Título: O Olho Torto do Rei
Autor: Antonio Francisco
Editora: IMEPH
Ano:
2011
Páginas: 144
Gênero: Poesia, Cordel
Leitura: 21 e 22 de setembro 2013
Dezessete poesias em forma de cordel integram
este livro. O autor abre o livro com “Linha do Tempo”, no qual trata sobre uma pequena biografia da
sua própria vida. Em seguida, segue sua produção literária sempre focalizando o
meio ambiente, usando na construção dos
cordéis, em sua maioria a sextilha,
estrofes compostas por seis versos, com a rima aberta (axbxcx) onde
apenas os versos pares tem rima.
Exemplo:
“Daqui pre frente eu não sei
Como vai ser meu futuro
Se vai ser amargo ou doce,
Se vai ser verde ou maduro
Pois só os lábios de Deus
Que sabe ler no escuro”
(Linha do Tempo, página 14)
Uma das características do
poeta Antonio Francisco é sempre usar animais, pássaros e insetos em suas
produções, fazendo desta forma o texto ter uma beleza mais acentuada e prender
o leitor, independente da faixa etária. Ele aplica esta técnica em “ A Invenção”, “Tubarão no Reino do Faz de Conta”,
“Uma Cidade de Sonhos”, Carro Novo e Cara Feia”.
O autor não se prende ao estilo
fundamentalista do cordel, ele sabe que muitas vezes é preciso quebrar regras
sem ferir o gênero poético, e faz isso com autoridade. Um exemplo são os
cordéis “ Não Custa Nada Ser Bom” (página 113), “Carro Novo e Cara Feia”(página
121), “O Olho Torto do Rei”(página 132) e “De Calça Curta e Chinela” (página
142). Sempre fiel a sextilha, mas na última estrofe o poeta termina o texto com
uma septilha ( estrofe construída em sete versos).
No tocante ao uso da língua
portuguesa, o revisor Rouxinol do Rinaré deixou escapar alguns pequenos erros,
mas nada que prejudique o valor da obra.
O livro é sem dúvida uma
ferramenta boa de ser trabalhada na sala de aula.