sexta-feira, 28 de junho de 2019
quinta-feira, 27 de junho de 2019
BOTON É CULTURA E ARTE QUE SE LEVA NO PEITO, NA MOCHILA OU ONDE DESEJAR.
Dr. Genibaldo Barros recentemente quando me viu fez a seguinte saudação: "Prazer em vê-lo amigo polivalente!" Fiquei rindo e concordando que ele tem razão. Além de ser escritor sou também artista (como Mané Beradeiro e Palhaço Leiturino), manipulador de bonecos (Ananias e Sarauê), palestrante sobre dois escritores que muito estimo (Monteiro Lobato e José Mauro de Vasconcelos), editor de livros artesanais e cartoneros, cozinheiro, blogueiro e mais recentemente comecei a produzir botons. Isso mesmo, este pequeno souvenir que a turma gosta de usar fixado nas roupas ou mochilas. Produzo os mais variados temas, usando técnica artesanal. Aceito até encomendas. Quem se interessar é só entrar em contato pelo whatsApp (84) 8719-4534.
Temas: Super-heróis; times brasileiros; personagens de Monteiro Lobato; Frida; profissões; engenhos de Ceará-Mirim; José Mauro de Vasconcelos, leitura, etc.
CURIOSIDADE SOBRE A HISTÓRIA DE CEARÁ MIRIM
O Barão de Ceará-Mirim, Manuel Varela do Nascimento (1803-1881), não construiu apenas A Casa de Instrução, que mais tarde passou a ser o Grupo Escolar Barão do Ceará-Mirim, depois Felipe Camarão, sendo demolido em 1925.
No ano de 1878, no lugar Veríssimo, propriedade do Barão do Ceará-Mirim, funcionou um colégio, o São Miguel, em prédio construído para tal fim, fundado e dirigido pelo francês Louis Carloman Capdeville. No mesmo local, o Dr. Francisco de Sales Meira e Sá manteve e dirigiu, de 1884 a 1888, o Colégio São Francisco de Sales. O prédio foi demolido.
Referências:
CASCUDO, Luis da Câmara. Governo do Rio Grande do Norte.p. 209/210.
LIMA, Nestor.O Município de Ceará-Mirim. p. 144/145.
quarta-feira, 26 de junho de 2019
DOM MARCOLINO DANTAS
Foi exatamente a 90 anos que chegava na cidade do Natal, no dia 26 de junho de 1929, o baiano Dom Marcolino Dantas, que assumiria no dia 29 daquele mês e ano, a Diocese de Natal, sendo seu 4º Bispo. Dom Marcolino tinha uma verve poética e gostava muitos de trocadilhos.
Dom Marcolino Dantas |
Lembro-me de algumas histórias hilárias que o Monsenhor Eymar L'E Monteiro escreveu sobre ele e eu li quando fui seminarista no idos de 1981/83. Uma delas é sobre a visita de dois padres que tinham se sidos ordenados recentemente e vieram passear em Natal. Aproveitam a estada e querem conhecer o Bispo Dom Marcolino, que morava no Palácio Episcopal, em frente à Igreja de Santo Antonio. Ao serem apresentados ao bispo acontece o seguinte diálogo:
-De onde vocês são?
-Somos de Sergipe!
E Dom Marcolino aproveita:
-Na vida temos que deixar de ser jipe e passamos a calhambeque!
-De onde vocês são?
-Somos de Sergipe!
E Dom Marcolino aproveita:
-Na vida temos que deixar de ser jipe e passamos a calhambeque!
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LANÇAMENTO NO SEMINÁRIO DE SÃO PEDRO
Amanhã, 27 de junho, às 17 h, na sede do Seminário de São Pedro, sito a Rua Campos Sales, 850, bairro Tirol, em Natal, acontecerá o lançamento do livro organizado por Antonio Marques de Carvalho Jr e Flávio Gameleira, que tem o título: "Karitós - viagem em terras do Brasil". Trata-se sobre uma excursão de padres e seminaristas de 1963/64. Toda a renda da venda será revertida para o Seminário de São Pedro.
SATÂNICO É MEU PENSAMENTO ...
Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo filho da...
Carlos Drumonnd de Andrade
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terça-feira, 25 de junho de 2019
UMA BOTIJA LITERÁRIA
Aguardo ansioso o dia do lançamento de cada número. Fico ávido pelos ensaios e artigos, deleito-me nos contos e crônicas, descanso lendo poemas e em tudo vou enriquecendo e aumentando trimestralmente meu patrimônio cultural. Em minha casa reservo com muito zelo e vigilância um espaço à coleção. Tenho praticamente todas, faltando-me apenas dois números.
Perdi a conta das vezes que usei os volumes desta coleção para buscar informações sobre a cultura do RN. O conjunto é inegavelmente rico de conteúdo. Penso sempre que não são apenas textos, mas conversas e cânticos que a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras nos presenteia em forma de prosa e poesia.
Alfredo Neves e Francisco Martins |
Particularmente é minha Botija Literária, um tesouro que começou a ser espalhado em 1951 e perdurará por muitos e muitos anos.
Hoje, 25/06/19, recebi o número 59, referente ao trimestre Abril a Junho. Nele tenho a publicação do artigo " O Curioso e Flamejante Colorista". A capa traz a reprodução de um quadro, da autoria de Alfredo Neves. Vou às páginas da mais recente revista - Rumo à Luz!
Francisco Martins
25.06.2019
sexta-feira, 21 de junho de 2019
MACHADO DE ASSIS
21 de junho de 1839: Nasce o escritor brasileiro Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico, e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis. Perdeu a mãe muito cedo e foi criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentará o autodidata Machado de Assis. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava na missa na Igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contacto com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava a trabalhar.
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde os seus pais trabalharam.
Aos 16 anos, publica o seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.
Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre. Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.
Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.
Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. O seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não lhe rendia qualquer remuneração, mas possibilitava-lhe ter acesso livre aos teatros. Publica o seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.
Agosto de 1869 marca a data da morte do seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de Novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.
Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem-sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa. A sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte da sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.
O seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.
Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete. Publica, nesse ano, um livro extremamente original, pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas - que foi considerado, juntamente com o Mulato, de Aluízio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.
Apoiou a ideia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras e no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de Setembro de 1908.
Texto recebido pelo WhatsApp de Manoel Neto.
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde os seus pais trabalharam.
Aos 16 anos, publica o seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.
Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre. Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.
Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.
Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. O seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não lhe rendia qualquer remuneração, mas possibilitava-lhe ter acesso livre aos teatros. Publica o seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.
Agosto de 1869 marca a data da morte do seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de Novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.
Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem-sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa. A sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte da sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.
O seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.
Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete. Publica, nesse ano, um livro extremamente original, pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas - que foi considerado, juntamente com o Mulato, de Aluízio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.
Apoiou a ideia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras e no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de Setembro de 1908.
Texto recebido pelo WhatsApp de Manoel Neto.
segunda-feira, 17 de junho de 2019
NAIDE MENDES RECEBEU HOMENAGEM NA ESCOLA HOMERO DANTAS
A Professora Naide Mendes, que se aposentou recentemente das suas atividades laborais, foi homenageada na última sexta-feira, à tarde, por um grupo de amigos que conviveram com ela na Escola Municipal Homero Dantas, em Parnamirim-RN, local onde estava trabalhando quando se cumpriu o tempo da aposentadoria. Certo dia, numa aula, um aluno perguntou: "Padre Monte o que é ser professor?" e ele respondeu:
SER PROFESSOR É DESCER AO NÍVEL DO ALUNO E ELEVÁ-LO AO NÍVEL DO PROFESSOR"
Não tenho dúvidas que Naide Mendes praticou isso ao longo da sua vida como mestra. É bem verdade que a jornada trabalhista de um professor é cansativa, por isso assim falou o Professor Antenor Azevedo: "Professor é como motorista de taxi: passa o dia correndo". Eu conheço bem esta realidade, sou casado com uma professora que se dedica incansavelmente ao ofício. Às vezes eu fico abismado com tanto amor que esses homens e mulheres dedicam à profissão de ensinar. E então, lembro-me do que escreveu o Professor Doutor Cirinei Cecote Stein: " Um médico, se cometer um erro, poderá destruir a vida de um indivíduo. Um professor, se cometer um erro, poderá destruir a vida de toda uma geração" Estive no seleto grupo que homenageou Naide Mendes, fui testemunha do depoimento dados por crianças, jovens e adultos sobre a trajetória desta mulher no magistério. As palavras escritas e faladas a ela direcionadas tiveram naquela tarde um sabor especial, uma cor única e uma sonoridade celestial. A lição que eu levei para casa é que o Brasil só será livre e próspero quando nós soubermos valorizar integralmente nossos professores. Naide Mendes já cumpriu seus 34 anos de labuta é chegada a hora de descansar e contemplar a lavoura. Obrigado "Tia" Naide!
Francisco Martins
17 de junho 2019
quarta-feira, 12 de junho de 2019
PRAÇA ANDRÉ DE ALBUQUERQUE
Praça André de Albuquerque. Em seu entorno nasceu a cidade de Natal. A primeira rua que era conhecida com o nome de Rua Grande, a primeira igreja que foi demolida pelos holandeses, o pelourinho, etc. O chão da praça é testemunha de muita história. Deram-lhe o nome de André de Albuquerque, o líder e mártir da Revolução de 1817. Esqueceram de fazer no berço de Natal uma homenagem ao fundador da cidade: Jerônimo de Albuquerque.
Quando a praça era um descampado, em 1906 foi aí que pela primeira vez os irmãos Pedroza trouxeram da Inglaterra uma bola de futebol e Natal assistiu a primeira pelada, registra Cascudo.
No berço da capital
Tem histórias de montão
Marco Zero de Natal
Porteira do coração
Quem por ela já passou
Vê a Praça em aflição.
Mané Beradeiro
Quando a praça era um descampado, em 1906 foi aí que pela primeira vez os irmãos Pedroza trouxeram da Inglaterra uma bola de futebol e Natal assistiu a primeira pelada, registra Cascudo.
No berço da capital
Tem histórias de montão
Marco Zero de Natal
Porteira do coração
Quem por ela já passou
Vê a Praça em aflição.
Mané Beradeiro
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terça-feira, 11 de junho de 2019
MADALENA ANTUNES
Hoje é apenas um muro, mas exatamente aí, neste local, que fica na Avenida Hermes da Fonseca, bem defronte ao que resta do Estádio Juvenal Lamartine, em Natal, foi a casa da maior memorialista do Rio Grande do Norte e uma das quatro melhores do Brasil. Quem foi ela? MADALENA ANTUNES PEREIRA, autora do livro Oiteiro - Memórias de uma sinhá-moça (1958). Hoje faço esta homenagem a ela, pois 11 de junho é o 60 aniversário do seu encantamento. Madalena tornou-se imortal nos livros.
Madalena com a pena
Registrou tudo que viu
Os negros sendo libertos
A nobreza que existiu
Agora só em OITEIRO
Saudamos quem já partiu.
Mané Beradeiro.
Madalena com a pena
Registrou tudo que viu
Os negros sendo libertos
A nobreza que existiu
Agora só em OITEIRO
Saudamos quem já partiu.
Mané Beradeiro.
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segunda-feira, 10 de junho de 2019
GENERAL VARELA
Com esta postagem eu começo hoje uma série de pequenos textos sobre a história da cidade do Natal. Tudo baseado em leituras e com o olhar de Mané Beradeiro, poeta que deseja apresentar em prosa e verso fatos, locais e personagens de uma Natal adormecida dentro dos livros.
Rua Professor Zuza, centro. Dia 8 de junho 2019.
Esta rua já foi chamada de Jerônimo de Albuquerque. Câmara Cascudo diz que onde existiu a casa de número 219, residiu o General Varela (João da Fonseca Varela), herói na guerra do Paraguai, Comandante do Forte dos Reis Magos.
"Foi General João Varela
Homem que amou o Brasil
Lutou lá no Paraguai
Disparando seu fuzil
Defendeu a nossa pátria
O jovem tão varonil"
João Varela nasceu em 2 de dezembro de 1850 e faleceu em 1931.
Rua Professor Zuza, centro. Dia 8 de junho 2019.
Esta rua já foi chamada de Jerônimo de Albuquerque. Câmara Cascudo diz que onde existiu a casa de número 219, residiu o General Varela (João da Fonseca Varela), herói na guerra do Paraguai, Comandante do Forte dos Reis Magos.
"Foi General João Varela
Homem que amou o Brasil
Lutou lá no Paraguai
Disparando seu fuzil
Defendeu a nossa pátria
O jovem tão varonil"
João Varela nasceu em 2 de dezembro de 1850 e faleceu em 1931.
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TRÊS CABRAS DE JESUS CRISTO - SANTOS JUNINOS SIM SENHOR!
O poeta Mané Beradeiro disponibilizou pelas redes sociais, na semana passada, o texto completo do seu mais recente poema construído no estilo de cordel. Três cabras de Jesus Cristo - Santos juninos sim senhor! trata sobre o universo celebrado no tradicional mês junino, quando são festejados os santos Antonio, João Batista e Pedro. O poeta construiu o texto com 38 estrofes, sendo 37 sextilhas e 1 décima. A arte da capa foi feita por Flávio Barjes, poeta e capista do norte do Brasil.
1
No Nordeste do Brasil
Todo ano, mês de junho,
As cidades ficam lindas
E dão grande testemunho,
Festejando homens santos,
Corajosos e de punho.
2
É o mês mais musical,
Com forró de pé de serra;
Tem quadrilhas pelas ruas,
Bandeirolas pela terra;
Estouram fogos nos ares,
Mas é paz e não a guerra.
3
As comidas destas festas
Trazem o cheiro da infância,
Que ficou lá no passado,
Eu vejo hoje à distância,
Lembro bem da minha mãe
Cozinhando com abundância.
4
A canjica tão bem feita
Com açúcar, milho, leite;
A panela vai ao fogo
E se mexe sem enfeite;
Quando fica cozinhada,
Não falta quem aproveite.
5
Se você nunca raspou
A panela da canjica,
Não sabe o que é gostoso,
Como é que a gente fica,
Tão feliz igual a gato
Dormindo dentro da bica
6
A Pamonha é coisa boa
Dá gosto dela comer;
Estando doce ou salgada,
Enche o bucho pode crer;
É um trabalho danado
Essa comida fazer.
7
A canjica quando deita,
Veste o prato de amarelo.
A pamonha costurada,
Mais parece Chica Melo,
Quando põe camisolão
Pra dormir com Gracielo.
8
Pra tirar a timidez,
O quentão e a catuaba.
Se beber em demasia,
Vai cair como mangaba.
Se pensou ser tubarão,
Não deixou de ser piaba.
9
Eu direi neste cordel
Os santos que são lembrados:
Santo Antonio, dia 13,
Que atende os apaixonados.
Vitalinas fazem preces
E cadê os resultados?
10
Santo Antonio traz nos braços
O menino Salvador;
Tem moça desesperada
Que causa grande terror,
Escondendo Jesus Cristo,
Só devolve com favor.
11
“Só verá o seu menino
Se meu desejo atender.
Consiga-me um namorado.
Pode-me surpreender.
Se avexe, meu Santo Antônio,
Quero meu noivo escolher!”
12
Será que o santo é machista?
Não atende quarentona?
A solteira da Raimunda
Tomou banho de acetona,
Foi pro baile bem faceira,
Namorar Pedro Azeitona.
13
A fogueira foi acesa
Na noite de Santo Antônio.
Desceu Raimunda a ladeira,
Balançando o patrimônio.
Diz Pedro Azeitona ao vê-la:
“Eita , que poço de hormônio!”
14
Santo Antonio, lá do Céu,
Sentiu cheiro de chouriço
E Ficou todo encantado
Com aquele reboliço.
Viu Raimunda namorar,
- Terá o amor um feitiço?
15
São três santos celebrados,
Dois ainda vou falar:
João Batista com São Pedro
Cada um mais singular
Suas vidas nos ensinam
A quem devemos olhar.
16
Em 24 de junho
São João Batista é lembrado.
O seu pai foi Zacarias,
Em Isabel foi gerado.
Nasceu bem antes do primo,
Esse profeta arretado
17
Não vestiu roupas de marcas,
E tampouco o mar cruzou.
Mas um dia um gesto seu
O seu primo revelou,
Mostrando Jesus, o Cristo,
O Cordeiro que chegou.
18
Por isso que na bandeira
Tem ele com carneirinho,
Lembrando ser o profeta
Que sabia direitinho.
Com João não tem arrodeios,
Mostrou bem certo o Caminho.
19
Tem o fato, tem a lenda,
É preciso separar.
Um real, outro inventado,
Enfeitam nosso sonhar.
Bem assim são as fogueiras
Sobre elas vou falar.
20
Isabel foi visitada
Por alguém de Nazaré.
A jovem, bela Maria,
Casada com São José,
Que já esperava Jesus,
A razão da minha fé.
21
Naquele tempo distante
Telefone não havia.
Isabel teve a ideia
E disse para Maria,
Quando João fosse nascer
A fogueira acenderia.
22
Preservou a tradição
E a lenda foi espalhada.
Por isso que ainda hoje,
A fogueira é preparada,
Lembrando que João nasceu
De uma idosa, já cansada.
23
Quando criança brinquei
Com a fogueira abrasada.
No calor daquela lenha,
Promessa bem confirmada.
Parentesco que surgia
Naquela festa animada.
24
“Eu serei teu afilhado,
Tu serás o meu padrinho.
A fogueira testemunha,
Confirmada por Joãozinho.
É ordem de Jesus Cristo,
Recebida por Pedrinho”
25
Vamos celebrar São Pedro,
Já chegando o fim do mês.
29 é seu o dia,
Sabe eu, tu e vocês.
O santo mais estressado
Vou dizer em um, dois, três.
26
Um – nasceu em Betsaida,
Pescador da Galiléia.
Tinha nome de Simão,
E teimava igual a ‘véia’
Jesus Cristo disse: “Venha
Fazer parte da colmeia.”
27
Dois – seu nome foi mudado,
E Pedro passou a ser.
Vivendo com Jesus Cristo,
Muito pôde aprender,
Pois tendo o pavio curto,
Precisou se converter.
28
Três - prometeu não negar
O Mestre que lhe ensinou
Ser o amor força maior
Que o homem já encontrou.
Pedro foi fraco em ação
Pois a seu mestre negou
29
E Jesus, onisciente,
Disse: Arrepare, bichim
O galo hoje só canta
Depois que negares a mim,
Três vezes encarriado
Tu farás sem um pantim.
30
Pois agora vou contar
Como Pedro se vingou.
É lenda, não tá na Bíblia,
Foi vovô quem me contou.
Pedro saiu com facão
Procurando quem cantou.
31
E naquela madrugada,
A coisa só piorou.
Pedro pulava portão
E muitos galos matou.
Galinhas enviuvaram
E nem um frango escapou.
32
Quando o dia amanheceu,
Pedro viu o mal que fez.
Viu que o errado era ele
Foi tamanha estupidez,
Sentiu que seu coração
Era terra de aridez.
33
E Pedro pôs-se a chorar:
Negar Jesus foi demais,
Pois um homem como aquele
Não veria outro jamais.
Era seu porto seguro,
O fenomenal do cais.
34
Acendeu uma fogueira,
Na brasa pôs o passado.
O fogo que nele ardeu
Fez de Pedro um transformado.
Era agora diferente,
Pescador santificado.
35
“Tem as chaves lá do Céu”
Diz o povo em seu falar.
Foi promovido por Cristo
Abre a porta, deixa entrar
Aqueles que Jesus manda
No Paraíso habitar
36
Vou concluir o cordel,
Pois a festa tá bonita.
Quero comer da pamonha,
Usar camisa de chita,
Ver o povo no salão
Se atolando na birita.
37
Faço votos que o leitor
Guarde a nossa tradição,
A cultura popular
Tão repleta de emoção,
Riqueza dos brasileiros
Que fazem esta nação.
38
M eu abraço e paz eu lhe dou
B ote água nesta chaleira
E stou indo lá na feira
R ua da Consolação
A trás duma fruta-pão
D ela sou um grande fã.
E se for com ribaçã,
I sso fica na memória.
R eforça bendita glória
O café desta manhã.
Mané Beradeiro
11 de maio de 2019
1
No Nordeste do Brasil
Todo ano, mês de junho,
As cidades ficam lindas
E dão grande testemunho,
Festejando homens santos,
Corajosos e de punho.
2
É o mês mais musical,
Com forró de pé de serra;
Tem quadrilhas pelas ruas,
Bandeirolas pela terra;
Estouram fogos nos ares,
Mas é paz e não a guerra.
3
As comidas destas festas
Trazem o cheiro da infância,
Que ficou lá no passado,
Eu vejo hoje à distância,
Lembro bem da minha mãe
Cozinhando com abundância.
4
A canjica tão bem feita
Com açúcar, milho, leite;
A panela vai ao fogo
E se mexe sem enfeite;
Quando fica cozinhada,
Não falta quem aproveite.
5
Se você nunca raspou
A panela da canjica,
Não sabe o que é gostoso,
Como é que a gente fica,
Tão feliz igual a gato
Dormindo dentro da bica
6
A Pamonha é coisa boa
Dá gosto dela comer;
Estando doce ou salgada,
Enche o bucho pode crer;
É um trabalho danado
Essa comida fazer.
7
A canjica quando deita,
Veste o prato de amarelo.
A pamonha costurada,
Mais parece Chica Melo,
Quando põe camisolão
Pra dormir com Gracielo.
8
Pra tirar a timidez,
O quentão e a catuaba.
Se beber em demasia,
Vai cair como mangaba.
Se pensou ser tubarão,
Não deixou de ser piaba.
9
Eu direi neste cordel
Os santos que são lembrados:
Santo Antonio, dia 13,
Que atende os apaixonados.
Vitalinas fazem preces
E cadê os resultados?
10
Santo Antonio traz nos braços
O menino Salvador;
Tem moça desesperada
Que causa grande terror,
Escondendo Jesus Cristo,
Só devolve com favor.
11
“Só verá o seu menino
Se meu desejo atender.
Consiga-me um namorado.
Pode-me surpreender.
Se avexe, meu Santo Antônio,
Quero meu noivo escolher!”
12
Será que o santo é machista?
Não atende quarentona?
A solteira da Raimunda
Tomou banho de acetona,
Foi pro baile bem faceira,
Namorar Pedro Azeitona.
13
A fogueira foi acesa
Na noite de Santo Antônio.
Desceu Raimunda a ladeira,
Balançando o patrimônio.
Diz Pedro Azeitona ao vê-la:
“Eita , que poço de hormônio!”
14
Santo Antonio, lá do Céu,
Sentiu cheiro de chouriço
E Ficou todo encantado
Com aquele reboliço.
Viu Raimunda namorar,
- Terá o amor um feitiço?
15
São três santos celebrados,
Dois ainda vou falar:
João Batista com São Pedro
Cada um mais singular
Suas vidas nos ensinam
A quem devemos olhar.
16
Em 24 de junho
São João Batista é lembrado.
O seu pai foi Zacarias,
Em Isabel foi gerado.
Nasceu bem antes do primo,
Esse profeta arretado
17
Não vestiu roupas de marcas,
E tampouco o mar cruzou.
Mas um dia um gesto seu
O seu primo revelou,
Mostrando Jesus, o Cristo,
O Cordeiro que chegou.
18
Por isso que na bandeira
Tem ele com carneirinho,
Lembrando ser o profeta
Que sabia direitinho.
Com João não tem arrodeios,
Mostrou bem certo o Caminho.
19
Tem o fato, tem a lenda,
É preciso separar.
Um real, outro inventado,
Enfeitam nosso sonhar.
Bem assim são as fogueiras
Sobre elas vou falar.
20
Isabel foi visitada
Por alguém de Nazaré.
A jovem, bela Maria,
Casada com São José,
Que já esperava Jesus,
A razão da minha fé.
21
Naquele tempo distante
Telefone não havia.
Isabel teve a ideia
E disse para Maria,
Quando João fosse nascer
A fogueira acenderia.
22
Preservou a tradição
E a lenda foi espalhada.
Por isso que ainda hoje,
A fogueira é preparada,
Lembrando que João nasceu
De uma idosa, já cansada.
23
Quando criança brinquei
Com a fogueira abrasada.
No calor daquela lenha,
Promessa bem confirmada.
Parentesco que surgia
Naquela festa animada.
24
“Eu serei teu afilhado,
Tu serás o meu padrinho.
A fogueira testemunha,
Confirmada por Joãozinho.
É ordem de Jesus Cristo,
Recebida por Pedrinho”
25
Vamos celebrar São Pedro,
Já chegando o fim do mês.
29 é seu o dia,
Sabe eu, tu e vocês.
O santo mais estressado
Vou dizer em um, dois, três.
26
Um – nasceu em Betsaida,
Pescador da Galiléia.
Tinha nome de Simão,
E teimava igual a ‘véia’
Jesus Cristo disse: “Venha
Fazer parte da colmeia.”
27
Dois – seu nome foi mudado,
E Pedro passou a ser.
Vivendo com Jesus Cristo,
Muito pôde aprender,
Pois tendo o pavio curto,
Precisou se converter.
28
Três - prometeu não negar
O Mestre que lhe ensinou
Ser o amor força maior
Que o homem já encontrou.
Pedro foi fraco em ação
Pois a seu mestre negou
29
E Jesus, onisciente,
Disse: Arrepare, bichim
O galo hoje só canta
Depois que negares a mim,
Três vezes encarriado
Tu farás sem um pantim.
30
Pois agora vou contar
Como Pedro se vingou.
É lenda, não tá na Bíblia,
Foi vovô quem me contou.
Pedro saiu com facão
Procurando quem cantou.
31
E naquela madrugada,
A coisa só piorou.
Pedro pulava portão
E muitos galos matou.
Galinhas enviuvaram
E nem um frango escapou.
32
Quando o dia amanheceu,
Pedro viu o mal que fez.
Viu que o errado era ele
Foi tamanha estupidez,
Sentiu que seu coração
Era terra de aridez.
33
E Pedro pôs-se a chorar:
Negar Jesus foi demais,
Pois um homem como aquele
Não veria outro jamais.
Era seu porto seguro,
O fenomenal do cais.
34
Acendeu uma fogueira,
Na brasa pôs o passado.
O fogo que nele ardeu
Fez de Pedro um transformado.
Era agora diferente,
Pescador santificado.
35
“Tem as chaves lá do Céu”
Diz o povo em seu falar.
Foi promovido por Cristo
Abre a porta, deixa entrar
Aqueles que Jesus manda
No Paraíso habitar
36
Vou concluir o cordel,
Pois a festa tá bonita.
Quero comer da pamonha,
Usar camisa de chita,
Ver o povo no salão
Se atolando na birita.
37
Faço votos que o leitor
Guarde a nossa tradição,
A cultura popular
Tão repleta de emoção,
Riqueza dos brasileiros
Que fazem esta nação.
38
M eu abraço e paz eu lhe dou
B ote água nesta chaleira
E stou indo lá na feira
R ua da Consolação
A trás duma fruta-pão
D ela sou um grande fã.
E se for com ribaçã,
I sso fica na memória.
R eforça bendita glória
O café desta manhã.
Mané Beradeiro
11 de maio de 2019
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terça-feira, 21 de maio de 2019
domingo, 19 de maio de 2019
TORRE ,RELÓGIO E SINOS DA ANTIGA CATEDRAL
Conhecer a história de Natal, capital do RN é um dos temas das minhas leituras. Gosto de saber das coisas e dos pormenores. Passar diante de um monumento, um prédio ou numa rua e saber algo sobre aquele local é algo prazeroso. Hoje quero compartilhar com meus leitores um pouco sobre a antiga catedral, mas especificamente no tocante à torre, o relógio e os sinos.
Câmara Cascudo relata que foi no governo provincial do Presidente Antônio Bernardo Passos, o XX a governar o RN, no período de 1 de outubro de 1853 a 1 de abril de 1857, que ele resolveu construir a torre e comprar o relógio.
"O Presidente Passos subscreveu uma boa quantia e angariou os donativos. O relógio foi comprado. A torre construiu-se e nela se pôs o relógio. Ainda está batendo as horas" (CASCUDO,1942).
Curioso é que na torre existe a data de 1862, quando Passos não era mais o Presidente da Província e Cascudo silencia sobre esta data na Acta Diurna de 16 de fevereiro de 1942.
Fui rever outros textos. No livro "História da Cidade do Natal" o pesquisador diz que em 1862 começaram a construir a torre e no ano seguinte ela é inaugurada com um novo sino e o relógio. Cascudo explica que a linguagem dos sinos tinha todo um significado, como por exemplo: 10 badaladas seguidas (nascimento de uma criança), 9 batidas (menino) 7 batidas (menina). Mas nem todos gostavam de ouvir os sinos tocarem, foi o caso do Dr. Antônio Francisco Pereira de Carvalho, também Presidente da Província (1852-1853) que mandava o sineiro ser breve no tocar dos sinos.
Referências
CÂMARA, Cascudo. Os sinos da matriz. Acta Diurna, in: A República, 31.12.1939
_______Toque de sino. Acta Diurna, in: A República, 22.08.1940
_________. O Presidente Passos. Acta Diurna, in: A República, 15.02.1942
________. História da Cidade do Natal. 2a edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1980.
Francisco Martins
19.05.2019
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sábado, 18 de maio de 2019
REVISTA DIGITAL KUKUKAIA PUBLICA ENSAIO DE MANÉ BERADEIRO
A Revista Kukukaia, edição Março/Abril 2019 publica o ensaio do poeta Mané Beradeiro sobre o romance do cordel brasileiro "Os cabras de Lampião", da autoria de Manoel D'Almeida Filho. O ensaio já foi publicado aqui no blog, mas na revista ficou muito melhor a forma de ler, pois aparece no estilo de livro digital. Para acessar a resenha é só clicar em: Revista Kukukaia
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segunda-feira, 13 de maio de 2019
POETA XEXÉU CELEBRA 81 ANOS DE VIDA
Hoje, 13 de maio de 2019, eu pergunto a uma menina por nome de Fátima se ela porventura teria algum segredo para confessar. Ela olha-me e diz: "Poeta o que tenho para lhe dizer é que hoje na cidade de Santo Antonio-RN a poesia está em festa!". E fico querendo saber qual é o motivo. Lembro do amigo Gelson Pessoa e mando mensagem para ele indagando que festa é essa. Aí, Gelson responde escrevendo:
Xexéu fez oitenta e um
Anos de muita poesia
Pois ele desde menino
No seu caderno escrevia
Poema com o coração
Causando admiração
A todos que o conhecia.
Só então eu percebi a beleza do dia de hoje, João Gomes Sobrinho, o homem que foi gerado dentro de um útero recheado de poemas, que muito pequeno foi poeticamente batizado pela alcunha de Xexéu, o habitante maior e melhor de Santo Antonio, que ouço afirmar sem receio nenhum, tem a força superior a de uma onça que apenas passou por lá. Xexéu tem o canto que nos enebria, podemos ouvi-lo nos folhetos do cordel brasileiro, sob a copa de uma mangueira rosa. A ele quero entregar também meus versos, ei-los:
Você é um poeta de ouro
Homem de grande valor
E hoje celebra a vida
Com belo e grande esplendor
Quisera ter o seu canto
Menestrel de puro amor.
Começou inda pequeno
No mundo do versejar
Já faz tempo meu poeta
Mas pode continuar
A mangueira rosa apoia
Não lhe cansa de louvar.
Eu derramo em seus pés
Com profunda gratidão
Por Deus ter feito você
Sem nenhuma abstenção
São 81 anos
De grande inspiração.
Receba Xexéu dourado
Do poeta Beradeiro
Estes versos atrevidos
A um coração arteiro
Plante lá no seu roçado
Dará frutos por inteiro.
Mané Beradeiro
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domingo, 12 de maio de 2019
VEM AÍ O 53º CORDEL DA AUTORIA DE MANÉ BERADEIRO
Contar de forma poética, dentro das regras do cordel brasileiro (rima, métrica e oração) a riqueza das tradições juninas, recheando o texto com paisagens biográficas dos três santos celebrados no mês de junho: Santo Antonio, São João Batista e São Pedro é o resultado do mais recente trabalho do poeta Mané Beradeiro, que ele intitulou: TRÊS CABRAS DE JESUS CRISTO - SANTOS JUNINOS SIM SENHOR.
São 37 estrofes em sextilhas e 1 décima no final, totalizando 232 versos que levam o leitor a fatos e lendas da vida deste trio que é festejado pela cultura do povo brasileiro, de uma forma mais intensa no nordeste do Brasil. Com a publicação desse cordel, o poeta Mané Beradeiro atinge a marca de 53 publicações de folhetos.
Mané Beradeiro ( foto do acervo de Rosa Régis) |
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quarta-feira, 8 de maio de 2019
ERA UMA VEZ A CASA DO ESTUDANTE DO RIO GRANDE DO NORTE
A Casa do Estudante do Rio Grande do Norte finalmente descansa em paz. Sua extinção foi decretada no ´dia 7 de maio de 2019, pelo Doutor Cícero Martins, Juiz de Direito que deu a sentença. A história dessa instituição chegou ao fim, após 73 anos de fundação.
Atualmente o Ministério Público requereu a desocupação do imóvel onde estava instalada a Casa do Estudante, pois o mesmo encontrava-se ocupado irregularmente por várias pessoas que não eram estudantes. A última diretoria da Casa do Estudante foi no ano de 2010. Um relatório apresentando pelo interventor Durval de Araújo Lima, diz "Hoje a Casa do estudante tem apenas 1 (um) morador e encontra com débitos junto a CAERN, COSERN, pendencias do CNPJ junto a Receita Federal, e junto a Prefeitura Municipal de Natal, junto ao Corpo de Bombeiros. 38 moradores não se encontravam dentro dos critérios do Estatuto e Regimento Interno, foi necessário o uso de aparato policial para a retirada de morador..."
A instituição foi fundada em 2 de junho de 1946, prestou relevantes serviços no passado. Abrigou muitos estudantes vindo do interior. Infelizmente a Casa do Estudante não teve a competência para sobreviver aos novos tempos. O imóvel foi outrora doado pelo Estado do Rio Grande do Norte, pela Lei nº 1.668, de 28 de janeiro de 1956, com escritura pública passada no Terceiro cartório de Natal, conforme o Livro nº 169, folhas 52 a 54v.
O prédio é tombado pelo patrimônio histórico estadual, conforme Decreto nº 11.907/93. Vejam o Parecer do Conselheiro Nilson Patriota, membro do Conselho Estadual de Cultura do RN; "O prédio onde funciona a Casa do Estudante, na Praça Cel. Lins Caldas, foi construído pelo Presidente da Província, Antonio Bernardo dos Passos, com a finalidade de abrigar o Hospital da Caridade, criado pela Lei nº 335, de 10 de setembro de 1855. Já em 1856 amparava e mitigava as dores e os sofrimentos de centenas de enfermos atingidos pela epidemia do cólera. Em 1895 o edifício passou por uma restauração. Em 1906, o Governador Tavares de Lira extinguiu o hospital . A partir de 1º de janeiro de 1910 o edifício acolheu a Escola de Aprendizes e Artífices, que ali funcionou até 1913 ou 1914, quando se transferiu para outro prédio, dando lugar à instalação do Batalhão da Polícia Militar. Nos dias 23 e 24 de novembro de 1935, durante o levante comunista no Rio Grande do Norte, a velha e sólida construção resistiu às granadas e à fuzilaria dos que o atacavam. Após a refrega, o edifício passou por uma recuperação e voltou a servir à mesma função militar de antes, até 1953, ano em que o Quartel da Polícia transferiu-se para outro prédio. Com a desocupação do imóvel, teve início uma campanha em favor da cessão do mesmo, pelo governo estadual, à Casa do Estudante, que funcionava em prédio alugado.Atendido o pleito, a Casa do Estudante ali iniciou suas atividades em 22 de agosto de 1956. De expressivo valor arquitetônico, o prédio conserva as características neoclássicas de sua primitiva construção. Histórica e arquitetonicamente é obra de relevante valor, pelo que recomendamos seu tombamento".
A sentença decretada pelo Juiz Cícero Martins decreta a extinção da pessoa jurídica Casa do Estudante do Rio Grande do Norte, determina a devolução e incorporação do prédio ao patrimônio do Estado do Rio Grande do Norte e dá outras providências.
Francisco Martins
08 de maio de 2019
Francisco Martins
08 de maio de 2019
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