segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

TCP - CHICO DANIEL ABRE HOJE EDITAL PARA USO DE ESPETÁCULOS COM PAUTA LIVRE

O Teatro de Cultura Popular Chico Daniel, pertencente a Fundação José Augusto, em Natal-RN, está com edital aberto  para ocupação do teatro, em pauta livre, a ser utilizado nos meses de março, abril e maio de 2019. O edital foi publicado no Diário Oficial do Estado, edição do dia 26 de janeiro último. Podem participar Pessoas Físicas e Jurídicas.

Lançamento do edital 28 de janeiro 2019
Inscrições 29 de janeiro a 13 de fevereiro 2019.



sábado, 26 de janeiro de 2019

SEIS ESCOLAS ADEREM AO PROJETO "MEU PÉ DE LARANJA LIMA"

Quem foi José Mauro de Vasconcelos? Quantos livros escreveu? Qual sua importância para a literatura brasileira e que ligações ele teve com o Rio Grande do Norte?
Para responder essas e outras perguntas o escritor Francisco Martins realiza anualmente o projeto "Meu Pé de Laranja Lima", quando a partir da leitura deste romance, tão conhecido no mundo inteiro, os jovens estudantes adentram no universo de José Mauro de Vasconcelos.
Este ano o projeto vai acontecer nas seguintes escolas municipais de Parnamirim:
1) Brigadeiro Eduardo Gomes
2)Eulina Augusta
3)Silvino Bezerra
4)Sadi Mendes
5)Augusto Severo
6)Manoel Machado.
Francisco Martins
O projeto acontece  da seguinte maneira: Francisco Martins visita a escola onde vai acontecer o projeto, entrega a título  de empresto vários  volumes  do romance que dá  nome ao projeto. Depois de algum tempo, geralmente dois meses, os alunos assistem ao filme e finalmente  agendam um dia para o término  do projeto, quando novamente  Francisco  Martins  retorna à  escola, desta  vez para fazer uma palestra sobre a vida e a obra de José  Mauro de Vasconcelos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

UM DESLIZE DE MANOEL RODRIGUES DE MELO E O RESGATE DE FRANCISCO MARTINS


Manoel Rodrigues
Manoel Rodrigues de Melo, que foi ocupante da cadeira 30 e Presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras-ANRL no período de 13 de janeiro de 1955 a 30 de janeiro de 1976, publicou vários livros, dentre eles "Dicionário da Imprensa no Rio Grande do Norte 1909-1987", lançado no ano de 1987 numa ação conjunta da Fundação José Augusto/Cortez Editora.



O  trabalho é plausível pelo seu teor e importância à literatura do RN, entretanto, o autor deixou que ficasse fora  desta pesquisa, um periódico que qualquer outro pesquisador poderia esquecer, menos ele, por ser acadêmico e presidente da ANRL, trata-se da Revista da ANRL. É interessante registrar que ele faz menção a Revista da Academia Potiguar de Letras-  que surge em 1958 e ignorou a Revista da ANRL que nasceu em 1951, quando ele já fazia parte da referida instituição, pois sua posse se deu em 13 de abril de 1950.
 
A Revista nº 1 da ANRL

Passados 31 anos daquele lançamento, o escritor e pesquisador Francisco Martins lançou em dezembro último, pelo selo da Carolina Cartonera, "Autores e Assuntos na Revista da ANRL - 1951 a 2018".  O livro foi totalmente construído de maneira artesanal, com uma tiragem de apenas 100 exemplares, 50 entregues ao acervo da Revista da ANRL, que através do Presidente Diogenes da Cunha Lima e do Diretor da Revista Manoel Onofre Jr acataram a ideia do projeto apresentado pelo autor.
Manoel Onofre Jr e Francisco Martins
 O livro  contém 200 páginas, o desenho da capa foi feito pelo Acadêmico Iaperi Araújo, o prefácio é do Editor da Revista,  escritor Thiago Gonzaga.  "Autores e Assuntos na Revista da ANRL 1951 a 2018" contempla todos os nomes das pessoas que escreveram nas edições  deste período, trazendo não apenas o nome, mais também o título do texto, o gênero, o número da revista e a (s) página(s) que o mesmo foi publicado.









ASSIM DISSERAM ELES ...




"Bebida, mulher e jogo. Dizem os teólogos que é a trindade do Diabo"

Monteiro Lobato 

A Barca de Gleyre, Tomo II, página 36.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

AGENDA ABERTA PARA RECEBER CONVITES DE INSTITUIÇOES


Conforme foi anunciado ontem, por aqui, as atividades artísticas e culturais do projeto Momento do Livro - ano XI (2019) terão início hoje, através do Palhaço Leiturino, no Núcleo de Educação Infantil- NEI - Estrela do Natal, escola sediada no bairro de Neópolis, em Natal.
O projeto Momento do Livro é formado por todas as ações que são desenvolvidas pelo seu criador Francisco Martins, homem múltiplo e cheio de talentos. Dentro do  Momento do Livro é possível encontrar o Palhaço Leiturino, o cordelista Mané Beradeiro,  o contador de histórias, o escritor, o editor de livros cartoneros e artesanais ( Editora Carolina Cartonera), o pesquisador e o conferencista sobre a vida e a obra de José Mauro de Vasconcelos ( autor do famoso livro: Meu Pé de Laranja Lima). 

Todos os anos é costume de Francisco Martins divulgar o que fez na agenda anterior, assim sendo, em 2018 o projeto Momento do Livro teve a seguinte pauta:

14 ações com Mané Beradeiro
25 ações com Palhaço Leiturino
37 ações com o escritor Francisco Martins
05 ações com a Carolina Cartonera
01 ação   sobre a vida e a obra de José Mauro de Vasconcelos

Total 82 ações 

Vejamos o que nos aguarda em 2019 para esta área. 

Interessados manter contato com o autor através do e-mail: franciscomartinses@gmail.com ou pelo whatsaap (84) 9.8719-4534.




terça-feira, 22 de janeiro de 2019

MINHAS LEITURAS EM 2019

Magno, os livros e eu
No mês de novembro do ano passado (2018) comprei no Sebo  Magno (situado na Avenida Comandante Petit, 158, Centro, Parnamirim-RN - Telefones 3272-5209 e 9.8826-4023) a Coleção  Obras Completas de Monteiro Lobato - Literatura Geral, edição de 1946. Coisa antiga sim senhor, mas de um conteúdo excepcional sobre Monteiro Lobato. 
Trouxe os 12 livros para minha biblioteca e deixei guardado para o plano de leitura do ano novo. No primeiro mês já li 5: "América", "Mundo da Lua e Miscelânia,  " Barca de Glyeire - Tomo I e Tomo II"  e "Prefácios e Entrevistas". É em "América" que encontramos a célebre frase lobatiana: " Um país se faz com homens e livros", abrindo o texto do Capítulo VI, quando ele narra a visita à Biblioteca do Congresso Nacional Americano. O livro mostra a América que Lobato conheceu quando por lá esteve   e viveu na função de adido comercial brasileiro ( 1926 a 1931). Mr. Slang, uma personagem fictícia acompanha o autor em todas as visitas que ele faz no livro. Fiz a leitura nos dias 1 a 5 de janeiro. Depois  comecei a leitura de "Mundo da Lua e Miscelânia" ( de 5 a 8 de janeiro). Livro leve  e cheio de curiosidades literárias, alguns causos e muitos pensamentos filosóficos. Concordo plenamente com ele quando diz:  "QUER SABOR DELICIOSO POSSUEM OS VELHOS LIVROS".
No dia 9 de janeiro, embora já tivesse mastigado 648 páginas sobre Lobato, ainda estava com fome de leitura ( aliás esta é insaciável).  Agarrei o o tomo I da  Barca de Gleyre e logo depois o tomo II, são livros maravilhosos,  ouso afirmar que nestes dois tomos o homem Monteiro Lobato deixou sua alma desenhada aos seus leitores. Revela-nos  as várias fases da sua vida ao longo de 40 anos das correspondências mantidas com o amigo  Godofredo Rangel. Ninguém pode afirmar que conhece Monteiro Lobato se antes não se debruçar sobre estas correspondências. Em  20 de janeiro eu concluí o segundo tomo. Entretanto,  dois dias antes, em 18, já havia iniciado a leitura  de "Prefácios e Entrevistas" e devo terminar amanhã se tudo correr normalmente.  Voltarei a escrever sobre minhas leituras.

Francisco Martins
22 de janeiro 2019

PALHAÇO LEITURINO INICIA ATIVIDADES ARTÍSTICAS DE 2019





O calendário de atividades artísticas e culturais do projeto "Momento do Livro" - 11º ano de existência terá início amanhã, dia 23 de janeiro, com  a apresentação do Palhaço Leiturino, na abertura do ano letivo do Núcleo de Educação Infantil -NEI-Estrela do Natal, no bairro Neópolis, em Natal. O Palhaço Leiturino se apresentará nos dois turnos: manhã e tarde, contando histórias para as crianças e distribuindo cordel de Mané Beradeiro.




terça-feira, 15 de janeiro de 2019

EM DEFESA DO MEU VOTO E DE UM POLÍTICO DIFERENTE



O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) vai realizar na próxima quarta, 16, a partir das 9h, um ato em defesa da diplomação de Sandro Pimentel como deputado estadual. A manifestação acontecerá na praça Sete de Setembro, em frente à Assembleia Legislativa. Sandro teve a diplomação suspensa a partir da decisão monocrática da então juíza auxiliar Adriana Cavalcante Magalhães Faustino, 24h antes da diplomação oficial dos eleitos no pleito de 2018. Nacionalmente, Sandro é o único parlamentar eleito que não teve o diploma expedido pela justiça eleitoral. Adriana deixou de ser juíza um dia após acatar o pedido de liminar do Ministério Público para suspender a diplomação do parlamentar eleito com 19.158 votos. “O partido convoca a sua militância, apoiadores e defensores da democracia às ruas para que todos participem desse momento em solidariedade ao companheiro Sandro Pimentel e em defesa da democracia e do voto popular”, afirmou Danniel Morais, presidente da legenda no Rio Grande do Norte. Sandro é o primeiro parlamentar do PSOL eleito para um cargo na Assembleia Legislativa do RN e se notabilizou, durante seus dois mandatos na Câmara Municipal de Natal, como um defensor dos servidores públicos, dos trabalhadores em geral, da transparência, dos animais e de uma nova forma de fazer política, com um mandato popular. Uma de suas ações mais conhecidas, por exemplo, é prestar contas semanalmente nos ônibus da cidade.

Sobre isso assim escreveu Mané Beradeiro:

Eu quero que esta Justiça
seja feita de verdade
que meu voto tenha força
e seja realidade
Quero Sandro Pimentel
Diplomado sem maldade.

Ele é nosso orgulho
tem fibra, tem liderança,
coragem é vestimenta
desde o tempo de criança
Quero Sandro Pimentel
Deputado com sustança.

A nossa democracia
não pode ser diferente
O resultado das urnas
É sacro e competente.
Quero Sandro Pimentel
Diplomado minha gente.

O galo já anda triste
não canta na madrugada.
O jumento não relincha,
nem tampouco quer mais nada.
Quero Sandro Pimentel
Forte voz da bicharada!

A história fica feia,
O Estado maculado,
Negando-lhe o direito
de ser logo diplomado.
Quero Sandro Pimentel
Deputado bem votado.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

LOBATO E O PINGUIM


Rangel lendo a Barca de Gleyre
 
Monteiro Lobato manteve correspondência com Godofredo Rangel durante quarenta anos. As cartas que ele escreveu para Rangel cobrem um período que vai de 1903 a 1943. Todas foram publicadas em dois tomos, sob o título  "A Barca de Gleyre". Estou lendo este material. Em 15 de julho de 1915 Monteiro Lobato estava em Santos-SP e é desta carta que eu trago para vocês parte deste missiva que achei cheia de humor com a cena que Lobato escreve para Rangel. Leia-a:

 

"Nas pedras de São Vicente peguei outro pinguim, de asinha machucada. E por causa desse coitadinho tive de brigar no bonde. Eu o trazia ao colo. O condutor, um português bem merecedor de que Cunhambebe o houvesse comido, implicou. “O regulamento purive conduzir aves nos bondes”. Eu quis discutir calmamente. “Ave tem penas, meu senhor, e onde estão as penas deste vivente?” aleguei. Ele teimou que era ave. Eu jurei que pinguim era filhote de foca, segundo a opinião de todos os zoólogos ou exploradores ao tipo de Amundsen, etc. – uma coisa comprida. Minha ideia era manter a discussão até que me aproximasse da casa do Heitor, mas o raio do mondrongo teve ideia luminosa. Fazer parar o bonde. “Com ave o bonde nan segue!” Eu ainda fiz chicana: “E se o Ruy estivesse aqui? Perguntou o alarve. “Ruy, a águia de Haia.” Ele desconfiou que eu estava a “mangaire” e fez parar o bonde e foi a um telefone “falar a Companhia e pedir pruvidencias.” Voltou. Continuou o estupido bate-boca. O bonde estava se atrasando. Havia mais gente dentro. Tive de ceder. Insultei-o a portuguesa e desci. A casa do Heitor não estava longe. Depois de exibido lá o meu pinguim, soltei-o de novo no mar. Com que gosto se meteu a nado! Quando vinha uma onda, enristava o bico e furava-a. e lá foi nadando e sumiu-se ao longe. Talvez tenha sido o único pinguim do mundo que jamais andou de bonde."

domingo, 6 de janeiro de 2019

O CARNAUBAL DA FAZENDA ARACATI

Benedito Vasconcelos Mendes                                                                         

​A carnaubeira (Copernicia prunifera) é uma palmeira nativa do Nordeste brasileiro que ocorre em grandes concentrações nas margens dos rios intermitentes do Ceará (Rios Acaraú, Curu e Jaguaribe) e Rio Grande do Norte  (Rios Piranhas/Assú e Apodi/ Mossoró) e nas planícies dos grandes vales do Estado do Piauí, principalmente nas proximidades do Rio Parnaíba. As folhas da carnaubeira são revestidas por uma fina camada de cera, que as protege da transpiração excessiva. Esta cera é extraída na forma de pó cerífero que é depois processado para a formação da cera. O Brasil é o único país do mundo que produz cera de carnaúba, pois esta planta foi levada para outros países tropicais, onde  se desenvolveu bem, ficou frondosa, mas não produziu cera em suas folhas. As condições climáticas da região semiárida nordestina  são determinantes para que ela produza cera.                                                                     
​A Fazenda Aracati tinha um pequeno carnaubal, parte de carnaubeiras nativas, nas margens aluviais do Rio Aracatiaçu, e uma pequena área com carnaubeiras plantadas por meu avô, atrás da casa grande. Todos os anos, meu avô arrendava o carnaubal ao seu compadre Chico Rufino, mas em alguns anos, em vez de arrendar, ele produzia o pó de carnaúba (pó cerífero) e depois o  beneficiava na “Casa de Beneficiamento de Cera de Carnaúba”, do Seu Chico Rufino, na cidade de Miraíma. Era uma agroindústria primitiva, porém bem equipada, com caldeirões de ferro fundido para cozinhar a cera e uma gigantesca prensa de madeira (feita de  miolo de aroeira) para retirar  o excesso de água da cera.                                                                                                                                                           ​O processo de extração do pó cerífero se iniciava com o corte das palhas das carnaubeiras,  com uma pequena foice bem amolada, suportada por uma longa vara de até 9 metros de comprimento. O cortador de palhas (vareiro) ia derrubando as folhas maduras de cor verde e abertas e as folhas novas, fechadas (folhas do olho). O juntador de palhas cortava com um facão o talo espinhento no tronco da folha, separava as folhas abertas das folhas do olho, fazia, com embira da palha do olho, os feixes de 25 palhas e atrelava os mesmos nas cangalhas dos jumentos, que  transportavam os feixes de palha  para o palheiro, onde eram secas,  estendidas no chão forrado com bagaço de palhas velhas, cortadas em anos anteriores. A distribuição das palhas no chão do palheiro era feita por setores, de um lado colocava-se as palhas do olho e do outro as palhas abertas. A secagem ocorria  em 9 dias, sendo que de 3 em 3 dias virava-se as palhas para melhor receber o sol e secarem uniformemente. Depois de secas, as palhas iam ser riscadas e batidas, para extrair o pó cerífero, em um pequeno quarto todo fechado, com piso de cimento queimado e teto com forro de tábuas. As palhas secas eram riscadas e batidas sobre um grande lençol de tecido (algodãozinho), que recebia o pó que se desprendia das palhas secas riscadas e depois era ensacado em sacos de tecido, que tinham sido usados para  acondicionar massa de trigo ou açúcar. O pó extraído das folhas jovens (folhas do olho) é branco e  produz a cera Tipo A (cera de primeira), mais valorizada e de cor amarela, enquanto o pó cerífero tirado das folhas  abertas, mais velhas, é escuro e vai originar um tipo de cera menos valorizada, de cor parda (cera Tipo B ou cera de segunda). Meu avô mandava o pó de carnaúba produzido na Fazenda Aracati, em lombos de burros, para a cidade de Miraíma, a 25 quilômetros de distância, para ser transformado em cera de carnaúba, na unidade de beneficiamento de cera de seu compadre Chico Rufino. Lá, o pó cerífero era misturado com água limpa e cozinhado (fervido), depois prensado para retirar a água. A cera resultante era classificada, pesada, armazenada e depois vendida em Sobral, na Casa Quirino Rodrigues & Filhos.
​O riscador de palha seca era um tipo de pente com dentes de ferro pontiagudos virados para cima, fixos  em um cepo de madeira. O operador batia a palha seca  sobre ele e puxava-a para riscar (abrir) e provocar o desprendimento do pó, que  caía sobre o lençol.                                                                                             
​O Beneficiamento do pó cerífero consistia em cozinhar o pó em grandes  caldeirões de ferro fundido, semelhantes aos caldeirões usados nos engenhos de cana-de-açúcar, para a fabricação de rapadura. Quando se ia cozinhar o pó de carnaúba, colocava-se água limpa e não salobra, que ao ferver deixava a sujeira boiar na espuma, que era facilmente retirada do caldeirão e descartada. O pó derretido era levado para a grande prensa de madeira, onde era prensado para retirar o excesso de umidade. A cera, ao esfriar, se solidifica. O pó cerífero branco, retirado das palhas do olho (folhas em cartucho) era processado separadamente do pó extraído das folhas maduras (folhas abertas). A cera de carnaúba, por ser extremamente dura, possuir elevado ponto de fusão (em torno de 83 a 85 graus centígrados) e ser de difícil dissolução, em temperatura ambiente, é considerada a “Rainha das Ceras”. Quase toda a cera produzida no Brasil é exportada na forma bruta, não industrializada. Ela é utilizada no mundo inteiro por diversos segmentos industriais, como na indústria cosmética, farmacêutica, alimentícia, eletrônica (chips e transistores), na fabricação de impermeabilizantes, esmaltes, vernizes, lubrificantes, isolantes e por muitos outros setores industriais.                                                   
​Além da cera, a palha da carnaubeira é matéria prima para a produção de vários outros produtos artesanais, como chapéu, vassoura, esteira, uru, surrão, bolsa e corda. A palha também era empregada para cobrir casa de taipa. A cera e o chapéu de palha de carnaúba foram dois produtos de exportação, de grande importância econômica para os Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. A estirpe era utilizada para a confecção de linhas, caibros, ripas e bancos. A estirpe aberta e escavada era largamente utilizada como calha, para escoar água de chuvas de telhados. Os frutos são comestíveis e as raÍzes medicinais.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O QUE DEVE SER O GOVERNO

 Neste dia 1 de janeiro de 2019 já estaremos sob a matuta administrativa de Jair Bolsonaro.  Um governo diferente? Até onde? Eu estou na torcida para que seu governo seja próspero e que a nação brasileira cresça. Como tudo aqui puxa leitura e literatura, nada melhor do que termos este texto de Monteiro Lobato, publicado na década de 40, que trata sobre a ética na política.

Uma nação é o conjunto organizado das criaturas humanas que habitam um certo território. Para promover a ordem e a justiça essas criaturas delegam poderes a certos indivíduos para a aplicação de uma coisa chamada lei, a qual não passa da vontade coletiva aceita por  consenso unânime. Tais homens constituem o governo. O governo é, pois,  um delegado, uma criatura da Nação. Só esta é soberana, porque só esta é a força e a verdade.
Quando os delegados fogem aos seus deveres e voltam contra a Nação os  aparelhos defensivos que ela lhes entregou para salvaguardar a sua soberania das agressões externas, esse governo deixa de ser governo. Cessa de funcionar legalmente e – ou rei como Luís XVI, ou ministro, ou presidente, ou congresso – deve ser incontinenti varrido por todos os meios, a guilhotina como na França, ou a processo criminal como nas repúblicas livres.
O dever mais elementar dos delegados da Nação é aplicar sensatamente os dinheiros públicos. O povo dá o imposto para receber em troca um certo número de benefícios de caráter geral. Para fiscalizar esse emprego existe a imprensa, plenário onde se ventila o abuso, o qual abuso, competentemente autuado, sobe à Opinião Pública para o julgamento supremo. Se a opinião pública, por vício incurável, não toma as providências do caso, paciência. A imprensa não tem culpa disso. Seu papel limita-se a esclarecer o público.
Assim, todo jornalista, ou todo cidadão, tem o dever de agarrar pela gola os funcionários relapsos, sejam reis ou ministros, e expor os seus crimes na grande montra.
Referência
LOBATO, Monteiro.  Mundo da lua e miscelânea. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1946, p. 106 e 107. 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

JEFFERSON CAMPOS ENTREGOU HOJE A ARTE EM XILOGRAVURA DO CORDEL "O NATAL DENTRO DO CÉU"

O artista plástico, xilógrafo, Jefferson Campos entregou no início da tarde de hoje a impressão da xilogravura que servirá de capa para o cordel "O Natal dentro do Céu", de Mané Beradeiro. A figura tem dois níveis: o terrestre onde está acontecendo o nascimento de Jesus, já ladeado por Maria e José e os Reis Magos. E, na parte superior, o Céu onde está acontecendo a grande festa em homenagem a encarnação do Verbo.  Da esquerda  para a direita, o artista Jefferson Campos ilustrou o Profeta Elias,  o anjo vestido de xibão e o casal Adão e Eva.
Num salão todo dourado
Veio um anjo com  gibão
Usava chapéu de couro,
Alpercatas e cinturão,
Logo a sanfona puxou
E com voz forte cantou
Começou a animação

 Este será o 48º folheto, com a assinatura do poeta Mané Beradeiro. Próximo dia 20 já estará disponível para venda.





terça-feira, 11 de dezembro de 2018

MANÉ BERADEIRO TEM NOVO CORDEL SOBRE O NATAL

O poeta cordelista Mané Beradeiro que já tem mais de  40 folhetos publicados, brevemente estará com mais um na praça. Será o terceiro folheto  que abordará o tema do Natal. O primeiro foi lançado em 2012, com o título: "Um menino nos foi dado",  três anos depois, em 2015,  ele escreveu  "O primeiro Natal", e agora, Mané Beradeiro  nos presenteia com um cordel maior do que os anteriores, com 32 estrofes, sendo 31 escritas em sétimas e 1 décima ( assinatura MBERADEIRO). A capa e as ilustrações serão feitas por Jefferson Campos Natal-RN). A correção teve o olhar criterioso do poeta Gilberto Cardoso (Santa Cruz-RN). O título deste terceiro trabalho sobre o nascimento de Jesus é:  O NATAL DENTRO DO CÉU.

Vejamos algumas estrofes:

Naquele dia bendito,
Algo no Céu diferente,
Sentiram celestes anjos,
Em Deus, o Onipotente
Era chegado o momento
De Jesus, seu nascimento,
Neste mundo tão carente.

...

Um anjo pixotôtinho
Que de Deus não se afastava
Perguntou ao Criador,
A quem ele tanto amava:
"-Será hoje na história
A grande noite de glória
Que Isaías proclamava?"

...

Perguntei a um profeta
Que a morte não destruiu,
Se ficou o Céu mais pobre,
Pois Emanoel partiu.
Riu de mim o pregador
E disse sem ter temor:
"-Daqui ele não saiu!"

O folheto estará disponível na semana do Natal.



CEC REALIZOU HOJE A ÚLTIMA SESSÃO DO ANO


O Conselho Estadual de Cultura do RN, entidade da qual faço parte como Secretário Executivo,  fez hoje sua última sessão do ano. Após a reunião houve uma confraternização entre Conselheiros e funcionários. Após a sessão de hoje é declarado o período de recesso para os Conselheiros. Eles voltam às suas atividades no mês de fevereiro de 2019. Este ano, o CEC/RN realizou 40 sessões plenárias.

domingo, 9 de dezembro de 2018

UM BOI SEM RODAS


Monteiro Lobato conta que uma criança, filho do seu vizinho, com três anos de idade, sempre via o boi atrelado no carro de boi, com a canga. Nunca vira isolado, sempre em bloco. Qual não foi sua surpresa quando vê uma vaca na rua. Grita para para a mãe:
_Mamãe, venha ver um boi sem rodas!


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

MEU PÉ DE LARANJA LIMA CONCORRE A PRÊMIO NO REINO UNIDO



PUBLISHNEWS, REDAÇÃO, 08/11/2018
O Cilip Carnegie Medal, um dos prêmios literários mais antigo do Reino Unido, reconhece os melhores livros infantis escritos ou traduzidos para o inglês
Dois dos mais antigos prêmios de literatura infantil do Reino Unido, o Cilip Carnegie e o Kate Greenaway Medals divulgaram os livros indicados para sua edição de 2019. Concedido pela CILIP: Instituto Chartered de Profissionais de Biblioteconomia e Informação, o prêmio é dado ao melhor livro escrito ou traduzido para o inglês e ao melhor livro ilustrado destinado às crianças e jovens. Dentre os nomes que aparecem na lista está a obra My sweet orange tree (Pushkin Chlidren's Books) (Meu pé de laranja lima – Melhoramentos), livro de José Mauro de Vasconcelos e que foi traduzido por Alison Entrekin. Em março serão anunciados os finalistas do prêmio e logo depois, as obras serão lidas por crianças e jovens através de grupos de leitura em escolas e bibliotecas públicas. Os ganhadores serão anunciados no dia 17 de junho de 2019

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

EVENTOS CULTURAIS NO RIO GRANDE DO NORTE

De 5 a  9 de novembro, no TECESOL, no conjunto Pirangi, em Natal, a Oficina de teatro "O ator em cena", das 19 às 22h, ministrada por Rogério Ferraz.
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Dias 15 a 18 de novembro, a ExpoCristã, no Parque Aristófanes  Fernandes, em Parnamirim.
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Dias 17 e 18 de novembro, o Congresso Educacional Expoeduc RN, no Holliday Inn, em Natal, com a participação  de Bráulio Besa, Isaque Folha, Caio Lê Blanco e Dr. Rodeando Klinjey.
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De 22 a 24 de novembro, o Fest Gourmet, em Natal, no terminal de passageiros do Porto de Natal, das 18 às  0h.  Evento gastronômico  com a participação  de 12 restaurantes e terá  seminário de gastronomia.
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Dias 24 e 25 de novembro, o 15° Festival Dosol, na Via Costeira, em Natal, com 54 atrações  musicais.

domingo, 4 de novembro de 2018

MINHA JABUTICABEIRA

É  preciso  ter paciência  para ver os frutos brotarem. Às  vezes os projetos não  dão  certo como planejamos. Tudo tem seu tempo, sua hora, seu momento. Há  uma força  que sabe quando deve emergir. Ela trabalha silenciosamente no interior preparando o qua vai ser flor, flor que dará  fruto, fruto que nos trará  prazer.  Vivi isso recentemente com a minha jabuticabeira. Ao comprá-la o vendedor garantiu que aos dois anos de  idade estaria frutificando. Não  aconteceu.
Dediquei-me a ela, e, à  semelhança  de Zezé, também tive diálogos sobre nós.  Falei das minhas confidências. Disse o quanto ela é  importante para mim. Não  sei bem até  onde isso foi transformador, o que posso assegurar é  que a jabuticabeira deixou de ser menina e passou a viver seus ciclos férteis.  Li para ela o poema  "Menina e Moça"  de Machado de Assis, dando ênfase  a estas duas  estrofes:

Está  naquela idade inquieta e duvidosa
Que não  é dia claro e é  já  o alvorecer;
Entre aberto o botão,  entrefechada rosa,
Um pouco de menina,  e um pouco de mulher.
...

É  que esta  criatura, adorável,  divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!

Francisco Martins
4 de novembro  2018

sábado, 3 de novembro de 2018

A CIRURGIA DE POLLYANNA

Ela chegou lá em casa com um grave  problema, estava precisando urgentemente ser cirugiada, não  aguentaria viver daquele jeito. Confesso que tive dó. Eu a vi menina e agora, moça, com a possibilidade  de morrer tão  jovem. Seus olhos suplicaram  que eu tivesse a iniciativa de fazer algo, não  teríamos  muito  tempo. Vi- me entre a cruz e a espada, numa situação que exigia de mim força  e determinação. Entre salvar aquela vida, mesmo com o risco de ser processado por exercer um ofício para  o qual não tinha  sido formado ou vê -la morrer dentro da minha casa, em minhas  mãos, não  hesitei em optar pela primeira. Se tudo desse errado eu seria conhecido como  o homem que matou  uma jovem muito conhecida, se tudo ocorresse certo, eu não  ganharia  nenhuma fama, mas poderia contar com a certeza  de que ela ainda alegraria  muita gente.
Pensei rápido  e disse para mim mesmo: não a deixarei morrer. Farei tudo que estiver ao meu alcance.
E  preparei-me para a luta. Deitei-a sobre a mesa e sem aplicar anestesia  comecei a cortar sua coluna. Foi doloroso, mas preciso. A agulha perfurou-lhe as carnes, foi no mais profundo do seu corpo. Ela desmaiou de dor. Tive que agir rápido. Sentia uma fé  que gritava: tudo dará  certo. Avante!
O relógio  corria, o tempo não  era aliado daquela causa, e minutos depois, que me pareceram uma eternidade, finalmente eu tinha  feito tudo que podia para salvar.
Tire suas próprias  conclusões vendo as imagens da cirurgia.

Francisco  Martins
02 de novembro  2018