quinta-feira, 23 de março de 2017
SOBRE ESCRITORES POTIGUARES: OTONIEL MENEZES
A cadeira 23 da Academia Norte-rio-grandense de Letras teve como segundo ocupante e primeiro sucessor o poeta Otoniel Menezes de Melo, que como candidato único sucedeu Bezerra Júnior. Otoniel foi eleito em 1 de maio de 1958, porém nunca tomou posse. Mas tarde, o poeta se candidatou à Academia Potiguar de Letras e desta vez tomou posse na cadeira 24, que tinha como patrono Antonio Damasceno Bezerra. O evento aconteceu no dia 20 de abril de 1965, na sede do IHGRN. Quatro anos depois morreu na cidade do Rio de Janeiro, Otoniel Menezes, aos 74 anos.
Referências
MARTINS, Francisco. A Grande Pesquisa - Homenagem aos 80 anos da Academia Norte-rio-grandense de Letras (1936-2016). Natal: 8 Editora. p.49.
Diário Oficial do Estado - Edição de 13.04.1965.
Marcadores:
Curiosidade literária,
Memória Cultural
AS PRENDAS DO RECATO QUE OS ANOS NÃO TRAZEM MAIS / O VESTIDO
Quando ela tirou o vestido
estampado de flores,
os seus braços erguidos me deram
(a saia godê lhe recobria o rosto)
a explicação da primavera humana.
Livre da peça que recobre e atrai,
demorou a mão delicada
sobre a alça que lhe descia
do ombro, não lembro o lado.
Demorou a mão,
a alça fina entre os dedos.
(continua na postagem de amanhã)
Thiago de Mello
estampado de flores,
os seus braços erguidos me deram
(a saia godê lhe recobria o rosto)
a explicação da primavera humana.
Livre da peça que recobre e atrai,
demorou a mão delicada
sobre a alça que lhe descia
do ombro, não lembro o lado.
Demorou a mão,
a alça fina entre os dedos.
(continua na postagem de amanhã)
Thiago de Mello
quarta-feira, 22 de março de 2017
DOUTOR BUTI - O PRIMEIRO LIVRO INFANTIL DE FRANCISCO MARTINS
O desafio do aluno Miguel (Escola Mul Luzanira Maria da Costa Cruz - Parnamirim/RN) torna-se realidade. Em abril próximo, o escritor Francisco Martins vai estrear na literatura infantil com a fábula: Doutor Buti.
O livro é editado pela Carolina Cartonera, tem 22 páginas, no tamanho A4, paisagem. E conta a história de um jabuti (Dr. Buti) que vai receber pacientes com sérios problemas: uma lagartixa que não quer subir pelas paredes, um camaleão que não gosta de mudar de cor, uma barata estressada e um cão que não sabe latir. Os eixos temáticos são saúde, respeito, humor e poesia.
As ilustrações são do jovem artista Lucas Marques, professor de desenho e aluno do curso de Pedagogia na Faculdade Maurício de Nassau, em Natal/RN.
Quem desejar adquirir o livro deve entrar em contato diretamente com o autor, através do telefone (84) 9.8719 4534. Não será disponibilizado para livrarias. Preço do livro: R$ 25,00.
Francisco Martins |
As ilustrações são do jovem artista Lucas Marques, professor de desenho e aluno do curso de Pedagogia na Faculdade Maurício de Nassau, em Natal/RN.
Lucas Marques |
sexta-feira, 10 de março de 2017
COMENTANDO MINHAS LEITURAS : A ÁRVORE
Livro: A árvore
Autor: Bartolomeu Campos de Queirós
Leitura: infantojuvenil
Editora: Paulinas, 3ª edição, 2011 - São Paulo
Ilustrações de Mario Cafiero
Leitura: 23/02/2017
Bartolomeu Campos de Queirós não está na árvore, mas a árvore está nele, é dele: eu tenho uma árvore. Minha árvore é verde e suporta um mar de folhas (p.4). O autor é um homem experiente n literatura, lançou o primeiro livro em 1974 ( O peixe e o pássaro) e ao longo da sua existência de 67 anos, ele nos presenteou com mais de 45 livros.
Quando o leitor abre um livro de Bartolomeu pode ter a certeza que estará comungando de um processo de criação da metalinguagem.
Autor: Bartolomeu Campos de Queirós
Leitura: infantojuvenil
Editora: Paulinas, 3ª edição, 2011 - São Paulo
Ilustrações de Mario Cafiero
Leitura: 23/02/2017
Tão grande é a importância de uma árvore, quantas vidas ela abriga e poucos compreendem sua missão. O escritor Bartolomeu Campos de Queirós (1944-2012) escreveu o livro A árvore, seguindo seu estilo maravilhoso de prosa poética e nos revelando com aquele olhar tão peculiar que ele possuía, o mundo das diversas vidas que estão numa árvore. É um livro somente para crianças? Diria que não, é também para o adulto que não foi ensinado sobre a beleza que é tem a árvore. Junta-se ao brilhantismo textual das letras e palavras, o texto da imagem, artisticamente criado por Mario Cafiero, que enche os olhos do leitor de cores e artes. Uma degustação imperdível àqueles que apreciam um belo livro.
Bartolomeu Campos de Queirós não está na árvore, mas a árvore está nele, é dele: eu tenho uma árvore. Minha árvore é verde e suporta um mar de folhas (p.4). O autor é um homem experiente n literatura, lançou o primeiro livro em 1974 ( O peixe e o pássaro) e ao longo da sua existência de 67 anos, ele nos presenteou com mais de 45 livros.
Bartolomeu Campos de Queirós |
quinta-feira, 9 de março de 2017
quarta-feira, 8 de março de 2017
SAPOTERATURA - A BELA BEIJA A FERA
Socorro foi para Dom Marcolino Dantas, pequeno povoado rural, no município de Maxaranguape/RN, onde moravam seus pais e levou consigo as duas filhas: Lorena e Luana. Luana ainda iria completar dois anos. No final da tarde Socorro banha as crianças e as veste com vestidos lindos, laços de fitas nos cabelos e as deixa passearem na rua larga, arborizada e sem calçamento.
Enquanto as filhas brincam sem nenhum perigo, Socorro degusta com sua mãe e seus irmãos de um café regional. Lá fora as meninas Lorena e Luana estão encantadas descobrindo coisas que não veem na cidade, tais como: vacas que retornam ao curral, os cavalos nos estábulos, as galinhas buscando os poleiros para dormirem. Tudo é novidade, Cenas impossíveis de serem vistas dentro de um apartamento.
Durante o deguste Socorro mostra-se preocupada com as crianças que não estão ao alcance da sua vista.
-Filha, aqui não há nenhum perigo. As meninas estão brincando. Daqui eu consigo vê-las.
E aquele momento foi ficando cada vez mais alegre, a confraternização familiar criava laços fecundos, trazia recordações de histórias recheadas com camadas de gargalhadas em cores variadas.
-Será que papai ainda vai demorar a chegar? Perguntou Socorro.
-Que nada, está na hora dele retornar. Falou a mãe
E tal como é certo o sol se por todos os dias, ele chegou poucos minutos depois.
-Olha! É o barulho do bugre,papai está vindo. Foi o anúncio de Rejane.
Chiquinho estacionou o carro embaixo da Tamarineira e quando entrou em casa saudou a todos e disse:
-Vocês precisam ir lá fora ver o que Luana está fazendo. Mas vão de forma vagarosa para não chamar a atenção.
Raimundo e as filhas saíram em direção a Luana. Na calçada a encontram de quatro pé, com o nariz literalmente encostado na narina de um sapo cururu. O sapo com as patas dianteiras esticadas para a frente, barriga inflada, tentando provocar medo naquela criança, e Luana, na inocência pueril, balançava a cabeça de um lado para o outro, ao mesmo tempo em que esfregava seu nariz no sapo.
Luana cresceu. Hoje ela é uma bela mulher e acredito que nada neste mundo a fará repetir a cena daquela infância longínqua.
Francisco Martins
Enquanto as filhas brincam sem nenhum perigo, Socorro degusta com sua mãe e seus irmãos de um café regional. Lá fora as meninas Lorena e Luana estão encantadas descobrindo coisas que não veem na cidade, tais como: vacas que retornam ao curral, os cavalos nos estábulos, as galinhas buscando os poleiros para dormirem. Tudo é novidade, Cenas impossíveis de serem vistas dentro de um apartamento.
Durante o deguste Socorro mostra-se preocupada com as crianças que não estão ao alcance da sua vista.
-Filha, aqui não há nenhum perigo. As meninas estão brincando. Daqui eu consigo vê-las.
E aquele momento foi ficando cada vez mais alegre, a confraternização familiar criava laços fecundos, trazia recordações de histórias recheadas com camadas de gargalhadas em cores variadas.
-Será que papai ainda vai demorar a chegar? Perguntou Socorro.
-Que nada, está na hora dele retornar. Falou a mãe
E tal como é certo o sol se por todos os dias, ele chegou poucos minutos depois.
-Olha! É o barulho do bugre,papai está vindo. Foi o anúncio de Rejane.
Chiquinho estacionou o carro embaixo da Tamarineira e quando entrou em casa saudou a todos e disse:
-Vocês precisam ir lá fora ver o que Luana está fazendo. Mas vão de forma vagarosa para não chamar a atenção.
Raimundo e as filhas saíram em direção a Luana. Na calçada a encontram de quatro pé, com o nariz literalmente encostado na narina de um sapo cururu. O sapo com as patas dianteiras esticadas para a frente, barriga inflada, tentando provocar medo naquela criança, e Luana, na inocência pueril, balançava a cabeça de um lado para o outro, ao mesmo tempo em que esfregava seu nariz no sapo.
Luana cresceu. Hoje ela é uma bela mulher e acredito que nada neste mundo a fará repetir a cena daquela infância longínqua.
Francisco Martins
segunda-feira, 6 de março de 2017
HISTÓRIA SOBRE A COMENDA ALBERTO MARANHÃO ESTÁ NA FASE FINAL
O pesquisador Francisco Martins entrou na fase final do seu trabalho sobre a história da Comenda Alberto Maranhão, a mais importante das medalhas do Rio Grande do Norte. O pesquisador escreve um trabalho que trará ao público a linha cronológica da medalha, desde a sua criação em 1959 até a última edição que aconteceu no Governo de Rosalba Ciarlini. A pesquisa ainda não foi concluída, mas já se pode afirmar que são mais de 100 os nomes das pessoas agraciadas com a comenda. Francisco Martins tem buscado informações nos arquivos dos jornais A República, Tribuna do Norte, Diário Oficial do Estado, no arquivo inativo do Conselho Estadual de Cultura e do Teatro Alberto Maranhão, além de livros que tratam de forma esporádica sobre o assunto.
CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA DO RN INICIA SUAS ATIVIDADES
O Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte - CEC/RN que funciona na Rua Mipibu, nº 443, bairro Petrópolis, em Natal/RN, começará amanhã, dia 7, suas sessões referentes ao ano de 2017.O CEC/RN é um órgão ligado diretamente a Secretaria de Estado da Educação e Cultura, e tem como principal objetivo assessor o Governo nos assuntos culturais. Não tem caráter deliberativo, mas sim consultivo. Sua composição é formada por 15 Conselheiros, são eles:
Há uma vaga no CEC/RN que pertencia a Francisco Fausto, falecido no ano passado. E a outra é ocupada por Paulo Heider Forte Feijó, representando a Fundação José Augusto-FJA, que tem cadeira cativa na instituição.Eu, Francisco Martins, exerço a função de Secretário do CEC/RN.
Iaperi Araújo - Presidente |
Eulália Duarte Barros - Vice Presidente |
Jurandyr Navarro |
Diogenes da Cunha Lima - membro nato Presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras |
Ormuz Barbalho - membro nato - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte |
Diva Cunha |
Sônia Faustino |
Paulo Macedo |
Paulo de Tarso |
Isaura Amélia |
Nelson Patriota |
Ivan Lira |
Marcos Aurélio |
Marcadores:
Album,
Memória Cultural,
Notícia
SAPOTERATURA - A DESCOBERTA DE ÁLVARO
Esta é uma história para crianças. Ela aconteceu há pouco tempo, logo após o sol se por. Numa noite calorenta um sapo resolveu sair para caçar alguns insetos. Ele vestiu uma bermuda, a camiseta regata, calçou o tênis, foi ao banheiro, molhou o rosto, beijou a esposa e disse:
-Vou até a casa 161. Lá tem muitos formigueiros.
-Tome cuidado! Você sabe que há crianças naquela casa, vê se não as assustam. Toda precaução é pouca. Cuide-se para ser apedrejado.
O sapo acatou os sábios conselhos da sua companheira e se foi. Cruzou a rua com passadas largas, com aquele seu jeito desconcertado de andar. Quando chegou em frente a casa 161, subiu a calçada e caminhou em direção ao portão, percebeu que ele não estava totalmente fechado e pode entrar.
Andando pelo beco lateral viu uma cachorra que latia para ele:
-Au, au! Vá embora senhor sapo, aqui não há lugar para você morar. Au, au!
-Calma, senhora cachorra, ou melhor Dona Priscila, não é assim que os humanos a chamam?
-Au, au! Sim senhor.
-Pois bem, Dona Priscila, eu estou aqui apenas para pegar algumas formigas e logo irei para casa. Minha esposa está aguardando eu chegar com o jantar.
-Au, au! Vê se não demora.
E lá se foi a cachorra andando orgulhosa, ao mesmo tempo em que pensava: "sapos, que bichos feios, talvez seja por isso que os humanos não os querem".
O sapo estava debaixo da goiabeira, comendo formigas e pondo outras na bolsa para levar. De repente ouviu uns passos em sua direção, era uma criança com dois anos de idade, um menino. Ao vê-lo parou e ficou surpreso com aquela criaturinha. Neste momento, o sapo se lembrou das palavras ditas pela sua companheira. Olhou para o rosto do menino e viu que ele não estava com medo, olhou para as mãos e percebeu que também não estavam com pedras.
O batráquio sorriu, fez o melhor sorriso que sabia para aquele filhote de humanos, que indo ao seu encontro, ficou de cócoras a vê-lo comer formigas. A criança passou um bom tempo. Foi quando depois se ouviu alguém chamar: "Alvinho, Alvinho, onde você está?"
-Cá, mamãe.
A mãe chegou e notou o sapo. Ela também não demonstrou nenhum medo. Álvaro apontou para o bicho e mostrou à sua mamãe a descoberta. A mãe o pegou nos braços e disse:
-Este é um sapo - s,a,p,o -sa-po. Repetiu a mamãe várias vezes, com voz pausada, ensinando a Álvaro o nome daquele animal.
-Aapó, aapó. Falava ele.
A essa altura, o sapo já estava de pança e bolsa cheia. Era hora de voltar. Enquanto passava pelo beco, o sapo ouviu Álvaro dizer ao seus irmãos:
-Ur, Cocóise, aapó, aapó.
A mamãe esclareceu:
- Arthur e Alex, ele está dizendo que viu um sapo.
As crianças riram e continuaram brincar, desta vez cantando:
Eu vi um sapo,
Na beira do rio
Com camisa branca,
Morrendo de frio.
Não era sapo,
Nem perereca,
Era Alvinho,
Só de cueca!
Francisco Martins
domingo, 5 de março de 2017
COMENTANDO MINHAS LEITURAS - APOESC EM PROSA E VERSO
Livro: APOESC em Prosa e verso
Autor (organizador): Gilberto Cardoso
Gênero: Prosa e Poesia (Antologia)
Editora: CJA - 2017
Páginas: 111
Leitura: 16 e 17 de fevereiro de 2017
Autor (organizador): Gilberto Cardoso
Gênero: Prosa e Poesia (Antologia)
Editora: CJA - 2017
Páginas: 111
Leitura: 16 e 17 de fevereiro de 2017
Fazer cultura no Brasil é muito difícil, principalmente no Nordeste, região que sofre com as consequências da falta de recursos financeiros e também com a influência dos lixos culturais, como por exemplo, na música, que em parte é usada como instrumento para denegrir a imagem da mulher e com letras sem nenhum teor poético. Mas, diante deste quadro dantesco, há aquelas pessoas que tornam a vida melhor. Alguns delas se associam e nos dão a alegria de ver seus frutos, como por exemplo a Associação de Poetas e Escritores de Santa Cruz - APOESC. Li recentemente a antologia por ela publicada, tendo a frente o poeta Gilberto Cardoso, como organizador. Um livro de capa linda na qual vemos folhas com várias nuances, representando a vida daqueles que nele estão. Pois a antologia traz a participação de poetas que já desfrutam da dimensão eterna (folhas secas), outros em plena atividade (folhas verdes e viçosas), além daquelas que estão no outono da vida. Nós somos todos como árvores :nascemos, crescemos, frutificamos e partimos. Aqui, cada poeta e escritor compartilha seu fruto, é por isso que o título do livro se chama APOESC em Prosa e Verso. Os convidados são por alguns momentos árvores que se dão a conhecer e se conhecem: minha árvore me sabe, diz o escritor Bartolomeu Campos de Queiroz. É um livro audacioso, com olhar universal, abraçando não somente quem faz parte da APOESC, mas também alguns distantes. Os números assim testificam: 50 participantes, sendo 34 homens ( 68%) e 16 mulheres (32%). Tem gente de Santa Cruz, Tangará, Campo Redondo, Currais Novos, Japi, Caicó, São José de Campestre, Martins, São Paulo do Potengi, Santo Antonio, Apodi e Natal, além da presença de escritores e poetas de Cuité, Brejo da Cruz e Pombal, no vizinho estado da Paraíba, somando só a esse grupo poetas de Buriti Alegre (Goiás), Araioses (MA), e Manaus (Amazonas). Uma nítida prova de quê com a internet não há mais fronteiras. Li todos os textos e alguns eu voltei a reler. Foi feliz Gilberto Cardoso quando assim se expressou: ...como há graciosidade nos passos iniciais duma criança, vemos beleza nos textos de alguns destes que com certa relutância resolveram expor sua alma ao grande público. Parabenizo a todos e quem ganha com esse trabalho publicado somos nós leitores. Nele vamos desfrutar de 102 textos no estilo de prosa e 22 em poesia ( sendo 16 com o gênero poético do cordel). Uma das coisas que gostei do livro foi a publicação dos endereços eletrônicos do poetas e escritores, o que nos permite entrar em contato direto com eles. APOESC faz literatura e cultura em 7 anos de existência. Fundada em março de 2010 ainda é uma criança, mas ouso dizer que é uma criança prodígio. Ela traz em sua história, a experiência da Associação de Poetas e Escritores, que de 1995 até 2008 publicou 4 livros. Concluo minha resenha com uma citação: " Devem-se buscar os amigos como os bons livros, pois a felicidade não
está em que sejam muitos, nem muitos curiosos, antes em que sejam poucos,
bons e bem conhecidos" (Mateo Alemán).
sábado, 4 de março de 2017
SAPOTERATURA - CASAL UNIDO
Foi em Ceará-Mirim/RN, cidade do interiorana, década de setenta, num dia de feira, com muita gente vindo à cidade comprar e vender mantimentos, que esta história aconteceu. Perto da Mercearia de Dudu ficavam estacionados vários caminhões, que traziam e levavam as pessoas da zona rural. A mercearia ficava cheia. Gente querendo comprar cigarros, alimentos, bebidas, etc. Neste movimento todo havia sempre aquelas pessoas que chamavam pelos balconistas só para pedir água. Queriam matar a sede, beber água gelada, coisa dificílima de encontrar na zona rural, pois nem todos possuíam geladeira.
A priori não houve muita contestação sobre esse serviço, mas depois, percebeu-se que os atendentes não só perdiam tempo, como também tinham que lavar bastantes copos e encher garrafas. A solução encontrada foi comprar um pote de barro, deixá-lo ao alcance de todos e amarrar um caneco de alumínio numa corrente para que as pessoas mesmo se servissem. Desta forma todas beberiam a vontade e não estariam ocupando um balconista.
A ideia funcionou de forma plausível por mais de mês, até que um dia, um rapaz peralta, teve a iniciativa de jogar dentro do pote duas pequenas rãs. Ninguém desconfiou de nada. Nem mesmo o dono da mercearia. É preciso dizer ao leitor, que este mesmo rapaz ficou trabalhando na mercearia e sempre tinha a responsabilidade de abastecer o pote.
Vez por outra, quando as pessoas terminavam de beber água, ele se aproximava delas e falava:
-Você viu que casal unido?
-Quem?
-Adelaide e Aderaldo
-Nem os conheço. Respondia quem bebeu da água.
-Pois vou apresentá-los.
O rapaz levantava a tampa do pote e dizia:
-Olhe que lindo casal de rã. Elas vivem sempre agarradinhas, uma em cima da outra. Se não fossem Adelaide e Aderaldo a água do pote já estaria cheia de lodo.
Quem disto sabia evitava beber daquela água. E algumas ainda tavam uns tapas naquele rapaz, completando a hostilidade com palavrões que maculavam a mãe do jovem.
Como tudo tem princípio e fim, numa manhã, um velho homem foi se servir daquela água e quando abriu a tampa, eis que uma das rãs salta em sua direção. O susto foi grande. O velho meteu a mão no pote, que espatifou-se pelo chão. Houve água espalhada por toda mercearia e como se diz na infância do nunca mais: passou perna de parto, passou perna de pinto, seu Rei disse que contasse vinte e cinco.
Francisco Martins
DIA INTERNACIONAL DA MULHER NO RANCHO CULTURAL ALDEIA VELHA
Dorinha e Barroca |
Programação - Convite
Programação em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher
Data - 08/03/2017 – Quarta feira
Hora: Das 08:00 horas às 22:00 horas.
– Abertura do BiblioSESC com o Espetáculo: Nas Asas da Cultura Popular com Dorinha Timóteo, Barroca, Juliana Modro e amigos.
Local: Espaço Pouso das Palavras - Em frente ao Rancho Cultural Aldeia Velha
_ Exposição em Homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Local: Espalhado por todo o Rancho
Tendas com venda de cordéis com Tonha Mota, Dorinha Timóteo, Cláudia Barbosa, Amâncio Sobrinho, Cláudia Borges, Emecê Garcia.
Barracas com venda de cordéis dos Cordelistas da SPVA/RN.
Local: Espaço LudoCordélico – Dentro do Rancho Cultural Aldeia Velha
Tempo livre para visitação
Hora: 14:00 horas.
Palestra: A Presença Feminina na Literatura de Cordel Potiguar.
Palestrante: Professor Mestre José Augusto Costa Júnior
Local: Palco Recanto da Sombra
Hora: 15:00 horas.
Lançamento de Literatura de Cordel do Poeta EMECÊ GARCIA – Homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Local: Casa de Taipa
Hora: 15 horas e 30 minutos.
Cantiga de Viola com Amâncio Sobrinho e Bob Mota.
Local: Casa de Taipa
Hora: 16:00 horas
Sarau com poetas e poetisas da SPVA/RN.
Chá de Finalzinho de Tarde.
Local: Casa de Taipa
Forró Dussette – patrocinado pela MMo Graf.
Local: Casa de Taipa
PATROCÍNIO:
MMO Graf.
APOIO:
TV ASSEMBLEIA
IFRN - Campus Cidade Alta
BiblioSESC - SESC
Poetas e Cordelistas
MMO Graf.
APOIO:
TV ASSEMBLEIA
IFRN - Campus Cidade Alta
BiblioSESC - SESC
Poetas e Cordelistas
quinta-feira, 2 de março de 2017
SAPOTERATURA - O BRINQUEDO VIVO
Raimunda estava na sala vendo novela. Era um olhar na tela e o outro no crochê que suas habilidosas mãos trabalhavam. Entre uma cena e o dançar da agulha ela perguntou à filha:
-Rejane, onde está Tiago?
-Está brincando lá na área de serviço mamãe.
-Sei não! prá mim ele está aprontando alguma, Tiago não é menino de ficar quieto.
Rejane foi até o filho, queria ter a certeza de ele brincava inocentemente. Chegou sorrateiramente e ficou vendo-o sentado, junto com seus carrinhos. Volta à sala e diz:
-Tiaguinho brinca comportadamente.
Avó e mãe se entretinham com a novela, Tiaguinho divertia-se com seus brinquedos. Mas, como toda criança, não demorou muito a buscar outras alternativas, estava ficando monótona aquelas cores, aqueles carros.
Foi então que ele viu uma criaturinha diferente, barriguda, sem pescoço, caminhando em sua direção. O cérebro de Tiago funcionou assim: "olha só, um brinquedo que anda sozinho!". Ele ficou por alguns instantes curioso com o desempenho daquele "brinquedo". Era diferente de todos os demais: abria a boca e dela saia uma língua que capturava insetos nas paredes; não tinha rodas e aparentava não ser duro como a matéria-prima dos seus carros.Será? Bem, em caso de dúvida nada melhor que averiguar. E lá se foi Tiaguinho. Puxou-o pela perna, viu que a mesma esticava, arrastou-o até perto de si, e qual não foi sua surpresa quando o soltou e viu que ele pulava. Novamente o seu cérebro emitiu uma nova mensagem: "magnífico! É tudo que você quer para brincar". Puxou-o novamente, mas desta vez não o soltou.
Com a mão direita em forma de concha, segurou o sapo pelas costas e passou a friccioná-lo no piso daquela área. A barriga do anfíbio quando em atrito com o piso provocava um barulho: ronc, ronc, ronc...Tiago fazia esse movimento repetidamente. E o sapo, com braços e pernas abertas tentava inutilmente se libertar.
Na sala, avó e mãe perceberam um ruído diferente vindo do lugar onde estava Tiago.
-Vá lá, veja o que meu neto está fazendo.
Rejane se levantou e quando chegou na área de serviço gritou:
-TIAGO, SOLTE ESTE SAPO!
Tiaguinho obedeceu, e o sapo com a barriga já bastabte vermelha de ralar naquele chão, fugiu dali imediatamente.
Francisco Martins
quarta-feira, 1 de março de 2017
COMENTANDO MINHAS LEITURAS: NAS VEREDAS DE MIM MESMO
Livro: Nas veredas de mim mesmo
Autor:Hélio Crisanto
Gênero: poesia
Editora: CJA, 1ª edição, 2016
Leitura: 24/02/2017
As 140 páginas do livro "Nas veredas de mim mesmo" formam um grande cântico do poeta Helio Crisanto em homenagem ao sertão e seus múltiplos valores. Gosto da poesia de Hélio Crisanto, tenho acompanhado seu trabalho pelas redes sociais e dos três livros por ele lançado, dois estão em minha biblioteca. O poeta e escritor Hélio Crisanto constrói com magnitude estrofes (septilhas e décimas) que nos dão prazer."Nas veredas de mim mesmo" é um livro onde se sente o peso da vida nordestina, não foi à toa que o primeiro poema é:
Autor:Hélio Crisanto
Gênero: poesia
Editora: CJA, 1ª edição, 2016
Leitura: 24/02/2017
As 140 páginas do livro "Nas veredas de mim mesmo" formam um grande cântico do poeta Helio Crisanto em homenagem ao sertão e seus múltiplos valores. Gosto da poesia de Hélio Crisanto, tenho acompanhado seu trabalho pelas redes sociais e dos três livros por ele lançado, dois estão em minha biblioteca. O poeta e escritor Hélio Crisanto constrói com magnitude estrofes (septilhas e décimas) que nos dão prazer."Nas veredas de mim mesmo" é um livro onde se sente o peso da vida nordestina, não foi à toa que o primeiro poema é:
A BAGAGEM DO TEMPO
Quando a chama do corpo se amofina,
O cansaço vai logo aparecendo...
Nossa alma de dor segue chemendo,
Os incômodos lhe atacam na surdina.
Se o relógio do tempo determina,
Logo a gente só pensa em despedida,
Corpo frágil, e a voz já combalida
Já não sente prazer em quase nada;
A bagagem do tempo é tão pesada
Que não cabe na mala dessa vida.
E com a experiência da sua vida e o coração pulsante pelas coisas da sua geografia, do seu sertão de ontem e de hoje, Hélio Crisanto vai escrevendo seus poemas, tendo como temas os mais variados assuntos e peculiaridades desta terra árida e fértil de lembranças. Flora e fauna são telas constantes em suas estrofes. Há lirismo, humor, política, cidadania, patriotismo, fé, romance e muito mais. Como leitor eu fiz a minha lista dos melhores poemas desse livro. Ei-la:
1) Amanhecer caboclo
2) Na minha infância era ssim
3)Nordestinês
4)Meu passado infantil não foi bonito mas eu sinto prazer em recordar
5)No sítio de João Bezerra
6)O filme do tempo
7)Casa de matuto
8)Doenças do meu sertão
Hélio Crisanto vive em Santa Cruz/RN - quem desejar adquirir o livro diretamente com o autor basta escrever para helicrisanto@bol.com.br/ crisantino30@hotmail.com.
Marcadores:
Leitura,
Poesia matuta,
Poesias
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
SAPOTERATURA - A DANÇA DA PERERECA
Dona Inês andava com dificuldade, apoiava-se na paredes, ora nos móveis e quando tinha vontade usava a bengala, embora não gostasse. "Bengala é coisa pra gente velha", dizia com frequência. Quase octogenária, Dona Inês era o xodó da família. Genros, filhas, netos e bisnetos, todos viviam voltados para ela, preocupando-se com a saúde, alimentação e tudo o mais que fosse preciso.
Naquela semana, vovó Inês reclamava que não estava ouvindo direito. O neto André, quinze anos, que ficava sozinho com ela no turno vespertino, achou maravilhoso, pois ele gostava de ver e ouvir dvd bem alto. E todas as vezes, na semana anterior, sempre que aumentava o volume, ela pedia para baixa:
-Drezinho, abaixe o som. Desse jeito você quer que meus bofe caiam!
E André atendia, mas não imediatamente, como é próprio dos adolescentes. Era preciso Dona Inês ameaçar jogar água em cima da tv. E, se ele fechasse a porta do quarto dela, ainda assim escutava:
-Ô jove talento, dá pra baixar esta merda?
Ele ficava irritado, pois sabia que quando ela o chamava assim, estava na verdade criticando seu estado ocioso. Foi numa destas tardes, calorosas, quando André estava só com a sua avó que aconteceu uma cena hilária.
Dona Inês precisou ir ao banheiro. Quando abriu a porta tinha uma perereca em cima da tampa do sanitário, bem quietinha, toda encolhida. Ao levantar a tampa, Dona Inês não viu a perereca, que assustada pulou para cima dela, vindo se alojar dentro do vestido. A anciã tão logo sentiu a frieza daquele sapinho em contato com seu corpo, e o mesmo agarrando-se e subindo de ventre acima, fez Dona Inês dá pulos, balançar os braços para o alto, passar as mãos pelo corpo, rodopiar, gritar, girar nos calcanhares, tudo fazendo na tentativa de encontrar a perereca.
Enquanto isso, André lá no sofá vendo a avó naquela situaçõ, nada fez, não moveu um músculo para ajudá-ja. Pensou que ela estivesse se tornado adepta do rock metaleiro que estava a ouvir. Ele só veio desconfiar quando Dona Inês conseguiu finalmente segurar a perereca e jogá-la em direção à tela da tv. Foi então que André entendeu que a avó não estava criando uma nova dança, a dança da perereca.
Francisco Martins
Imagem disponível em:http://pt.freeimages.com/premium/dancing-tree-frog-955102. Visualizada em 28.02.2017
Assinar:
Postagens (Atom)