segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

MANÉ BERADEIRO FEZ CORDEL SOBRE A VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR

Este será o 29º folheto assinado por Mané Beradeiro. Ele tem  23 no estilo de cordel e o restante em poesias de versos livres. "Os 6 Pilares do Caráter" ser´lançado hoje à noite por ocasião da Jornada Pedagógica em Carnaubais - RN, onde mais de 200 professores estarão presentes.
O folheto vem lembrar que sem sem sinceridade, respeito, responsabilidade, zelo, senso de justiça e cidadania é impossível praticar a Educação no sentido mais amplo do seu significado e missão, principalmente no que se refere à formação e valorização do professor.
Veja algumas estrofes do folheto:

...


A criança quando nasce
É uma folha de papel
Toda pura, sempre branca
Esperando o pincel
Do adulto que lhe pinta
Ovelha ou cascavel.

...
 Só fica na profissão

Quem ama CIDADANIA
O soldo sempre é curto
Fim de mês é agonia
Se quiser rico ficar
Vá pra governadoria.

...

Escuto muito dizer:
A palmatória passou.
Perdoe-me o pensamento
Ela apenas se mudou
Saiu das mãos do aluno
Pra bunda do Professor.
 
O folheto tem 8 páginas, 24 estrofes. Todas construídas em sextilhas,  com 7 sílabas poéticas e rimas intercaladas, sendo algumas com sonoridade fonética.





CONHEÇA A "URCA DO TUBARÃO"

"Urca" é um substantivo feminino, que no sentido náutico significa embarcação de grande bojo. Mas, no caminho para São Miguel do Gostoso é um espaço de pousada, restaurante e cachaçaria. Fui conhecer a peculiaridade do lugar que nos chama a atenção pelas peças antigas.

Geladeiras antigas, rádios, telefones, celulares, ferros, máquinas (fotográficas, datilógrafas, radiolas, enceradeiras, etc)  são convites que nos transportam a um tempo em que a sociedade estava convivia com estes objetos.
A Urca do Tubarão é um lugar obrigatório para seu olhar, quando você for para os lados de Touros, Cajueiro e São Miguel do Gostoso.

JORNADA PEDAGÓGICA EM CARNAUBAIS - RN

Mané Beradeiro estará fazendo hoje à noite, na cidade de Carnaubais - RN, a abertura da Jornada Pedagógica. O evento vai começar às 19:30 hs e será no CEMEI.  Este ano a jornada tem como tema: "Educação com Qualidade é Gooool!"
Quem for participar da abertura da jornada verá um show de Mané Beradeiro falando sobre as bases que favorecem uma educação com qualidade, através de uma mensagem recheada de muitas poesias, humor, fantoches e brincadeira. Uma marca do artista.
Hoje, haverá durante o evento o lançamento do mais novo folheto de cordel assinado por Mané Beradeiro, que trata sobre "Os 6 Pilares do Caráter", numa ênfase voltada à Educação, principalmente ao universo da profissão do professor.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

RUY ANTUNES PEREIRA SAÚDA LUIZ LOPES VARELA

Discurso pronunciado por Ruy Antunes Pereira há exatos 23 anos, agradecendo ao Governador Geraldo Melo por  ter  nomeado o conjunto habitacional de Ceará Mirim com o nome de Luiz Lopes Varela.

Um documento à História de Ceará Mirim ( clique na foto para poder ler melhor)

Como se trata de um discurso, portanto, um texto público, podemos publicá-lo sem precisar recorrer aos familiares.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ESTOU ME SUICIDANDO

 Por Flávio Rezende



Os alquimistas das ciências médicas afirmam desde tempos imemoriais que, morremos um pouco a cada segundo. Se todos nós temos um fim físico, um tempo de estada neste belo planeta Terra, nada mais óbvio que a morte, mesmo que temporária para uns, ou definitiva para outros.
         Esse fim, no entanto, é discutido de maneira religiosa, filosófica, acadêmica, metafísica e biológica de diversas maneiras, sendo aceito por diversos pensadores que não é certo que o próprio possuidor do que chamamos de vida, ponha um the end a esta oportunidade evolucionária, ou a esta dádiva divina ou simplesmente e este existir.
         Apesar de muitos pensarem assim, o suicídio é o ato mais praticado em nosso planeta em todos os tempos. Não falo daquele suicídio que não tem mais jeito, onde o ser vai e pula de uma ponte ou deixa que um projétil desalme sua estrutura celular e ponha em colapso seus órgãos vitais.
         A referência no presente escrito é ao suicídio lento, gradual e seguro ao qual quase todos estão praticando, na medida em que não seguem determinadas normas médicas, cidadãs ou de outras origens.
         O exemplo de um suicida dentro das normas cidadãs é aquele sujeito que continua bebendo e dirigindo, cortando sinais de trânsito, correndo com seu veículo ou brigando e até mesmo usando drogas ou praticando roubos e ilícitos. É uma espécie de suicídio, pois todos nós sabemos que essas práticas levam quase sempre a morte.         
         Vou citar o meu caso particular, que certamente encontrará similitude em muitas pessoas. Sou hipertenso, tomo medicação e, vez por outra como aquela gostosa pipoca no cinema e outras comidas portadoras de sódio. Ao não seguir a recomendação médica de evitar o sal, estou sim cometendo suicídio. Se um dia desencarnar em decorrência de problemas relacionados à hipertensão, terei sido o único responsável por minha própria morte.
         E o mesmo acontece com a ingestão de açúcar e outros alimentos, que são nocivos a minha saúde, mas que continuam a fazer parte de minha dieta e, consequentemente, pavimentam a estrada da morte, uma vez que poderei em decorrência destas infringências médicas, bater biela e dar tchau a presente existência.
         Sei também que posso morrer de alguma coisa que não tenha nada a ver com as que estou desobedecendo e que esse suicídio lento, gradual e seguro que estou cometendo, pode ocorrer já com idade avançada, não se constituindo nenhuma grande perda em termos do que tinha que fazer por aqui.
         Em todo caso, com o avanço dos anos, a desaceleração das atividades e ampliação da consciência, tendemos a obedecer mais e mais às prescrições médicas e ir diminuindo os riscos, mas, o próprio avançar, nos empurra inevitavelmente para a vala comum das doenças degenerativas.
         O melhor é ter uma dieta saudável desde a juventude, procurando o equilíbrio propalado pela macrobiótica e a pureza do vegetarianismo ou do veganismo, que serão as dietas do futuro. Além, é claro, de não beber, fumar, brigar, matar, roubar, coisas que desde o arco da velha, em textos bíblicos, já avisavam serem bombas destruidoras e matadoras.
         A vida não é sem graça sem essas coisas e sem essas comidas que acham gostosas demais. A vida será sempre bela quando todos perceberem olhando para dentro, que é lá onde reside a verdadeira felicidade.

·       * É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

82 ANOS FARIA MEU PAI HOJE


86 anos de vida faria meu pai, se vivo fosse, nesta quarta-feira 12 de fevereiro. Nasceu Francisco Fernandes da Silva, na cidade de Caraúbas-RN.  Filho de Raimunda  Doca da Silva e Delfino Bento Fernandes. Meu pai foi um homem íntegro, trabalhador. Era daquela geração que quando falava com um filho na intenção de repreendê-lo, um só olhar era suficiente. Casou com Raimunda Alves da Costa, e, deste casamento gerou seis filhos: três mulheres, Socorro Fernandes, Maristela Fernandes e Rejane Fernandes, todas nascidas em Campina Grande-PB, e três homens, Francisco Fernandes (Natal), Francisco Martins (Iracema-CE) e Oderval Fernandes (Ceará-Mirim). Trabalhou em diversas profissões, buscando trazer o pão ao seu lar. Era dado à leitura e durante muitos anos exerceu a profissão de Administrador Agrícola, sendo responsável pela Fazenda Santa Maria, em Ceará Mirim-RN e depois juntou-se a esta mesma administração as Fazendas Riachão e Rosário. Fixou seus últimos anos de vida no  Distrito de Dom Marcolino Dantas (Maxaranguape-RN). Faleceu vitimado por infarte do miocárdio, em 06 de maio de 1991. Tinha 63 anos. Na postagem que hoje faço revelo fatos que para alguns dos meus familiares são desconhecidos. São anotações que tenho guardadas desde 1992 e somente esta semana revirando papéis antigos eu as encontrei.








UM REGISTRO DE VIDA

Ter um lar como o que eu tive  não tem preço. Meu pai sabia juntamente com a minha mãe manter a paz, o equilíbrio, a alegria. Éramos pobres de bens materiais, mas, imensamente ricos de valores que o dinheiro não compra. Em meu livro "Crônicas Sensoriais" (2009), na página 30 eu digo: E se tinha um momento que nos fazia sentir o quanto éramos unidos, este  era a hora do almoço, principalmente quando ao redor da mesa estavam todos os filhos e filhas. Que celebração! que brilho nos olhos de mamãe, que vigor, felicidade e orgulho ostentava papai contemplando sua grei ali, partilhando o pão.      
Mamãe (56 anos) e papai (58 anos)
                                                O tempo é algo que brinca com as pessoas, que faz com quê elas possam ser melhores ou piores. Se meu pai em algum momento da vida fez minha mãe sofrer, o amor foi maior. O tempo não conseguiu acabar. Não teve a força nem o poder de corroer aquela relação. E olha que o casal se mudou muitas vezes, buscando acertar o ninho definitivo.A trajetória registra Patu, depois a Fazenda Sirigada (Patu), Campina Grande, Almino Afonso-RN, Fazenda Pitombeira (1953), novamente Campina Grande, Natal (1962-1963), Fazenda Cacimbas-CE (1964), Recanto, Junco, Extremoz, Fazenda Jorge (Ceará Mirim) e finalmente a Fazenda Santa Maria (Ceará Mirim) e a casa própria em Dom Marcolino Dantas (Maxaranguape-RN).
O último relógio de papai
 Eu sempre tive curiosidade de saber como foi a infância do meu pai. Sabia que foi diferente, criado longe da mãe (Raimunda Doca da Silva) e  lá, num passado remoto, que por sinal ele não gostava de falar, fui buscar peculiaridades que hoje me faz sentir o quanto ele tinha marcas na alma. .Doca era uma mulher linda, bela em todos os sentidos. Teve um relacionamento quando jovem com  um homem chamado Delfino Bento Fernandes, e deste namoro veio ao mundo o meu pai.  Doca não pode criar o filho, pois precisou sair de Caraúbas e fugir para Campina Grande, também por razões que desconheço, a criança não foi criada pela família paterna. E aqui, entra o registro narrativo que eu mesmo ouvi de EmídiaLeite, em 31 de março de 1992.
Vovó Doca
Emídia assegura que no dia 14 de agosto de 1928, portanto, quando papai só tinha seis meses foi entregue por Doca à família de José Leite da Silva, casado com Amélia Leite. Era uma família grande, Zé Leite, o homem que criou meu pai morava na Fazenda João Pereira, distante seis quilômetros de Patu. Naquela casa moravam nove filhos, além do casal. Nazaré Leite dedicou-se aos cuidados de papai, e ele, naturalmente passou a chamá-la de "mainha".
Vovô Oliveira (Delfino)
Se a vida começou árida para Francisco Fernandes da Silva, não tinha nenhum voto de fazê-lo feliz. Aos 12 anos de idade ele tem seu primeiro momento com a morte, ao vê-la tragar Nazaré Leite sua "Mainha" adotiva, dentro daquela família tão numerosa. Aquele momento foi demais para ele.  "Não teve coragem de vê-la morta e chorando ficou debaixo de uma tamarineira, até ser recolhido por Zé Leite, meu pai" - diz Emídia Leite. Para estudar, papai caminhava todos os dias 18 quilômetros de sua casa até a escola do Professor Zacarias Ferreira de Melo, não é de estranhar que diante deste esforço só tenha conseguido ir até a terceira série primária. Sua letra foi sempre bonita, assim como a sua assinatura.
 Se a escola não lhe deu toda a sabedoria necessária, despertou no adolescente o amor, pois lá conheceu uma moça por nome de Nazaré com quem teve seu primeiro namoro. Aos 15 anos viajou pela primeira vez para Campina Grande, onde ficou com sua mãe Raimunda Doca Fernandes.
aos 20 anos

Quando retornou ao Rio Grande do Norte, já homem feito, conheceu em Janduís -RN aquela que seria sua paixão maior, Raimunda Alves da Costa.  Muitos encontros se deram escondidos do pai da moça, e se porventura  surgisse algum obstáculo Raimunda encontrava um meio de vê-lo:
             " Chiquinho já descobri um meio de nós conversarmos. Após a luz se apagar, venha para o     portão do muro. Cuidado! Não erre o portão, a divisa é um pé de cajarana grande". E foi numa noite de Natal, que após a missa em Patu,  Chiquinho foi deixar Raimunda em casa.
Aos 27 anos
Na sua vida houve uma página negra, fato que ele nunca nos contou e acredito que somente minha mãe e as minhas tias sabiam disto. Quando ele estava prestando o serviço militar, em Recife, envolveu-se numa briga de rua com outro militar e nesta pugna, para não morrer, atingiu em legítima defesa o militar com uma pedra, que provocou a morte do mesmo. Na ocasião deixou o bibico  de soldado na cena do crime e isto foi o suficiente para identificá-lo. Em tempo, desertou e fugiu a pé de Recife para Patu, sempre escondido no meio da vegetação, andando mais a noite do que de dia.
Nesta época, Chico Leite,  já estava casado e escondeu papai na morada de Açude Novo, acobertado por Epifânio Barbosa, que guarnecia fugitivos da lei. Quando isto aconteceu, meus pais ainda não eram casados.
Eis aí irmãos, netos e bisnetos, uma página sobre a vida do meu pai. Se foi muito cedo, e parafraseando Azevedo eu digo: "cada morte, sejá lá de quem for, é acervo riquíssimo de experiências e sensibilidades que se queima" e do mesmo autor eu cito também: "Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete".*

Parnamirim-RN, 12 de fevereiro de 2014, 82º aniversário de nascimento de Francisco Fernandes da Silva, meu pai.


*AZEVEDO, Francisco. O arroz de palma. Rio de Janeiro: Record, 2013.





terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ASSIM DISSERAM ELES...

"Só existem dois tipos de pessoas no mundo: as que reclamam e as que agradecem"

AZEVEDO, Francisco. O arroz de palma. Rio de Janeiro: Record, 2013, página 256

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

"ORAÇÃO" DO FRENTISTA

Em 1997 eu nem pensava em ser escritor, mas já andava rabiscando alguns textos, principalmente poesias. Em setembro daquele ano trabalhava num posto de gasolina, na função de Chefe de Pista. O Posto era da rede Jota Flor, na esquina da Prudente de Morais com a Bernardo Vieira. As bombas eram antigas, todos os dias quebravam. Havia sempre clientes que passavam cheques sem fundos e outros "perigos" que rodeavam os frentistas.  Pensando nisto fiz a

 "Oração do Frentista"

Senhor Patrão, dai-me a oportunidade de vos servir hoje e sempre.
Que eu seja um frentista dedicado à vossa empresa,
sempre atuante em vosso posto, atendendo com prontidão os clientes que vem até mim.

Livrai-me dos cheques sem fundos e roubados,
Escondei-me dos trambiqueiros
E protegei-me dos malfeitores.

Ó bom Patrão!, que Deus vos dê muito dinheiro
para que possais continuar a pagar o meu pão de cada dia.

Dai-me, eu vos peço, em nome do líquido precioso e aditivado
que enche vossos tanques, uma farda nova, bombas computadorizadas e
bicos sem defeitos.

Que vossa experiência me acompanhe
E a força que vos sustenta neste anos
de vida empresarial possa me fortalecer.

Que no cotidiano do meu trabalho
eu mantenha a pista sempre limpa,
minha apresentação impecável
por meses e meses até as férias.

Tudo isto vos peço em nome da Companhia,
da Distribuidora e do Posto.

Amém! 

Francisco Martins