domingo, 31 de julho de 2016

OS BURROS

Os burros de minha terra
são mais burros do que os burros de outras terras.
Os burros de minha terra não tem orelhas compridas,
não ornejam, não são quadrúpedes, e não tem aquela cor
de burro quando foge.

Os burros de minha terra, simplesmente são bípedes.
E tem uma qualidade excepcional: São azes no escoucear,
vorazes no comer, donos que são do pátrio capinzal.

Os burros de minha terra escrevem antes do nome a palavra: Doutor.
Ah, se ao menos escrevessem: "Doutor burro".
Seria a salvação desses fulanos de tal
e quem sabe de minha terra natal.



 (Natal, RN, 23 de agosto 1987  - Luiz Rabelo )

 CALDAS, Dorian Gray. Poemas Luiz Rabelo – organização, seleção, notas. Natal, DEI 1999, p.83


sábado, 30 de julho de 2016

GATO FOLGADO

Gato folgado
Dorme safado
Ninguém perturba
Sono sagrado
Dorme pichano
Não sejas insano
Cuidado com o rato
Cruel leviano

(Francisco Martins  30.07.2016)

MORRE FRANCISCO FAUSTO



Aos 81 anos, completados no Dia da Abolição da Escravatura, o ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ministro Francisco Fausto faleceu hoje (30) de manhã, vítima de complicações de insuficiência de um mileoma, no hospital São Lucas, em Natal (RN). Fausto estava internado desde a semana passada e o seu quadro clínico, segundo os médicos, inspirava muitos cuidados. Fausto é reconhecido como um dos maiores presidentes da história da Justiça do Trabalho.

O velório de Fausto será hoje a partir das 16 horas no Centro de Velório São José. O sepultamento ocorrerá amanhã, domingo, às 10 horas, no cemitério Morada da Paz, em Natal.

Ao tomar conhecimento da morte de Francisco Fausto, o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Paulo Costa Leite – hoje aposentado mas advogando em Brasília – afirmou que ele tenha “uma boa passagem para o plano da espiritualidade. Homem bom, cidadão virtuoso, que honrou a Justiça Trabalhista brasileira colocando-, a no mais alto patamar ao presidir o TST com tirocínio, espírito público e competência. Ele merece todas as homenagens nesse momento triste de despedida”.

O brilhante advogado brasiliense Antonio Carlos Dantas Ribeiro lembrou que, quando advogava para o Vasco da Gama em alguns processos trabalhistas foi muito bem recebido por Fausto em seu gabinete. “Grande pessoa, boa alma, homem justo e do bem, cordial, educado, bem humorado e ciente do da grandeza e importância do cargo que ocupava”, disse. Dantas lembrou que o filho do ministro Fausto, o juiz do trabalho Luis Fausto também é reconhecido em Brasília como um excelente magistrado e uma excelente figura humana.

Francisco Fausto Paula de Medeiros nasceu em Areia Branca (RN), no dia 13 de maio de 1935. Graduou-se como Bacharel na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Trabalhou na Administração do município de Natal como assessor técnico da Secretaria de Estado de Educação e Cultura e, também, da Secretaria de Estado de Finanças. Em agosto de 1961, foi nomeado para o cargo de Suplente de Juiz do Trabalho da 6ª Região. De 1968 a 1978, atuou como presidente das Juntas de Conciliação e Julgamento (JCJ) de Natal (RN), Mossoró (RN), Recife (PE), Escada (PE) e Jaboatão (PE).

Em março de 1978, foi nomeado para o cargo de juiz togado do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região, mediante promoção por merecimento. Nessa condição, representou o Tribunal em eventos como o Congresso Iberoamericano de Direito do Trabalho, em Fortaleza (1979); Congresso Latino-Americano de Direito do Trabalho, em Passo Fundo (RS); 1º Simpósio Nacional de Reforma da Consolidação das Leis do Trabalho, também em Passo Fundo (RS); Congresso Internacional de Direito do Trabalho, na Bahia; Congresso Nacional Pós-Constituinte, em Recife.

Foi condecorado com a Medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região; com a Medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Tribunal Superior do Trabalho, no Grau Comendador; Medalha do Mérito Epitácio Pessoa, do TRT da 13ª Região; e com a Medalha do Mérito Judiciário Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira.

Em março de 1987, foi eleito vice-presidente do TRT. Dois anos depois, foi nomeado Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Sua posse ocorreu em 30 de novembro de 1989. Foi corregedor-geral da Justiça do Trabalho, no período de agosto de 2000 a junho de 2001, e vice-presidente de 2001 a 2002. Exerceu a Presidência do TST de março a abril de 2002, em mandato complementar, cumulativo com as funções na Vice-Presidência. Na sequencia, foi eleito presidente do TST, para o mandato da 30ª Gestão do Tribunal, período de 2002 a 2004. Aposentou-se no dia 04 de junho de 2004, dois meses após o término de seu mandato como presidente do TST.

Durante homenagem ao ministro Fausto logo após a sua aposentadoria, o magistrado Grijalbo Coutinho , do TRT-DF, traçou um histórico do processo de flexibilização do direito trabalhista no Brasil e lembrou que durante o período em que esteve à frente daquela corte trabalhista, Francisco Fausto “produziu pequenas revoluções, eliminando retrocessos do direito trabalhista”.

O magistrado Hugo Cavalcanti Filho (TRT-PE) falou sobre a atuação da Corte Fausto (2000-2004) lembrando as lutas e avanços empreendidos pelo TST naquele período. Ele ressaltou a liderança do ministro no que se traduziu em um ativismo judicial que reformou completamente a jurisprudência do TST. “Hoje o TST está voltando ao conservadorismo e às práticas prejudiciais ao trabalhador”, comparou.

Entre as bandeiras de luta lembradas estão a defesa da existência da Justiça Trabalhista, cuja extinção foi cogitada; a extinção da representação classista paritária; a ampliação do número de vagas no TST; a luta contra a prevalência do negociado sobre o legislado; a luta contra o trabalho escravo. “O ministro Fausto tomou posição sobre as questões relativas à sociedade e colocou a Justiça do Trabalho na mídia, tornando-a conhecida para a população, inclusive em seus problemas”.

Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1049259665165966&set=a.202063253218949.46467.100002458284796&type=3&theater

sexta-feira, 29 de julho de 2016

ESCOLA HOMERO DANTAS FARÁ O SEGUNDO LIVRO CARTONERO

O editor da Carolina Cartonera, escritor Francisco Martins fechou mais um projeto de livro cartonero com a Escola Municipal Homero Dantas, em Parnamirim, a segundo a ser realizado com os alunos da professora Tetê Dantas. Em agosto haverá a primeira reunião para explicação do projeto ao público estudantil. Na foto, o registro dos envolvidos e a alegria de poder proporcionar mais um livro cartonero às crianças do Homero Dantas.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

SÁBADO TEM TISTU NO PARQUE DA CIDADE


ESCOLA ESTADUAL IMPERIAL MARINHEIRO RECEBEU HOJE FRANCISCO MARTINS

A Escola Estadual Imperial Marinheiro, localizada no Bairro Nordeste, em Natal, celebrou na manhã de hoje o seu Iº Festival Literário, com a presença de pais e alunos do turno matutino. Durante alguns meses os estudantes puderam conhecer a biografia e um pouco da obra das escritoras Salizete Freire, Ana Maria Machado, Tatiana Belinki e do escritor e cartunista Ziraldo. Hoje mostraram ao público as histórias de "Menina bonita do laço de fita" (Ana Maria Machado) e "O Grande Rabanete" (Tatiana Belinki), através de encenações. Em seguida, o escritor convidado Francisco Martins falou sobre livros, leitura, suas obras, deu testemunho de sua vida enquanto leitor e mostrou sua arte cênica através das contações de causos e histórias, com seus bonecos, agradando a comunidade escolar.







segunda-feira, 18 de julho de 2016

A ESCOLA QUE MORRE

Todo dia matam nossas escolas.
Elas morrem aos poucos,
Quando os governantes não priorizam a educação,
Quando os políticos não elaboram e aprovam
Leis que guarneçam sua missão e seus funcionários.
As escolas morrem no desvio da verba da merenda,
No professor que não veste sua camisa de educador,
No sindicato que se veste de lobo, mas é cordeiro frente ao patrão.
Morrem as escolas todos os dias, sempre,  nãos mãos vazias dos alunos
Sem a leitura prazerosa, e assim se destroem prédios,
Reflexos e consequências de uma morte que aconteceu bem antes da primeira porta ser arrancada
E levada para fechar a casa de uma família que nós, a escola, não soubemos salvar.

Francisco Martins
18 de julho 2016

domingo, 17 de julho de 2016

A HISTÓRIA DO BRASILEIRO FELIZ



Foi em dezembro de 1978, precisamente no dia 30, que o escritor Diogenes da Cunha Lima lançou “Câmara Cascudo – um brasileiro feliz” (Editora RN/Econômico, Natal-RN). O livro foi escrito dentro de uma semana, atendendo o convite que foi feito ao poeta Diogenes da Cunha Lima, pelo então Presidente da Fundação José Augusto, o jornalista Paulo Macedo.

Ninguém melhor do que o próprio Diogenes para escrever sobre a vida de Câmara Cascudo, ele que convivia até aquela época, vinte anos com  seu amigo, sendo seu  secretário, sendo portanto conhecedor de muitas histórias sobre o velho mestre da cultura nacional. Diogenes trancou-se literalmente em seu escritório e com fervorosa obstinação escreveu em oito dias o livro com 184 páginas, edição que veio para comemorar os 80 anos de idade e 60 anos de produção intelectual de Câmara Cascudo. Foi um trabalho de Diogenes que contou com a participação de Rosália Alves, Delmita Zimmermann, Adilmeia Hentz, gente do seu escritório que o a ajudou diuturnamente nesse propósito.
Onofre Lopes, o prefaciador da obra assim escreveu: “De Cascudo não fez apenas um registro simples e superficial de uma obra. Mergulhou fundo numa visão toda, uma vida intensa, complexa, multímoda, caracteristicamente plural...Cascudo é uma história” (LIMA, 1978, p. 11).

Em 1993, quinze anos depois, vem a público a segunda edição, desta feita com o próprio Cascudo “abrindo as portas” da leitura, e após argumentar seu amor por Natal declara: “ Fiquei em Natal, só, pobre e feliz. Sou o que Diogenes da Cunha Lima me chamou: um brasileiro feliz” (LIMA, 1993, p.4).  Desta feita, a edição contou com a iniciativa do jornalista Talvani Guedes da Fonseca que teve apoio  dos Senadores Mauro Benevides e Darcy Ribeiro e dos diretores do Centro Gráfico do Senado: Agaciel da Silva Maia e Florian Augusto Coutinho Madruga. O livro saiu com 194 páginas, posto que, na última parte há o Curriculum Vitae do escritor. Capa, fotografias e desenhos permanecem os mesmos.


Nunca se dirá tudo sobre Cascudo, sempre haverá algo a ser revelado sobre esta universidade humana, figura maior da cultura do Rio Grande do Norte. Com essa consciência, o escritor Diogenes da Cunha Lima,  cinco anos depois da segunda edição, entrega aos seus leitores a terceira publicação de “Câmara Cascudo – um brasileiro feliz”.  O livro cresceu, trouxe novos textos. A iconografia também enriqueceu,  passou de doze para trinta e oito, e apenas uma foto das edições anteriores continua, a foto do casamento em 21 de abril de 1929. Com 236 páginas, a edição  Comemorativa dos 100 anos de nascimento de Câmara Cascudo, tem o selo da Editora Lidador, do Rio de Janeiro, com  luva e capa dura, em 1998.

Terça feira próxima, 19 de julho,  na Academia Norte Rio Grandense de Letras, às 18 h será lançada a quarta edição, assim como as anteriores, essa também tem a tiragem de mil exemplares. A história continua,  Diogenes da Cunha Lima, o biógrafo de Câmara Cascudo, um dos maiores intelectuais do Brasil, nos presenteia com uma edição cheia de surpresas. Vamos prestigiar.


Referências:
LIMA, Diogenes da Cunha. Câmara Cascudo – um brasileiro feliz. Natal: RN/Econômico, 1978
_____________________. Câmara Cascudo – um brasileiro feliz.  Brasília: Gráfica do Senado, 1993
_____________________. Câmara Cascudo –  um brasileiro feliz.   Rio de Janeiro: Editora Lidador, 1998.



Francisco Martins

80 ANOS DA ACADEMIA: TRIBUTO A CÂMARA CASCUDO

Figura maior da cultura do Rio Grande do Norte, o escritor e historiador potiguar Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) será homenageado terça-feira próxima, 19, na Academia Norte-rio-grandense de Letras. Num evento marcado por diversas atividades culturais, às 19h acontece o lançamento da quarta edição de “Câmara Cascudo, Um Brasileiro Feliz”, de Diogenes da Cunha Lima. Com o selo da Editora Escrituras, a biografia cresceu e apresenta novidades, entre elas, os dicionários do bom-humor e do bestiário cascudianos. São 223 páginas de emoção.

O evento faz parte das comemorações dos 80 anos da Academia Norte-rio-grandense de Letras. Além do lançamento da biografia, haverá às 18h a mesa redonda “Câmara Cascudo: 30 Anos de Encantamento”, composta por Diogenes da Cunha Lima, Vicente Serejo, Daliana Cascudo e Eulália Duarte Barros. “A vitalidade da ANL é visível. Aos 80 anos é uma menina nos feitos, nas aventuras intelectuais, no trabalho que desempenha”, diz o presidente Diogenes.

No mesmo dia, lançamento do cordel “Câmara Cascudo: 30 Anos de Encantamento”, de Marco Haurélio, que terá distribuição gratuita. Na Exposição de Obras Raras de Câmara Cascudo, livro do escritor em japonês e a primeira edição de “Contos Tradicionais do Brasil”.  No cancioneiro, participações de Cleudo Freire, Valéria Oliveira e Coral Vox da AFURN.


Data: 19 de julho de 2016 (terça-feira).
Horário: 18h.
Local: Salão Nobre da Academia Norte-rio-grandense de Letras
Rua Mipibú, 443 – Petrópolis – Natal (RN)

Outras informações:

sexta-feira, 15 de julho de 2016

ESCRITOR VOLTA À ESCOLA ONDE ENFARTOU

O escritor Francisco Martins voltou à tarde de ontem, à  Escola Municipal Jussier Santos, em Parnamirim,  com o propósito de cumprir a agenda que fora contratado  no dia 2 de maio, e que por motivos de doença, não pode realizá-la integralmente. Naquele dia, Francisco só atendeu o turno matutino, pois logo após sua apresentação teve um ataque cardíaco (veja Relato de uma dor). Ontem, finalmente ele pode ficar com alunos e professores daquela instituição. Foi o primeiro escritor convidado para abrir o projeto da escola "Autores e Obras - um encontro inesquecível", uma iniciativa da Professora Jenny Aires da Silva, Mediadora de Leitura. Foi uma tarde cheia de alegria e saiu de lá com a consciência feliz e o coração nutrido de amor, carinho e paz.










EULÁLIA DUARTE BARROS - TOMOU POSSE NA ACADEMIA NORTE RIO GRANDENSE DE LETRAS

Eulália Duarte Barros, mestra em educação,  professora universitária aposentada, escritora, tomou posse na última quarta feira, dia 13 de julho, na Academia Norte Rio Grandense de Letras, na cadeira 13, que teve como fundador Luís da Câmara Cascudo que depois foi ocupada pelos imortais Oriano de Almeida e Anna Maria Cascudo Barreto.
Auditório lotado, com a presença de autoridades, familiares e amigos que vieram prestigiar tão importante noite na vida desta escritora. Eulália Duarte Barros é também membro do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Foi uma noite memorável, onde o púlpito da ANRL deu vez ao sertão e ao agreste, nos discursos respectivamente de Paulo Bezerra e Eulália Duarte Barros.  A escritora fora eleita em 15 de setembro de 2015, leia matéria em http://franciscomartinsescritor.blogspot.com.br/2015/09/eulalia-barros-foi-eleita-hoje-para-anrl.html.