Niro Carper e Henrique José, poetas cordelistas, respectivamente do Pará e do Rio Grande do Norte se uniram e construiram o texto : "O HEROÍSMO DO BANDIDO FERRABRÁS" ( Nordestina Editora, Fevereiro 2020). Um folheto com 60 sextilhas, portanto 360 versos.
Qual é a grande mensagem que os poetas Niro Carper e Henrique José passam neste poema? Antes de responder, permitam-me levar os leitores ao tempo em que viveu o filósofo Baruch Spinoza (1632-1677). Este pensador norteou parte da sua vida tentando responder as três perguntas existências, são elas:
1) Em que espécie de mundo vivemos?
2) Quem nos pôs aqui?
3) Por quê?
Passados 343 anos da morte de Spinoza, convenhamos, ainda nos atiça a busca pelas respostas. O filósofo forneceu as suas. Voltemos ao texto do poema e vamos aplicar as mesmas indagações spinozas ao protagonista Ferrabrás. Teria ele consciência do mundo em que nasceu e viveu? Será que em algum momento da sua vida chegou a pensar quem o pôs aqui? e Por quê? Não tenho a pretensão de contar a história do poema para os leitores, mas sim, provocar a curiosidade para que busquem o folheto e tirem suas próprias conclusões ( Pedidos na página da Nordestina Editora).
Posso, entretanto adiantar, sem prejuízo à leitura, que os poetas escreveram um texto edificante, tendo como princípio um mundo cruel, cheio de violência e sem esperança a quem nele nasce e vive. Isso me fez pensar: é realmente o homem produto do meio em que vive?
Ao longo do poema Ferrabrás vai encontrar uma família que provocará nele a germinação da semente do amor ágape.
-Sou Tomás, esta é Joana
E nossa filha querida
Tem o nome de Luzia
O jovem disse em seguida:
-O meu nome é Ferrabrás,
Bandido de alma perdida.
(página 5).
Nem tudo está perdido quando acreditamos no homem e este se
deixa transformar por aquele que o pôs aqui. Como bem disse Francisco
de Assis: O amor faz o amargo ficar doce.
Mané Beradeiro
Parnamirim-RN, 18 maio 2020.
Parnamirim-RN, 18 maio 2020.