segunda-feira, 12 de agosto de 2019

SPVA UMA ENTIDADE QUE SERVE À CULTURA

A Sociedade dos Poetas Vivos e Afins -SPVA/RN dentro da realização do projeto Poetas na Escola, se faz presente na tarde de hoje, na Escola Municipal  Professora Íris de Almeida Matos, no bairro de Monte Castelo, em Parnamirim, através dos poetas José de Castro, Emília Alcides, Marciano Medeiros e Nathália Albuquerque. O  evento vai começar às 13 h.

Na próxima quarta-feira, o projeto acontecerá  em São José de Mipibu, às 8 h, na Escola Municipal Professor Severino Bezerra de Melo, situada à Rua Olavo Feliciano, 127. Em São José de Mipibu participarão os poetas Juninho Rebouças, Claudia Borges e Filipe Borges, Grace Kelly e Wedna Carvalho.

As atividades  culturais da SPVA não param.  Dia 15 de agosto, às 20 hs,  será aberto o Debate Literário Virtual, na página do Facebook,   que este mês homenageia  o poeta Sandemberg Oliveira. A culminância desta homenagem se fará na noite do dia 16, com um Sarau às 18h, no Café Letra A, Potengi Flat, em Petrópolis.


Como é notório, a sigla  SPVA  bem que poderia significar Somos Poetas Valorizando a Arte! Parabéns aos que fazem a SPVA.

Francisco Martins
12 agosto 2019

domingo, 11 de agosto de 2019

POEMA DA ATENÇÃO

Cuide dele como quem cuida de uma pérola especial, pois um dia, nem que você procure em todos os oceanos não encontrará outra igual.

Ouça-o com o mesmo jeito que você escuta a chuva cair, talvez não perceba, mas suas palavras também têm o poder de nutrir o chão da sua alma.

Sorria com ele! Os dias são curtos. Não deixe que seu peito sirva  apenas para saber das coisas ruins que a vida lhe apronta.

E, quando você notar que os cabelos deles estão prateados é o sinal de que 50% da missão ele já cumpriu.

Cuide
Ouça
Sorria
Observe

Ele é o seu Pai.

Francisco Martins
11 de agosto 2019

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

QUANTAS PESSOAS SÃO NECESSÁRIAS PARA PRODUZIR UM LIVRO ARTESANAL?

Para fazer um livro artesanal é preciso muito mais do que vontade, é necessário determinação, criatividade, disciplina, amigos,  esforço e outras coisas mais. Vejam por exemplo, o que venho fazendo na montagem da 2ª edição do cordel "A avó com a saia de merinó - a poética história de Dindinha". Primeiro fui rever o texto da  1ª edição e melhorei  algumas estrofes que estavam com rimas  desencontradas e alguns erros de digitação. 

O poeta  Mané Beradeiro
Texto pronto, passei  para Francisco de Assis que fez a diagramação. Enquanto ele fazia o seu trabalho, eu e Bete (Santa Cruz/RN) trabalhávamos na montagem da capa,  para isso já tínhamos recebido as impressões da imagem da capa, que foram feitas na gráfica rápida de Alessandra (Parque Industrial/Parnamirim/RN). Até agora já contamos com a presença de 4 pessoas no processo e se levarmos em consideração Lucas Marques que cedeu o direito de uso da imagem, vamos para 5 pessoas. A missão ainda não terminou, pois  dela também fez parte o xilógrafo Jefferson Campos, que fez a matriz e a impressão da xilo.Como se vê, ninguém faz nada sozinho, sempre estamos precisando um do outro, nem que seja de forma indireta. Eu só tenho a agradecer a estas pessoas envolvidas no processo. 
A xilo  feita por Jefferson Campos




O desenho de Lucas Marques já fixado na capa do cordel

Mané Beradeiro
09 de agosto de 2019

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

UM DIA ESPECIAL - UMA ÁRVORE SÍMBOLO DE UM GRANDE LIVRO


Hoje foi um daqueles dias especiais em minha vida.  Está  guardado em um escaninho  lá dentro do meu coração. As memórias de hoje irão se juntar a outras mais que são semelhantes a tema. Refiro-me ao universo da leitura e do livro e com olhar focado para José Mauro de Vasconcelos e sua produção mais conhecida: O Meu Pé de Laranja Lima.
Sou apaixonado pelos dois. Vivo semeando e garimpando coisas que levem outras pessoas a amá-los assim  como eu. Agora, pela primeira vez, desde quando comecei a fazer este projeto com os alunos da rede municipal de Parnamirim, a Escola Jornalista Rubens Lemos plantou por ocasião da culminância do projeto, a muda de uma árvore  (laranja lima), assinalando que naquele solo brotará duplamente frutos no sentido conotativo, mas também muitos outros que germinarão nas almas dos leitores. Como não dizer diante disso que o dia foi lindo e especial? Parabéns  aos alunos, às mediadoras de leitura ( Girlane e Patrícia), ao pessoal do Rio de Leitura (Angélica e Aracy) e a todos os demais envolvidos no evento de hoje. Como as imagens falam mais que as palavras, convido o leitor a visitar  a postagem seguinte: Escola Rubens Lemos - O Meu Pé de Laranja Lima.

Francisco Martins
07 agosto 2019

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

APRENDENDO SOBRE CORDEL - SEXTILHA

Escrever no estilo de cordel não é coisa fácil. Hoje eu recebi um texto de um professor que deseja  entrar neste ofício de poeta de bancada. Ele me procurou e pediu para olhar o "cordel" que ele tinha escrito. Quando enviou o texto para mim eu respondi que o poema que ele escreveu  estava longe de ser considerado um cordel. Vejam uma das estrofes:


Foi então numa pracinha

Na cidade de Pau dos Ferros

Que o encanto se firmou

Pois encontrou o seu cupido

A chamando de meu amor

Mostrei ao  amigo que   a estrofe precisava ter no mínimo  6 versos,  cada um com sete sílabas poéticas ( chamamos isso de métrica) e que os versos pares ( 2, 4 e 6) terminassem com palavras rimadas.
Muitos pensam que qualquer texto impresso em forma de folheto é um cordel. Ledo engano! O professor acima aceitou o desafio de rever seu texto e reescrevê-lo fazendo uso das três coisas indispensável ao cordel: métrica, rima e oração.

A estrofe com seis versos é denominada de sextilha. A forma mais usada no cordel, ela pode ser feita de 5 maneiras diferentes: aberta ( rimam apenas o versos pares), fechada (rimam todos os versos), solta (rimas presentes apenas no verso 1 com 3 e  2 com 4, ficando o 5 e 6 sem rimas), corrida ( as rimas  são assim: versos 1 com 2, 3 com 6 e 4 com 5) e por último a sextilha desencontrada  (  as rimas estão presentes nos versos 1 com 4 e 5 ( mesma terminação) e 2 com 3 e 6 também com outra terminação)

De todas as cinco maneiras, a aberta é a mais preferida pelos poetas cordelistas.  Por enquanto é só. Breve escreverei sobre a septilha, a estrofe com sete versos.

Mané Beradeiro
Parnamirim/RN, 05 de agosto 2019


TORPEDO DE MANÉ BERADEIRO 042/2019


Tem aquela  conversa que um macaco estava sentado à beira de uma estrada, com o rabo descontraidamente estirado  no caminho. Ao seu lado chegou uma cotia, animal que não tem rabo, comendo uma casca de banana. De repente o macaco escutou o barulho de um carro  que vinha na direção deles e começou a falar:
-Dona Cotia tire seu rabo da estrada que está vindo um carro
A cotia nem deu ouvidos
-Dona Cotia estou lhe avisando, o carro  já chegou na curva. Tire o rabo do caminho.
A cotia tranquila.
E o carro chegou e passou por cima do rabo do macaco. Moral da história: cuide do seu rabo e não fique dando rabo à cotia,  em outras palavras: "Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho do teu irmão" (Mateus 7:5)

domingo, 4 de agosto de 2019

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: MEMÓRIAS E CONTOS DE J.BORGES


“Escrevo o que vi acontecer, o que vivi e ouvi dizer”
J.Borges

J.Borges - acervo do memorial J.Borges - Facebook


O livro é de 2002, mas somente ontem pela manhã eu tive conhecimento da sua existência, graças ao amigo Oreny Jr, poeta, sebista e editor, que sabe os tipos de livros que me agradam. Recebi uma mensagem perguntando se tinha interesse. Respondi que sim e no mesmo dia no final da tarde passei na casa dele e sai com o livro para degustá-lo à noite. "Memórias e Contos de J.Borges", 300 páginas, edição Gráfica Borges, teve para mim o gosto de umbuzada, com seu aroma e sabor.
Um livro personalíssimo em todos os sentidos. Se formos olhar pelo lado editorial ele tem a singularidade dos folhetos, desde a diagramação e a ilustração das xilogravuras, que formam à parte um belo conjunto com 64 gravuras. Se optarmos em querer analisar a  estrutura textual, aplicando a norma culta, perceberemos que não é necessário, posto quê estamos diante de um homem que escreve sem nenhuma pretensão de fugir ou esconder seus vocábulos. Ele tem consciência que é autodidata (p. 257) e a manifestação do seu texto não tem divisa entre a língua escrita e a  oral. Tive a impressão que J. Borges estava ali do meu lado, falando ao meu ouvido suas memórias, seus causos (que ele intitula contos), seus cordéis e outras coisas que tem o livro. Nele, J.Borges viaja ao tempo da sua infância e de lá nos trás o sertão com seus costumes, suas crenças, responsabilidades sociais. 6 poemas de cordel fazem parte do livro. Todos com aproveitamento de rimas acima de 97%, são eles:

 1) "As andorinhas da fé ou os ladrões do pé da serra" (38 estrofes,37 sextilhas e 1 septilha. Total de 229 versos e 97,8% aproveitamento de rimas)

2)"As bravuras de Cipriano e os amores de Jacira" (79 estrofes,78 sextilhas e 1 oitava. Total 476 versos e aproveitamento de 98,9% das rimas)

3)"O exemplo da cabra que falou sobre crise e corrução" (20 estrofes, todas em sextilhas, no total de 120 versos e 98,8% de aproveitamento de rimas)

4) _______, sem título, que trata sobre a Fundação Roberto Marinho. (20 estrofes,19 sextilhas e 1 em septilha. Total 127 versos e tem 98,4% de aproveitamento de rimas)

5)"Os efeitos do viagra" (10 estrofes, 6 sextilhas e 4 décimas. Total 76 versos e 97,3% de aproveitamento de rimas)

6) "A filosofia do peido" (30 estrofes, 29 sextilhas e 1 septilha. Total 181 versos e 98,9% de rimas aproveitadas).

Na parte dos contos, que na verdade são causos, o leitor vai se deparar com muitas histórias engraçadas, com características daquelas que chamamos de Trancoso. Eu considero estas as melhores:
O Coronel e o carpinteiro
O Velho Pedro Bandeira
Os meninos da porteira
O casamento de Mariano
O eclipse de 40

Por fim, quero concordar com o autor e se ele me permite assinar embaixo, no texto que tem como título "O Artista", que trata sobre a valorização do poeta, do artesão em todos os sentidos e principalmente no pagamento dos seus serviços.
J.Borges chegou de forma tardia na escola, apenas aos 12 anos e lá passou 10 meses, mas a escola maior, a vida, deu-lhes lições que o fez universal, um orgulho para o povo brasileiro, um homem com o valor de uma botija de diamantes, que muitos ainda precisam conhecê-lo.

Mané Beradeiro
Parnamirim/RN
04 de agosto 2019

quarta-feira, 31 de julho de 2019

CORDELTECA POETA XEXEU SERÁ INAUGURADA AMANHÃ COM UM DIA DE FESTA

Mané Beradeiro
A Escola Municipal Jornalista Erivan França,  no bairro de Igapó,em Natal/RN, vai inaugurar amanhã a Cordelteca Poeta Xexeu. A data será assinalada com várias apresentações de poetas, a saber: Mané Beradeiro (manhã); Marconi Branco (manhã e tarde); Jussiara Soares (manhã); Sírlia Lima (tarde); Dorinha Timóteo e Flauzineide Moura (manhã e tarde). Como se vê será um dia intenso de coisas boas acontecendo com a comunidade escolar. Haverá também o lançamento do livro "Semear" Antologia Literária Infantil da ALAMP  - Associação Literária e Artística das Mulheres Potiguares.
Marconi Branco
Jussiara
Marconi Branco é poeta, músico,letrista. Tem vários vídeos dele na internet mostrando sua arte. Jussiara Soares é cordelista, pedagoga, contadora de histórias e é membro da ALAMP. Sírlia Lima é escritora de livros infantis, cordelista e desenvolve um trabalho bem fecundo nas escolas do Rio Grande do Norte, tendo também sido agraciada com vários títulos a nível nacional.
Sírlia Lima
Dorinha Timóteo é sinônimo de encanto, poesia, alegria. Onde ela se apresenta deixa perfume no ar e toca o coração da plateia. Dorinha e Barroca, almas gêmeas da cultura que já estiveram bem além do Rio Grande do Norte, pelo Brasil e outros países.
Dorinha e Barroca
Flauzineide Moura é uma guerreira da cultura. Já fez muitas coisas nesta vida. Poderia estar em casa, gozando seu tempo e sua paz na condição de aposentada. Prefere dá maior alegria ao seu viver, compartilhando sua experiência de escritora e poeta.
Flauzineide



POETA DIOGENES DA CUNHA LIMA FAZ PALESTRA AMANHÃ NA SEDE DO IHGRN

O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte - IHGRN dentro da sua programação Quinta Cultural, promovera amanhã à noite, em sua sede, uma palestra com o poeta Diogenes da Cunha Lima, advogado, professor, biógrafo,  Presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Será uma noite cheia de cultura.

TARDE DE AUTÓGRAFO COM O POETA MANÉ BERADEIRO EM PARNAMIRIM

Hoje à tarde, os professores que atuam nas bibliotecas escolares da rede municipal de Parnamirim, os Mediadores de Leitura, participaram da formação mensal e na ocasião do lançamento do cordel livro " A Avó com a saia de merinó",do poeta Mané Beradeiro. A tarde de autógrafo aconteceu no Teatro Municipal.
Foto por Angelica Vitalino
Professora Jacqueline (Escola Íris de Almeida) e Mané






Professora Daliana ( Escola Josafá Machado) e  Mané
Professora Dilza (Escola Homero Dantas) e o poeta Beradeiro

terça-feira, 30 de julho de 2019

UMA FORMA MILITAR DE ANUNCIAR UMA BOA NOVA


É lendo que a gente vai aprendendo as coisas, sabendo, descobrindo. Vejam só que coisa interessante:

O Major Tomas Laister, do Exército Inglês, morador de Colchester,  partiu para o campo de guerra e deixou a esposa em casa, grávida, já  perto de dar a luz. Em Seul, onde ele servia, recebeu meses depois o seguinte telegrama:

CHEGOU REFORÇO ONTEM A COLCHESTER PT PEÇA ARTILHARIA PESANDO  NOVE E QUATRO LIBRAS PT OFICIAL ENCARREGADO DE TRAZER REFORÇO E ESTE EM PERFEITO ESTADO PT

Estava dada notícia que ele era pai!

PALAVRAS SOBRE CÂMARA CASCUDO

Hoje, 30 de julho de 2019 celebramos os 33 anos do encantamento de Câmara Cascudo. Não vamos escrever morte, pois um homem da magnitude de Cascudo não morre, encanta-se. Ele até pode ter sentido o frio da moça caetana, arrancando-lhe daquela cama no Hospital São Lucas e levando-o para o além. Foi-se, é inegável, mas sua presença continua forte e precisa entre nós.
Cascudo é vitamina de A a Z quando se trata de cultura, não apenas brasileira, mas universal. Ele faz parte do rol dos nomes de homens que o Brasil ainda não conhece em sua totalidade. Existem ruas, avenidas, museus, bibliotecas, medalhas, prêmios, vinhos, etc com o nome de Câmara Cascudo, mas isso não basta para perpetuar  sua glória. No seu último aniversário, em 1985, quando completou 87 anos, em sua casa  na Avenida Junqueira Aires, onde viveu 41 anos, em discurso de agradecimento aos amigos, assim falou: "Sou uma saudade da vida agarrado ao sonho de continuar a viver".
E ele vive, porque soube ser muitos em diversos livros. O poeta Zé Praxedes foi muito feliz quando assim se expressou:
Nome internacional, o homem que sabe tudo,
parabéns minha Natal, Salve Câmara Cascudo
Todo mundo fica mundo para ouvir o que ele diz.
Remove pela raiz os causos mais complicados
É Câmara sem deputado, o formidável Luiz.
Se Américo de Oliveira Costa escreveu sobre a Biblioteca e seus Habitantes, eu confesso que consigo também vislumbrar no meu pequeno espaço a existência permanente e indispensável de Cascudo, em 22 livros  da sua autoria que eu tenho. Recentemente vivi  algumas horas de pesquisa no Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo e as paredes daquela casa, repletas de sabedoria, revelaram-me a luta que tem a família para manter tão bem conservada a memória cascudiana, do provinciano incurável.
Por fim, desejo concluir lembrando uma frase do próprio Cascudo: "Estátua, festa, nome de rua, placa de bronze, dinheiro, batismo de arranha-céu, discurso, banquete, baile, tudo passa ou tudo fica sem expressão na memória coletiva. O livro fica. Acima de tudo, o livro contando a história daquele que trabalhou, amou, sofreu (Acta Diuna: O milagre da montanha, 9 de janeiro 1948, Diário de Natal)

Francisco Martins