco a pessoa alimenta. É mais barato, tá certo, porém a ninguém sustenta. Teu ovo é vinte centavo, o meu, é quage cinquenta.
De Granja: Tu com essa pabulagem, se acha esperta pra xuxu, mais para lhe entupir eu vou perguntar pra tu: Tu acha que trinta centavos compensa eu rasgar meu cu?
De Caipira: Eu passo o dia no mato, de noite venho discansá, Me assubo no puleiro, fico inté o Só raiar. Tu é cumendo direto, la nos galpão, sem pará.
De Granja: Dia e noite sem parar na ração eu vou vivendo. Eu aqui na mordomia e tu, no mato, sofrendo, Comendo munturo e bosta, e uns galo te cumendo.
De Caipira: Se uns galo tão me comendo, eu chego mudo de tom, da zuada qui nós faiz, muito longe se oice o som. Eu levando chibatada, cantando e achando bom.
De Granja: Falando de companheiro, de tu, aí também ganho. Pra galo que nem os teus, eu juro que não me assanho. Os teus são pequenininhos e os meus são desse tamanho.
De Caipira: Os teus é desse tamanho, mais prá eu é infadado. Abasta dá umazinha, fica arquejando, cansado. Meus piquininim é macho , e dá conta do recado.
Homi se eu nãoi tivesse espantando as galinhas, a briga ia durar um tempão, Terminei com aquela prosa galinácea, joguei os milhos, pus a água e separei as duas depois. Mas cá prá nós, caipira é bem melhor, não é?
****
O causo acima foi criado baseado no cordel PELEJA DAS GALINHA DE GRANJA X CAIPIRA, de Roberto Coutinho Motta, o famoso BOB MOTTA, cujo teor encontra-se em itálico.

ASSIM DISSERAM ELES...


"As sepulturas e que tornam um local nosso"


John Steinbeck, no livro A UM DEUS DESCONHECIDO.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 2/2010


Livro: OS DIAS MEMORÁVEIS

Autor: Ascendino Leite

Ed. EdA. 1987 - RJ - 296 páginas

Leitura: 08 a 11 de janeiro de 2010


Quando este livro foi publicado em 1987, Ascendino Leite estava com 87 anos. Os Dias Memoráveis é o XII do conjunto de litros de memórias biográficas que ele denominou a série de Jornal Literário.
É um livro para homens e mulheres maduras que tên um encontro marcado com a velhice. Nele, Ascedino Leite nos presenteia através da sua prosa tão bonita e filosófica uma lição de vida. "O essencial é atravessar o plasma escuro da velhice, com o mínimo de quedas ou aleijões e sen dizer um ai que seja ouvido" (pág.15).
O que muito me chamou atenção foi o elo que Ascedino Leite tinha com os escritores potiguares, como Américo de Oliveira Costa, Veríssimo de Melo, Câmara Cascudo, Homero Homem. Ele também dá uns conselhos sobre a vocação do escritor, da obra copiei estas frases que achei singulares e aplicáveis:
"A primeira qualidade do escritor é o estilo, a segunda, ter o que dizer. A última, a que coloque no dever de considerar suas próprias impossibilidades" (pág.139)
"Escrever é alinhar palavras adequadas para lhes dar a expressão correspondente" (pág.194)
Gostei do livro, espero ter a oportunidade de ler os outros volumes desta série.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO


Um dia um francês estava visitando Natal e foi conhecer uma feira livre. Ao chegar junto a um matuto, que vendia côco, falou:
-Bonjour!
-Não é beiju não, é côco. Respondeu o matuto.
-Comment s'apelle ce fruit?
-Não se pela, se descasca. Disse o vendedor já mangando do francês.
-Comment?
-Com as mãos não, com uma enxada ou um facão.
-Alors, je ne compred pas. Desculpa-se o francês.
E o matuto já bem irritado responde:
-Se não quer comprar, vá pro inferno...

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E tem outro causo, que Chico Novo, lá de Dom Marcolino Dantas, interior de Maxaranguape-RN, gosta de contar. Diz ele que certa vez dois rapazes da zona rural começaram a estudar francês. Eles não tinham professor e estavam "aprendendo" francês à sua maneira.
Um dia, um dos alunos chega na casa do outro e diz:
-Pudere entrê?
-Puderê! Responde o amigo.
-Má non pudere proque frechê.
-Então pulé pur riba. Aconselha o outro.

Pérolas da nossa história garimpandas por Mané Beradeiro.

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O 1º causo foi tirado do livro: Eles me Contaram. Humberto Pignataro. Natal Editora, 1999. Página 20.
O 2º causo foi ouvido do próprio Chico Novo.

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Breve o show de Mané Beradeiro para os amigos do Momento do Livro. Cadastre-se e ajude este projeto cultural. Valor do ingresso R$ 10,00 ( preço único). Maiores informações pelo telefone (84) 9178 0954.