A poeta Diva Cunha faz agora à noite, no salão nobre do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, uma palestra sobre a autora do Horto, a poeta Auta de Souza. A palestrante enfoca a temática de Auta, fazendo amostragem da sociedade da época. Uma excelente palestra
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
DEUS NO COMANDO
Se for Haddad
quem ganha
Eu não vou
me preocupar, pois sei que todo poder
Emana de EL SHADDAY. Rancor não irei guardar.
Se for Ciro
o vencedor também não terei pavor
Pois ELOHIM, o Deus a quem eu sirvo é Onisciente, sabe
antes da História
O que nos
fará contente.
Se for mesmo
presidente, Bolsonaro, o capitão,
Terei JEOVÁ NISSI, cuidando desta nação.
Se Marina
for eleita, não será por perfeição,
Nem porque
pintou o rosto,
Nem por ter
bom coração,
Mas foi KADOSH quem quis lhe dar tão nobre
missão.
Se Alckim
não comer o pão que o diabo amassou,
Se desviar o
maná que neste solo chegou, dificilmente será presidente do Brasil.
Mas JIREH não vai deixar o povo com fome
ficar.
Se for
Álvaro o presidente,
Que dias
poderão vir com Álvaro na Alvorada?
EL RAÍ nos dirá, Ele é misericordioso.
Se o povo
chamar nas urnas Meirelles para o Planalto
Solução não
faltará para tudo resolver.
TSIDIKENU no controle, Brasil em seu
poder.
Se for
eleito Amôedo, o mais rico da eleição?
Ah, dinheiro
não é problema quando não há corrupção!
EL CANÁ com o povo ficará.
Se tudo virá
um bolo e Boulos presidenciar
Aí eu
tremerei na base da minha fé, mas depressa lembrarei
De JEOVÁ-RAFÁ, pedirei a sua cura para ele governar.
Em tudo tenho
certeza: DEUS NO COMANDO ESTÁ!
Mané
Beradeiro
12 de
setembro 2018
Marcadores:
Mané Beradeiro,
Poesias
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
MANÉ BERADEIRO TEM PAGINA NO FACEBOOK
Agora o leitor e admirador de Mané Beradeiro poderá conhecer um pouco mais de tudo que ele escreveu visitando a fanpage no Facebook Mané Beradeiro.
Lá além de ver todos os folhetos que estão disponíveis para venda e outros livros assinados por Mané Beradeiro, o visitante poderá ver brevemente outras ações que serão compartilhadas naquele espaço. Desta forma pretende Francisco Martins alcançar um maior número de pessoas que ainda não conhece o trabalho que ele realiza através da literatura de cordel e suas aulas lúdicas. Visite, dê uma curtida e divulgue em suas redes sociais.
Marcadores:
Cordel,
Humor,
Mané Beradeiro,
Poesia matuta,
Poesias
domingo, 9 de setembro de 2018
COMENTANDO MINHAS LEITURAS: AS AVENTURAS DE DORINHA
Clecia Santos lançou recentemente um livro infantil, As Aventuras de Dorinha (Offset Editora 2018). Bilíngue, com texto em português e inglês (tradução de Mônica Maia) e ilustrações de Flávia Duarte. O livro tem seus valores pelo projeto gráfico, a boa distribuição dos textos nas páginas e o tamanho da fonte, que me leva a crer ser destinado para um público infantil que está se familiarizando com o vasto universo das palavras.
Nele vamos encontrar uma família que vai dividir o seu espaço com uma cachorra. Permita-me autora Clecia Santos dizer que você deveria ter explorado mais o mote do conto. Afinal, como o próprio título sugere são aventuras, no plural, e tudo que consegui absorver foi um dia da vida de Dorinha no seio daquele lar. Virão outras aventuras? Seu livro tem valores extremamentes necessários para nossa sociedade, é possível ver nas entrelinhas cumplicidade entre as irmãs, a harmonia do lar, a criatividade infantil, a importância de um animalzinho de criação e a responsabilidade de pequenas tarefas que as crianças podem executar. Achei o início da história carente de lapidação. Faltou uma acolhida convidativa ao leitor, algo mais "enconfeitado", com cheiro e sonoridade do tão propalado "Era uma vez..." Entende?
Tomara que está crítica seja compreendida. Fi-la na sublime intenção de que seu trabalho literário receba de forma objetiva e construtiva um olhar de leitor amadurecido que deseja ver o nome de Clecia Santos sempre crescente.
Nele vamos encontrar uma família que vai dividir o seu espaço com uma cachorra. Permita-me autora Clecia Santos dizer que você deveria ter explorado mais o mote do conto. Afinal, como o próprio título sugere são aventuras, no plural, e tudo que consegui absorver foi um dia da vida de Dorinha no seio daquele lar. Virão outras aventuras? Seu livro tem valores extremamentes necessários para nossa sociedade, é possível ver nas entrelinhas cumplicidade entre as irmãs, a harmonia do lar, a criatividade infantil, a importância de um animalzinho de criação e a responsabilidade de pequenas tarefas que as crianças podem executar. Achei o início da história carente de lapidação. Faltou uma acolhida convidativa ao leitor, algo mais "enconfeitado", com cheiro e sonoridade do tão propalado "Era uma vez..." Entende?
Tomara que está crítica seja compreendida. Fi-la na sublime intenção de que seu trabalho literário receba de forma objetiva e construtiva um olhar de leitor amadurecido que deseja ver o nome de Clecia Santos sempre crescente.
Francisco Martins
Marcadores:
Crítica Literária,
Leitores x autor,
Leitura,
Livros
sábado, 8 de setembro de 2018
VERSOS TALHADOS
A minha poeta mineira favorita tem 82 anos. Reli "Bagagem" e colhi alguns versos que foram talhados por ela. É sempre bom voltar a ler os poemas e ter um encontro com um eu lírico tão filosófico. A poeta nos aguça, provoca o leitor a tirar a roupa da palavra e então se descobre que elas "as palavras só contam o que se sabe".
A poeta engrandece o espírito feminimo lembrando "que ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável". Que linda verdade!
Minha poeta não teme nem esconde sua fé, para ela "tudo é Bíblias. Tudo é Grande Sertão ". Salmodeia afirmando que "tudo que existe louvará".
"Bagagem" um livro da alma de Adélia Prado
Francisco Martins
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
8ª FLIQ COMEÇA AMANHÃ
Os escritores do Rio Grande do Norte terão a partir de amanhã, dia 31 de agosto até o dia 4 de setembro, uma feira que promove a venda dos seus livros. É a oitava realização da FLIQ - Feira de Livros e Quadrinhos de Natal.
É inegável a contribuição que um evento deste porte oferece ao mundo leitor. Muitos estarão lançado suas obras, várias escolas da rede estadual poderão adquirir livros através do incentivo que o Governo do Estado - Secretaria da Educação e da Cultura possibilita com o Vale Livro. Veja o que vai acontecer na feira: programação da FLIQ.
É inegável a contribuição que um evento deste porte oferece ao mundo leitor. Muitos estarão lançado suas obras, várias escolas da rede estadual poderão adquirir livros através do incentivo que o Governo do Estado - Secretaria da Educação e da Cultura possibilita com o Vale Livro. Veja o que vai acontecer na feira: programação da FLIQ.
Fun
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
ENTREVISTA DE FRANCISCO MARTINS PARA PN LITERATURA
https://youtu.be/XeJ8vm_j7SA
Marcadores:
Biografia literária,
Leitura,
Mané Beradeiro
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
O SERVO DE ZÉ RAIMUNDO
Mané Beradeiro já fez uma homenagem a José Raimundo, quando escreveu o cordel "Oito vidas na casa de cor azul" (novembro 2017), no qual há entre outras as seguintes sextilhas:
Seis nomes eu já mostrei,
Faltam dois a revelar.
O meu coração dispara,
Bastando nele pensar:
Um casal tão formidável,
Impossível não amar.
Ele tem olhos fechados
Lembrando o povo chinês,
As bochechas de Fofão,
Mas vê com intrepidez,
Batizado, Zé Raimundo,
Eu não sei ano nem mês.
...
Nesta semana que ainda estamos em espírito pela celebração do Dia dos Pais, ocorrido ontem, trago aos meus leitores a prosa poética "O Servo de Zé Raimundo".
Zé
Raimundo, septuagenário, casado e sem filhos. Tenho o privilégio de no mínimo 8
vezes por mês assisti-lo em seu banho noturno.
A
primeira vez que fiz isso muito me emocionei, pois ao vê-lo debaixo daquela
ducha, imediatamente pensei em meu pai, que há muito já não vive. Ele percebeu
que eu estava olhando diferente e perguntou:
_
Você não dá banho em seu pai?
Não
contive as lágrimas. Deixei que corressem em minha face e apenas respondi:
_
Não tenho pai vivo. Ele já partiu. E desde aquele primeiro banho, todas as
vezes que eu me torno servo de Zé Raimundo, faço com tal zelo que cada gesto é
semelhante a uma oração.
Zé
Raimundo não consegue se despir, tem dificuldade de lavar a cabeça e como idoso
precisa de cuidado e atenção no banho. É um momento ímpar. Um ritual cuja
sincronia se repete sempre numa cadência harmoniosa.
Pega
o sabonete esfrega várias vezes na mão esquerda e com aquela espuma ele lava
todo o lado direito do corpo, depois repete com a mão direita, desta vez no
lado esquerdo. Brinco com Zé Raimundo e lembro que ele não pode deixar de lavar
a “ribaçã”. Vejo o sorriso em seu rosto e dele escuto causos e estórias que ele
vai lembrando e contando.
As
caçadas de passarinho, as primeiras namoradas, os patrões e o trabalho no
roçado são temas frequentes. E quando o banho termina é hora de enxugar, vestir
e perfumá-lo para que ele tenha o encontro com as ninfas dos sonhos. Aproveito
para dizer que a ninfa dele está ali, bem pertinho e se chama Sebastiana.
Ele
rir, como quem simplesmente afirma que ela não entra naquele mundo só seu.
Ah!
Zé Raimundo, estou com 54 anos e tenho certeza que não verei outro como você.
Seus cabelos brancos, suas cicatrizes, seus gestos são imagens de uma linda
aquarela na qual eu ouso ver a face do meu pai .
Obrigado
Zé Raimundo por permitir ser seu servo.
Francisco
Martins
11
de agosto de 2018.
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
AFINAL PARA QUE SERVEM OS MÚSCULOS?
SE EU TIVESSE UMA FILHA
Se eu fosse pai de uma filha eu aconselharia jamais ela querer um relacionamento com homens que vivem preocupados em modelar o corpo, ter músculos bem sinuosos, barriga de tanquinho. Não que isso seja vulgar, mas não alicerça o que há de principal no homem que é seu caráter e sua personalidade.
O espelho fascina o jovem e implanta nele o complexo de Édipo. O egocentrismo passa a ser o ar que ele respira. Vai sempre buscar roupas leves, que permitam mostrar o quanto já cresceu em massa muscular, a grandeza dos bíceps, a grossura da pantorilha, etc. Este tipo de jovem é capaz de treinar várias horas por dia. Transpirar de forma intensa, abster-se de açúcar e massa, tudo sem reclamar, afinal é um sacrifício que vai valer a pena. O próprio corpo gritará isto através de fotos compartilhadas nas redes sociais.
Eu diria à minha filha: Afaste-se deste tipo de homem, como o diabo foge da cruz. E, se ela, no alto dos seus anos cheios de questionamentos ousar perguntar o porquê deste meu comportamento, contarei a ela a seguinte história:
Há um homem que respira nesta terra, possuidor de um corpo atlético. Ele tem porte de manequim, sorriso bonito, é bem comportado. Vive todos os dias cuidando do corpo. Ele cultiva a vã esperança de que sempre será jovem. Talvez alguém tenha mentido para ele, falando que nunca envelhecerá. Este jovem é tão ele que ainda não tem 30 anos e já possuiu 4 mulheres, fora as aventuras extra-conjugais. A vitalidade arde em suas veias, as artérias pulsam clamando aventuras , e como são sinais do corpo, ele atende o chamado. Este jovem busca ser feliz, mas o conceito de felicidade que possui é egocêntrico. “Primeiro eu, depois eu e por último eu”. Os defeitos dele são todos suportáveis e perdoáveis, entretanto, quando se trata das mulheres que ele mesmo escolheu para viver ao seu lado, nenhuma teve a oportunidade de vê-lo usando a força muscular para domar o leão que vive a destruir seu espírito. Toda aquela estrutura hercúlea, toda aquela montanha de músculos, nada serviu para manter ao seu lado a última mulher que ele várias vezes pronunciou ter sido um presente de Deus. Quem em sua sã consciência deixaria um presente de Deus abandonado por aí? Deus não erra!
A minha filha fictícia, a esta altura da narrativa, salta dos meus pensamentos, toma conta da minha mão e escreve para este jovem:
Não o conheço. Mas sua história me diz que nada pode ser maior do que o amor verdadeiro. É hora de cuidar da alma, ainda é tempo de deixar o cordeiro do espírito ser mais forte que o leão do físico. Não deixe a felicidade escorrer entre seus dedos.
Ufa! Que bom saber que a minha filha entendeu tudo direitinho.
Se eu tivesse uma filha ...
Francisco Martins
08 de agosto de 2018.
Se eu fosse pai de uma filha eu aconselharia jamais ela querer um relacionamento com homens que vivem preocupados em modelar o corpo, ter músculos bem sinuosos, barriga de tanquinho. Não que isso seja vulgar, mas não alicerça o que há de principal no homem que é seu caráter e sua personalidade.
O espelho fascina o jovem e implanta nele o complexo de Édipo. O egocentrismo passa a ser o ar que ele respira. Vai sempre buscar roupas leves, que permitam mostrar o quanto já cresceu em massa muscular, a grandeza dos bíceps, a grossura da pantorilha, etc. Este tipo de jovem é capaz de treinar várias horas por dia. Transpirar de forma intensa, abster-se de açúcar e massa, tudo sem reclamar, afinal é um sacrifício que vai valer a pena. O próprio corpo gritará isto através de fotos compartilhadas nas redes sociais.
Eu diria à minha filha: Afaste-se deste tipo de homem, como o diabo foge da cruz. E, se ela, no alto dos seus anos cheios de questionamentos ousar perguntar o porquê deste meu comportamento, contarei a ela a seguinte história:
Há um homem que respira nesta terra, possuidor de um corpo atlético. Ele tem porte de manequim, sorriso bonito, é bem comportado. Vive todos os dias cuidando do corpo. Ele cultiva a vã esperança de que sempre será jovem. Talvez alguém tenha mentido para ele, falando que nunca envelhecerá. Este jovem é tão ele que ainda não tem 30 anos e já possuiu 4 mulheres, fora as aventuras extra-conjugais. A vitalidade arde em suas veias, as artérias pulsam clamando aventuras , e como são sinais do corpo, ele atende o chamado. Este jovem busca ser feliz, mas o conceito de felicidade que possui é egocêntrico. “Primeiro eu, depois eu e por último eu”. Os defeitos dele são todos suportáveis e perdoáveis, entretanto, quando se trata das mulheres que ele mesmo escolheu para viver ao seu lado, nenhuma teve a oportunidade de vê-lo usando a força muscular para domar o leão que vive a destruir seu espírito. Toda aquela estrutura hercúlea, toda aquela montanha de músculos, nada serviu para manter ao seu lado a última mulher que ele várias vezes pronunciou ter sido um presente de Deus. Quem em sua sã consciência deixaria um presente de Deus abandonado por aí? Deus não erra!
A minha filha fictícia, a esta altura da narrativa, salta dos meus pensamentos, toma conta da minha mão e escreve para este jovem:
Não o conheço. Mas sua história me diz que nada pode ser maior do que o amor verdadeiro. É hora de cuidar da alma, ainda é tempo de deixar o cordeiro do espírito ser mais forte que o leão do físico. Não deixe a felicidade escorrer entre seus dedos.
Ufa! Que bom saber que a minha filha entendeu tudo direitinho.
Se eu tivesse uma filha ...
Francisco Martins
08 de agosto de 2018.
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
domingo, 5 de agosto de 2018
O CALOR
Por Ricardo Sobral, advogado, contista, ensaísta, vaqueiro, encangador de grilo e mestre em canjica e pirão de peixe.
Sou homem de convicções fortes e não nego.
Não me aparto delas, senão quando convencido, o que não acontece sem esforço hercúleo, posto que calçadas em reflexões.
Acredito que todos nós já nascemos com determinadas aptidões; as quais, traquejadas, determinam nossa vocação.
Até mesmo pessoas dotadas de inteligência exponencial, que seriam brilhantes em qualquer profissão que abraçasse, têm uma vocação maior.
Tem um contemporâneo nosso no curso de direito, que nós consideramos o maior jurista vivo da terra de Poty, um dos três maiores de todos os tempos, que se tivesse optado por ser tocador de gaita, guia de cego, sapateiro ou astronauta, seria brilhante do mesmo jeito. O cara domina vários campos do conhecimento, inclusive uma dezena de línguas estrangeiras, e ainda sobra vocação para cozinheiro.
Não vou citar o nome para ele não ficar "p da vida" comigo, dizendo que exagerei.
Minha vocação é a advocacia. Se não fosse advogado seria advogado.
Embora modesto e com mania de passar despercebido.
No conto que escrevi Francisco, o Discreto, há algo de autobiográfico.
Mas, se não tivesse jeito de ser advogado, seria contador de causo.
Não pensem que seja função fácil de ser exercida. A linha que separa a ficção da realidade é bem apagadinha, razão pela qual é de difícil visibilidade.
Se o contador de causo não se cuida, logo logo vira loroteiro.
É por isso que eu só conto causos reais, plasmados, com CPF e CEP conhecidos para averiguações.
Tenho fobia a passar por mentiroso.
Pois bem...
Esse nariz de cera já anda longe, vou relatar o causo, que aconteceu exatamente assim:
Semana passada eu fui no galpão da agricultura familiar, ali no cruzamento da Mor Gouveia com Jaguarari, com a intenção de tomar água de coco, alimentos dos mais completos. Além de local interessante, o primo Carlinho Sobral, filho do velho Rafafá, tem local de vendas, onde comercializa produtos de cooperativa que lidera. Conversa vai, conversa vem, esqueci do coco, mas comprei uma bandeja de ovos caipira e um quilo de milho para pipoca.
Em seguida, ainda de manhã, cheguei em Mossoró para audiência judicial.
O carro passou o resto do dia trancado no estacionamento à céu aberto.
O rádio ainda não havia tocado a Ave Maria quando acionei o motor para descer para Natal.
Afivelei o cinto de segurança e olhei para o banco traseiro.
A surpresa: os pintos estavam comendo pipoca.
Sou homem de convicções fortes e não nego.
Não me aparto delas, senão quando convencido, o que não acontece sem esforço hercúleo, posto que calçadas em reflexões.
Acredito que todos nós já nascemos com determinadas aptidões; as quais, traquejadas, determinam nossa vocação.
Até mesmo pessoas dotadas de inteligência exponencial, que seriam brilhantes em qualquer profissão que abraçasse, têm uma vocação maior.
Tem um contemporâneo nosso no curso de direito, que nós consideramos o maior jurista vivo da terra de Poty, um dos três maiores de todos os tempos, que se tivesse optado por ser tocador de gaita, guia de cego, sapateiro ou astronauta, seria brilhante do mesmo jeito. O cara domina vários campos do conhecimento, inclusive uma dezena de línguas estrangeiras, e ainda sobra vocação para cozinheiro.
Não vou citar o nome para ele não ficar "p da vida" comigo, dizendo que exagerei.
Minha vocação é a advocacia. Se não fosse advogado seria advogado.
Embora modesto e com mania de passar despercebido.
No conto que escrevi Francisco, o Discreto, há algo de autobiográfico.
Mas, se não tivesse jeito de ser advogado, seria contador de causo.
Não pensem que seja função fácil de ser exercida. A linha que separa a ficção da realidade é bem apagadinha, razão pela qual é de difícil visibilidade.
Se o contador de causo não se cuida, logo logo vira loroteiro.
É por isso que eu só conto causos reais, plasmados, com CPF e CEP conhecidos para averiguações.
Tenho fobia a passar por mentiroso.
Pois bem...
Esse nariz de cera já anda longe, vou relatar o causo, que aconteceu exatamente assim:
Semana passada eu fui no galpão da agricultura familiar, ali no cruzamento da Mor Gouveia com Jaguarari, com a intenção de tomar água de coco, alimentos dos mais completos. Além de local interessante, o primo Carlinho Sobral, filho do velho Rafafá, tem local de vendas, onde comercializa produtos de cooperativa que lidera. Conversa vai, conversa vem, esqueci do coco, mas comprei uma bandeja de ovos caipira e um quilo de milho para pipoca.
Em seguida, ainda de manhã, cheguei em Mossoró para audiência judicial.
O carro passou o resto do dia trancado no estacionamento à céu aberto.
O rádio ainda não havia tocado a Ave Maria quando acionei o motor para descer para Natal.
Afivelei o cinto de segurança e olhei para o banco traseiro.
A surpresa: os pintos estavam comendo pipoca.
Marcadores:
Colaboradores,
Humor,
Leitores x autor,
Leitura,
Textos coletados
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
O DECANO DA LITERATURA DE CORDEL COMPLETA 94 ANOS DE VIDA
A literatura de cordel abraça hoje, dia 2 de agosto, o mais longevo poeta deste gênero, que completa 94 anos de existência. Paulo Nunes Batista nasceu em João Pessoa-PB e a muitos anos fixou residência na cidade de Goiania-GO. Tem mais de 10 livros publicados e assinou 140 folhetos, sendo sua especialidade em ABC. Paulo Nunes Batista estreiou no mundo do cordel com o folheto " A vida atrapalhada de Zé Bico Doce" ( 1948/49). A ele, a gratidão dos poetas da mais recente geração. Obrigado pela sua existência, pela sua luta, pela fibra de homem e poeta que fez trama na história da literatura brasileira.
Mané Beradeiro
Marcadores:
Cordel,
Mané Beradeiro,
Notícia,
Poesias
quarta-feira, 1 de agosto de 2018
AS ATIVIDADES CULTURAIS NO FINAL DE JULHO
Embora de férias, não deixei de realizar algumas atividades culturais. Estive pela manhã e à tarde do dia 24, na Escola Municipal Manoel Machado (Parnamirim), onde como escritor falei para crianças e adolescentes sobre como me tornei escritor e a importância da leitura neste processo de construção.
"Escrever é esquecer.
A Literatura é a maneira
mais agradável de "ignorar a vida"
Fernando Pessoa
Hoje pela manhã tivemos o prazer de receber o poeta Francisco Francisco Martins para um bate papo com os alunos da Escola Municipal Manoel Manoel Machado falando como iniciou sua vida no mundo literário "faz de conta" em comemoração ao dia do escritor.
Obrigada ao poeta Francisco Martins pela belíssima explanação, tenho certeza que para os nossos pequenos ficou marcado no coração de cada um cada palavra, cada relato feito por você."
(texto da professora Itamara Fernandes, mediadora de leitura)
No dia 25, pela manhã, foi agraciado com uma linda ação cultural que a professora Jarlene Carvalho, mediadora de leitura da Escola Municipal Manoel Vicente de Paiva (Parnamirim), que prestando homenagem às avós usou o meu poema em cordel " A Avó com a saia de merinó - a poética história de Dindinha" ( avó de Auta de Souza, Eloy de Souza e Henrique Castriciano)
A professora Jarlene Carvalho se apresentou como sendo a própria Auta de Souza e estava ali para ler um cordel escritor por Mané Beradeiro.
À noite, retornando a Escola Manoel Machado, dei início a um projeto de construção de um livro cartonero com alguns alunos da Educação de Jovens e Adultos.
Dia 26, quinta-feira estive conhecendo a Escola Municipal Dayse Hall, em Macaiba-RN, oportunidade em que os alunos e professores puderam ver meu trabalho de contador de histórias. Durante um mês eles leram vários folhetos de cordel da minha autoria.
Por enquanto foi isso!
PONDO SAL NA VIDA
Trinta dias ausente deste espaço virtual. Retorno aos amigos leitores. É hora de recomeçar as postagens sobre as atividades culturais. Volto diferente, com barba e consequentemente com um semblante mais senhorio. Já tive barba quando tinha lá meus vinte e poucos anos e resolvi mantê-la agora, aos 54 anos.
Mas, não estou aqui para falar dos meus pelos faciais. Isso não interessa aos leitores. Então, vamos tratar de coisas boas, que nos trazem alegria, assim como o presente que recebi da amiga Mônica Bayer, professora que atua como mediadora de leitura, em Parnamirim-RN. Ela me deu uma quartinha - da qual bebo água com gosto de infância.
Quero também dizer da alegria que tive em ver finalmente concluída a edição do livro artesanal "Felicidade, meu eterno engano", obra póstuma da escritora Inah Bezerra, que foi carinhosamente organizado por mim e a filha dela Nina Bezerra. Por ele, eu literalmente dei meu sangue. Dei é forma de expressão, na verdade, durante o processo de montagem do livro, o estilete cortou-me a carne por duas vezes: uma no polegar e outra no indicador da mão esquerda. Faz parte do ofício de um artesão. O que importa é que o livro foi entregue e modéstia à parte ficou lindo. Fruto de um trabalho em equipe, afinal ninguém faz nada sozinho. Isso é assunto para outra postagem.
Fui conhecer Fortaleza-CE, capital da terra que me viu nascer. Sou natural de Iracema, pequena cidade próxima à Limoeiro do Norte. Nunca tinha ido a Fortaleza. Fiquei encantado, aproveitei muito os quatro dias que lá estive com a minha irmã Socorro Fernandes.
De tudo quanto vi e visitei em Fortaleza, e olha que foi um turismo cultural ( não quis saber de praias), o que mais gostei foi a visita na casa onde nasceu o escritor José de Alencar. Um lugar simples, berço de um grande escritor da literatura. Fiquei emocionado. Nunca pensei que veria o lugar onde nasceu aquele que em minha adolescência foi por um bom tempo meu escritor preferido. Lembro que em dezembro de 1982, por ocasião de umas férias, na então casa de praia do Cônego Rui Miranda, em Maxaranguape-RN, eu li a coleção completa de José de Alencar, que peguei emprestada na biblioteca daquela cidade.
E para não me prolongar no diário do que vivi recentemente, deixo com vocês a filosofia de uma frase que vi no espaço cultural Dragão do Mar, em Fortaleza que diz assim: É A VIDA SEM SAL QUE TE ENFERRUJA.
Pense nisso!
Francisco Martins |
Quero também dizer da alegria que tive em ver finalmente concluída a edição do livro artesanal "Felicidade, meu eterno engano", obra póstuma da escritora Inah Bezerra, que foi carinhosamente organizado por mim e a filha dela Nina Bezerra. Por ele, eu literalmente dei meu sangue. Dei é forma de expressão, na verdade, durante o processo de montagem do livro, o estilete cortou-me a carne por duas vezes: uma no polegar e outra no indicador da mão esquerda. Faz parte do ofício de um artesão. O que importa é que o livro foi entregue e modéstia à parte ficou lindo. Fruto de um trabalho em equipe, afinal ninguém faz nada sozinho. Isso é assunto para outra postagem.
Fui conhecer Fortaleza-CE, capital da terra que me viu nascer. Sou natural de Iracema, pequena cidade próxima à Limoeiro do Norte. Nunca tinha ido a Fortaleza. Fiquei encantado, aproveitei muito os quatro dias que lá estive com a minha irmã Socorro Fernandes.
Socorro e Francisco Martins |
Casa onde nasceu José de Alencar |
E para não me prolongar no diário do que vivi recentemente, deixo com vocês a filosofia de uma frase que vi no espaço cultural Dragão do Mar, em Fortaleza que diz assim: É A VIDA SEM SAL QUE TE ENFERRUJA.
Pense nisso!
sexta-feira, 20 de julho de 2018
sábado, 30 de junho de 2018
FORMAS POÉTICAS DE SAUDAR O DIA IV
Bom dia!
Finda-se o mês.
Outro nasce.
O ritmo da existência
Tem acordes de primavera, notas de verão e cadência de outuno
Não importa a estação
O que vale é a sabedoria do maestro.
Francisco Martins
Finda-se o mês.
Outro nasce.
O ritmo da existência
Tem acordes de primavera, notas de verão e cadência de outuno
Não importa a estação
O que vale é a sabedoria do maestro.
Francisco Martins
sexta-feira, 29 de junho de 2018
UMA DÉCIMA DO POETA EL GORRIÓN SOBRE O SERTÃO NORDESTINO
El Gorrión - Itatuba-PB |
O sertão mantém firme seu costume
No bailar inspirado da ciranda.
O forró e o repente têm demanda
E a festança junina mais volume.
Sertanejo com garra logo assume
Que no peito reluz uma fogueira,
As lembranças que flecha esta bandeira
Faz brilhar no estalar do foguetão.
Quem conhece os costumes do sertão
Se recorda de tudo a vida inteira.
No bailar inspirado da ciranda.
O forró e o repente têm demanda
E a festança junina mais volume.
Sertanejo com garra logo assume
Que no peito reluz uma fogueira,
As lembranças que flecha esta bandeira
Faz brilhar no estalar do foguetão.
Quem conhece os costumes do sertão
Se recorda de tudo a vida inteira.
Mote: João Paraibano
Fonte: http://clubedapoesianordestina.com.br/1365-2/#comment-619. Visualizada em 29 jun 2018.
Marcadores:
Cordel,
Poesias,
Textos coletados
Assinar:
Postagens (Atom)