Fonte: jornal A República - 27 de novembro de 1940.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
PROPAGANDA DE ANTIGAMENTE
Fonte: jornal A República - 27 de novembro de 1940.
domingo, 11 de dezembro de 2016
DORIAN E NAVARRO JUNTOS NA REPÚBLICA
Dezembro sempre nos remete à festa do nascimento de Jesus. Este ano de 2016 eu quero homenagear dois artistas maravilhosos, trazendo de um tempo distante uma ilustração de Dorian Gray e um texto de Newton Navarro. Já se foram 59 anos da ilustração, que foi capa do jornal A República e da publicação do artigo no mesmo jornal, em 25de dezembro de 1957.
Observação: O texto não está incompleto, no original as reticências fazem parte do artigo.
Referência: Jornal A República, edição de 25 de dezembro de 1957
UM MENINO NA NOITE
Newton Navarro
Rezam
as escrituras que foi à meia noite. Bandos celestes desceram pelos espaços e
cantavam coisas estranhas. E os seus cânticos despertaram pastores que
apascentavam sonolentos rebanhos pelas encostas sombrias. Uma luz purificou a
noite densa e misteriosos ruídos se lastraram pela terra vestida de sono. Um
rei feito menino havia nascido. Um rei sobre quem a glória dos Altos céus cobriu
de beleza luminosa. Seu corpo aclarado foi bafejado pelo calor de um burro e de
uma vaca. Seu reino não era deste mundo... o azul era de um mistério
deslumbrante e uma grande estrela pousou sobre a terra longínqua da Judéia. É o
que repete hoje a palavra sagrada...
***
Ser
humilde é o que nos custa tanto. Porque quanta vez a nossa humildade é vaidade
decadente! Penso, profundamente, nessa noite misteriosa e rica de cânticos. Não
tenho eu o direito de chegar ao limiar dessa gruta onde pastores pobres vão
depor seus mais belos carneirinhos. Não ouso olhar a beleza desse pequeno Rei
que choraminga. E longe, na solidão de um afastamento proposital penso no seu
Reino e nas suas promessas. A noite também me aclara com a luz celestial do
Menino. Ele veio até nós ensinar humildade e pobreza. E a Sua luz me faz feliz
em meu degredo. Senhor, como sinto distante o Teu reino de Graça!
***
.
. . veio para endireitar os caminhos e as tortas veredas do mundo. Festejemos
esse Menino. A sua Casa, Ele mesmo vai dizer mais tarde, tem muitas moradas.
Quem sabe se em algum canto não caberemos? . . .Observação: O texto não está incompleto, no original as reticências fazem parte do artigo.
Referência: Jornal A República, edição de 25 de dezembro de 1957
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
A PALAVRA DA SEMANA
A palavra mais proferida essa semana é: MONOCRÁTICA, saiba o que ela significa.
Decisão monocrática consiste em decisão proferida por um único magistrado, de qualquer instância ou tribunal. Contrapõe-se às decisões colegiadas, típicas de casos em que o pedido jurisdicional esteja em fase de recurso. A decisão monocrática, em primeira instância, é a regra.
Decisão monocrática consiste em decisão proferida por um único magistrado, de qualquer instância ou tribunal. Contrapõe-se às decisões colegiadas, típicas de casos em que o pedido jurisdicional esteja em fase de recurso. A decisão monocrática, em primeira instância, é a regra.
ALEGRIA
Quando o poeta é lembrado, lido e imitado
Sua alma canta de alegria. Seu ser ferve de paixão pelas letras.
Quando o poeta se vê na personificação de uma criança dando-lhe uma leitura de tudo quanto faz,
Ah! o poeta se derrete de felicidade.
Que haja leitores! Sempre, pequenos e grandes.
E que os poetas e escritores tenham constante o dom de conquistar corações e neles fazer morar seus versos e prosas, dando cor à alma de quem os guarda.
Francisco Martins - 7.12.2016
Sua alma canta de alegria. Seu ser ferve de paixão pelas letras.
Quando o poeta se vê na personificação de uma criança dando-lhe uma leitura de tudo quanto faz,
Ah! o poeta se derrete de felicidade.
Que haja leitores! Sempre, pequenos e grandes.
E que os poetas e escritores tenham constante o dom de conquistar corações e neles fazer morar seus versos e prosas, dando cor à alma de quem os guarda.
Francisco Martins - 7.12.2016
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Quais são os países com melhor educação - e o que precisamos fazer para chegar lá
Mais uma vez os países da Ásia ocupam os primeiros lugares no ranking
do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em
inglês) - e Cingapura, uma cidade-estado pouco maior que o Vaticano e
Mônaco onde a maioria da população é de origem chinesa, é líder
indiscutível.
A prova coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) foi aplicada no ano passado em mais de 500 mil jovens
de 15 a 16 anos em 70 países e territórios, incluindo o Brasil.
O Pisa mediu o desempenho em Ciências, Leitura e Matemática. Os dez
lugares com os melhores resultados foram Cingapura, Japão, Estônia,
Taiwan, Finlândia, Macau, Canadá, Vietnã, Hong Kong e China.
A avaliação acontece a cada três anos e oferece um perfil básico de
conhecimentos e habilidades dos estudantes, reúne informações sobre
variáveis demográficas e sociais de cada país e oferece indicadores de
monitoramento dos sistemas de ensino ao longo dos anos.
Apesar de alguma melhora em Ciências e Matemática em lugares como o
Peru e a Colômbia, os países da América Latina seguem apresentando um
desempenho muito distante das nações que lideram a avaliação.
A melhor posição entre os latino-americanos foi para a cidade de Buenos
Aires - um 38º lugar em ciências. A pior foi a da República Dominicana,
70º - e último - lugar em Ciências e Matemática.
A OCDE explicou que o Pisa não trouxe um resultado geral para a
Argentina porque o pequeno número de colégios participantes da avaliação
no país não permitiu que fossem obtidos resultados estatísticos
consistentes.
Andreas Schleicher, diretor de educação da OCDE e coordenador das
provas do Pisa, destacou À BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, cinco
mudanças que o Brasil e a América Latina em geral devem fazer para
melhorar sua educação.
1) Encarar a desigualdade
Muito pode ser melhorado na educação brasileira e latino-americana.
Mas Schleicher aponta um "elefante na sala", um problema grave e dominante falado por poucos.
"Este problema é a desigualdade. E para dizer a verdade, a desigualdade
na América Latina é, em sua maior parte, planejada", disse Schleicher.
"Basicamente, se você vem de uma família com recursos, vai frequentar
um colégio talvez privado, se formar e depois o governo lhe dará muito
dinheiro quando você conseguir uma das poucas vagas nas universidades
públicas. Você se sairá bem", afirmou.
"Mas se você vem de uma família pobre, acabará em uma escola com menos
professores preparados, dificilmente terá a oportunidade de alcançar a
educação superior ou acabará em uma instituição privada de pouco
prestígio, pagando do próprio bolso para ter um diploma medíocre."
Schleicher observa que "muito poucos países da América Latina têm a coragem de encarar essas desigualdades".
"O Chile vem tentando com muita dificuldade. E me impressiona o que o
Peru está fazendo: colocando os colégios públicos e privados em um mesmo
plano, de maneira que as escolas privadas não possam receber dinheiro
público, devem escolher. Acho que é um enfoque corajoso."
O dirigente da OCDE destacou o caso de países que adotam políticas
rigorosas - como aqueles que mandam bons professores para colégios que
estão em desvantagem.
"Vou dar um exemplo. Na China, se você é vice-diretor de um colégio
muito bom e quer virar diretor, primeiro terá que provar a sua
capacidade em um colégio com problemas."
No Vietnã, que ficou em 8º no Pisa, também se quer assegurar que as
crianças que precisam de mais oportunidades tenham acesso ao ensino de
qualidade.
"Isso não existe na América Latina", disse Schleicher.
Mas ele cita um exemplo positivo que vem do Estado brasileiro do Ceará.
"Me impressionou muito o que estão fazendo lá. Se uma escola está no
topo do ranking estadual, recebe mais dinheiro, mas o valor não pode ser
gasto nessa escola: ela deve usá-lo para ajudar outra escola que tenha
maus resultados."
"Dessa forma, a escola boa recebe mais verbas, prestígio, mais pessoal e
programas, mas esse conhecimento vai para as escolas que realmente
necessitam dele. Creio que é uma forma muito inteligente de encarar a
desigualdade."
2) Tornar a carreira de professor mais atraente
E não se trata apenas de pagar melhores salários, segundo Schleicher.
"Alguns países da América Latina pagam muito bem os profesdores. Estou
me referindo a fazer com que a profissão de professor seja muito mais
atraente intelectualmente", explicou.
"Isso significa oferecer mais oportunidades para que os professores colaborem, investir mais na profissionalização."
Para Shleicher, faltam esses elementos na região.
"Na América Latina, cada professor é tratado da mesma forma, e os
governos acham que sabem o que os professores deveriam fazer."
"Na maioria dos países latino-americanos, a profissão é muito estática.
É uma espécie de trabalho industrial, como numa fábrica."
Nesse sentido, avalia, Brasil e vizinhos poderiam aprender muito com países como Cingapura, Vietnã ou China.
"Em Cingapura, por exemplo, se faz algo muito simples. Algumas aulas
são gravadas em vídeo, e semanalmente os professores se reúnem, assistem
aos vídeos, conversam, analisam e vão, eles mesmos, estabelecendo a
melhor prática."
"Isso não gasta muito tempo nem dinheiro, mas tem um impacto profundo.
Os professores são os donos da sua profissão. E quase toda escola tem
uma comunidade profissional que colabora e aprende."
Cingapura também determina que cada professor gaste cem horas em atividades ou cursos de desenvolvimento profissional por ano.
"Ultimamente tenho visto que a maioria dos professores têm cursos de
mestrado. Mas não se trata de aprender apenas na universidade", opinou o
representante da OCDE.
"Na minha opinião, o melhor treinamento para eles acontece nos próprios
colégios, observando boas práticas, aprendendo com os melhores
professores. Creio que isso é o que falta na América Latina."
3) Ensinar a pensar como um cientista
"Creio que um grande desafio para a América Latina é afastar-se de um
sistema centrado no ensino de conteúdos, quer dizer, priorizar que os
estudantes aprendam a pensar como um cientista, um matemático, um
filósofo ou um historiador", disse Schleicher.
"É importante que os estudantes compreendam realmente a essência da sua disciplina e se apaixonem por ela."
"Se eles são bombardeados com conteúdo, terão aprendido conhecimento.
Mas na América Latina vejo grandes deficiências na capacidade de
participação dos estudantes, de entusiasmar-se com o que aprendem."
No leste da Ásia também são usados métodos de ensino tradicionais, mas centrados na compreensão de conceitos.
Você é capaz de planejar uma experiência? Pode desenvolver sua própria
hipótese e depois fazer uma experiência para prová-la? Consegue
distinguir um fato de uma hipótese?
Tudo isso pode ser resumido, segundo Schleicher, em pensar como um cientista.
Um ensino de conteúdos significa apenas aprender quantas patas tem uma aranha ou a fórmula química da água.
4) Ensinar poucas coisas, mas em profundidade
Os sistemas de ensino com melhor desempenho focam em três coisas, afirma Shleicher.
Em primeiro lugar, demandam rigor - ou seja, o nível de exigência dos alunos é muito alto.
Em segundo, se concentram em aprender poucas coisas, mas "muito, muito bem".
E em terceiro está um elemento que Schleicher chama de coerência ou progressão na aprendizagem.
"Na América Latina, os livros de texto são maiores do que no Japão,
onde o importante é ensinar pouco e em profundidade", afirmou.
"Geralmente, o que vemos na América Latina é que os estudantes não
aprendem algo no quarto ano do ensino fundamental e aquilo voltará a
aparecer, de maneira distinta, no quinto e no sexto ano."
"Coerência significa que primeiro se aprende algo muito bem, compreende-se e depois se avança para o passo seguinte."
5) Melhorar o ensino pré-escolar
De acordo com o especialista, existe um vínculo direto entre o ensino pré-escolar e o desempenho posterior dos alunos.
"Vi muito progresso na América Latina na educação para crianças maiores de três anos", disse Schleicher.
"Mas creio que novamente o desafio é a qualidade do ambiente de
aprendizagem. O acesso à educação pré-escolar na América Latina avançou,
mas a qualidade deve melhorar."
"Deve haver um componente de educação forte, e não me refiro apenas à
aprendizagem tradicional, mas a competências sociais, emocionais. Sempre
se deve assegurar que quem educa essas crianças seja qualificado."
Schleicher também falou sobre outro problema grave na educação secundária no Brasil e vizinhança: a evasão ou abandono escolar.
"A primeira coisa que deve ser perguntada aos países da região é por
que os estudantes não estão completando sua educação. E o grande
problema é: a relevância", opinou.
"Muitos jovens não veem que o aprendizado vai ajudá-los na vida. Esse
problema deve ser encarado, não se pode manter os alunos na escola como
se ela fosse uma prisão."
"Se você fosse dono de um supermercado e visse que, de 100 clientes que
entram, uns 30 vão embora diariamente sem comprar nada, você passaria a
se perguntar: por que as pessoas não querem ficar no meu supermercado?"
"Não costumamos fazer essa pergunta quando se trata de ensino.
Acreditamos que a resposta é fazer uma escola obrigatória", afirmou
Schleicher.
"A resposta está em garantir que as escolas realmente ajudem os alunos a ter um trabalho melhor, uma vida melhor."
Fonte: https://noticias.terra.com.br/mundo/quais-sao-os-paises-com-melhor-educacao-e-o-que-precisamos-fazer-para-chegar-la,fc30055f79a9724fbc3068152a3cdc057mumxoix.html
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
FALSÁRIOS DA LITERATURA POTIGUAR
Recentemente, li, consternado, a noticia de que o jornalista e
escritor Carlos de Souza não publicará mais a sua tradicional coluna no
jornal Tribuna do Norte. Atitude que empobrece demais a tão carente área
literária-cultural do Estado. Em um dos trechos da entrevista, onde
explica seu desligamento, o jornalista comenta: “Até tentei fazer
algumas críticas, mas era difícil demais. Acabava sempre magoando
alguém. Aí desisti. Vivo numa província metida a besta que o resto do
país ignora solenemente”.
Para o leitor mais jovem, que talvez não o conheça, Carlos de Souza é um importante escritor nosso, nascido na cidade de Areia Branca e radicado em Natal. Grande revelação dos anos 80, estreou com “Crônica da Banalidade”, novela (1988), e em seguida, além do seu destacado trabalho como jornalista, sobretudo nos jornais Diário de Natal e Tribuna do Norte, continuou uma bela carreira como escritor, tendo publicado nos anos seguintes, “Cachorro Magro”, poesia (1999), “É Tudo Fogo de Palha”, teatro (2006), “Cidade dos Reis”, romance (2014) e mais recentemente “Urbi”, contos (2015).
As resenhas, comentários e críticas literárias de Carlos de Souza irão fazer falta imensa em nosso meio cultural. A extinção da coluna de Carlão nos remete ao fim de outra coluna deixada, ano passado, pelo jornalista e escritor Nelson Patriota. Não podemos afirmar com exatidão os motivos que levaram o também crítico literário a não mais publicar sua crítica semanal. Porém percebemos algo muito grave acontecendo em nossa literatura: o excesso de escritores e livros medíocres.
A literatura potiguar, na atualidade, assim como outras literaturas, tem muito joio no trigo. Há uma verdadeira inflação de mediocridades. Inúmeros escritores de araque, verdadeiros “estelionatários da literatura”, extremamente ególatras, acham-se mais importantes do que a obra que escrevem. São marqueteiros dos seus próprios trabalhos e se autopromovem, muitos de forma ridícula. Alguns desses autores, até inteligentes, não têm, porém, discernimento para filtrar o que é arte e o que não é, em se tratando de literatura.
Em grande maioria, nossos autores contemporâneos são tremendamente iludidos. Tudo isso, por causa de meia dúzia de “amigos” que os aplaudem e os chamam de escritores. Grandes medíocres, eles passam a se dedicar à literatura como se fossem verdadeiros escritores. Querem tornar-se uma espécie de Paulo Coelho de Natal; talvez pensem que ser Paulo Coelho é grande coisa, afinal, eles não entendem nada mesmo de literatura. Coitados. Sem falar, que, numa província em que a tiragem média de um livro é de 300 exemplares, é inaceitável que o autor queira se achar genial. Muitas vezes esses poucos exemplares não são sequer lidos; ficam nas estantes dos amigos, enquanto outra parte vai parar nos sebos da cidade. Pobres escritores presunçosos, também não entendem nada sobre sistema literário. Deveriam ler um pouco do mestre Antonio Cândido.
Muitos desses falsários da literatura, vivem ligados às chamadas redes sociais, fazendo propaganda de si mesmos, dizendo que seus livros são bons, e divulgando notinhas elogiosas de amigos que os leram (será mesmo que leram?). E pasmem caros leitores, eu já ouvi da boca de muitos deles que não admitem crítica às suas obras. Alguns nos procuram, pedindo pra fazermos resenhas dos seus livros, solicitando para serem entrevistados, querendo obstinadamente, divulgar o trabalho deles. Isso nos faz rir e entristecer ao mesmo tempo. Quanta imaturidade literária!
Enfim, essa é a triste realidade que observamos, notadamente na poesia, que vive uma crise sem tamanho. Nunca li tantos versos ruins na minha vida, como tenho lido na atualidade. Eu já havia comentado, num texto aqui mesmo, ano passado, que tem gente rimando amor com dor e achando que faz poesia. Mas, e não é só isso: comete-se poemas, com imagens e versos gastos, já ditos milhares de vezes por outros poetas. Nada de novo, nada relevante ou edificante para a nossa literatura.
Na prosa de ficção, coisa semelhante acontece: histórias cheia de clichês, de um mau gosto incrível. Muitos acham que criam obras-primas, mas na verdade, seus trabalhos não passam de diluições, reflexos de suas próprias leituras. Nada de novo, nada de criativo, apenas a repetição do que já leram ou viram em filmes e novelas na TV. Ainda tem outro agravante, no desejo de serem chamados de romancistas quando escrevem, contos ou novelas, mas não sabem nem diferenciar os gêneros.
A crise na literatura local é tanta, que muitos desses “escritores”, residentes no interior, estão abrindo Academias de Letras em suas cidades. Só falta agora criarem academias de bairros… Tudo movido à vaidade.
Interessante notar que não se preocupam em formar leitores, alguns até fingem se preocupar, mas, o que querem mesmo é se promover. O ego deles está acima de qualquer coisa.
Como se já não bastasse o mal que fazem à literatura, também agridem a natureza (pois, como se sabe, é preciso derrubar árvores para se fazer papel). Que desperdício!
Não vou nem comentar aqui determinadas agremiações ridículas, que eles também criam para juntar mesmice e literatura de terceira categoria. Devo dizer que, alguns desses elementos, são boas pessoas, cordiais, simpáticas, todavia não entendem nada de literatura, não têm afinidade alguma com a arte da palavra. Fariam um bem às nossas letras se deixassem de escrever e passassem a se dedicar a outras tarefas.
A verdade é essa, são muitos, mas muitos escritores sem valor, que na verdade não devem ser chamados de escritores. Os nossos bons escritores ainda são aqueles mesmos que você deve saber, caro leitor. Os que de maneira sóbria vêm batalhando desde o século passado. Dez ou doze nomes, no máximo, da nova geração têm real valor, o resto, como se diz na linguagem popular, “é tudo farinha do mesmo saco”.
Com tantos egos e tantos medíocres soltos por aí afora, é difícil se conseguir fazer uma verdadeira crítica literária no Estado, a não ser que o crítico esteja disposto a ter inimigos pelo resto da vida.
Thiago Gonzaga (thiagokats@hotmail.com)
Fonte: Disponível em: http://www.substantivoplural.com.br/falsarios-da-literatura/ Visualizada em 5 dez 2016.
Para o leitor mais jovem, que talvez não o conheça, Carlos de Souza é um importante escritor nosso, nascido na cidade de Areia Branca e radicado em Natal. Grande revelação dos anos 80, estreou com “Crônica da Banalidade”, novela (1988), e em seguida, além do seu destacado trabalho como jornalista, sobretudo nos jornais Diário de Natal e Tribuna do Norte, continuou uma bela carreira como escritor, tendo publicado nos anos seguintes, “Cachorro Magro”, poesia (1999), “É Tudo Fogo de Palha”, teatro (2006), “Cidade dos Reis”, romance (2014) e mais recentemente “Urbi”, contos (2015).
As resenhas, comentários e críticas literárias de Carlos de Souza irão fazer falta imensa em nosso meio cultural. A extinção da coluna de Carlão nos remete ao fim de outra coluna deixada, ano passado, pelo jornalista e escritor Nelson Patriota. Não podemos afirmar com exatidão os motivos que levaram o também crítico literário a não mais publicar sua crítica semanal. Porém percebemos algo muito grave acontecendo em nossa literatura: o excesso de escritores e livros medíocres.
A literatura potiguar, na atualidade, assim como outras literaturas, tem muito joio no trigo. Há uma verdadeira inflação de mediocridades. Inúmeros escritores de araque, verdadeiros “estelionatários da literatura”, extremamente ególatras, acham-se mais importantes do que a obra que escrevem. São marqueteiros dos seus próprios trabalhos e se autopromovem, muitos de forma ridícula. Alguns desses autores, até inteligentes, não têm, porém, discernimento para filtrar o que é arte e o que não é, em se tratando de literatura.
Em grande maioria, nossos autores contemporâneos são tremendamente iludidos. Tudo isso, por causa de meia dúzia de “amigos” que os aplaudem e os chamam de escritores. Grandes medíocres, eles passam a se dedicar à literatura como se fossem verdadeiros escritores. Querem tornar-se uma espécie de Paulo Coelho de Natal; talvez pensem que ser Paulo Coelho é grande coisa, afinal, eles não entendem nada mesmo de literatura. Coitados. Sem falar, que, numa província em que a tiragem média de um livro é de 300 exemplares, é inaceitável que o autor queira se achar genial. Muitas vezes esses poucos exemplares não são sequer lidos; ficam nas estantes dos amigos, enquanto outra parte vai parar nos sebos da cidade. Pobres escritores presunçosos, também não entendem nada sobre sistema literário. Deveriam ler um pouco do mestre Antonio Cândido.
Muitos desses falsários da literatura, vivem ligados às chamadas redes sociais, fazendo propaganda de si mesmos, dizendo que seus livros são bons, e divulgando notinhas elogiosas de amigos que os leram (será mesmo que leram?). E pasmem caros leitores, eu já ouvi da boca de muitos deles que não admitem crítica às suas obras. Alguns nos procuram, pedindo pra fazermos resenhas dos seus livros, solicitando para serem entrevistados, querendo obstinadamente, divulgar o trabalho deles. Isso nos faz rir e entristecer ao mesmo tempo. Quanta imaturidade literária!
Enfim, essa é a triste realidade que observamos, notadamente na poesia, que vive uma crise sem tamanho. Nunca li tantos versos ruins na minha vida, como tenho lido na atualidade. Eu já havia comentado, num texto aqui mesmo, ano passado, que tem gente rimando amor com dor e achando que faz poesia. Mas, e não é só isso: comete-se poemas, com imagens e versos gastos, já ditos milhares de vezes por outros poetas. Nada de novo, nada relevante ou edificante para a nossa literatura.
Na prosa de ficção, coisa semelhante acontece: histórias cheia de clichês, de um mau gosto incrível. Muitos acham que criam obras-primas, mas na verdade, seus trabalhos não passam de diluições, reflexos de suas próprias leituras. Nada de novo, nada de criativo, apenas a repetição do que já leram ou viram em filmes e novelas na TV. Ainda tem outro agravante, no desejo de serem chamados de romancistas quando escrevem, contos ou novelas, mas não sabem nem diferenciar os gêneros.
A crise na literatura local é tanta, que muitos desses “escritores”, residentes no interior, estão abrindo Academias de Letras em suas cidades. Só falta agora criarem academias de bairros… Tudo movido à vaidade.
Interessante notar que não se preocupam em formar leitores, alguns até fingem se preocupar, mas, o que querem mesmo é se promover. O ego deles está acima de qualquer coisa.
Como se já não bastasse o mal que fazem à literatura, também agridem a natureza (pois, como se sabe, é preciso derrubar árvores para se fazer papel). Que desperdício!
Não vou nem comentar aqui determinadas agremiações ridículas, que eles também criam para juntar mesmice e literatura de terceira categoria. Devo dizer que, alguns desses elementos, são boas pessoas, cordiais, simpáticas, todavia não entendem nada de literatura, não têm afinidade alguma com a arte da palavra. Fariam um bem às nossas letras se deixassem de escrever e passassem a se dedicar a outras tarefas.
A verdade é essa, são muitos, mas muitos escritores sem valor, que na verdade não devem ser chamados de escritores. Os nossos bons escritores ainda são aqueles mesmos que você deve saber, caro leitor. Os que de maneira sóbria vêm batalhando desde o século passado. Dez ou doze nomes, no máximo, da nova geração têm real valor, o resto, como se diz na linguagem popular, “é tudo farinha do mesmo saco”.
Com tantos egos e tantos medíocres soltos por aí afora, é difícil se conseguir fazer uma verdadeira crítica literária no Estado, a não ser que o crítico esteja disposto a ter inimigos pelo resto da vida.
Thiago Gonzaga (thiagokats@hotmail.com)
Fonte: Disponível em: http://www.substantivoplural.com.br/falsarios-da-literatura/ Visualizada em 5 dez 2016.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
EDITORA CAROLINA CARTONERA LANÇA MAIS UMA ANTOLOGIA DE PEQUENOS ESCRITORES
Foi na tarde de onte, 1 de dezembro, que pelo segundo ano consecutivo, a Escola Municipal Homero Dantas e a Editora Carolina Cartonera lançaram a antologia escrita pelos alunos do 3º Ano B, turma da Professora Tetê Dantas. A tarde de autógrafo foi emocionante e inesquecível para todos aqueles que ajudaram a concretizar este sonho. Veja o registro fotográfico no link Tarde de autógrafo
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CARAVANA DE ESCRITORES VISITA HOJE A ESCOLA ANTONIO PINTO DE MEDEIROS
A Escola Estadual Antonio Pinto de Medeiros, localizada no conjunto residencial Cidade Satélite, em Natal-RN, vai receber na tarde de hoje,às 14 h, um grupo de escritores que participa do projeto Caravana de Escritores, capitaneado por Thiago Gonzaga. O projeto tem apoio da COSERN através da lei de incentivo à cultura Câmara Cascudo e propõe levar às escolas os escribas e seus livros para uma conversa descontraída com o público estudantil.
Hoje, entre os escritores convidados, também se fará presente Francisco Martins, que levará aos jovens daquela escola uma palavra de incentivo à leitura e sua importância na transformação de vida.
Hoje, entre os escritores convidados, também se fará presente Francisco Martins, que levará aos jovens daquela escola uma palavra de incentivo à leitura e sua importância na transformação de vida.
I FEIRA EMPREENDEDORA E CULTURAL DE NÍSIA FLORESTA
DIA 06 E 7 DE DEZEMBRO 2016
PROGRAMAÇÃO –
COORDENAÇÃO GERAL: PE AJOSENILDO NUNES DE REJANE DE SOUZA
OBJETIVO: fomentar a criação de um ambiente favorável para geração de oportunidades de negócio e estimular a criação de novos empreendimentos sustentáveis, como âncora para o desenvolvimento social e cultural da região.
LOCAL – Largo da Matriz - Hora -13h – Dias 6 e 7 de Dezembro 2016
EMPREENDEDORISMO
1. Exposição das diversas artes criadas pelos artesãos da região e de outros serviços.
2. Distribuição de material informativo do Sebrae.
CULTURA
1.TENDA LITERÁRIA: – teatro de fantoches - saraus – contação de histórias e leitura livre.
Dia 07 de Dezembro – 9h30 – Centro Paroquial Isabel Gondim
2. Exposição do Projeto Memória do Banco do Brasil sobre Nísia Floresta
3. MESA-REDONDA- NÍSIA EM NÍSIA.
DRA REGINA SIMON- Título da palestra: “CINTILAÇÕES DE UMA ALMA BRASILEIRA: A RECONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO DA “TERRA ABENÇOADA”, POR NÍSIA FLORESTA.
Perfil Acadêmico:
Doutorado em Letras Neolatinas pela UFRJ (2008)- com ênfase na Literatura Hispano-americana. Atualmente, é Professora-Adjunta de Língua e Literaturas Hispânicas do Departamento de Língua e Literaturas Estrangeiras Modernas da UFRN e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem – PpgEL - na área de Literatura Comparada - linha de Literatura e Memória Cultural. Área de pesquisa: Literatura Hispano-Americana, Memória, Utopia, Relatos de Viagem, Alteridade e estudos sobre a mulher.
ISABELA LAUAR – Título da palestra: NÍSIA FLORESTA: DIREITOS DAS MULHERES EM VIDA, PROSA, POESIA E EDUCAÇÃO - Graduanda em Direito do Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN). Realiza pesquisa sobre a escritora potiguar Nísia Floresta:"Nísia Floresta: direitos das mulheres em vida, prosa, poesia e educação". Autora do livro: “A trilha evolutiva da mulher: da dominação de gênero aos caminhos emancipatórios.”
APOIOS: SEBRAE – PARÓQUIA NÍSIA FLORESTA – BIBLIOTECA COMUNITÁRIA DONA MARIINHA – SECRETARIA DE TURISMO E CULTURA DE NÍSIA FLORESTA – SECRETARIA DE ADMINSITRAÇÃO DE NÍSIA FLORESTA – BLOG NÍSIA DIGITAL. CÁRITAS ARQUIDOCESANA DE NATAL – FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO – MARINAS – CAMARÃO – ESTAÇÃO PAPARY.
domingo, 27 de novembro de 2016
sábado, 26 de novembro de 2016
FRANCISCO MARTINS É AGRACIADO COM A MEDALHA DEÍFILO GURGEL
O escritor Francisco Martins foi agraciado na última quinta-feira, dia 24 de novembro, às 19 h, na Pinacoteca do Estado, com a Medalha Deifilo Gurgel, principal comenda do Estado do Rio Grande do Norte que homenageia pessoas físicas e instituições que se destacam na cultura popular. Francisco Martins teve seu trabalho reconhecido, no tocante a produção literária dos folhetos de cordéis, que assina com o heterônimo de Mané Beradeiro e o projeto Momento do Livro.
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