quarta-feira, 23 de outubro de 2019

PROFESSOR LUIS CARLOS FREIRE LEVANTA A VOZ PELO SAGRADO E HISTÓRICO DE NÍSIA FLORESTA

 Por Luis Carlos Freire

 

TÚMULO DE NÍSIA FLORESTA: ABANDONADO E SUFOCADO... IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó DESCARACTERIZADA... AS AUTORIDADES PRECISAM CUIDAR DESSE E DE OUTROS PATRIMÔNIOS ENQUANTO É TEMPO. 

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Professor Luis Carlos , na sessão de terça-feira p.p, no Conselho Estadual de Cultura do RN
Hoje, talvez, ALGUMAS pessoas não entenderão o meu gesto, mas importa-me a certeza de estar no caminho certo e fazendo o papel que pertence a milhares de omissos. Não sou contra pessoas. Sou contra atos imperdoáveis que precisam ser interditados a bem da História e da Memória, e refletidos nas escolas e em todos os ambientes de Cultura. Sou contra a ignorância ditando hábitos e passando por cima da verdade e da História. Estamos diante de crimes contra patrimônios históricos de valores incalculáveis, dilapidados em nome de uma modernidade inadmissível, assistida em silêncio porque equivocados, de fato, acham bonito o gesso, o vidro, a lage cheirando a cimento, o porcelanato etc. E a história que se exploda, pois"a história fede e é feia", diriam...
 SOBRE O TÚMULO E MONUMENTO À NÍSIA FLORESTA - A julgar pelo abandono em que se encontra, e um prédio construído ao lado do túmulo e monumento à Nísia Floresta, brevemente é possível o vermos emoldurado por outras construções que impedirão totalmente sua visibilidade. Seria essa a intenção?
Ontem, apresentei denúncia escrita e verbal, conforme os registros neste post, junto ao Conselho Estadual de Cultura e também a encaminhei ao Dr. Diógenes da Cunha Lima, Presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Todos estão estarrecido com essa e outra denúncia que o leitor constatará abaixo.

É intolerável e equivocado assistirmos depredações ao Patrimônio Histórico em silêncio. A sociedade, salvas raras exceções (pelo menos apenas uma professora e uma escritora entraram em contato comigo sobre isso) assiste a tudo silenciosamente. Depredar o Patrimônio Histórico não é riscá-lo ou pichá-lo. Antes fosse somente isso. Depredar é descaracterizar, substituindo um material por outro sem relação alguma com as características originais. Depredar também é abandonar, é deixar que o povo faça o que bem entender, como a sufocação que se encontra o túmulo de Nísia Floresta.
Quem percebe e se preocupa com os crimes e dilapidações feitas aos monumentos antigos e ao patrimônio histórico, DENUNCIA SEM MEDO.

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Cabe às autoridades o perpétuo zelo a tais elementos, cuidando para que não sofram danos ou sejam destruídos. Diante dos altos custos de se ter que refazer um bem danificado ou destruído, muito melhor é cuidar de sua manutenção e evitar que receba qualquer interferência. Cabe às autoridade buscar apoios e parcerias em nível estadual e federal, antes, e não quando os patrimônios estiverem descaracterizados ou destruídos. Fica mais caro.

Chega a impressionar um terreno tão gigantesco como esse ao lado do túmulo de Nísia Floresta, acharem de construir um sobrado a poucos centímetros do mesmo. Está-se diante de um dos maiores monumentos da História do Brasil. Vêm turistas do mundo inteiro visitá-lo. Mas hoje mal dá para se fazer uma fotografia, pois as construções ao lado, que antes já o poluíam, hoje o sufocam.Não é correto se deixar o túmulo e o monumento chegar a tal ponto. Está quase abandonado. Não se pode permitir o estado atual de sufocamento desse importante conjunto histórico.

 As autoridades devem buscar parcerias de todas as formas, urgentemente, para adquirir a área vizinha ao túmulo e monumento, numa perspectiva que atenda a estacionamento e estrutura logística em termos turísticos. Em últimos casos pratica-se a desapropriação e indenização aos proprietários, os quais, com certeza, não se oporão à primeira proposta.
Normalmente, quando faço denúncias, o faço por minha formação educacional e exercício de minha cidadania. Não o faço por heroísmo ou como forma de “peitar” pessoas, como alguns assim o proclamam, ignorantemente. E quando essas denúncias vêm a público logo aparecem oportunistas cheios de iniciativas “anteriormente feitas” (verdadeiros fake news criados de última hora para não assumir a omissão). Mas quais autoridades locais denunciaram? Onde estão os documentos de comprovação? Os meus estão em diversos órgãos do estado e da justiça, e podem ser conferidos, inclusive minha denúncia foi publicada na Tribuna do Norte recentemente, a pedido do jornalista Woden Madruga.Não foi eu que a encaminhei. Ele leu através de um dos maiores historiadores do Estado, Professor Doutor Cláudio Galvão, aposentado da UFRN, amigo pessoal, para o qual enviei a denúncia. O que Woden fez foi pedir a minha autorização, assim como Vicente Serejo também, chocados com a situação do túmulo e da Igreja Matriz de Nossa senhora do Ó. Quem não se choca?

 IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó - Estamos diante de um fato grave. Em 2009 denunciei à Fundação José Augusto e Arquidiocese a construção de um altar e nicho na nave direita. Coisa tosca e inadmissível. Repeti a denúncia, 2014: veja o link
http://nisiaflorestaporluiscarlosfreire.blogspot.com/2014/11/igreja-matriz-de-nisia-floresta-sofre.html
Mas no caso acima foi sobre a retirada do telhado e madeiramento com AS IMAGENS DE VALOR INCALCULÁVEL TODAS EXPOSTAS, como se comprova no link acima. Após a denúncia, mandaram retirar as imagens dois dias depois, e um nisiaflorestense disse que meu texto era mentiroso, apresentando fotos com os nichos vazios. A sorte foi eu ter fotografado antes, pois eu não seria louco de manipular imagens.
Em 2019, neste ano, fiz novas denúncias, após ter ido a um enterro em Nísia Floresta, quando fiquei sem acreditar no que vi na Matriz de Nossa Senhora do Ó. Foi tudo ao contrário do que um engenheiro me alegou em 2014, quando fiz a denúncia, e o mesmo, cujo nome não me recordo, me ligou dizendo que estavam refazendo todos os projetos, cujas obras se dariam na perspectiva de restauração com total respeito às características originais da Matriz. Restou-me acreditar, portanto eu pensava que as obras se seguiram com respeito ao Patrimônio Histórico. Só fui perceber durante o enterro. Dessa última vez também fiz a denúncia junto ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Conselho Estadual de Cultura, Arquidiocese de Natal, Conselho Regional de Arquitetura, Centro de Documentação Eloy de Sousa, Ministério Público e IPHAN, inclusive pedi o tombamento para que não continuem assassinando a história.

 É inacreditável olhar o teto do altar-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, em Nísia Floresta e enxergar um crime contra a arquitetura barroca original. Nos meus estudos sobre o assunto, desde os tempos universitários, e posteriormente o contato com especialistas de Ouro Preto e Rio de Janeiro, aprendi que a intenção arquitetônico/sacra da Matriz de Papari foi revestir todo o altar-mor de alvura, de plenitude da cor branca, pois é ali que se encontra o Sacrário. Há intenção de se dar uma conotação celestial, de "céu", de santidade, a partir da própria arquitetura. Mas, INACREDITAVELMENTE, destruíram o estuque original, e com ele foram-se os desenhos em alto e baixo relevos, em perfeita harmonia com todos os demais elementos da Igreja Matriz. Mataram o Barroco. Mataram a História. Não desaprovo a necessidade de ter sido necessário reformar a tela que segurava a cúpula/estuque/forro. Certamente corria o risco de desabar. Mas, se carecia de restauração, que fosse refeito em respeito às características originais. Isso também é restaurar. Vejam, abaixom, a fotografia antes da descaracterização e vá até a igreja conferir a barbaridade feita. É um choque. A madeira preta matou a beleza arquitetônica do templo e da própria intenção de transmitir a plenitude celestial ao altar-mor. Veja, abaixo:

 Em 2008 o reboco desse estuque desabou. Foi um estrondo na Matriz. Eu tinha fotografias e desenhei em tamanho natural todos os altos e baixos relevos, os quais foram moldados novamente em cimento pelo filho da Dona Moça (do Monte Hermínio) Finalizando, é deplorável. Confesso que não tenho palavras para externar minha repulsa às barbaridades que tenho visto acontecer nessa Igreja Matriz e ao Túmulo e Monumento à Nísia Floresta. O assunto é patrimônio histórico. Não estamos falando de uma casinha de palha lá no sítio do seu Pedro. É uma igreja de quase 300 anos, cujas pedras foram trazidas sob carros de boi, de Morrinhos, cuja argamassa era cal, barro e óleo de baleia. Arrancaram todo o assoalho das duas naves. Aquilo era intocável. É arquitetura de época. Se precisasse de substituição da madeira, que fosse substituído por madeira. Lembro-me que tudo é madeira nobre. Madeira de lei. Não estavam estragadas. Mas suponhamos que suas pontas estivessem avariadas, que fosse cortada e se anexasse pedaços novos, da mesma madeira.  Mas colocaram laje. Onde estão essas madeiras. Estão bem guardadas. Elas são peças de valor museológico sem preço. É patrimônio do município de Nísia Floresta. O mesmo foi feito à sacristia. Isso é descaracterização pura e simples. Fica meu registro público de que jamais aceitei isso e sempre protestei. É o que posso fazer. É o que todos deviam fazer. E você, o que tem feito?
Algumas pessoas não entendem a minha denúncia e se valem de colocações ingênuas ou equivocadas. Mas como pessoa civilizada - que estudou profundamente História da Arte, que estuda Restauração de Edificações Históricas, e tem um testemunho de 27 anos de luta em prol da defesa da história e da memória do patrimônio material e imaterial de Nísia Floresta e região - não me importo e seguirei o meu trabalho. O qual também deveria ser teu.
Veja, abaixo, imagens que falam por si: Como se desce de um telhado uma linha gigantesca de madeira, de quase trezentos anos, quase em perfeito estado de conservação, sem proteger o ladrilho-hidráulico? Como se destelha uma igreja de quase 300 anos, sem tirar de dentro delas imagens originais de mais de 200 anos? Só espero que essas linhas estejam muito bem guardadas, pois são peças museológicas de valor incalculável. Observe que é uma árvore inteira. Imagine seu tamanho e quantos anos ela trazia quando foi arrancada das imediações de Papari. Espero que todo esse madeiramento, tão valioso quando os demais tesouros internos da Matriz, estejam muito bem guardados para que possamos criar o Museu da cidade e alojar esses materiais, pois pertencem ao povo e são históricos.
Finalizo, lembrando que a igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, enquanto elemento arquitetônico e religioso, e o túmulo de Nísia Floresta, e outros elementos históricos dali, pertence ao povo. As autoridades estão de passagem mas o povo fica, portanto o povo não pode tolerar tamanho crime contra a história.

 

terça-feira, 22 de outubro de 2019

SOBRE A SÉRIE VERSOS POPULARES - PARTE III - HISTÓRIAS CORDELIZADAS

Joelson Araújo é o autor do livro "Histórias Cordelizadas", o volume 7, da série de versos populares, publicada pela CJA Edições. Confesso que dele não conheço nenhum outro texto, a não ser este conjunto de histórias.  


Joelson Araújo é professor, como também são os outros dois autores já resenhados por aqui. O seu livro  começa com um cordel escrito em  septilha (30 estrofes) e décimas (2 estrofes) que tem como tema  A HISTÓRIA DA BOTIJA. Percebi logo de início  que o poeta tem critividade para desenvolver um texto que prende o leitor, uma característica muito importante àqueles que escrevem. Entretanto, permita-me, poeta Joelson Araújo, pedir sua atenção para as rimas, no tocante ao uso de tê-las no singular ou no plural.  Evite  mesclá-las dentro de uma mesma estrofe.
No segundo cordel: AOS MESTRES, COM CARINHO, o poeta continua  versando suas estrofes em  sete pés, mas termina o poema com uma estrofe em oitava.  É um lindo cântico àqueles que têm a vocação de ensinar. O Eu lírico , ora professor e  outra aluno, vai mostrar o valor deste profissional  que formam "os pilares e as cores do sistema social".

Francisco Régis Lopes Ramos quando afirma  que "o universo do cordel é um caleidoscópio", ele tem toda razão. No cordel é possível enxergamos vários efeitos de imagens, assuntos e por mais que tenhamos lido o mesmo tema em outras produções, percebe-se  que há sempre um texto armado para captar o leitor, é algo como se fosse uma teia de aranha. Joelson Araújo  faz isso quando  escreve sobre a importância da leitura, em "NÓS VAMOS CONTAMINAR O MUNDO COM A LEITURA" e "O LIVRO QUE EU  ENCONTREI".

Desconheço um gênero literário tão rico quanto o cordel. Através dele  o poeta pode produzir textos com roupagens de   história, ficção, humor, política, ecologia, religião,  memória, etc.  Tudo vai depender  do olhar do poeta e da sua maturidade e capacidade para explorar o tema. Em  "Histórias Cordelizadas", Joelson Araújo demonstra ter essa perspicácia. É notória a sua sagacidade nos títulos " As Muriçocas que pararam um forró", "Corrupção - corrupta ação",  "O tesoureiro da prefeitura", " A menina milagrosa".

Por fim,  posso afirmar que após ler e reler "Histórias Cordelizadas" consigo olhar para o autor e vê-lo como um poeta que se expande, que burila suas produções pensando no valor do texto e da sua importância à literatura. Isso é bom. Afinal, a imortalidade do escritor não é na matéria, mas sim no material que ele vai deixar às gerações.

Mané Beradeiro
22 de outubro 2019

MAGALY GOMES: UMA POETA QUE CONQUISTA SEU ESPAÇO


Magaly Gomes de Holanda Martins é natural de Severiano Melo/RN, filha de Gilvani Campelo e de Maria Eunice Gomes Campelo. Nasceu em 8 de março de 1968. Poeta, graduada em Geografia (2000) e Teologia (2009). Professora, com Especialidade em Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas (2008).
Sobre sua vocação ao magistério, a poeta declara:

Eu me tornei professora
Com responsabilidade,
Aprendi mais que ensinei,
Essa é a grande verdade.
O aluno me inspirou
A estudar com vontade.


É verbete no livro “A Presença Feminina na Literatura de Cordel do Rio Grande do Norte”, página 147, de Gutenberg Costa (Edições 8 Editora e Queima Bucha, 2015).

Magaly estreou no cordel no ano de 2009, tendo como porta de entrada a Editora Queima Bucha (Mossoró/RN) e o título do seu poema foi “Uma casa de taipa”. Desde então, a poeta Magaly não mais parou de escrever.

Até o momento sua produção poética é a seguinte:

1 - Uma casa de taipa
2 - Chama olímpica
3 - 90 anos de Marinha
4 -No trânsito, a vida acima de tudo
5 - Era uma vez uma rainha
6 -"Vá para casa, ame a família"
7- O poder do abraço
8 - Faça o amor valer
9 - Os 19 artigos da Lei escoteira
10 - O beijo
11 - Os brinquedos do meu tempo de criança
12 - Ser filha de agricultor
13 - Sucesso
14 - Um bom lugar
15- Bem me quero no outubro rosa

A poeta apresenta-se como candidata à ANLiC à cadeira 38.

UM POEMA GUARDADO

 Ontem eu  estava procurando um documento, entre tantas pastas e papeis jogados no cesto do lixo encontrei uma folha com este poema. Coisa feita por mim a doze anos  passados.


AMIGO
 
Fui rever um amigo, um grande amigo, um infinito.
Fui vê-lo  junto a sua inseparável amada,
que dele recebe diuturnamente os beijos e abraços, nas mares altas e baixas.
Fui ver meu amigo, o mar, e debruça-me sobre sua paixão, a praia.

Praia de Ponta Negra, em Natal/RN, 9 de outubro de 2007 .

 
Praia de Ponta Negra



Francisco Martins

TEREZA CUSTÓDIO - UMA INTELECTUAL QUE SE RENDE AO VERSO POPULAR



Tereza Custódio de Queiroz nasceu em 05 de maio de 1952 em Senador Pompeu no Ceará – Brasil. Cursou por três anos a Faculdade de Direito na Universidade Federal do Ceará. (UFCE). Casou-se em 1974 e foi morar no Rio de Janeiro. Voltou para o Nordeste e terminou, em 1980, o curso de Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especializou-se em Artes Cênicas e Línguas Estrangeiras (Inglês – UFRN), Espanhol (Salamanca / Navarra – Espanha). Coordenou grupos de teatro e escreveu peças. É leitora de grandes clássicos da literatura. Como escritora, tem obras publicadas em prosa e poesia. Navega pela trova e é autora dos poemas em cordel: “Opressão e discriminação na raça negra” e “O Valente Mendonça”. É professora aposentada do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Está candidata com pretensão à cadeira 7.Tereza Custódio de Queiroz nasceu em 05 de maio de 1952 em Senador Pompeu no Ceará – Brasil. Cursou por três anos a Faculdade de Direito na Universidade Federal do Ceará. (UFCE). Casou-se em 1974 e foi morar no Rio de Janeiro. Voltou para o Nordeste e terminou, em 1980, o curso de Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especializou-se em Artes Cênicas e Línguas Estrangeiras (Inglês – UFRN), Espanhol (Salamanca / Navarra – Espanha). Coordenou grupos de teatro e escreveu peças. É leitora de grandes clássicos da literatura. Como escritora, tem obras publicadas em prosa e poesia. Navega pela trova e é autora dos poemas em cordel: “Opressão e discriminação na raça negra” e “O Valente Mendonça”. É professora aposentada do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Está candidata com pretensão à cadeira 7.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

UMA TARDE COM OS ANCIÃOS DO JUVINO BARRETO

Eu vi duas senhoras sentadas.
Duas anciãs, num banco da Praça Paz de Deus.
As duas tinham cabelos brancos, pareciam  flocos de algodão.
As duas tinham rugas que serpenteavam nas faces, tais quais rios que correm para a eternidade ...

É com este fragmento do meu poema "Duas Anciãs" que eu quero  dizer da tarde tão feliz que vivi nesta  segunda-feira, dia 21 de outubro,  no Abrigo Juvino Barreto, em Natal. Estive lá  contando histórias para quem faz histórias, homens e mulheres com mais de oitenta anos.
Cheguei e fui preparando o local onde receberia tão seleta plateia.  Estendi a colcha de fuxicos,  grande e repleta de quadrados que se interligam. Ela me lembra as nuances da vida. 

Montei um varal com vários folhetos da minha autoria. A intenção era lembrar que ali estava também um poeta cordelista e não apenas um contador de histórias.
E por último, convidei a todos para um chá da tarde,  com sabor de histórias antigas, da época de Trancoso,  muitas delas guardadas na literatura de cordel, como  Os Martírios de Genoveva, A Imperatriz Porcina e outras.
Mas não fiquei apenas naquela fase em que  rainhas e reis habitavam seus castelos.  Trouxe-os até a era do rádio e contei histórias com efeitos sonoros que os fez transportar às memórias da suas infâncias.
E fiz  tudo com tanto esmero que ao terminar meu ofício de distribuidor de alegrias, eu fiquei  como que ouvindo o restante do poema:

... Eu vi duas senhoras sentadas.
Uma tinha a aparência que a vida já havia passado.
A outra trazia no rosto a esperança de que amanhã viveria mais e mais.


Francisco Martins/Mané Beradeiro

domingo, 20 de outubro de 2019

JEFFERSON CAMPOS : O POETA DAS GOIVAS



Jefferson Campos nasceu no dia 23 de abril de 1981. É natural de São Paulo, capital, mas aos seis meses foi morar em Nova Cruz/RN, onde ficou até os 12 anos. Depois veio para Natal. Em 2015, já no final do ano, começou a fazer suas primeiras experiências como xilógrafo. Sem ter um professor na área da xilogravura, Jefferson Campos vestiu a roupa de autodidata e foi em busca do conhecimento, através de pesquisa e vídeos na internet.

 J.Borges é sua maior inspiração e o maior xilógrafo. O poeta da goivas, Jefferson Campos vive exclusivamente da sua produção artística, tendo mais de 200 trabalhos produzidos. Ele nem sabe ao certo quantas xilos produziu para ilustrar os folhetos de cordéis, mas lembra-se que o primeiro trabalho de livro foi uma encomenda para a Antologia de Poetas Contemporâneos (Nordestina Editora), desde então, nunca mais faltou serviço para ilustrar capas e textos de livros. Jefferson Campos está fazendo sua história, abrindo sulcos no campo do cordel, com a mesma maestria e competência que tem ao trabalhar as goivas na matéria das suas xilogravuras. Ele é candidato à vaga da cadeira 34.

VENCEDORES DO PRÊMIO LITERÁRIO 2019 DA BIBLIOTECA NACIONAL

Categorias/ Título/ Autor(a)/ Editora

Conto : Kafkianas / Elvira Vigna / Todavia
Ensaio LiterárioMaquinação do mundo: Drummond e a mineração / José Miguel Wisnik / Companhia das Letras
Ensaio Social: Ser republicano no Brasil Colônia: a história de uma traição esquecida / Heloisa M. Starling / Companhia das Letras
Literatura Infantil:  Enreduana / Roger Mello / Companhia das Letrinhas
Literatura Juvenil: Minha vida não é cor-de-rosa / Penélope Martins / Editora do Brasil
Poesia: Nenhum mistério / Paulo Henriques Britto / Companhia das Letras
Projeto GráficoClarice / Felipe Cavalcante /Global
Romance: Paradeiro / Luís Bueno / Ateliê Editorial
Tradução: Bússola (Mathias Enard) / Rosa Freire d'Aguiar / Todavia

Cada vencedor ganhou um prêmio no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

AGENDA CULTURAL DA SEMANA

Mané Beradeiro
21 DE OUTUBRO -  A  semana vai começar com Mané Beradeiro contando histórias para os residentes do Abrigo Juvino Barreto, em Natal, nesta tarde de segunda-feira, das 14 às 16h. Mané vai levar o universo do cordel e as histórias que fizeram parte da vida daqueles homens e mulheres. O momento tem como título: CONTANDO HISTÓRIAS PARA QUEM FAZ HISTÓRIA.
Francisco Martins

23 DE OUTUBRO -  Na quarta-feira, às 13 h, o escritor Francisco Martins comparece à Escola Municipal Hélio Galvão, no bairro Vale do Sol, em Parnamirim, onde ministrará a palestra sobre a vida e a obra de José Mauro de Vasconcelos, para os estudantes que concluíram a leitura do livro O Meu Pé de Laranja Lima. Às 16 h, o escritor tem reunião com a Vereadora  Júlia Arruda (Natal/RN) para tratar sobre a participação da Câmara dos Vereadores de Natal no Centenário de Nascimento de José Mauro de Vasconcelos.

24 DE OUTUBRO - Quinta-feira, o escritor participa  de um encontro com poetas e escritores, que  será realizado na Escola Municipal Emérito Nestor Lima, bairro Passagem de Areia, em Parnamirim..

25 DE OUTUBRO - Sexta-feira - é a vez do encerramento do projeto O Meu Pé de Laranja Lima, na  Escola Municipal  Desembargador Silvino  Bezerra Neto, bairro Santa Tereza, também em Parnamirim.  Na ocasião será feita a  palestra sobre a vida e a obra de José Mauro de Vasconcelos, autor do livro.

26 DE OUTUBRO - Sábado -  o escritor Francisco Martins receberá homenagem  no evento da Semana Literária de Maxaranguape/RN.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

17 ANOS DA EJA SÃO CELEBRADOS NA ESCOLA MANOEL MACHADO

O escritor Francisco Martins esteve hoje à noite, na Escola Municipal Manoel Machado, Jardim Aeroporto, bairro Emaús, em Parnamirim, onde conversou com os alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Francisco Martins falou sobre o tempo em que trabalhou naquela escola, suas experiências com os estudantes, e deu testemunho sobre a vida de leitor e escritor. Amanhã a escola vai celebrar 17 anos de EJA.


OFICINA DE LIVROS CARTONEROS ACONTECE NA ESCOLA HÉLIO GALVÃO

  Há, no escritor Francisco Martins, uma espécie de pulsação literária que o estimula a ir ao encontro de leitores. O artista iniciou mais um projeto editorial, através de sua editora Carolina Cartonera, na Escola Municipal Hélio Galvão.

          Há algumas semanas, o artista deu início a confecção de livros artesanais com meninos e meninas do 1º ano ao 5º ano, primeiro com uma palestra sobre Carolina Maria de Jesus, escritora e catadora de papelão, musa inspiradora da editora.



          E, como toda oficina é lugar de sensíveis descobertas, a manhã do dia 17 de outubro foi bem especial para a mediadora de leitura Wilde Valéria e os demais partícipes. Tempo precioso também para comunicar que o livro não é um objeto inacessível. Todos podem - e devem - ler e escrever!

          E, no pintar e colar de peças, momento em que se lê “com” o outro e não apenas “para” o outro: uma dinâmica de trocas que traz uma bela cumplicidade. O mais admirável e rico é que se tratam de leitores únicos que estão produzindo o que é inimitável. Na primeira semana de dezembro, o livro estará pronto com textos autorais dos alunos da instituição. Parabéns ao Hélio e a Francisco Martins! 

P.S.: A editora Carolina Cartonera, idealizada por Francisco Martins, é pioneira no Rio Grande do Norte em produzir livros tendo como matéria básica o papelão.





Fonte:  Parnamirim, um rio que flui para o mar da leitura /Leia mais em http://www.riodeleitura.com.br/2019/10/oficina-de-livros-cartoneros-acontece.html

RARIOSVALDO: O POETA DA FONTE DE OLHO D'ÁGUA DO BORGES



Francisco Rariosvaldo de Oliveira, nasceu no dia 06 de janeiro de 1974 na cidade de José da Penha - RN, filho do mestre de obras, Raimundo Ferreira de Oliveira e da senhora Zulmira Maria de Jesus Oliveira, sendo o 4° filho de uma família de 6 irmãos.
Rariosvaldo Oliveira pouco lembra de sua vivência em José da Penha, pois a maior parte de sua infância foi nas cidades de Almino Afonso e Olho d'Água do Borges ambas do interior do RN.
Olho d`Àgua do Borges foi a cidade onde cresceu e estudou até cursar o Ensino Médio e depois se graduou em Pedagogia na UERN - Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, na cidade de Patu-RN, no ano de 2000. Em 2005 fez Pós graduação em Psicopedagogia pela FIP - Faculdades Integradas de Patos-PB.
Em Olho d`Àgua do Borges, trabalhou como professor do município por quase dez anos, quando em 2007 mudou-se para a capital, onde leciona pelo município de Natal e pelo Estado, sendo professor pedagogo.
Influenciado pelos poetas cancioneiros e violeiros, repentistas e cantadores, leitor assíduo de folhetos, em 2006 publicou seu primeiro cordel, sobre a cidade de Olho d'Água do Borges intitulado: De uma fonte à uma cidade.
A partir de então deu asas à sua imaginação e passou a escrever outros títulos.
Ainda em Olho d'Água do Borges, criou o grupo de xaxado “Os cabras da peste”, contribuindo para a cultura da cidade e, em sala de aula sempre enfatizou a poesia popular dos repentistas bem como os cordéis como recurso pedagógico.
Em Natal no ano de 2007, conheceu a casa do cordel onde se aproximou de vários poetas, daí, se sentiu mais estimulado à escrever e publicar alguns folhetos como:

Uma lição de vida;
Conselho ao eleitor;
100 anos de Luiz Gonzaga;
A Cura do Mal da Humanidade,
Ser poeta;
Racismo: por que te chamam de negro;
Falta, desgosto e saudade;
O encontro de Dorgival Dantas com Luiz Gonzaga;
A padroeira de Olho d`Àgua do Borges;
Político desonesto (em parceria com Jadson Lima);
Mourão a sete pés (em parceria com o professor Jonh Morais);
Os biomas do Brasil;
e o mais recente, O mundo ainda tem jeito.

Além de cordéis Rariosvaldo também escreve glosas, trovas e sonetos.
O poeta aspira servir bem mais à cultura, sendo membro da ANLiC na cadeira 18.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

COISAS DO MEU AVÔ MATERNO

Trago na minha identidade o nome do meu avô materno: Francisco Martins Alves.  Meu pai quando foi me registrar teve apenas o trabalho de acrescentar Neto. Cresci sendo o Neto de Chico Martins e viverei sempre sendo este neto com muito orgulho. Meu avô foi um homem de poucos estudos, quando octagenário resolveu escrever em velhos cadernos suas anotações. Uma espécie de diário. Estou lendo e decifrando sua caligrafia, são registros que estão guardados há mais de 30 anos.  Em tudo eu percebo que não foi apenas o nome dele que estou perpetuando na história, trago também o gosto pela escrita.






CONHEÇA UM POUCO MAIS DA POETA RITA CRUZ


RITA NILCE M C DA FONSECA (Rita Cruz), natural de Acaraú-CE, pedagoga, pós graduada em Educação Infantil, cordelista, escritora e contadora de histórias.
Foi professora do ensino fundamental no Ginásio São José, Acaraú-CE. Trabalhou no Tributo à Criança, Zona Oeste de Natal, no Brasil Alfabetizado e na Escola Plim Plim. Realiza trabalho voluntário no grupo de Idoso “ O Idoso Vive”, no Pitimbu , é Co fundadora e tesoureira do Projeto Mãos Dadas ,que trabalha o valor da pessoa com deficiência na sociedade, projeto sem fins lucrativos.
Participa das seguintes instituições: Casa do Cordel; Estação do Cordel; SPVA ( Sociedade dos poetas Vivos e Afins do RN) e colaboradora do Ateliê de Contação de Histórias Encantamentos e Outros Segredinhos da Daluzinha Avlis.

Graduanda em Letras ,no Instituto de Ensino Superior Presidente Kennedy-IFESPE, Natal RN.
Sua produção literária no gênero de cordel é formada por:
A História de Uma Princesa que virou Anjo
Maria Mãe de Jesus
Amor Virtual
A idade da Loba
Cuidados com a Preciosa
Adoção um ato de amor
A Botija
A Cadelinha Alegria
A Princesa do Reino Feliz
A Magia da Borboleta
O Homem de cada Signo
Catita: A Menina que Conta Histórias
Lampião e Maria Bonita
Menina Bonita do Laço de Fita
Cachinhos Negros
E outros mais.
Participou das seguintes antologias de Cordel:
Cordelistas Contemporâneos em 2017 (Editora Nordestina)
Baú do Medo (Coletânea de Cordéis de Suspense e terror, da Editora Nordestina)
A poeta Rita Cruz também escreve poemas em versos livres tendo trabalhos publicados em antologias pelas editoras: Casa da Poesia; Sem Fronteiras Pelo Mundo (Coletânea Internacional ), espalhados pela França, Portugal e demais países da Europa)
Como contadoras de histórias tem participação em varias coletâneas, um livro infantil publicado e outro em andamento para lançamento em dezembro.
Rita Cruz pretende fazer parte da ANLiC ocupando a cadeira 40.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

CONHECENDO OS CANDIDATOS ÀS VAGAS DA ANLiC: HADDOCK DE ANINHA



A partir de hoje o público vai conhecer um pouco dos candidatos às vagas da Academia Norte-Rio-Grandense de Literatura de Cordel- ANLiC. Começamos com Hadoock Ezequiel Araújo de Medeiros (Hadoock de Aninha).
É filho de Antônio de Aninha e Iranice, nasceu em Caicó/RN a 01 de junho de 1982 e viveu a infância e adolescência na cidade de São João do Sabugi/RN. Atualmente mora em Currais Novos/RN. Ao longo de sua vida, aprendeu a ser poeta, escultor, pintor e xilógrafo. É formado em Letras pela UFRN e mestre em Linguagem e Ensino pela UFCG, em Campina Grande/PB, onde desenvolveu sua pesquisa sobre a literatura de cordel, tendo como objetivo estudar a obra do poeta mossoroense Antonio Francisco. É autor dos seguintes cordéis: Eleição no Reino da bicharada (2014), As rezas de Dona Maria (2014), Uma escola encantada (2015), Querubim noturno (2015), Pelejas dos Antônios (2015), Dengoza e Chikungunya (2015), Festa no AP do Tatu canastra (2015), A mulher da barriga quebrada e o marido inocente (2016), Súplicas de um jumento (2017), Presente de natal (2017), O Vaqueiro e o Dragão (2017), Ave Maria Seridoense (2017), A saída de Lampião do inferno (2017), A beata que enganou o Cão (2017), Papo de sapo (2018), Canção para mamãe (2018), A alma que Chico viu (2018) e A máquina de costurar infância (2019)
Hadoock está candidato à vaga da cadeira 22

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

AOS MESTRES...

Professor (a) amanhã, 15 de outubro é o seu dia.
Na verdade sua dedicação e seu amor à profissão me faz pensar que todos os dias são seus.
Há dias de alegrias, de tristezas, de glórias, de ingratidões, de guerra e de paz!
Suas ações são de grande importância na vida dos seus alunos.
Um gesto, uma palavra, um olhar pode marcar toda uma existência.
Sua vocação é divina, há nela um quê transcendental, uma química que vai muito além do que ensinar a ler e escrever. Professor (a) você tem diante de si uma plateia ávida em aprender a pensar.
Que 15 de outubro seja apenas a data dedicada a dizer a você muito obrigado!

Francisco Martins
14 de outubro 2019









sexta-feira, 11 de outubro de 2019

LEITURINO CELEBRA 10 ANOS DE ATIVIDADES CULTURAIS

O Palhaço Leiturino, personagem criada pelo artista Francisco Martins, comemorou esta semana 10 anos de existência. A celebração aconteceu da melhor forma que poderia existir para ele: fazendo apresentações para o público infantil. Foi uma maratona de 5 contação de histórias, em três escolas, respectivamente nas Escolas Cícero de Melo, Hélio Galvão e Osmundo Farias, todas na cidade de Parnamirim.





Leiturino é um palhaço que visa não apenas levar alegria às crianças, mas também despertar em seu público o gosto pela leitura.



Aos 55 anos de idade, Francisco Martins continua até quando Deus quiser, a promover Leiturino, em ações não somente nas escolas, mas também nas Igrejas sempre que é convidado.

UMA GRANDE E INESQUECÍVEL LIÇÃO

Que lição!!!

Um professor encontra um rapaz que diz que foi aluno dele;

E aí o cara pergunta: lembra de mim?
E ele diz que não.

Aí o cara conta que foi aluno dele.

E ele pergunta: o que anda fazendo?

Sou professor.

Ah que legal. Como eu?

Sim. Virei professor porque você me inspirou..

aí ele pergunta pro cara qual foi o momento em que ele o inspirou a ser professor. E aí o aluno conta a história.

"Um dia um amigo meu, estudante também, chegou com um relógio novo, lindo, e eu decidi que queria pra mim e roubei, peguei do bolso dele. Aí este meu amigo percebeu o roubo e reclamou com você (professor). Aí você disse: o relógio do colega de vocês foi roubado, quem roubou devolva. Não devolvi porque não queria. Aí você trancou a porta, falou pra todo mundo ficar em pé que você passaria de um por um para revistar os bolsos de todos até achar o relógio. Mas você falou pra todos fecharem os olhos que você faria isso com os alunos de olhos fechados...

...todos fecharam os olhos e você foi indo de bolso em bolso e quando chegou no meu encontrou o relógio e pegou. Continuou revistando todos e aí quando terminou disse: podem abrir os olhos. Já temos o relógio.

Você não me disse nada. Não mencionou o episódio nunca. Não falou quem tinha roubado pra ninguém. E naquele dia você salvou a minha dignidade para sempre.

Foi o dia mais vergonhoso da minha vida. Mas o dia em que minha dignidade foi salva de eu não ter me tornado um ladrão, uma má pessoa etc...

Você nunca falou nada. Não me deu lição de moral. E eu entendi a mensagem.

E entendi que é isso que um verdadeiro educador deve fazer.

Você não lembra disso professor?

E o professor responde: eu lembro da situação, do relógio roubado, de eu ter revistado todos etc.

Mas não lembrava de você. Porque eu também fechei meus olhos ao revistar.

Autor desconhecido