Hoje é a véspera de São João, um dos santos mais queridos e festejados no período junino. João Batista, um profeta, o que batizou Jesus Cristo e anunciou: "Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29).
João Batista foi um homem estranho à sua época: vestia-se com pele de camelos e se alimentava de mel silvestre e gafanhotos. Um cardápio exótico. Morreu cedo, foi decapitado, porque denunciava o estado pecaminoso em que vivia o Rei Herodes. Mas, na cultura popular, João é sempre lembrado como o menino de cabelos encaracolados que tem nos braços um cordeiro.
O quê na verdade quero registrar, é que alguns anos, quando eu era adolescente, num pequeno povoado do Rio Grande do Norte, estava sendo celebrada a festa de São João Batista, padroeiro daquela localidade. Após a cerimônia religiosa na pequena capela, houve no átrio do templo, festejos com músicas, barracas com comidas típicas, bailes e uma grande barraca com leilão e bebidas, cuja renda seria em prol da reforma da capela de São João Batista.
Tudo naquela noite estava perfeito até aparecer Chiquinho de Lola, que comeu, bebeu, mandou servir bebidas a todos os amigos e depois de algumas horas na festa, quando pediu a conta, perguntou se poderia pagar com cheque ( na época ainda existia o BANDERN - Banco do Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte). O responsável respondeu que sim. Chiquinho de Lola puxa do bolso um talão de cheques e preenche o valor, cruza o cheque e para sua maior garantia tem até o cuidado de nominá-lo, a quem? É claro que foi a São João Batista!
Pense numa dívida que deu trabalho a ser paga.