sexta-feira, 5 de abril de 2019

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: OS CABRAS DE LAMPIÃO


 Mané Beradeiro

“Os cabras de Lampião”, um poema épico do cordel brasileiro, classificado como “romance”, pois o texto supera 32 páginas. O  autor é Manoel D’Almeida Filho (1914-1995), natural de Alagoa Grande – PB, poeta que faz parte da segunda geração do cordel brasileiro (1920/1930). É sobre este texto que me debruço para escrever mais uma resenha. D’Almeida é um poeta que tem sua marca registrada na história do cordel.
 Quem desejar conhecer esta área não pode e nem deve deixá-lo à margem. É presença na “Antologia da Literatura de Cordel” (BATISTA, 1977, p. 303) e foi membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, sendo o primeiro ocupante da cadeira 20. Marco Haurélio não o deixou fora do capítulo: Pequeno Dicionário Biobliográfico da Literatura de Cordel  e não teme em afirmar: “Os cabras de Lampião, a obra prima  do autor é, indubitavelmente, a melhor biografia em versos sobre o famoso cangaceiro” (HAURÉLIO, 2013, p. 101).
Tomei conhecimento de um fragmento deste texto quando li “Guerreiros do Sol” (MELLO,2004, p. 315), mas somente recentemente eu pude degustar do poema em sua totalidade. A edição que li é da Editora Luzeiro, trazendo a apresentação de Nando Poeta e um texto de Aderaldo Luciano, poeta e pesquisador. Faz 54 anos que este poema foi publicado pela primeira vez, quando em 1965 saiu com o selo da  Prelúdio ( mais tarde, em 1973, passaria a ser chamada de Luzeiro).
Mergulhemos, portanto, no texto e vejamos o que nos traz “Os cabras de Lampião”.

1)          Dos Cangaceiros nomeados

“Lampião formou um grupo
Começou sua carreira,
Doze inclusive os irmãos
Era a sua cabroeira
Que passou a comandar
Sendo esta a vez primeira”
(D’Almeida Filho, 2018,p.10)

 A primeira coisa que iremos saber é que o poeta resgata neste cordel 103 nomes de cangaceiros (veja a lista abaixo), sem contar com os nomes das mulheres e aqueles que antecederam Lampião. Também não somei a esta lista os coiteiros, juízes, coronéis, padres e outras personalidades, que embora não vivessem no bando, não deixavam de ser “Cabras” de Lampião.
A maioria dos homens recebeu um nome de guerra, dado geralmente pelo próprio Lampião.
 
2)        Do espaço geográfico onde houve ataques, batalhas, sequestros e saques.

Quando entrava nos lugares
Cantava esta canção:
“O meu nome é Virgolino,
Me tratam por Lampião,
E com a revolta sou
Interventor do sertão”
(Idem, p.46)

Levei em consideração o período em que Lampião passou a liderar seu próprio grupo, que no texto é assinalado a partir da  página 10, estrofe 45 ( Lampião formou um grupo ...). As estrofes anteriores tratam da introdução e do batismo de fogo de Lampião. Virgolino Ferreira da Silva, o Rei do Cangaço, reinou de forma altaneira nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraiba, Pernambuco, Alagoas e Bahia, o sertão que ele conhecia.  O poeta D’Almeida apresenta nomes de 50 localidades por onde passou Lampião e seu bando.
No tocante às cidades de Pau dos Ferros, Apodi, Areia Branca e Martins, todas no Rio Grande do Norte, mas precisamente na Mesorregião do Oeste Potiguar, aqui, o poeta D’Almeida cometeu um erro ao escrever que elas pertenciam à zona do Seridó:

Porque antes de chegar
Às portas de Mossoró,
Fez a maior bagaceira
Na zona do Seridó,
Arrasou quatro cidades
Sem de ninguém sentir dó.

Foram as seguintes cidades,
Pelos cabras saqueadas:
Pau dos Ferros e Martins,
Que se viram incendiadas,
Apodi e Areia Branca
Da mesma forma queimadas
(Idem, p.30).

O Seridó é uma região formada por 54 municípios, sendo 28 do Rio Grande do Norte e 26 da Paraíba.



O poeta D’Almeida nos mostra que, embora Lampião fosse um homem de coragem,  sempre perdeu quando a população teve tempo para se preparar e enfrentá-lo. Foi assim em Mossoró:
Pois o povo a toda pressa
Em várias ruas cavou
As trincheiras necessárias,
Depois em armas pegou,
Em defesa da cidade,
A batalha se travou
...

Sob uma chuva de balas
Recuaram novamente.
Dessa vez a retirada
Foi definitivamente,
Levando como reféns
Três pessoas na sua frente.
(Ibidem, p. 30 e 31)

E a mesma experiência de derrota aconteceu também quando Lampião e seus cabras tentaram invadir a cidade de Capela:
Num cerco muito bem feito
Lampião viu-se envolvido;
Temendo ser preso ou morto,
Conseguiu sair fugido
De Capela, com o grupo,
Completamente batido.
(Ibidem, p.42)

Ainda sobre a presença de Lampião no Rio Grande do Norte, no tocante ao sequestro do Coronel Antonio Gurgel, no texto do poema, o autor não cita o nome da localidade, mas o escritor Raimundo Nonato da Silva vai esclarecer dizendo que foi em Mato Grande, localizado entre São Sebastião (atual cidade de Dix-Sept Rosado) e Brejo, onde morava o Coronel Antonio Gurgel (SILVA, 1965, p.40)
A lista com os nomes das localidades encontra-se no final.

3)        Teria sido Lampião o pioneiro em cavar um poço de petróleo na Bahia?
Diz o cordel que durante o tempo em que Lampião e seus cabras se esconderam na vasta região do Raso da Catarina, no estado da Bahia,  certa feita ele encontrou petróleo:
                        Um dia cavando um poço,
                        Naquele seu monopólio
                        Saiu uma água suja
                        Gordurosa como um óleo
                        Que ninguém pôde beber
                        Pois podia ser petróleo
                        (Ibidem, p. 44)

O Raso da Catarina compreende 99.777ha, sendo a única reserva biológica de caatinga do mundo. Lá, a temperatura atinge 43º C e água é líquido difícil de ser encontrado. A região tem também seu misticismo. Há uma lenda sobre a fazendeira Catarina que “lutou com a seca, mas foi derrotada por uma nuvem de gafanhotos que devorou a plantação de milho e feijão, deixando-a em estado de loucura e sozinha até o fim da vida. Dizem que seu espírito vaga a localidade ajudando vaqueiros a encontrar animais perdidos”.  Também foi no Raso da Catarina que se abrigou Antonio Conselheiro.
Achei importante trazer este assunto porque há nele um diamante que precisa ser lapidado. Fui cavar no campo da pesquisa e eis que me deparo com Manoel Inácio Barros, engenheiro agrônomo, que em 1930 vivia pela Bahia tentando descobrir petróleo. Tinha até conhecimento da existência do óleo usado pelos campesinos, que utilizavam como combustível para cozinhar. O poço cavado por Lampião foi em 1931, que de forma não intencional acabou encontrando petróleo no Raso da Catarina.  Oficialmente, o primeiro poço de petróleo foi perfurado no dia 29 de julho de 1938, em Lobato-BA.
 
4)        Tentativa de conversão da moeda da época para o Real de hoje

O leitor vai se deparar com várias estrofes que trazem a nomenclatura da moeda da época.  
Do Coronel Zé Rodrigues Lampião levou seis contos (p,12). Quanto seria isso hoje? Um conto de réis equivalia a mil mirréis (R$ 123.000,00), portanto numa tentativa aproximada o Coronel Zé Rodrigues perdeu para Lampião algo em torno de R$ 738.000,00 (setecentos e trinta e oito mil reais). Deixo abaixo a tabela de conversão para que o leitor faça a atualização.

1 Réis  = R$ 0,123
1     Mirréis (Mil Réis) = R$ 123,00
1 Conto de Réis ( Mil Mirréis) = R$ 123.000,00


5)        As ilustrações

As capas das duas primeiras edições são praticamente iguais, salvo por pequenos detalhes. Afirma  Doutor Aderaldo Luciano: “Uma traz uma indicação na parte superior esquerda com os dizeres “Edição Especial” e o nome do autor em caixa maior, quase centralizado. A outra o nome do autor vem do lado esquerdo, todo em caixa alta”.

(capa da segunda edição)

Ambas as edições (1965 e 1966) tiveram o selo da Prelúdio.  A Segunda edição traz 15 ilustrações.

       A mais recente, 2018, da Editora Luzeiro, também foi ilustrada, desta vez pelo artista Walfredo de Brito, que fez 11 desenhos e a capa.
Sobre o trabalho das ilustrações é inegável afirmar que o autor (não consegui identificar) dos desenhos da segunda edição, não teve a preocupação de fazer um minucioso estudo sobre o espaço físico, geográfico e cultural  no qual se passa a narrativa.  Já na edição recente, é notória a presença de elementos da cultura, o que corrobora a certeza de que Walfredo de Brito teve a preocupação de estudar o modus vivendi das personagens.


6)        Sobre a analogia das três edições

A priori a resenha seria construída apenas com base no que li da última edição, mas quando achava que estava terminando de escrevê-la, eis que sou procurado pelo poeta e pesquisador Dr. Aderaldo Luciano, nome já bastante conhecido no meio do cordel, para que fizesse uma analogia com as edições anteriores.
O Doutor Aderaldo Luciano não pensou duas vezes e me forneceu os textos da editora Prelúdio. Aí tive que ler e reler varias vezes,  e o resultado foi o seguinte: as três edições têm a mesma quantidade de estrofes, isto é: 575, sendo 573 sextilhas, 1 sétima e 1 quintilha (que representa  uma senha dentro da fala do coiteiro Antonio de Chiquinho, p.55), assim sendo, o romance  é composto por 3.450 versos.
Na orelha esquerda da última edição, no texto que escreve o poeta e pesquisador Doutor Aderaldo Luciano, ele cita que há 653 estrofes.  Onde estariam as outras? Teria D’Almeida revisado o cordel e tirado tantas estrofes? Onde Doutor Aderaldo Luciano pegou esta informação?
A resposta que o pesquisador me deu foi que ele se baseou na ficha técnica do cordel que afirma ter 652 estrofes em sextilhas mais a estrofe final (assinatura ALMEIDA), totalizando 653.  Ele confiou na ficha técnica e a informação não bate com a quantidade real, que é de 575 estrofes.
Tive o cuidado de fazer uma leitura de forma vagarosa, sempre em conjunto de 10 estrofes   visando apurar se o texto permanece o mesmo nas três edições.  O achado foi este:
Página 16 (sempre estarei usando a última edição 2018)
 Que a um seu coiteiro traiu (edições 1 e 2)/ Que a um coiteiro traiu (edição 3).
Página 22
Até a última bala ( 1 e 2)/  Até vir a última bala (3)

Página 35
Especialmente, um médico (1 e 2)/ Um médico, especialmente (3)
Página 37
Tá’qui a moça, capitão (1 e 2)/ Eis a moça, capitão (3)
Dificilmente um cangaceiro usaria “Eis” em sua fala. Optaria sempre pela expressão coloquial “Tá’qui”.
Página 40  (a estrofe 322)
Já na estação, o trem
Chegou, saltou um soldado,
Lampião tomou-lhe as armas
E perguntou alterado:
-Macaco, se for baiano,
Agora mesmo é sangrado. 

Deixei em negrito “perguntou” porque  considero que aqui, o leitor possa achar que o poeta deveria ter usado “afirmou”, pois aparentemente Lampião está afirmando e não perguntando. Na verdade  a afirmação de Lampião contém uma pergunta indireta: queria saber se ele era baiano.
Página 41
Correram a tarde toda (1 e 2)/ Correram uma tarde toda (3)
Página 46
Agora com a revolta (1 e 2)/ E com a revolta eu sou (3)
Página 63
Suspeitou que Pedro Cândido ( 1 e 2)/ Achou que Pedro de Cândida (3)
Era o cabo João Bezerra (1 e 2)/ O tenente João Bezerra (3)
Sobre esta “promoção” de cabo para tenente  a coisa se repete nas páginas 64, 65, 67.

Página 64
Perceba o leitor que aqui houve um desfiguramento da imagem criada pelo poeta D’Almeida e que estão presentes nas edições 1 e 2. Veja:                

                   Um dos grupos dessa tropa
Ele mesmo o comandava,
Outro: o soldado Aniceto,
Em quem muito confiava,
O terceiro: um aspirante
Que Francisco se chamava

Na  edição 3 ficou assim:
                    Um dos grupos dessa tropa
                    Ele mesmo o comandava.
                    Era o sargento Aniceto,
                    Em quem muito confiava.
                    O terceiro: um aspirante
Que Francisco se chamava

Achei que não ficou bem clara a divisão, como estabeleceu o poeta nas duas primeiras edições.

 Página 67
Que se o cabo não estivesse ( 1 e 2)
Caso ele não esteja (3).

Nomes dos Cabras de Lampião

1)   Açúcar
2) Amoroso
3) Ângelo Roque
4) Antonio
5) Antonio de Engraça
6) Arvoredo
7) Asa Branca
8) Asa Negra
9) Ascilino
10)            Azulão
11)             Balão
12)            Barata-Azul
13)            Beija-Flor
14)            Besta-Fera
15)            Bom de Vera
16)            Bom-na-Tabica
17)            Cacheado
18)            Caixa de Fósforos
19)            Cajarana
20)          Cajazeira
21)            Canário
22)          Candieiro
23)          Caninana
24)          Canjica
25)          Carrapicho
26)          Catingueira
27)          Chá-Preto
28)          Chico-Peste
29)          Ciço
30)          Cobra-de-Cipó
31)            Cobra-Verde
32)          Colchete
33)          Come-Cru
34)          Cordão de Ouro
35)          Corisco (Diabo Louro)
36)          Correnteza
37)          Cravinho
38)          Cravo Roxo
39)          Criança
40)          Cruzeiro
41)            Delicado
42)          Demudado
43)          Desconhecido
44)          Deus-Te-Guie
45)          Devoção
46)          Diferente
47)          Elétrico
48)          Esperança
49)          Ezequiel (Ponto-Fino)
50)          Ferrugem
51)            Gato-Bravo
52)          Gorgulho
53)          Gorro
54)          Graúna
55)          Guri
56)          Jararaca
57)          Jitirana
58)          José Baiano
59)          Jurema
60)          Jurema
61)            Lavareda
62)          Limoeiro
63)          Livino
64)          Luis Pedro
65)          Mansidão
66)          Mariano
67)          Marreco
68)          Massiolon
69)          Medalha
70)          Meia-Noite
71)            Mergulhão
72)          Moderno
73)          Moita Brava
74)          Mormaço
75)          Mourão
76)          Nevoeiro
77)          Pai Véio
78)          Pajeú
79)          Pancada
80)          Passarinho
81)            Patori
82)          Pavão
83)          Peitica
84)          Pinga-Fogo
85)          Pinto-Cego
86)          Pó Corante
87)          Português
88)          Quixabeira
89)          Rio Branco
90)          Sabino
91)            Sabino Gomes
92)          Sabonete
93)          Santa Cruz
94)          Sexta-Feira
95)          Velocipe
96)          Ventania
97)          Vicente (Lua-Branca)
98)          Vinte e Cinco
99)          Volta-Seca
100)       Xexéu
101)        Zabelê
102)       Zé do Sapo
103)       Zepelim

Nomes das localidades citadas no cordel

1)          Alagadiço
2)        Ana-Bebé
3)        Angico (onde Lampião morreu)
4)        Apodi
5)        Aquidabã
6)        Areia Branca
7)        Belmonte
8)        Bom Nome
9)        Buíque
10)     Cabrobó
11)      Caminho do Juazeiro do Norte – confronto com a Coluna Prestes
12)     Caminho entre Mossoró e Limoeiro do Norte ( assaltou vários fazendeiros)
13)     Caminho perto de Mossoró – onde sequestrou o Coronel Antonio Gurgel.
14)     Capela
15)     Casa do Coronel Antonio Gurgel ( perto de Mossoró)
16)     Fazenda das Abóboras
17)     Fazenda de Clementino Furtado
18)     Fazenda de Olho D’Agua
19)     Fazenda em Sergipe (não identificada)
20)   Fazenda Melancia
21)     Fazenda Touro
22)   Fazendas de Limoeiro do Norte
23)   Flores
24)   Floresta dos Navios
25)   Gangorra
26)   Gavito
27)   Itapicuru
28)   Jeremoabo
29)   Leopoldina
30)   Martins
31)     Matinha de Água Branca – AL
32)   Mossoró
33)   Pau dos Ferros
34)   Pinhão
35)   Serra de Baixa Verde (onde Lampião é ferido pela primeira vez numa batalha)
36)   Serra do Araripe (Lampião é atingido no peito durante um tiroteio)
37)   Serrinha
38)   Serrote Preto
39)   Sousa
40)   Trecho entre Flores e São João dos Leites
41)     Triunfo
42)   Várzea da Ema
43)   Vila Algodões
44)   Vila da Taboca
45)   Vila da Tapera
46)   Vila de Arrasta-Pé
47)   Vila de Custódia
48)   Vila do Espírito Santo (3x)
49)   Vila do interior de Sergipe (não identificada)
50) ila Malhada da Caiçara (Distrito de Santa Brígida)

Agradeço aos colaboradores Doutor Aderaldo Luciano, Nando do Cordel e Gilberto Cardoso e por fim finalizo a resenha plagiando uma estrofe do autor:

                     Tudo que aqui narrei
                    Dos cabras de Lampião,
                    Li e fiz releitura
                    Pensando no meu sertão.
                    Não tenho culpa se houve
                    Erros na informação.

Parnamirim-RN, 10 a 19 de março 2019

Referências

1)          BATISTA, Sebastião Nunes. Antologia da Literatura de Cordel. Natal: Fundação José Augusto, 1977.
2)        CASCUDO, Luís da Câmara. Nomes da Terra. Natal: Fundação José Augusto, 1968.
3)        D’ALMEIDA FILHO, Manoel.  Os cabras de Lampião. São Paulo: Editora Luzeiro, 2018.
4)        MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do Sol – Violência e banditismo no Nordeste do Brasil. São Paulo: A Girafa, 2004.
5)        HAURÉLIO, Marco. Literatura de Cordel – do sertão à sala de aula. São Paulo: Paulus, 2013.
6)        SILVA, Raimundo Nonato da. Lampião em Mossoró.  Rio de Janeiro: Editora Pongetti, Coleção Mossoroense – Série C – Volume XVI – 3ª edição, 1965.
      

ESCOLA MUNICIPAL IRENE SOARES - PALESTRA SOBRE LOBATO - 04 DE ABRIL 2019 - 13 H - PARNAMIRIM





quinta-feira, 4 de abril de 2019

PALESTRAS SOBRE LOBATO: O HOMEM QUE ENCANTOU CRIANÇAS



Abril é o mês em que celebra-se o Dia do Livro Infantil, 18, data que assinala o nascimento de Monteiro Lobato.  O escritor Francisco Martins irá realizar várias palestras  nas escolas da rede pública municipal de Parnamirim-RN, oportunidade em conversará com os alunos sobre quem foi Monteiro Lobato e porque ele é tão importante para a história da literatura brasileira. O tema da palestra é: LOBATO: O HOMEM QUE ENCANTOU CRIANÇAS.

Dia 4 de abril - quinta-feira - 13 hs - Escola Irene Soares - Monte Castelo  
Dia 8 de abril - segunda-feira 8 hs - Escola Edmo Pinheiro - Cajupiranga
Dia 9 de abril - terça-feira - 8 hs - escola Rubens Lemos - Emaús
Dia 10  de abril - quarta-feira - 13 h - Escola Edmo Pinheiro - Cajupiranga
Dia 11 de abril - quinta-feira - 8 h - Escola  Antonio Basílio - Passagem de Areia
Dia 12 de abril - sexta-feira -  13 h - Escola Antonio Basílio - Passagem de Areis
Dia 15  de abril - segunda-feira - 8 hs - Escola Sadi Mendes - Nova Parnamirim
Dia 29 de abril - segunda-feira -  8 hs - Escola Irene Soares - Monte Castelo

terça-feira, 2 de abril de 2019

OS CABRAS DE LAMPIÃO SERÁ TEMA DE CONVERSA NA ESTAÇÃO DO CORDEL

O poeta e pesquisador do cordel brasileiro, Mané Beradeiro, estará na sexta-feira próxima, dia 5 de abril, às 15 h na Estação do Cordel, situada à Praça Padre João Maria, em Natal-RN,  oportunidade em que haverá o lançamento do cordel de Genildo Mateus, artista plástico e sociólogo: "Um Bozo com Militantes de Bosta.

Depois do lançamento, o poeta Mané Beradeiro fará uma palestra sobre o poema "Os cabras de Lampião", de Manoel D'Almeida, um dos clássicos do cordel brasileiro.  Na mesma tarde terá sessão da Academia Norte-Rio-Grandense de Literatura de Cordel - ANLIC e sarau.
Mané Beradeiro disponibilizará o texto da resenha sobre "Os cabras de Lampião" aqui, neste blog, assim que terminar a palestra.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO: AS NORAS DE ZÉ DOS SANTOS

Zé dos Santos é um homem que mora no distrito de Baixa-Verde, pertencente a pequenina cidade de São Bento do Trairi-RN. Só tem filhos homens e ninguém da família esteve na capital. Vivem lá naquele interior trabalhando na agricultura e convivendo com os animais. Eles se compreendem.
Os filhos de Zé já são homens feitos, maduros, com mais de quarenta anos. Nenhum deles conhecem  nada sobre o universo feminino.
Estava Zé dos Santos na "Rua" (é assim que eles se referem  a cidade de São Bento) quando um amigo lhe diz:
-Compadre Zé dos Santos eu  arranjei um negócio muito bom para seus filhos
-O que foi?
-Você nem imagina? Tente aí. Tem duas chances para acertar.
-Uma jumenta
-Não, bem melhor do que isso!
-Então um peba, bem cevado, criado em tonel.
-Errou compadre. Eu penso que seus filhos vão ficar muitos felizes com o que eu arranjei para eles...
-Então deixe de arrudeios e diga logo.
Foi então que o amigo  fez posse de político em palanque, temperou a garganta e falou:
-EU CONSEGUI DUAS NAMORADAS PARA SEUS FILHOS.
-Quem são são estas desmioladas?
-Mijardênia e Merdanéssia.
Zé dos Santos, do alto dos seus oitenta e cinco anos respondeu:
-Tá bom demais. Tô carecendo mesmo, duas mulheres: uma para apanhar lenha e a outra para buscar água.

Coisas do meu Nordeste.

Mané Beradeiro
01 de abril 2019


quarta-feira, 27 de março de 2019

TARDE CULTURAL NO PALÁCIO MANOEL RODRIGUES DE MELO

O baobá é uma árvore da família das bombacáceas, nativa das regiões tropicais da África. Pode viver mais de dois mil anos e chega a vinte metros de altura com um tronco gigantesco, que pode alcançar mais de dez metros de diâmetro.

Hoje, 27 de março, na sede da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras será exibido o curta-metragem "O Baobá e o seu poeta". A exibição vai acontecer agora à tarde, às 17h, dentro do projeto Biblioteca Viva da Academia. Após o filme haverá palestra do Acadêmico Roberto Lima e homenagem especial ao Acadêmico Jurandyr Navarro pelos seus 90 anos de vida.

UM POEMA DE JORGE FERNANDES


ASSIM DISSERAM ELES ...


Mestre Cascudo é uma cerca de arame garantindo a propriedade do Rio Grande do Norte

Renato Caldas, em "O Poti", 18 de junho 1961.

domingo, 24 de março de 2019

ESCRITOR FRANCISCO MARTINS FAZ PARTE DA NOVA DIRETORIA DA ACLA

Foi na tarde do sábado último, dia 23 de março, às 14 h, na sede da Academia Cearamirinense de Letras e Artes -ACLA - Pedro Simões Neto que aconteceu a posse da nova diretoria daquela instituição. O escritor Francisco Martins, membro da ACLA, faz parte da atual diretoria, na qualidade de 2º Secretário.
O escritor Francisco Martins embora não resida em Ceará-Mirim, tem laços com aquela cidade, onde viveu sua infância e dos seus livros publicados dois   fazem referência àquela cidade: Contos da Nossa Terra e Crônicas Sensoriais.

quarta-feira, 20 de março de 2019

BOTONS PARA AJUDAR NA MANUTENÇÃO DO PROJETO DE LEITURA

Para ajudar na manutenção do projeto de leitura Momento do Livro, que este ano vai completar 11 anos de existência, o escritor Francisco Martins  que vende seus livros e folhetos de cordéis, oferece também a partir de agora, botons feitos de papelão. A primeira amostra contempla a ação do "O Meu Pé de Laranja Lima", que vai às escolas com o livro de José Mauro de Vasconcelos. Os botons são em quatro modelos e os preços são os seguintes:

Preço unitário: R$ 2,00
Pacote com 50  unidades R$ 90,00
Pacote com  25 unidades R$ 45,00

As estampas são estas:






Pedidos através do WhatSaap (084) 9.8719-4534 - somente mensagem de texto

GUARDA CHUVA APAIXONADO

Ele se apaixonou redondamente pela sombrinha, e a primeira pergunta que fez foi:
-Jura-me não esquecer de mim?
A sombrinha  perguntou o porquê daquele medo e o guarda chuva respondeu:
-As pessoas me esquecem com facilidade.

Francisco Martins

ALUIZIO MATHIAS - O POETA DE UM JARDIM CHAMADO FOLHA POÉTICA

Amanhã, 21 de março, é o Dia Internacional da Poesia. Conheço muitos poetas, mas quero homenagear um poeta que vem ao longo da sua vida escrevendo um poema, não apenas no papel, em livros, mas na história.
Seu trabalho é como uma árvore bem plantada à beira de um riacho, que no devido tempo dá seu fruto, assim como diz o salmista. Sabe seus apreciadores que ele todos os anos, desde 1983 nos presenteia com o fruto da sua dedicação. Saboreamos então "Folha Poética, nascida  naquele tempo em que o estencil recebia a massagem dos tipos da máquina de datilografia e depois ia se banhar no  movimento frenético do mimeógrafo. Foi assim com a primeira Folha Poética. E este poeta é Aluizio Mathias.
A distribuição acontecia em bares, paradas de ônibus, escolas, etc. A Folha Poética resistiu ao longo destes 36 anos, cujo aniversário vai acontecer em outubro. Sai uma vez por ano e já teve parceria com jornais (Jornal de Natal, Diário de Natal, Tribuna do Norte) hora publicado dentro dos jornais e outras vezes como suplemento. Na parceria com o a Tribuna do Norte, a Folha Poética chegou a ter a impressão de 5 mil exemplares, mostrando a poesia de inúmeros poetas do Rio Grande do Norte. Nas últimas edições a Folha Poética tem dado espaço também ao cordel.

Por um trabalho tão importante  é que escolho Aluizio Mathias para ser bem lembrado neste dia, afinal ele e a Folha Poética têm o mesmo aconchego das duplas: ginga com tapioca, cana com caju, caldo de cana com pão doce e outras coisas boas desta terra potiguar.
Parabéns a Aluízio Mathias, que com ele e a Folha Poética carrega uma antologia de poetas.

Francisco Martins
20 de março 2019


DIÁRIO DA LEITURA "A IRA DE JUDAS"




1 fevereiro 2019 : A Ira de Judas é o título de um livro de Ana Claudia Trigueiro, que tem onze contos. Foi publicado pela CJA, a capa é de Heverton R e a revisão de Bárbara Parente. A autora abre o livro com um poema de Zila Mamede, que a meu ver é um aviso sobre o que o leitor vai encontrar nas próximas páginas.
Deixei-me renascer no silêncio das horas e fui ler os contos assombrados. Na sua forma tão peculiar de escrever Ana Cláudia Trigueiro me colocou frente a frente com um terrível tubarão; revelou quem foi a pessoa que encontrou o tesouro do pirata Jacques Riffaut, lá no Poço do Dentão e me fez vibrar com o plano de Simon.
Até aí eu percebi que o livro exigia de mim, quanto leitor, um comportamento diferente, deveria degusta-lo como os bons vinhos, sem pressa. Deixei-o em minha escrivaninha e fui dormir pensando nas imagens daqueles contos.

2 fevereiro 2019: Retorno à leitura e eis-me debruçado sobre o conto metafórico de um mártir da Revolução de 1817 no Rio Grande do Norte. Na sequência, “o tempo escorrega bruscamente”, ouço latidos da minha cachorra no quintal, a meiga Ing. Quando dou conta de mim já estou dentro do texto, ladeado por Januária e Tonho. Por que eu fui entrar no conto? Não bastava ter ficado como simples leitor? Sofri, corri, gritei dentro mim ( para não acordar Sandra). Fui salvo porque me lembrei que não havia tomado a dupla “Lo e Sin” (Losartana e Sinvastatina).  Teria eu ainda coragem para sair da Serra Corada e ir à página 72? Ing latiu e eu fui dormir.

3 fevereiro 2019: Esta é a terceira noite de leitura, percebo que o Daniel deste conto  talvez tivesse tido mais sorte se estivesse na cova dos leões, do que indo para casa em ruas tão desertas. Estou ávido pelo desfecho ... Já li e não vou revelar.  O conto sobre Abelin não é assombroso, é romântico.  Estamos precisando de espíritos como o de Plácida para cuidar das nossas memórias. Lembrei-me do túmulo de Nísia Floresta, invadido em sua área, desrespeitados os limites.

4 fevereiro 2019:  Estou de plantão e tenho tempo para ler. Daqui, bem próximo do morro de Mãe Luiza ouço tiros. Natal está muito violenta. Ana  Cláudia Trigueiro me oferece como abertura para minha leitura “O estranho cemitério do Serrote do Junco”.  Destaco a frase “ a dor de uma mãe que perdeu um filho lateja até seu último dia de vida”.  Quanta desordem aconteceria no mundo se realmente os mortos ressuscitassem  daquela forma.  Quem ainda não teve aquela sensação do já visto, já vivido (déjà-vus)? Eu mesmo tive várias, é algo transcendental, uma experiência como a de Erina.  Vejo que faltam poucas páginas para concluir o livro. Opto para continuar amanhã. 

5 fevereiro 2019:  Cada vez mais eu confio no livro dos livros, lá eu aprendi que não há nada novo debaixo do céu. Ao iniciar a leitura do penúltimo conto de hoje tenho a nítida sensação que a escritora Ana Claudia Trigueiro ouviu muitas das histórias que eu também escutei quando era criança. Pacto com o demônio é um mote sempre constante  nas histórias de “Trancoso”. O que gostei neste conto é que a autora  apresenta o diabo como um homem bem vestido, cheiroso, barbeado. Nada de chifres, rabo e catinga de enxofre.  Recordo-me da citação bíblica: “ ...Porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14).  Satanás não rir, segundo a tradição judaica e cristã, mas no conto ele sorrir. São coisas possíveis à literatura. Começo o último conto. Um monstro chamado Labatut, reside num lajedo. Quando um dia eu for conhecer o tão lajedo terei muito cuidado para não me deparar com Labatut, afinal eu tenho gorduras espalhadas pelo corpo, e isso poderá despertar o apetite  do ogro.
E  assim terminei a leitura  do livro  A Ira de Judas.   Viver é maravilhoso, mas viver lendo é melhor ainda.

Francisco Martins

segunda-feira, 11 de março de 2019

ANLIC ANUNCIARÁ EDITAL COM NOVE VAGAS


No proximo dia 14 de março, a Academia Norte-Rio-Grandense de Literatura de Cordel - ANLIC vai anunciar, através da sua Presidente Tonha Mota, a abertura do edital para nove vagas às cadeiras da instituição. Serão 5  cadeiras já fundadas e 4 que nunca foram ocupadas. O edital será fixado na Estação do Cordel e divulgado pelas redes sociais. Aguardem.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

DADA A LARGADA PARA O PROJETO O MEU PÉ DE LARANJA LIMA - EDIÇÃO 2019

26 de fevereiro é a data que assinala o natalício do escritor José Mauro de Vasconcelos, autor de 21 livros publicados e 3 inéditos, sendo seu livro mais conhecido o romance autobiográfico "O Meu Pé de Laranja Lima" (1968).
À tarde de hoje, na cidade de Parnamirim-RN foi dada a largada para ação literária do projeto "O Meu Pé de Laranja Lima", existente deste 2015, que tem como objetivo apresentar o autor ao publico estudantil, tendo como ponto de partida o romance que da nome ao projeto. A reunião aconteceu com as professoras das escolas que irão realizar a ação com duração de dois meses consecutivos, que receberam as orientações do gestor Francisco Martins e da professora Angelica Vitalino, do projeto  Parnamirim: um rio que flui para o mar da leitura.
Conheça a metodologia do projeto lendo a matéria publicada no link Rio de Leitura


domingo, 24 de fevereiro de 2019

PROFESSOR CARLOS BARBOSA PUBLICARÁ LIVRO PELA CAROLINA CARTONERA


A Carolina Cartonera é uma editora informal que tem como meta ajudar as pessoas a realizarem seus sonhos de terem seus livros publicados. Elas surgiu no dia 15 de maio de 2015, quando o idealizador começou a produzir as capas para o primeiro livro cartonero, que foi "As Mulheres de Jesus".
Ao longo deste tempo, a editora Carolina Cartonera  tem conseguido atingir seus objetivos. Escolas e pessoas físicas tem procurado o editor Francisco Martins no intuito de celebrarem contratos para  publicação. Foi assim no sábado último, quando em São José de Mipibu-RN, o Professor Carlos Barbosa confiou à Carolina Cartonera a edição do seu livro " Setorização: Igreja em estado permanente de missão". 

Professor Carlos Barbosa é Diácono da Igreja Católica e o seu livro fala da importância da setorização na Igreja como ferramenta fundamental para o processo de evangelização em todos os níveis e numa administração voltada para o leigo,  tudo com base nos documentos da Igreja.

O RETRATO DE JAYME ADOUR DA CÂMARA



Por Ricardo M. Sobral, advogado e membro da ACLA

O título deste artigo não foi inspirado no Romance Filosófico de Oscar Wilde - O Retrato de Dorian Gray.
Como se verá mais adiante, mais aproriado seria buscar inspiração no cinema: três homens e um só destino. Circula nos meios culturais do estado que Jayme Adour teria sido retratado por Cândido Portinari, o mais importante pintor brasileiro de todos os tempos. A versão teria surgido de um comentário do jornalista Luiz Lobo, que escreveu o livro A Arte o Rabo de Galo, ilustrado por Leopoldo, filho de Jayme.
O Retrato existe, porém, não parido pelo pincel de Portinari. Como amigo e até certo ponto liderado de Adour, Portinari marcou várias vezes para fazer o retrato, mas Jayme, sempre movimentado, elétrico, viajante, cheio de compromisso, não tinha tempo.
Não obstante, Jayme ficou com um bom acervo de pinturas de Portinari. O pintor não tinha dinheiro para compra livros. Jayme emprestava. Portinari devolvia todos com a folha de rosto ilustrada com suas pinturas. Dona Leonor, viúva de Jayme, cedeu esses livros para Candinho, filho de Portinari. Estão na Fundação Portinari. Portinari, que morreu em 1962 intoxicado com  tintas que usava em seus trabalhos, era filho de imigrantes italianos. Nasceu em fazenda de café de Brodowisk, interior de São Paulo em 1903. Não chegou a concluir o curso primário. Seus trabalhos mais festejados são a tela "O Lavrador de Café" e o painel "Guerra e Paz", este de propriedade da Onu. Em 1945 concorreu pelo PCB a uma vaga na Câmara Federal e em 1947 ao Senado, sem, contudo, obter êxito.
O retrato de Jayme foi pintado por Dimitri Ismailovitch, artista plástico nascido na Ucrânia (1810), e falecido no Rio de Janeiro em 1976. O ucraniano, antes de estabelecer-se no Rio de Janeiro em 1927, estudou na Escola das Belas Artes da Ucrânia, passou sete anos em Istambul estudando arte bizantina e persa, com passagem pelos Estados Unidos, Londres e Atenas. Contemporâneo de Portinari, pintou a intelectualidade brasileira do eixo Rio-São Paulo entre as décadas de 30 e 50. Seus retratos de Villa Lobos e de Lily Marinho valem uma fortuna.
Jayme Adour da Câmara, patrono de uma das cadeiras da Academia Cearamirinense de Letras e Artes - ACLA-PSN, nasceu no Engenho São Leopoldo em 1898, de onde saiu montado num carro puxado por uma junta de boi para nunca mais voltar.
Foi jornalista, escritor, empresário, fundador da primeira agência de notícias do Brasil e o homem mais viajado do seu tempo.
Foi um dos expoentes do movimento modernista brasileiro, chegando a presidir a Revista da Antropofagia, veículo oficial de divulgação das idéias modernistas. Era um homem de posições firmes e claras. Enfrentou sozinho a ira da ditadura Vargas e as togas do STF ao se opor veementemente à entrega da judia Olga à Gestapo.
Foi quem no Brasil primeiro leu Marcel Proust; embora o macaibense Otacílio Alecrim tenha sido quem mergulhou com mais profundidade no complexo mundo proustiano, cuja obra prima tem como personagem principal o tempo.
O principal livro de Jayme é "Oropa, França e Bahia",  onde relata suas viagens pelo então vasto mundo, hoje apenas uma 'Aldeia Global' (H.M.McLuhan).
Jayme Adour faleceu de infarto fulminante em março de 1964 no Rio de Janeiro, debruçado sobre a máquina de escrever.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

OS SOBREVIVENTES DA ARCA DA POESIA DE RÔMULO WANDERLEY


Em 1965 foi lançada a antologia “Panorama da Poesia Norte-Rio-Grandense”, do escritor Rômulo C. Wanderley. O trabalho nasceu como uma  ampliação da antologia de Ezequiel Wanderley, em 1922, conforme  declarou no agradecimento o organizador.
54 anos já se foram e ouso perguntar como leitor: quantos poetas estão vivos e foram participantes desta antologia?  E se ainda continuam a produzir poemas? A antologia contou com 228 poetas (199 homens e 29 mulheres). Fui atrás da resposta à primeira pergunta e descobri que desta relação estão ainda vivas as seguintes pessoas: Anchieta e Chalier Fernandes (irmãos) e Ney Leandro.

Charlier Fernandes
 
Anchieta Fernandes


Nei Leandro de Castro

Francisco Martins
23 de fevereiro 2019