sexta-feira, 15 de novembro de 2019
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
LIVRO PERDIDO EM ÔNIBUS COM DEDICATÓRIA DE MÃE PARA FILHO CHAMA A ATENÇÃO NA INTERNET
O pai de Karoline Dias, de 20 anos, chegou com um item inusitado em casa na última segunda-feira. Não um presente ou uma supresa, mas um exemplar do livro "Meu pé de laranja lima", do escritor José Mauro de Vasconcelos,que encontrou em um ônibus da linha 56 da viação Galo Brancoem São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Um detalhe na obra chamou a atenção da jovem: uma dedicatória de quase uma página inteira de uma mãe para o filho de seis anos que tinha acabado de aprender a ler. A mensagem foi escrita em 2002.
A estudante de produção audiovisualconta que, quando leu a mensagem, soube imediatamente que precisava encontrar o dono do livro perdido:
— Por ser um livro velho já pensei que pudesse ter algum valor sentimental. Quando abri e li a dedicatória, falei "nossa, a pessoa que perdeu deve estar sentindo muito", porque eu tenho vários livros com dedicatória. Quando vi que era da mãe do garoto, que deu para ele quando tinha seis anos, pensei "cara, vou publicar na internet para ver se acho o dono do livro" — explica a jovem, que postou no mesmo dia em seu Twitter a foto da capa e da dedicatória.
"Filho, este é só mais um livro de tantos que já lhe presenteei, e darei muitos outros. Sou sua maior incentivadora para a leitura. O ser humano que lê é culto e sábio. O futuro só a Deus pertence, lhe darei sempre minhas mãos e meu apoio para vê-lo feliz, culto, honesto e realizador dos seus sonhos", diz um trecho do texto.
"Este livro, Allan, é um presente dos dias de criança. Você é uma criança linda, aos 6 anos na alfabetização lendo e escrevendo tudo. Estou muito orgulhosa de você. Te amo muito, fique com Deus e um grande beijo."
Foi bastante para deixar Karoline encantada. A jovem conta que ama ganhar livros de presente, especialmente se vier com uma mensagem carinhosa. Das cerca de 80 obras que têm em sua estante, ao menos 20 possuem dedicatória.
— Eu sempre gostei de ler e as pessoas da minha família quando perguntavam que livro eu queria sempre me presenteavam com livros com dedicatória — disse a universitária. — Se o livro fosse meu não ia querer perder no ônibus. Só de a mãe dele ser a maior incentivadora dele... Achei legal.
De sua coleção, uma de suas dedicatórias favoritas é a de um autor. Ela conta que estava fazendo um trabalho na casa de Luís Carlos Prestes Filho, quando ele a presenteou com um exemplar de "O maior espetáculo da Terra", seu último livro sobre carnaval. Além da mensagem, dedicada a ela e a toda sua família, a jovem ganhou ainda um convite para o sambódromo.
Enquanto o carnaval não chega, Karoline segue na busca por Allan. As únicas informações que tem, além de seu primeiro nome, é a data do presente, 30 de setembro de 2002, e que ele é provavelmente de Charitas, bairro da região oceânica de Niterói.
Ela tem esperanças de encontrar o dono, já que a postagem tem ganhado cada vez mais repercussão.
— Estou super curiosa para ler — afirma a estudante sobre a obra, que é considerada um clássico da literatura infantojuvenil brasileira, com adaptações para TV e cinema.
(Matéria publicada no jornal O GLOBO, edição de 13 de novembro de 2019)
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A DIGNIDADE, DE LONGE OU DE PERTO TEM O SABOR DE BREVIDADES
Visão, tato,
paladar, olfato e audição, cinco sentidos que fazem parte do sistema sensorial
humano. Coisas dadas pelo Criador, assim
como a Graça. E se principio este texto trazendo o nome daquele que nos fez é
porque desejo manifestar minha gratidão a Ele em ter os cinco sentidos
maravilhosamente funcionando. Àqueles
que não tem a fé, sem a qual é impossível agradar a Deus (Hebreus 11:6), abraços-os
(fazendo uso do tato) e digo que aceito seu posicionamento, mas
permitam-me lembrar uma máxima de Edgar Barbosa: “O poder de duvidar não é
maior que a faculdade de crer”2
E foi
por causa dos sentidos acima que aprendi a admirar um homem bom e um bom
homem. Com ele tenho a alegria de
conviver e aprendo quando o escuto ou simplesmente quando não fala, mas se
comporta com uma elegância tamanha, que também ensina. E como eu sei que há
homens que não se contentam simplesmente em ter apenas os cinco sentidos
funcionando harmoniosamente, este que admiro, também externou o sexto sentido
que vem através da escrita, e é em seus livros que eu fui buscar deleite.
Foi em 2007
que ele publicou “A Dignidade como
patrimônio”, um livro que trata sobre a biografia do seu pai Diomedes Lucas
de Carvalho, embora para o autor, ele considere ser apenas “um caderno de notas
puxadas da memória” (2007,p.17). Compreensível, pois o autor faz desse trabalho
a sua obra de abertura no mundo da literatura e traz em si a certeza de que
está entrando numa guerra de muitas batalhas, onde a arma é a palavra e já
disse o poeta:
Lutar com palavras
É a luta mais vã.
Entretanto lutamos
Mal rompe a manhã
(ANDRADE, 1979, P. 172)
Lutar com palavras
É a luta mais vã.
Entretanto lutamos
Mal rompe a manhã
(ANDRADE, 1979, P. 172)
É
um livro cheio de registros não apenas do genitor, mas também de fatos
históricos de Cuiité e outras localidades da Paraíba. O autor não mediu
esforços para fortalecer suas afirmações, fazendo uso das notas de rodapé, que
enriquecem mais ainda a biografia. Fico a imaginar o quanto custou e doeu ao
escritor fazer este ensaio biográfico. Com certeza, a ida ao passado assegura o
que escreve Elias José: “As nossas
lembranças nunca são só nossas. Nelas
estão envolvidos os nossos parentes, amigos e conhecidos”6 (2012,
P.42) . Começa bem!
Li “De
Longe e de Perto”(2012) e viajei com ele, através das suas crônicas e tendo
como transporte a imaginação e como combustível a narrativa do “encabulado”, acelerei os quatro ventos e
também me fiz presente em todos os lugares onde ele esteve, As crônicas de viagens são um caleidoscópio que encantam
crianças e adultos. Entreguem um mapa
mundi a este homem, uma caixa de alfinetes e peça para ele marcar os países que
ainda não foi, serão poucos.
Contar
histórias é envolver, é prender o
ouvinte ou leitor da forma mais sutil e deixar que ele seja também participante
da trama, vá ao texto e passeie por entre as linhas e tenha a liberdade de
sentir as personagens reais ou fictícias que o autor trabalha. Em “Brevidades”(2019), a palavra
escrita vem com o sabor das memórias,
enroladas em pequenas crônicas, servidas em bandejas, assim como os bolos que
deram nome ao livro, nos lembra o autor.
Nota-se que a cada obra o escritor vai amadurecendo e concordo com
Fraçois Silvestre, quando afirma que ele, o autor, apresenta um texto
primoroso, sem ser pedante. Ler “Brevidades” não apenas me deu conhecimento
sobre música, educação, sertão, cinema, etc, mas me fez pensar nas minhas memórias.
A esta altura,
alguns leitores já sabem sobre quem estou escrevendo. Os que ainda não o
conhecem, apresento. É Ivan Lira de Carvalho,
magistrado, professor universitário, membros de diversas associações
culturais, entre elas a Academia Norte-rio-grandense de Letras, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio
Grande do Norte e o Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte. Homem que enaltece sua terra,
suas origens, seu berço e com muito esmero a literatura. Não canso nem minto ao
escrever que ouvir ou ler é receber a sonoridade de uma lira e ter a certeza
das seguras raízes de um carvalho.
Francisco Martins
13 de novembro 2019
REFERÊNCIAS:
1) ANDRADE,
Carlos Drummond de. Drummond Antologia Poética. Rio de Janeiro(RJ): Livraria
José Olympio Editora, 1979
2) BARBOSA,
Edgar. Imagens do Tempo. Natal(RN): Editora Universitária, 196
3) CARVALHO,
Ivan Lira de. A dignidade como patrimônio.Natal(RN): Metropolitano, 2007
4) __________.De
Longe e de Perto. Natal(RN): Sebo Vermelho, 2012
5) __________.Brevidades.
Natal(RN): Caule de Papiro, 2019
6) ELIAS,
José. Memória, cultura e literatura: o prazer de ler e recriar o mundo. São
Paulo(SP): Paulus, 2012.
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terça-feira, 12 de novembro de 2019
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
ALUNOS DA ESCOLA HÉLIO GALVÃO CONHECEM A SEDE DA ANRL
O escritor Francisco Martins recebeu na manhã de hoje, um grupo de alunos da Escola Municipal Hélio Galvao (Parnamirim/RN) que vieram a Natal para conhecer a sede da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras - ANRL. Os estudantes, acompanhados pelas professoras, ouviram atentamente as explicações que foram dadas pelo escritor, que falou sobre a historia da fundação da ANRL, seus presidentes, patronos e ocupantes do atual quadro acadêmico. A ANRL completa dia 14 de novembro 83 anos de fundação.
CORDEIS DE MANÉ BERADEIRO SOBRE O NATAL
Se você quer presentear alguém com folhetos de cordéis, não perca esta oportunidade. O poeta Mané Beradeiro tem 4 poemas sobre o tema do nascimento de Jesus. São eles:
1) Um menino nos foi dado ( que narra o nascimento de Jesus sobre a ótica dos homens)
2) O primeiro Natal ( nele, o nascimento é contado pelos animais da manjedoura)
3) O natal dentro do céu ( os anjos contam como foi a festa no Céu com o nascimento de Jesus)
4) A infância de Jesus ( uma narração poética, na qual o poeta cria situações na infância do menino nascido em Belém)
Os 4 folhetos estão à venda pelo valor de R$ 10,00 (dez reais). Adquira o seu pelo whatsaap (84) 9.8719 4534. Enviamos para todo o Brasil.
domingo, 10 de novembro de 2019
PELA VOZ E AS MÃOS DE DUDA - "DOUTOR BUTI" É APRESENTADO NO PARÁ
Mediar leitura é uma arte, assim como contar histórias também é. A diferença entre uma e outra, é que na primeira, o objeto livro é indispensável nas mãos do mediador. Ele se torna o narrador da história e faz isso com esmero, levando à sua plateia as palavras e as imagens que o autor e ilustrador trabalharam.
Na semana passada, quarta-feira, MARIA EDUARDA JOUMBLAT, carinhosamente conhecida como DUDA, apresentou às crianças do Instituto Palavra da Vida Norte, na distante cidade de Benevides-PA, o meu livro "Doutor Buti". Duda fez brilhantemente. E eu fiquei emocionado em saber que um livro meu pode encantar crianças por alguns momentos.
Uma das coisas lindas que a Mediadora de Leitura - Duda - fez foi dizer às crianças que além de ler o livro, elas podem também ser amigas do escritor. E provou isso , pedindo-me um pequeno vídeo que ela apresentou aos pequeninos, no qual eu agradeço o trabalho dela e saúdo as crianças do grupo. Meu muito obrigado a você. Abraços.
Francisco Martins
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“CONTOS DO MEU JEITO” - DO JEITO DE HAILTON MANGABEIRA
Cordel um
estilo de poema difícil de ser feito.
Não é à toa que o poeta que escreve o cordel é também conhecido por
poeta de bancada. Entenda-se por esta expressão, o significado de alguém que
tem a missão de burilar o seu texto, ler, reler, guardar e após dias e meses, se
preciso for voltar a analisá-lo para só
depois entregar ao público.
São poucos os
poetas que cumprem este ritual. Eu mesmo, quando comecei a trilhar nesta
literatura tinha uma ânsia de apresentar logo o poema. Soltava-o como criança
que brinca com pipa e somente depois que ele estava por aí, espalhado pelas
redes sociais e até mesmo impresso, é
que eu notava quanto ele podia está melhor e voar com mais intensidade e
beleza.
Ainda bem que
aprendi a lição. Meus primeiros folhetos estão desmetrificados, contém erros de
rimas e estrutura de estrofes (tanto na quantidade de versos como na quantidade
de estrofes). Pensava em não corrigi-los, deixá-los assim, mas o poeta que
cresce deseja ver sua obra qualificada, afinal é ela que vai falar por ele
quando não mais estiver por aqui. Hoje estou refazendo todos eles e os atuais
eu tenho uma preocupação maior antes de deixá-los
içar voo.
Faço essa
introdução para o leitor poder
entender a resenha do livro “CONTOS DO MEU JEITO”, do Poeta Hailton
Mangabeira. O livro foi lançado dia 12 de setembro pela Z-Editora. O poeta tem 46 anos, é natural de Macaíba-RN.
Seu nome civil é Hailton Alves Ferreira, mas adotou o artístico Hailton
Mangabeira, em homenagem ao distrito
rural em que nasceu.
Nosso poeta é
graduado em Pedagogia, Geografia, Especialista e Mestre em Educação. Atua como
professor da rede pública. É membro da
Academia Macaibense de Letras – AML. O
poeta já assinou 138 folhetos de cordéis.
Começou a escrever neste gênero em 2001 e seu primeiro folheto foi “ Macaíba – manancial
de nobreza”. Já publicou dois livros, além deste que estou resenhando e dedica-se
também ao teatro, cinema e música. Portanto, Hailton Mangabeira é muito mais do que
poeta, é uma riqueza cultural.
Debrucei-me no
livro acima e fiquei lendo desde o dia 29 de outubro até hoje, 10 de novembro.
Foram 13 dias. Li e reli. E depois voltei a folheá-lo com o olhar do leitor crítico. E como é chato ser crítico. Primeiro porque
nem todos valorizam a missão que ele presta à comunidade literária, segundo, se
tudo ele disser corre o risco de não ser entendido e perder colegas e amigos.
Mas, torço para que Hailton Mangabeira e outros mais que estou a ler e resenhar
tenham a maturidade de que faço pelo Cordel.
O livro tem um título que à priori pode causar certa estranheza
ao leitor de cordel: “Contos do Meu Jeito”. Mas não há nada de errado aqui, afinal
cada texto é na verdade um conto, narrado não em prosa, mas em poema. Hailton
Mangabeira participa com 12 poemas e os
outros 2 são participações de dois convidados: Juliano José Alcântara de
Oliveira e Sebastião Palhares de Freitas.
No tocante ao
tema das histórias cordelizadas, o livro apresenta uma beleza de criação. Destaco
aqui “O Livro Amarelo”; “O caderno mais bonito”; “Carta para Lindóia”. Quando o
poeta opta em escrever um texto de gracejo, também tece a trama do cordel com elementos e
cenas que atingem o objetivo: “Ojuara, o
homem que levou chifre do Lobisomem” e “O homem que matou a geladeira” são dois
cordéis que atestam o que afirmo.
“Contos do Meu
Jeito” é um livro que não ofende, ao contrário faz bem ao leitor que não possui
um olhar tão profundo. Até aqui é a parte boa do livro. Quero, entretanto, chamar a atenção do poeta para a experiência
que relato nos três primeiros parágrafos desta resenha. Nota-se tangivelmente
que houve uma pressa em ter o livro pronto, e o autor que montou o conjunto de textos com poemas já
publicados anteriormente, não teve a preocupação de revê-los.
A consequência
é que temos uma série de erros, tais quais:
décimas com estruturas diferentes na sequência dos versos; rimas repetidas numa mesma estrofe, rimas
perdidas, muitos versos desmetrificados, erros de revisão. Tudo coisas que poderiam não estar presentes
no livro e que agora, indelevelmente,
mancham a beleza de “Contos do Meu Jeito”.
Não vou
mostrar aqui os erros que consegui encontrar. Até porque isso não vem corroborar a ligação entre o
leitor e o autor. Mas fica a dica, para
que nos próximos ele espere um pouco
mais e entregue seu material para ser
lido por alguém da sua confiança e que tenha competência no
assunto. Fora isso, penso que foi
proposital o título do livro, ele contou
suas narrativas poéticas do SEU JEITO e zé-fim-nim!
Mané Beradeiro
10 de novembro
de 2019
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quinta-feira, 7 de novembro de 2019
O MAIS NOVO CORDEL DE MANÉ BERADEIRO JÁ CHEGOU NA ESCOLA ANTONIO BASÍLIO
A Cordelteca Mané Beradeiro, que está instalada dentro da Biblioteca Drika Duarte, na Escola Municipal Antonio Basílio, em Parnamirim;RN, foi a primeira a receber exemplares do cordel " A Infância de Jesus", da autoria de Mané Beradeiro. Ontem, a Professora Socorro Castro, Mediadora de Leitura, enviou esta foto onde as crianças estão conhecendo o texto.
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ESCOLA CARLOS ALBERTO RECEBE HOJE O PROJETO DA SPVA: POETAS NA ESCOLA
Esta semana o escritor Francisco Martins está participando do projeto da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins - SPVA: Poetas na Escola. Ontem, o evento foi na cidade de Brejinho/RN, na Escola Municipal Avelino Matias e hoje, quinta-feira, às 13 h, o escritor estará na Escola Municipal Carlos Alberto, em Parnamirim/RN. Através deste projeto a comunidade escolar toma conhecimento sobre as obras dos escritores, além de conhecê-los pessoalmente. Na visita, a SPVA promove um sarau e os alunos juntos com os professores selecionam um título dos autores para ser estudado em sala de aula.
Ontem, em Brejinho, Francisco Martins conseguiu registrar este momento em que uma senhora se deliciava com a leitura do cordel "A avó com a saia de merinó - a poética história de Dindinha", autoria de Mané Beradeiro ( heterônimo do escritor).terça-feira, 5 de novembro de 2019
sábado, 2 de novembro de 2019
AO PÉ DO TÚMULO
Auta de Souza
Eis o descanso eterno, o doce abrigo
Das almas tristes e despedaçadas.
Eis o repouso, enfim.. E o sono amigo
Já vem cerrar-me as pálpebras cançadas.
Amarguras da terra! eu me desligo
Para sempre de vós...Almas amadas
Que soluçais por mim, eu vos bendigo,
Ó almas de minhalma abençoadas.
Quando eu daqui me for, anjos da guarda,
Quando vier a morte que não tarda
Roubar-me a vida para nunca mais...
Em pranto escrevam sobre minha lousa:
"Longe da mágoa, enfim, no Céu repousa
Quem sofreu muito e quem amou demais"
Eis o descanso eterno, o doce abrigo
Das almas tristes e despedaçadas.
Eis o repouso, enfim.. E o sono amigo
Já vem cerrar-me as pálpebras cançadas.
Amarguras da terra! eu me desligo
Para sempre de vós...Almas amadas
Que soluçais por mim, eu vos bendigo,
Ó almas de minhalma abençoadas.
Quando eu daqui me for, anjos da guarda,
Quando vier a morte que não tarda
Roubar-me a vida para nunca mais...
Em pranto escrevam sobre minha lousa:
"Longe da mágoa, enfim, no Céu repousa
Quem sofreu muito e quem amou demais"
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MORRER
O homem morre a prestações. A velhinha que visitei hoje, de sessenta e oito anos, está há meses na cama, morrendo. Morreu-lhe a mocidade, morreu-lhe a vista, o ouvido agoniza, a memória e a inteligência morrem aos centímetros. A carcaça que sobrevive à linda criatura que ela foi, é ela? Não, apenas resíduos, resto que ainda não morreu. Falta-lhe morrer o coração. A morte arrecada as vidas a prestações...
Fonte:Lobato, Monteiro. Mundo da Lua. São Paulo: Editora Brasiliense, 1946, páginas 39 e 40.
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quinta-feira, 31 de outubro de 2019
HUMOR DE MANÉ BERADEIRO - DONA SALETE
Dona Salete saiu bem cedo de casa, colocou dentro da sua bolsa o frasco com o material colhido para os exames de fezes e urina, tendo o cuidado de embrulha-los com muito cuidado. Antes precisou passar no caixa eletrônico, onde sacou seu salário e quando saiu percebeu que estava sendo seguida. Ficou nervosa, apressou os passos, e o sujeito continuava lhe seguindo. Ela deu uma corridinha e ele também. A adrenalina começou a fazer o corpo de Dona Salete tremer. O medo estava grande. Ela sentia que ele queria o seu dinheiro.
Teve então a ideia de entrar na Igreja de Santo Antonio. Com certeza ele não teria a audácia de entrar ali e roubá-la. Entrou. Sentou-se e começou a rezar. Pedia para Santo Antonio a proteger daquele meliante. Mal terminou sua oração, ela percebeu que ele estava ajoelhado por trás dela e falava bem pertinho dela:
-Eu vi quando a senhora tirou o dinheiro do caixa. Não quero lhe fazer mal nenhum. Ponha a mão na bolsa e me dê o pacote que a senhora enrolou.
Dona Salete sempre enrolava o seu salário. Foi chorando que ela obedeceu. O ladrão saiu em disparada. Ela também.
Quando chegou em casa, aflita, a filha lhe deu água e pediu para ela contar tudo bem direitinho. Terminada a narração a filha pergunta:
-Mãe, mas a senhora foi pelo menos deixar o material dos exames?
-Que nada minha filha, está tudo aí.
-Vou jogar fora então.
E quando a filha vai até a bolsa, eis que o dinheiro estava todinho lá. O ladrão correu levando apenas fezes e urina.
Mané Beradeiro
31 outubro 2019
Obs: Este causo aconteceu de verdade. A pessoa que me contou pediu para mudar apenas os nomes.
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