domingo, 21 de março de 2010
A MINA DE BREJUÍ - TÚNEIS QUE LEVAM A UM TEMPO ÁUREO
A Mina Brejuí, localizada em Currais-Novos-RN é sem dúvida alguma lugar interessante para ser visitado. Tive a oportunidade de conhecê-la, no último dia 20 de março, quando estive naquela região com um grupo de amigos.
No Parque da Mina há também um museu sobre a história de Tomaz Salustino, o homem que era dono daquelas terras e muito benefício fez a Currais-Novos.
São mais de 65 quilômetros de túneis. Dentro da mina há uma escuridão intensa. Se você não sabe o siginificado da expressão: "Uma luz no fim do túnel" com certeza compreenderá quando um dia visitar a Mina Brejuí.
Hoje, a mina trabalha com apenas dez 200 homens. Já houve um tempo em que ali eram 2000. No tempo áureo. A entrada ao parque é R$ 5,00 por pessoa. Há uma lojinha de lembranças e o museu é rico em peças, fotos, pedras e outros objetos, pena que não é permitido fotografar. Entra-se até descalço. É sem dúvida um passeio encantador.
Veja as fotos abaixo
quinta-feira, 18 de março de 2010
"LER RIMA COM VIVER: CULTIVANDO O PRAZER DA LEITURA"
segunda-feira, 15 de março de 2010
LIMA NETO ESCREVEU CRÔNICA SOBRE A INFÂNCIA
sábado, 13 de março de 2010
MANÉ BERADEIRO PARTICIPA DE ENCONTRO REGIONAL
Mané Beradeiro estará no dia 19 próximo, participando do Iº Encontro Regional de Aposentados e Pensionistas da UFRN e UFERSA, que acontecerá pela manhã, no auditório da Faculdade de Farmácia, no Campus Universitário, em Natal. Mané Beradeiro atende com muito prazer o convite que foi formulado pelo SINTEST-RN e fará dentro de sua apresentação, um momento lírico com os presentes, numa viagem cultural que reviviverá personagens inesquecíveis do Rio Grande do Norte, através da contação de causos.
domingo, 7 de março de 2010
A CRONOLOGIA DA MULHER
Aos 10 anos algumas ainda bricam. Há até aquelas que seguram bonecas.
Aos 15 anos, inegavelmente estão desabrochadas no jardim da vida. São flores femininas, mulheres em expansão.
Aos 20 anos, acham-se no direito de voar, corpo e mente há muito que já perderam a definição do que seja limite. Para elas há tão somente o céu e o horizonte, únicas verdades a conquistar.
Aos 30 anos, muitas delas já acalentam nos braços o fruto de um amor. Têm nos filhos a expresão máxima da sublime vocação da mulher.
Aos 40 anos, estão no topo. São lobas aguçadas, mulheres maduras, que preferem caçar a serem escolhidas.
Aos 50 anos, contemplam o lar ( quando ainda existe), reúnem-se com amigos(as), buscam algumas, rejuvenescer o corpo.
Aos 60 anos, deleitam em celebrar as vitórias dos netos. Sonham em descançar. Algumas sustentam a família com o que recebem da aposentadoria.
Aos 70 anos, mãos frágeis, pernas que se negam a manter a velocidade de alguns anos atrás, elas representam para nós nosso patrimônio maior.
Aos 80 anos, quando ainda a temos conosco. Somos ricos, pelas pessoas que são, experientes, vividadas.
Aos 90anos, ah! quem dera que em cada casa deste Brasil pudéssemos ter uma mulher anciã. Bem cuidade, alimentada, sadia, com cabelos brancos, olhos brilhantes e voz baixa a nos falar da beleza que é ser mulher.
(Livro "Degustando Poesia", Francisco Martins. páginas 66/67)
MULHERES
Mulheres,
Mulheres, vocês percebem que quando pronunciamos esta palavra há um ritmo acelerado? É algo parecido com velocidade, dinamismo, originalidade, criatividade.
Mulheres.
É magnífico saber que elas existem. Eu ouso dizer e propagar para todos os ventos, que as mulheres são flores criadas por Deus, que receberam alma, evoluiram e vivem para nos fazer feliz!
E, se porventura, algum homem não consegue ser feliz ao lado de uma mulher, é porque, com certeza, ele não compreende a flor que abraça e embeleza o seu lar.
Mulheres.
Não consigo viver sem elas. Primeiro foi minha mãe, depois me lembro que amei minhas tias, vieram as irmãs, as sobrinhas, e hoje, nutro amor pela esposa, e como a amo! Tenho também carinho por vocês amigas.
Mulheres deviam ser no dicionário sinônimo de riqueza, pois pela Bíblia elas já são: "Mulher virtuso, quem a achará? O Seu vlor muito excede o de rubins" (Prov. 31,10)
Mulheres, em seus braços descansam guerreiros. Com suas carícias são capazes de dobrarem os mais astutos dos homens.
Que neste Dia Internacional vocês sejam imensamente abraçadas e tenham reconhecida o seu valor.
sexta-feira, 5 de março de 2010
JÂNIA SOUZA LANÇA LIVROS EM MARINGÁ
terça-feira, 2 de março de 2010
EIDER FURTADO É O NOVO IMORTAL DA ANRL
ACADEMIA DE LETRAS PASSA POR REFORMAS
segunda-feira, 1 de março de 2010
A HISTÓRIA ME DISSE:
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Neste mesmo dia, do ano de 1881 faleceu Manoel Varela do Nascimento, o Barão de Ceará-Mirim, Coronel da Guarda Nacional e senhor de engenho, tendo sido também Vice-Presidente da Provóncia do RN, além de deputado provincial.
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Em 2 de março de 1901 foi instalado o Colégio Diocesano Santa Luzia, em Mossoró.
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Também em 2 de março de 1942 é criada a Base Aérea de Natal, que desempenhou importante papel na 2ª Guerra Mundial.
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Em 5 de março de 1868 foi criado o município de Caraúbas, desmembrado do de Apodi.
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Morre o poeta Moysés Sesyom, em Açu, no dia 6 de março de 1932. Há controvérsias nesta data, pois sengundo Veríssimo de Melo a data teria sido 9 de março de 1932.
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No dia 9 de março de 1911 nasceu José Bezerra Gomes, em Currais Novos. Bacharel em Direiro, escritor e historiador.
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10 de março de 1895, nasceu em Natal, o Príncipe dos Poetas Potiguares, Otoniel Menezes.
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No dia 11 de março de 1880 nasceu em Natal, Sebastião Fernandes de Oliveira, que foi jurista, advogado, desembargador e 1º Diretor da Escola de Aprendizes de Artífices de Natal, atual IFTERN.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
LEITURINO NO ENÉAS
Foi ontem, à noite, na Escola Estadual Enéas Cavalcanti, em Ceará Mirim, que Leiturino ( Francisco Martins) se apresentou para os professores daquela instituição. Após a contação de histórias de trancoso e facécia, o escritor falou sobre o seu projeto Momento do Livro e fez doações de alguns livros para a platéia. Voltar ao Enéas Cavalcanti é sempre muito prazeroso. Meus agradecimentos a equipe de diretores, coordenadores, professores e demais funcionários. Fico aguardando o envio das fotos para posterior postagem sobre o evento.
UM SONHO INESQUECÍVEL
Não faz muito tempo que sonhei algo maravilhoso. Nos sonhos as coisas acontecem sem grandes explicações. É o inconsciente que domina e administra tudo. Pois bem, sonhei que estava em Ceará-Mirim já com meus quarenta e cinco anos de idade, passeando no átrio do Mercado Central, quando de repente olho para o Casarão dos Correias e vejo que alí não funciona nenhuma loja, apenas uma residência. Curioso, aproximo-me e peço para conhecer aquela casa por dentro. A senhora que me recebe tem cabelos brancos, parecendo flocos de algodão, usa um vestido floral e sorrindo me diz:
-Pode entrar moço.
Entro e fico encantado com a beleza dos móveis e utensílios que existem ali dentro. Pergunto se posso subir e conhecer a parte do pavimento superior. A senhora permite e me acompanha na subida da velha escada de madeira. Lá em cima os quartos também guardam seu explendor. E então meto a mão no bolso, retiro a máquina digital e peço permissão para fotografar.
-Que máquina estranha! Diz a senhora. Toda brilhosa e pequena. A que temos aqui em casa é grande e preta.
Foi quando eu notei que estava numa outra dimensão do tempo. Olhei para o Mercado, vi que ao redor não havia revestimento nenhum de asfalto. Carros, pouquíssimos trafegavam por ali. Muitos homens cavalgavam. Vi um jeep descendo pela Rua do Patu.
Já na calçada do Casarão dos Correias eu pergunto que dia e mês é hoje.
A senhora responde-me indagando:
-Como assim? Você não sabe que dia e mês é hoje?
-Por favor. Que dia e mês é hoje?
-Dezoito de agosto meu filho.
-De qual ano?
-Escuta aqui, você tem problemas? Estamos em mil novecentos e sessenta e seis.
Meu coração bateu forte, acelerou. A respiração tornou-se ofegante e corri em disparada à rua Boa Ventura de Sá. Caiu a ficha. Eu tinha voltado ao tempo. Biologicamente estaria com apenas dois anos de idade. Entrei na rua Boa Ventura de Sá e vi duas araras passeando nos fios da rede elétrica. Tudo Rico e Dona Francisca no balcão da sua bodega. Dr. Rivadávia e Idalina Pacheco na área da sua casa, Dona Ana, saindo com uma lata para buscar água na cisterna da casa de Chico Martins ( meu avó).
Eu vi isto e muito mais no sonho maravilhoso. Passei pelas pessoas na velocidade de um raio, pois o que eu almejava ver mesmo era meus avós maternos. Quando cheguei na esquina e meus olhos volveram-se para dentro daquela mercearia, contemplei um balcão de madeira verde-oliva, uma geladeira antiga, muitas prateleiras, e lá dentro um homem alto, de cabelos brancos, com 63 anos. Era meu avó, o inconsciente ainda resistiu ao sonho, o suficiente para eu ouvi-lo dizer:
-Mimosa, venha cá ver as araras catarolando no fio da energia.
Minha avó apareceu, pequena, cabelos longos e pegando nas mãos do gigante Chico Martins olhou as araras gritarem: "É o padre, é o padre!".
Acordei e não esqueci o sonho que me portou ao dia 18 de agosto de 1966.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
JORNAL DE HOJE E O MOMENTO DO LIVRO
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
CARTAS PARA MEL - VI
Por Flávio Rezende*
Minha doce a amada Mel, estamos atravessando o período carnavalesco do ano 2010, data que marca alguns acontecimentos muito importantes da vida de painho, motivo pelo qual escrevo esta carta hoje, para que possa servir de reflexão para você no futuro.
Exatamente 30 anos atrás, seu pai começava, aos 18 anos, vivências na área da recreação emolduradas pelo consumo liberado de bebidas alcoólicas. Era o tempo da cerveja gelada com ovo de codorna e batata frita. Tendo um dinheirinho a mais, saia um filé com fritas ou caipirinha com calabresa de tira gosto.
Com os hormônios em ebulição, o rock tocando nos aparelhos de som - bem diferentes dos que deve estar usando quando ler esta carta - curtíamos festas embaladas pela onda “discoteca” e por pesos pesados do rock internacional, como Santana, Yes, Pink Floyd, Janis Joplin, Beatles, Elvis, Rick Wakeman e tantos outros igualmente eleitos à época.
Influenciado por alguns amigos, seu pai experimentou e passou a usar cigarro, maconha e loló. No começo de maneira esporádica, de acordo com as sobras da mesada, sempre mais direcionada naquele tempo para a “birita” mesmo.
O tempo foi passando e outras substâncias foram chegando, recebendo guarita de uma parte dos jovens, estando seu pai no meio. A cocaína foi a mais devastadora destas drogas que chegaram e foi, infelizmente, lentamente se instalando entre nossa geração.
Apesar do consumo ser recreativo e com um pano de fundo cultural e social, o tempo passou e poucos conseguiram largar. O que era algo eventual começou a ser usual e, o que era uma diversão, começou a ser um grande problema.
Nos anos 90, comecei a ter interesse por questões espirituais e estive na Índia, conhecendo Sai Baba, chamado de “guru” daquela abençoada terra, incorporando assim em minha vida interesses outros e, começando também, um forte desejo de deixar tudo: álcool, tabaco, maconha, cocaína e até o consumo de carnes em geral e açúcar branco.
Minha linda Mel, seu pai passou 20 anos de uma maneira ou de outra consumindo as substâncias acima descritas. Mesmo sendo tendente ao bem, nunca prejudicando uma outra pessoa, as drogas de alguma maneira, inutilizam vidas e atrasam projetos.
O uso contínuo de uma ou de várias drogas, de maneira mais acentuada ou leve, conduz os usuários à prática da mentira, ao egoísmo, à perda de memória, desagregação familiar, uso inadequado de veículos, sexo irresponsável e a uma série de outras ações, sempre negativas e perigosas.
Doce Mel deve ter, é claro, alguém que vem nessa balada há muito tempo e nunca aconteceu nada, nem a nível individual, com sua própria saúde, nem causou nenhum mal a coletividade. Esses poucos alguéns são raros.
Durante os vinte anos em que estive envolvido, mesmo que de maneira leve e recreativa com essas substâncias, enterrei alguns amigos, presenciei acidentes, brigas, roubos, prisões, ouvi muitas mães aflitas, mulheres com lamentos e filhos órfãos da presença dos pais.
As drogas tornam as pessoas egoístas em todos os níveis, fechadas, estressadas, sem saúde e com mania de perseguição. Ela destrói lentamente e, às vezes, aceleradamente, todas as grandes conquistas de um ser humano: a serenidade, a família, o trabalho, a disposição de ajudar o próximo e o amor universal.
Sabendo que a cada nova droga incorporada morria um pouco do que ainda tinha de bom dentro de mim, comecei a ficar cada vez mais incomodado com os goles, as tragadas, as cheiradas e as noitadas sem fim.
Numa terça-feira carnavalesca, dez anos atrás, no ano 2000, cheirei cocaína em Pirangi e voltei para casa. Não consegui dormir. Sozinho, virei na cama para lá e para cá, agitado, sem fôlego tentava e não conseguia. Aflito olhei o retrato de Sai Baba na parede e supliquei com força, “Swami me tira desse imprensado, não quero mais usar nenhuma droga, por favor!”.
Minha querida e doce Mel, o que chamam de uma graça, um pedido atendido, um milagre, aconteceu com seu painho. Da quarta-feira de cinzas do ano 2000 até hoje, este carnaval de 2010, nunca mais, em tempo algum, usei mais nenhum tipo de droga.
A alegria com a vitória foi tanta que fui deixando outros vícios como cigarro e até a carne. Hoje, painho luta para não usar mais açúcar branco e derivados do leite e ovo. Como já lhe disse em outras cartas, eu e sua mãe somos ovo-lacto-vegetarianos, mas quero me tornar um vegano, não comer nada de origem animal.
Ainda temos várias coisas a serem deixadas de lado, nada do que fica para trás deixa saudade. Avançamos felizes e saudáveis abandonando vícios e posturas que não nos fazem bem.
Deixo esse alerta para você e para Gabriel, pois as drogas atrasaram minha missão espiritual com a Casa do Bem em vinte anos. Hoje tudo já estaria bem mais adiantado caso tivesse dito não às drogas.
Mas estou bem. Estou firme e feliz. Retomei a missão dez anos atrás, muitas coisas maravilhosas aconteceram e milhões de outras acontecerão.
Sobrevivi e digo para você e para toda a sua geração que o poder das novas drogas é mais devastador ainda. As do meu tempo mataram muitos, destruíram outros moralmente e desestabilizaram muitos socialmente.
Mel, as novas drogas viciam ao primeiro contato. No seu tempo devem ser potencialmente mais fortes. Assim como muitos trabalham pelo bem, outros tantos inventam e fabricam a morte para ficar mais ricos.
Não siga por este caminho. A vida é muito mais colorida sem drogas. A vida é muito mais saudável sem psicotrópicos. A vida é muito mais interessante quando estamos serenos, tranqüilos e conscientes do que estamos fazendo.
Hoje estou mais vivo que ontem e, amanhã, estarei mais disposto e mais eficiente para a prática do bem. Vem comigo, eu e sua mãe convidamos você e Gabriel para viver a vida de maneira clara, brilhante, cheirando apenas as rosas e fumando só o ar, o puro ar que vamos buscar onde ele estiver.
Você decide, falo por experiência própria, não vale ir por este caminho, a luz está na sobriedade, na verdade, no amor pela família, pelos semelhantes e por um corpo saudável e limpo.
* É escritor, pai de Mel e Gabriel e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
sábado, 13 de fevereiro de 2010
RELATO DE UM PALETÓ
Fiz com ele, o senhor Hewrich Goth este percuso várias vezes. Com o passar do tempo cheguei até mesmo a decorar os hinos cantados naquela Igreja. Mas, um dia, a esposa do senhor Hewrich Goth faleceu. Naquela ocasião ele estava comigo. Logo depois do enterro, chegou em casa, abriu o guarda-roupa e começou a selecionar algumas peças velhas para serem doadas. Eu seria uma delas. Fui jogado numa caixa, levada a um navio e quando desembarquei estava na América Latina, Brasil, Natal.
Fiquei triste, pois logo percebi que numa cidade onde o clima é tão quente, dificilmente alguém usaria um paletó preto, fabricado para países de clima frio. Seria meu fim. Mãos pegaram-me de forma estranha, sem carícias, seguraram-me pela gola, fizeram movimentos bruscos para cima e para baixo, como quem desejasse fazer cair algo preso em mim. Com certeza, pensei, este sujeito nunca usou um paletó. Estava certo. Eu seria seu primeiro paletó. Levou-me para casa, com orgulho mostrou-me à esposa e já foi agendando minha estréia.
-Irei vesti-lo domingo, quando for à Igreja.
Outra vez Igreja! Estava destinado a ser um paletó clérigo? E foi assim que em Natal, por três anos eu frenquentei com aquele ancião os cultos daquele templo. Então, um dia, ele deu-me a um homem que aparentava ter uns trinta anos. Para este eu seria também seu primeiro paletó. Fui trabalhar à noite, numa recepção de um bar temático, em Ponta Negra. Dois anos seguidos, recebendo muita fumaça de cigarro, ouvindo confissões de bêbados e vendo o sol nascer. Foi maravilhoso, bem diferente de tudo aquilo que havia vivido desde quando morava na Alemanha.
Entretanto, despediram meu senhor. Ficou sem emprego e para ele eu não teria função nenhuma. Temi ser jogado na primeira cesta de lixo. Mas, esse meu senhor soube retribuir as noites que o protegi do sereno e do frio. deu-me um banho seco, guardou-me numa ombreira, pôs sobre mim um grande saco plástico e deixou-me no armário. Fiquei ali por muito tempo, a vida acontecia lá fora e eu não sabia de nada. Parecia que estava num sarcófago. Um ano, dois, anos, três anos. Nenhum templo, nenhum bar, nada de festas de aniversários e casamentos. Definitivamente estava morrendo. Quem iria querer um paletó preto, velho, já usado? Mas, o calor dos trópicos havia reservado uma experiência descomunal para um paletó alemão. Fui pela terceira vez doado a um outro senhor, na faixa de quarenta e cinco anos. Disse para mim mesmo: com este sei que irei todos os domingos a um culto. Estava enganado. Ele levou-me a sua irmã e esta fez uns arranchos sobre mim, pôs uma pipa nas costas, cola colorida nas mangas, flores estampadas e então eu renasci. Hoje eu sou uma peça indispensável na fantasia do Palhaço Leiturino. Vivo! Danço, corro, brinco e quando um dia eu deixar de existir poderá alguém exclamar: Descança em paz trabalhador do riso e das histórias infantis.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
COMENTANDO MINHAS LEITURAS 11/2010
Livro: Nós sofre, mas nós glosa
Autor: Augusto Macedo
Editora Clima - 1987 - 60 páginas
Leitura: 10.02.10
Foi em maio de 1987 que Carlos Lima, leia-se CLIMA, editou o pequeno livro de bolso "NÓS SOFRE, MAS NÓS GLOSA".
Augusto Macedo, poeta que veio lá de Santana do Matos estreiava na literatura com esse primeiro livro. Glosa é a poesia que tem como arte desenvolver o pensamento do mote. O mote geralmente é oferecido por alguém, no sentido de elogiar, criticar ou fazer uma análise da pessoa.
Veja o exemplo:
Mote: Quem casa e mora com sogra tem sarna pra se coçar.
Glosa: Depois de feita a manobra não há jeito que dê jeito, tem tudo que é defeito quem casa e mora com sogra.
É sofrimento de sobra mas ninguém pode evitar, o jeito é se conformar quem nasceu com essa sorte, até na hora da morte tem sarna pra se coçar. (página 21)
É um livro cheio de glosas líricas, satíricas e fesceninas.
MOMENTO DO LIVRO PARA PROFESSORES DO ENÉAS CAVALCANTE
Terça-feira, 23 de fevereiro, Francisco Martins estará participando das atividades da semana pedagógica da Escola Estadual Enéas Cavalcante, em Ceará Mirim-RN, onde irá expor a todos os presentes, professores dos três turnos, como vem funcionando seu projeto de incentivo à leitura, o Momento do Livro.
Após a explanação, o escritor fará uma apresentação de Leiturino (Palhaço) para o público presente. O evento será à noite, às 19 hs, na sede da própria escola.