Poeta Anna Lima (1882 - 1918), referindo-se a Auta de Souza, sua amiga, que três dias antes de falecer escreveu para ela o poema Luz e Sombra.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
ASSIM DISSERAM ELAS ...
Poeta Anna Lima (1882 - 1918), referindo-se a Auta de Souza, sua amiga, que três dias antes de falecer escreveu para ela o poema Luz e Sombra.
SUB UMBRA
No escrinio azul de magua aureolado,
Repousa inerte o peregrino astro,
Como um lothus virginio de alabastro
Boiando à flor de um lago immaculado.
As phalenas, em bando, lacrimosas,
Ajoelham dos goivos pelas franças;
Há soluços nos lábios das creanças,
Psalmos de dôr no coração das rosas!
Livre das garras do soffrer insano,
Su'alma pura pelos céos fluctua,
Transformada n'um cysne soberano!
É que Deus a chamou à Immensidade,
Para ensinar, talvez, a branca Lua
-A balada plangente da saudade!
Segundo Wanderley
Nota: Este poema foi publicado na Revista " A Tribuna: do Congresso Literário", periódico que circulava quinzenalmente em Natal. Edição especial do dia 27 de fevereiro de 1901, ano V.
A MORTE DE HILÁRIO NEVES
Edgar Barbosa
Amanheci com uma vontade de visitar o túmulo de Hilário Neves, afinal, hoje, dia 7 de fevereiro faz exatamente 118 anos do seu falecimento. Faleceu jovem, aos 24 anos, 4 meses e 26 dias, na madrugada daquele ano de 1901, em sua residência na Rua Nova, hoje a Avenida Rio Branco, em Natal-RN. A cidade não deu conta do seu falecimento, até porque poucas pessoas sabiam quem era Hilário Neves.
Francisco Martins
07 de fevereiro 2019
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
MOMENTO DO LIVRO FAZ ENTREGA DE OBRAS LITERÁRIAS
Os livros foram recebidos pela gestora Sandra Pimentel, Diretora do CEEP - Professora Lourdinha Guerra - que este ano vai escolher um patrono ou patrona para a referida biblioteca.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
GINGA COM TAPIOCA
Dona Zilda chegou para Carlinhos e mostrou a Lei nº 10.481, publicado no Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Norte que considera como Patrimônio Cultural Imaterial a iguaria "GINGA COM TAPIOCA".
Carlinhos leu e ficou pensativo. Balançava a cabeça, calado, ora pra frente, ora pros lados, até que Dona Zilda perguntou:
-O que foi Carlinhos, não gostou da Lei da Governadora Fátima Bezerra?
-Estou aqui pensando o quanto esta Lei é importante para o Rio Grande do Norte. Temos mais de 400 anos de existência e nunca nenhum governo se preocupou com a tal da ginga com tapioca. Tenho cá pra mim que agora ela vai atualizar o pagamento da folha do estado vendendo ginga para os gringos. A arrecadação vai subir como um foguete! Anote aí.
Francisco Martins
01 de fevereiro 2019
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
CORAÇÃO DE CAMPO
Tão logo chegou no consultório médico foi logo dizendo:
-Só estou aqui por causa da minha filha que vive teimando em dizer que eu tenho doença. Eu não tenho é nada! Nadinha, nem um tiquim assim de dor numa unha eu sinto. Entendeu doutor?
O Doutor olhou para ele, balançou a cabeça afirmativamente, sorriu e falou:
-Então vamos confirmar esta saúde de ferro e mostrar à sua filha que o senhor não tem nenhuma doença. Sente ali naquela cama que eu vou examiná-lo.
E ele sentou-se desconfiado.
-Tire a camisa.
Tirou
-Vou auscultá-lo.
-O quê? Falou com os olhos bem arregalados.
-Ouvir seu coração e outras partes do corpo.
Bastou o estetoscópio tocar na sua pele que ele deu um pinote da cama, quase atropela o médico. Vestiu a camisa numa rapidez e saiu correndo de clínica à fora.
A filha quando viu aquilo tentou saber o que tinha acontecido e ele, o pai, respondeu:
-Minha filha, eu me lembrei que deixei Moloca sem água e ração. Não tá vendo que vou maltratar a vaquinha! Vamos embora agora mesmo.
Francisco Martins
31 janeiro 2019
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
MINHAS LEITURAS EM 2019 - AS MEMÓRIAS ALHEIAS
terça-feira, 29 de janeiro de 2019
MARCADA PARA MORRER
Porque eu sei que teus dias estão contados,
Porque tenho certeza que serás derrubada,
Porque nenhuma instituição gritará pela tua existência e defenderá tua vida,
Eis-me aqui, agradecendo tua beleza, teu porte magnífico, tua cor Brasil.
Já vi muitas serem exterminadas em nome da pedra, do cal e do cimento cancro, infelizmente Amém!
Francisco Martins
29 janeiro 2019.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
VALE DE LAMA
Eu que nasci do barro,
Terra molhada com água,
Que recebi nas narinas
O sopro da divindade.
Eu que fui gerado
Na solidão de um útero,
Plasmado, medido, plantado,
É finalmente exportado
A este "Vale" de lágrimas,
Ouso pedir a Deus, poeta
De todos os poetas,
Senhor absoluto de todos os elementos,
Que a dor seja destruída,
A alegria reconstituída,
Os tetos restaurados,
O pão posto à mesa,
As almas consoladas,
As cicatrizes curadas,
Os culpados julgados,
A natureza refeita.
Eu que do barro nasci
Uno-me à dor de Minas Gerais,
de Brumadinho.
Minh'alma esta imersa na lama.
Francisco Martins
28 de janeiro 2019
TCP - CHICO DANIEL ABRE HOJE EDITAL PARA USO DE ESPETÁCULOS COM PAUTA LIVRE
Lançamento do edital 28 de janeiro 2019
Inscrições 29 de janeiro a 13 de fevereiro 2019.
sábado, 26 de janeiro de 2019
SEIS ESCOLAS ADEREM AO PROJETO "MEU PÉ DE LARANJA LIMA"
Para responder essas e outras perguntas o escritor Francisco Martins realiza anualmente o projeto "Meu Pé de Laranja Lima", quando a partir da leitura deste romance, tão conhecido no mundo inteiro, os jovens estudantes adentram no universo de José Mauro de Vasconcelos.
Este ano o projeto vai acontecer nas seguintes escolas municipais de Parnamirim:
1) Brigadeiro Eduardo Gomes
2)Eulina Augusta
3)Silvino Bezerra
4)Sadi Mendes
5)Augusto Severo
6)Manoel Machado.
Francisco Martins |
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
UM DESLIZE DE MANOEL RODRIGUES DE MELO E O RESGATE DE FRANCISCO MARTINS
Manoel Rodrigues |
A Revista nº 1 da ANRL |
Manoel Onofre Jr e Francisco Martins |
quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
AGENDA ABERTA PARA RECEBER CONVITES DE INSTITUIÇOES
Conforme foi anunciado ontem, por aqui, as atividades artísticas e culturais do projeto Momento do Livro - ano XI (2019) terão início hoje, através do Palhaço Leiturino, no Núcleo de Educação Infantil- NEI - Estrela do Natal, escola sediada no bairro de Neópolis, em Natal.
O projeto Momento do Livro é formado por todas as ações que são desenvolvidas pelo seu criador Francisco Martins, homem múltiplo e cheio de talentos. Dentro do Momento do Livro é possível encontrar o Palhaço Leiturino, o cordelista Mané Beradeiro, o contador de histórias, o escritor, o editor de livros cartoneros e artesanais ( Editora Carolina Cartonera), o pesquisador e o conferencista sobre a vida e a obra de José Mauro de Vasconcelos ( autor do famoso livro: Meu Pé de Laranja Lima).
Todos os anos é costume de Francisco Martins divulgar o que fez na agenda anterior, assim sendo, em 2018 o projeto Momento do Livro teve a seguinte pauta:
14 ações com Mané Beradeiro
25 ações com Palhaço Leiturino
37 ações com o escritor Francisco Martins
05 ações com a Carolina Cartonera
01 ação sobre a vida e a obra de José Mauro de Vasconcelos
Total 82 ações
Vejamos o que nos aguarda em 2019 para esta área.
Interessados manter contato com o autor através do e-mail: franciscomartinses@gmail.com ou pelo whatsaap (84) 9.8719-4534.
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
MINHAS LEITURAS EM 2019
Magno, os livros e eu |
PALHAÇO LEITURINO INICIA ATIVIDADES ARTÍSTICAS DE 2019
terça-feira, 15 de janeiro de 2019
EM DEFESA DO MEU VOTO E DE UM POLÍTICO DIFERENTE
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
LOBATO E O PINGUIM
Rangel lendo a Barca de Gleyre |
Monteiro Lobato manteve correspondência com Godofredo Rangel durante quarenta anos. As cartas que ele escreveu para Rangel cobrem um período que vai de 1903 a 1943. Todas foram publicadas em dois tomos, sob o título "A Barca de Gleyre". Estou lendo este material. Em 15 de julho de 1915 Monteiro Lobato estava em Santos-SP e é desta carta que eu trago para vocês parte deste missiva que achei cheia de humor com a cena que Lobato escreve para Rangel. Leia-a:
domingo, 6 de janeiro de 2019
O CARNAUBAL DA FAZENDA ARACATI
Benedito Vasconcelos Mendes
A carnaubeira (Copernicia prunifera) é uma palmeira nativa do Nordeste brasileiro que ocorre em grandes concentrações nas margens dos rios intermitentes do Ceará (Rios Acaraú, Curu e Jaguaribe) e Rio Grande do Norte (Rios Piranhas/Assú e Apodi/ Mossoró) e nas planícies dos grandes vales do Estado do Piauí, principalmente nas proximidades do Rio Parnaíba. As folhas da carnaubeira são revestidas por uma fina camada de cera, que as protege da transpiração excessiva. Esta cera é extraída na forma de pó cerífero que é depois processado para a formação da cera. O Brasil é o único país do mundo que produz cera de carnaúba, pois esta planta foi levada para outros países tropicais, onde se desenvolveu bem, ficou frondosa, mas não produziu cera em suas folhas. As condições climáticas da região semiárida nordestina são determinantes para que ela produza cera.
A Fazenda Aracati tinha um pequeno carnaubal, parte de carnaubeiras nativas, nas margens aluviais do Rio Aracatiaçu, e uma pequena área com carnaubeiras plantadas por meu avô, atrás da casa grande. Todos os anos, meu avô arrendava o carnaubal ao seu compadre Chico Rufino, mas em alguns anos, em vez de arrendar, ele produzia o pó de carnaúba (pó cerífero) e depois o beneficiava na “Casa de Beneficiamento de Cera de Carnaúba”, do Seu Chico Rufino, na cidade de Miraíma. Era uma agroindústria primitiva, porém bem equipada, com caldeirões de ferro fundido para cozinhar a cera e uma gigantesca prensa de madeira (feita de miolo de aroeira) para retirar o excesso de água da cera. O processo de extração do pó cerífero se iniciava com o corte das palhas das carnaubeiras, com uma pequena foice bem amolada, suportada por uma longa vara de até 9 metros de comprimento. O cortador de palhas (vareiro) ia derrubando as folhas maduras de cor verde e abertas e as folhas novas, fechadas (folhas do olho). O juntador de palhas cortava com um facão o talo espinhento no tronco da folha, separava as folhas abertas das folhas do olho, fazia, com embira da palha do olho, os feixes de 25 palhas e atrelava os mesmos nas cangalhas dos jumentos, que transportavam os feixes de palha para o palheiro, onde eram secas, estendidas no chão forrado com bagaço de palhas velhas, cortadas em anos anteriores. A distribuição das palhas no chão do palheiro era feita por setores, de um lado colocava-se as palhas do olho e do outro as palhas abertas. A secagem ocorria em 9 dias, sendo que de 3 em 3 dias virava-se as palhas para melhor receber o sol e secarem uniformemente. Depois de secas, as palhas iam ser riscadas e batidas, para extrair o pó cerífero, em um pequeno quarto todo fechado, com piso de cimento queimado e teto com forro de tábuas. As palhas secas eram riscadas e batidas sobre um grande lençol de tecido (algodãozinho), que recebia o pó que se desprendia das palhas secas riscadas e depois era ensacado em sacos de tecido, que tinham sido usados para acondicionar massa de trigo ou açúcar. O pó extraído das folhas jovens (folhas do olho) é branco e produz a cera Tipo A (cera de primeira), mais valorizada e de cor amarela, enquanto o pó cerífero tirado das folhas abertas, mais velhas, é escuro e vai originar um tipo de cera menos valorizada, de cor parda (cera Tipo B ou cera de segunda). Meu avô mandava o pó de carnaúba produzido na Fazenda Aracati, em lombos de burros, para a cidade de Miraíma, a 25 quilômetros de distância, para ser transformado em cera de carnaúba, na unidade de beneficiamento de cera de seu compadre Chico Rufino. Lá, o pó cerífero era misturado com água limpa e cozinhado (fervido), depois prensado para retirar a água. A cera resultante era classificada, pesada, armazenada e depois vendida em Sobral, na Casa Quirino Rodrigues & Filhos.
O riscador de palha seca era um tipo de pente com dentes de ferro pontiagudos virados para cima, fixos em um cepo de madeira. O operador batia a palha seca sobre ele e puxava-a para riscar (abrir) e provocar o desprendimento do pó, que caía sobre o lençol.
O Beneficiamento do pó cerífero consistia em cozinhar o pó em grandes caldeirões de ferro fundido, semelhantes aos caldeirões usados nos engenhos de cana-de-açúcar, para a fabricação de rapadura. Quando se ia cozinhar o pó de carnaúba, colocava-se água limpa e não salobra, que ao ferver deixava a sujeira boiar na espuma, que era facilmente retirada do caldeirão e descartada. O pó derretido era levado para a grande prensa de madeira, onde era prensado para retirar o excesso de umidade. A cera, ao esfriar, se solidifica. O pó cerífero branco, retirado das palhas do olho (folhas em cartucho) era processado separadamente do pó extraído das folhas maduras (folhas abertas). A cera de carnaúba, por ser extremamente dura, possuir elevado ponto de fusão (em torno de 83 a 85 graus centígrados) e ser de difícil dissolução, em temperatura ambiente, é considerada a “Rainha das Ceras”. Quase toda a cera produzida no Brasil é exportada na forma bruta, não industrializada. Ela é utilizada no mundo inteiro por diversos segmentos industriais, como na indústria cosmética, farmacêutica, alimentícia, eletrônica (chips e transistores), na fabricação de impermeabilizantes, esmaltes, vernizes, lubrificantes, isolantes e por muitos outros setores industriais.
Além da cera, a palha da carnaubeira é matéria prima para a produção de vários outros produtos artesanais, como chapéu, vassoura, esteira, uru, surrão, bolsa e corda. A palha também era empregada para cobrir casa de taipa. A cera e o chapéu de palha de carnaúba foram dois produtos de exportação, de grande importância econômica para os Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. A estirpe era utilizada para a confecção de linhas, caibros, ripas e bancos. A estirpe aberta e escavada era largamente utilizada como calha, para escoar água de chuvas de telhados. Os frutos são comestíveis e as raÍzes medicinais.