Foi em dezembro de 1978,
precisamente no dia 30, que o escritor Diogenes da Cunha Lima lançou “Câmara
Cascudo – um brasileiro feliz” (Editora RN/Econômico, Natal-RN). O livro foi
escrito dentro de uma semana, atendendo o convite que foi feito ao poeta
Diogenes da Cunha Lima, pelo então Presidente da Fundação José Augusto, o
jornalista Paulo Macedo.
Ninguém
melhor do que o próprio Diogenes para escrever sobre a vida de Câmara Cascudo,
ele que convivia até aquela época, vinte anos com seu amigo, sendo seu secretário, sendo portanto conhecedor de
muitas histórias sobre o velho mestre da cultura nacional. Diogenes trancou-se
literalmente em seu escritório e com fervorosa obstinação escreveu em oito dias
o livro com 184 páginas, edição que veio para comemorar os 80 anos de idade e
60 anos de produção intelectual de Câmara Cascudo. Foi um trabalho de Diogenes
que contou com a participação de Rosália Alves, Delmita Zimmermann, Adilmeia
Hentz, gente do seu escritório que o a ajudou diuturnamente nesse propósito.
Onofre
Lopes, o prefaciador da obra assim escreveu: “De Cascudo não fez apenas um
registro simples e superficial de uma obra. Mergulhou fundo numa visão toda,
uma vida intensa, complexa, multímoda, caracteristicamente plural...Cascudo é
uma história” (LIMA, 1978, p. 11).
Em
1993, quinze anos depois, vem a público a segunda edição, desta feita com o
próprio Cascudo “abrindo as portas” da leitura, e após argumentar seu amor por
Natal declara: “ Fiquei em Natal, só, pobre e feliz. Sou o que Diogenes da
Cunha Lima me chamou: um brasileiro feliz” (LIMA, 1993, p.4). Desta feita, a edição contou com a iniciativa
do jornalista Talvani Guedes da Fonseca que teve apoio dos Senadores Mauro Benevides e Darcy Ribeiro
e dos diretores do Centro Gráfico do Senado: Agaciel da Silva Maia e Florian
Augusto Coutinho Madruga. O livro saiu com 194 páginas, posto que, na última
parte há o Curriculum Vitae do escritor. Capa, fotografias e desenhos
permanecem os mesmos.
Nunca
se dirá tudo sobre Cascudo, sempre haverá algo a ser revelado sobre esta
universidade humana, figura maior da cultura do Rio Grande do Norte. Com essa
consciência, o escritor Diogenes da Cunha Lima,
cinco anos depois da segunda edição, entrega aos seus leitores a
terceira publicação de “Câmara Cascudo – um brasileiro feliz”. O livro cresceu, trouxe novos textos. A
iconografia também enriqueceu, passou de
doze para trinta e oito, e apenas uma foto das edições anteriores continua, a
foto do casamento em 21 de abril de 1929. Com 236 páginas, a edição Comemorativa dos 100 anos de nascimento de
Câmara Cascudo, tem o selo da Editora Lidador, do Rio de Janeiro, com luva e capa dura, em 1998.
Terça
feira próxima, 19 de julho, na Academia
Norte Rio Grandense de Letras, às 18 h será lançada a quarta edição, assim como
as anteriores, essa também tem a tiragem de mil exemplares. A história
continua, Diogenes da Cunha Lima, o
biógrafo de Câmara Cascudo, um dos maiores intelectuais do Brasil, nos
presenteia com uma edição cheia de surpresas. Vamos prestigiar.
Francisco Martins
Referências:
LIMA, Diogenes da Cunha. Câmara Cascudo – um brasileiro feliz.
Natal: RN/Econômico, 1978
_____________________. Câmara Cascudo – um brasileiro feliz. Brasília: Gráfica do Senado, 1993
_____________________. Câmara Cascudo – um brasileiro feliz. Rio de Janeiro: Editora Lidador, 1998.
Francisco Martins