terça-feira, 20 de maio de 2014

IDA AO PROCTOLOGISTA



Jamais vou esquecer
Este dia tão sombrio
Quando fui a Doutor Bruno
Mostrar o que não devia
Relatei o que sentia
E ele sem cerimônia
Disse-me sem pestanejar:
Deite ali naquela cama
A “Ribeira” vou olhar.

Fiquei todo constrangido,
Deixar um sujeito  ver
E no  meu ânus tocar!
Pense numa hora amarga!
Deu vontade de chorar.
O Doutor muito tranquilo
Foi tocando devagar
Falando que na minha idade
É preciso analisar
Proctologista é médico
Que gosta de cutucar.

Saí dali tão triste
Perguntando a Deus, meu Pai:
Que danado leva um homem
Estudar e se formar
E  ter especialização
Para ânus consultar?

Vou tomar os remédios,
A pomada aplicar
E confiando em Jesus Cristo
Tenho fé e esperança
Que o tal de Doutor Bruno
Não vai  mais  me cutucar.

Mané Beradeiro
20 de maio de 2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014

A PROFECIA DA APRESENTAÇÃO

Olá,

Estou participando desta edição da Revista Barbante. É uma revista virtual. Nela escrevi o conto:  "A Profecia da Apresentação", página 49.

Clique no link abaixo e leia

REVISTA BARBANTE

domingo, 11 de maio de 2014

A "MÃE" DE ANANIAS

Ysa é a mulher que juntamente com o esposo Elton criaram Ananias. Nada mais justo do que no Dia das Mães, o jumento mais querido do Rio Grande do Norte mandar um abraço e homenagear a sua "mãe". Veja o vídeo.
ANANIAS HOMENAGEIA SUA "MÃE"

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O CENTENÁRIO DO DIA DAS MÃES



Diogenes da Cunha Lima

Há exatamente cem anos o presidente dos Estados Unidos consagrou o segundo domingo de maio às mães (mother’s day), logo seguido por outros países, inclusive o Brasil. Esse louvor é antigo. Na Grécia, era feito a Reia, mãe dos deuses. Roma festejou Cibele (Magna Mater), A Grande Mãe. O catolicismo fez louvor à Virgem Maria (Imaculada Conceição).
A elevada sensibilidade dos poetas tem, há séculos, celebrado a Mãe. Singular na língua portuguesa, na emoção produzida, a palavra mãe só rimaria com um múltiplo superlativo de bondade, de renúncia, de amor total.  Nesta data lembro as mães sem filhos e, com carência sofrida dos filhos sem mãe. Vezes, as primeiras inundam com represada afeição seus eleitos de coração. Os outros, órfãos da presença, parecem viver um lugar reservado à sua própria solidão. Umas e outros suavizam a privação com lembrança e prece.
A minha mãe – Dona Nicinha – consagrou-me a Sant’Anna (nasci a 26 de julho), a ter devoção por Santa Luzia, e muito cedo nos ensinou o poder da oração. Confiante, aprendi a rezar, quatro orações: o Pai-Nosso, a Ave-Maria, o Santo Anjo e a Salve-Rainha. Eu deveria ter na mente a imagem sagrada de quem era dirigida. Rezo o Padre-Nosso imaginando estar à beira-mar com muita gente. Jesus vem distribuindo pães. Espero, paciente e consolado, a minha vez. Imagino ver, com a Ave-Maria, Nossa Senhora e a minha mãe de mãos estendidas em benção. O Anjo da Guarda paira no alto, derramando luz. É o mesmo anjo que nos guiava, na parede do nosso quarto – meu e de Daladier. Deixei de rezar a Salve-Rainha porque incorporei o que me disse o meu queridíssimo amigo e mestre Dom Nivaldo Monte. Ele não gostava de considerar-se degredado, num vale de lágrimas e ainda mais gemendo e chorando... Concordei porque sou um otimista profissional.
As mães dão proteção, carinho, orientação, mágica presença de apoio permanente. Nunca cortam o cordão umbilical da vida e do afeto. Os filhos devemos celebrar o seu louvor.  Não conheço melhor louvação da que foi feita pelo poeta Mario Quintana:
Mãe. / São três letras apenas / As desse nome bendito: / Três letrinhas, nada mais, / Mas nelas cabe o infinito. / É palavra tão pequena – / Confessam mesmo os ateus – / És do tamanho do céu / E apenas menor que Deus.
As mães têm lugar cativo na eternidade, o paraíso, porque intensamente amaram.

LÁGRIMA



Para Beth - que perdeu seu tesouro


Eu não sei bem explicar
Como foi que sucedeu
Eu só sei é garantir
Que a coisa assim se deu
Dentro do coração humano
Água e sais  se juntaram
E fortemente se abraçaram
E a lágrima nasceu.

Criada desta junção
Perfeitamente cresceu
E logo percebeu
Que dentro do coração
Não poderia ficar.
Tentou navegar no sangue
Mais este se recusou
Carona à lágrima dar.

“-Estarei prisioneira
Neste coração humano?”
Indagou a lágrima.
“-Não, você há de partir
Nos sentimentos da alma!”
Respondeu o sangue rubro.

E a lágrima, então sozinha,
Nutria-se de imagens e ações,
Vestia-se de momentos
Banhava-se nos pensamentos
Calçava a ALEGRIA, trazia na cabeça
Um diadema de FELICIDADE.
Era a lágrima rica naquele tesouro


Foi quando um dia,
Oh! Que dia! A lágrima
Dormiu. Levaram-lhe
ALEGRIA e FELICIDADE
Quando acordou sentiu
Tamanha dor.
Sem pedir ao sangue
Caiu na correnteza,
Andou por todo o corpo
E o tesouro não achou.

Veio o dia, veio  a noite,
A lágrima cansada
Perguntou ao coração:
“-Se aqui não está meu
Tesouro:  Alegria e Felicidade,
Onde poderei acha-lo?”
Coração,  acelerou e disse
A quem perguntou:
“-Pegue o trem da SAUDADE,
Desça na estação dos olhos
E busque na praça da face
A razão do seu viver".

Eu não sei bem explicar...
Mas foi assim que  choramos
Pela primeira vez  e ainda hoje,
O trem da saudade  vai e vem
Do coração à  Estação dos Olhos.

Francisco Martins
Parnamirim – RN, 9 de maio de 2014

quarta-feira, 7 de maio de 2014

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - AS CONFISSÕES DE FREI ABÓBORA



Livro: As Confissões de Frei Abóbora
Autor: José Mauro de Vasconcelos
Editora: Melhoramentos
Ano:  1969 ( 2ª edição)
Gênero:  Romance
Data: 01 a 06 de maio de 2014

 “As Confissões de Frei Abóbora” é um livro que traz vivências empolgantes do autor, personificadas  no protagonista. Um romance? Assim desejou que fosse o escritor. Mas, basta lê-lo e vai se percebendo que há muito mais realidade do que ficção. Há páginas  inteiras que são autobiográficas, algumas até são continuidade da mesma linha de pensamento de “O Meu Pé de Laranja Lima”,  páginas 67 a 71. VASCONCELOS tem dentro de si não apenas o sangue dos índios Pinagé, mas diria que a selva do sertão de Goiás, o mundo do Xingu. Aqui, assim como em “Arraia de Fogo” há um encontro com a cultura indígena e os trabalhos dos irmãos Villa-Boas. Até mesmo alguns personagens daquele romance retornam às páginas deste, como por exemplo, o negão Quilomo (p. 137). Frei Abóbora é em parte o próprio autor, um homem que vive seus dias alternando entre a metrópole de São Paulo e os bugres. O autor transcreve através de Frei Abóbora uma visão espiritual do seu relacionamento com a fé cristã e a sua concepção do conceito de Deus.  No relacionamento com humano, Frei Abóbora relata amor, sexo, paixão,  homossexualismo, por tudo isso, não  é um livro para adolescentes, mas para adultos.

terça-feira, 6 de maio de 2014

AGENDA DE MANÉ BERADEIRO PARA O MÊS DE MAIO



Dia 15 - 19 hs - Parnamirim - Sarau Poético
Dias 23 a 25 - Workshop Missionário - Bonfim - São José de Mipibu
Dia 26 - 19 hs - lançamento do livro de José Acaci Rodrigues - IFRN - Cidade Alta - Natal
Dia 30 - Sarau no residencial Itamaraty - Nova Parnamirim.
Dia 31 - Bodas de Ouro do casal Clovis e Conceição, em Ceará Mirim.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

CORDEIS DE MANÉ BERADEIRO DISPONÍVEIS NO FORMATO DE FOLHETO ELETRÔNICO

http://www.youblisher.com/p/881459-A-COPA-DA-REFLEXAO/
 Clicando no endereço acima vc lê o cordel como se estivesse com o folheto em suas mãos. É o meu primeiro gravado pelo youblisher. Breve estarei disponibilizando os demais.

JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS - UM ESCRITOR A SER REDESCOBERTO PELOS LEITORES ATUAIS.

Aproveitando a intensidade da força que tem as redes sociais, criei um grupo sobre o escritor José Mauro de Vasconcelos. É aberto e todas as pessoas podem participar. O endereço é: https://www.facebook.com/groups/1490808414464091/. Nele estarei sempre postando curiosidade sobre a obra e a vida deste escritor.

CONHEÇA A POUSADA ÁUREA - EM BARRA DO CUNHAÚ-RN

Um lugar perfeito para quem quer tranquilidade e beleza natural. A Pousada Áurea fica localizada no extremo de Barra do Cunhaú, num lugar conhceido como Barrinha, na divisa com a Praia de Sibaúma. Águas doces e salgadas lhe esperam no encontro do rio com o mar. Além do aconchego da Pousada e da boa culinária presente na orla.





Telefones para contato: (084) 9106 9819 (Eduardo) e 3241 4231.

sábado, 26 de abril de 2014

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO - COISAS DE UM PAÍS CHAMADO MOSSORÓ

ESTUPRO NÃO ABUSIVO

Estuprada por um marginal, a estudante (virgem) Marlene fulano de tal, enquanto era atendida pelo médico do Hospital Tancredo Neves, Dr. Hélito Jales, se aproximava das imediações a mãe da vítima, que era consolada ao vivo pelo repórter Elias Pereira: "-Minha senhora fique tranquila que o estupro FOI NORMAL, NORMALÍSSIMO. Não houve aqueles tradicionais abusos, dignos de um grande tarado. Não se desespere, o estupro foi NORMAL, eu repito NORMALÍSSIMO".

referência:

LIMA. Caby da Costa. Mr Mancha 13. p. 53

terça-feira, 22 de abril de 2014

SOBRE ROBERTO FREIRE: UM RICO QUE NÃO PENSOU NO AMANHÃ

Você sabe quem muito foi o Engenheiro Roberto Freire? Não sei muito sobre a particularidade da sua vida familiar, nem tão pouco profissional, mas a literatura local,  em alguns livros de humor e causos trazem histórias que tem a presença de Roberto Freire.
Pelo que já li posso assegurar que foi um homem muito rico, principalmente na década de 30, quando esbanjava fama e dinheiro na pequena cidade de Natal.  Sobre ele Aurino Araújo Filho conta um causo em  que certa vez saiu para uma de suas farras e parou na feira da Rua São José. Observou o preço da carne e só para ter o prazer de gastar dinheiro  comprou duas bancas de carne e ficou numa e o motorista em outra, cada um vendendo o quilo da carne mais barato do que o outro, até que não houvesse mais nenhum grama a ser pesado. Dele também se fala que bebendo em Igapó, alí nas imediações daquela antiga igreja próximo ao rio Potengi, pediu uisque, sua bebida preferida, e como o dono do estabelecimento não dispunha desta mercadoria em suas prateleiras, mas apenas a cachaça, tão comum aos adeptos da branquinha, revoltou-se e perguntou ao dono do bar quanto ele vendia tudo, incluindo o imóvel. Dado o preço, mandou Roberto Freire que seu motorista voltasse ate sua casa e trouxesse a quantia de dinheiro que fora pedida pelo comerciante. Comprou o bar, distribuiu cachaça a todos de Igapó e ainda por cima tocou fogo no estabelecimento. Era um homem que não pensava no amanhã. Um rico sem juízo! Frequentou por bastante tempo o Bar e Confeitaria Delícia, na Ribeira, na década de 40, e jamais deixou de ir aquele bar, mesmo depois que não tinha mais condições financeiras de beber uísque, mas já era adepto da aguardente.  Eis aí um pouco de Roberto Freire, um boêmio que hoje é nome de uma das principais avenidas de Natal, ligando os bairros de Capim Macio e Ponta Negra.

Referências:

GARCIA. José Alexandre. Acontecências e tipos da confeitaria delícia.  Natal: Clima, 1989
ARAÚJO FILHO. Aurino. Irreverências de um ex-gerente de banco.  Natal:  Clima, 1988