segunda-feira, 18 de maio de 2020

UM CORDEL DE ESPERANÇA CONTRA UM MUNDO EM CONFLITO

Niro Carper e Henrique José, poetas cordelistas,  respectivamente do Pará e do Rio Grande do Norte se uniram e construiram o texto : "O HEROÍSMO DO BANDIDO FERRABRÁS" ( Nordestina Editora, Fevereiro 2020). Um folheto com  60 sextilhas, portanto 360 versos.
 Qual é a grande mensagem que os poetas Niro Carper e Henrique José passam neste poema? Antes de responder, permitam-me levar os leitores ao tempo em que viveu o filósofo Baruch Spinoza (1632-1677). Este pensador norteou parte da sua vida tentando responder as três perguntas existências, são elas:

1)  Em que espécie de mundo vivemos?
2) Quem nos pôs aqui?
3)  Por quê?

Passados 343 anos da morte de Spinoza, convenhamos, ainda nos atiça a busca pelas respostas. O filósofo forneceu as suas. Voltemos ao texto do poema e vamos aplicar as mesmas indagações  spinozas  ao protagonista Ferrabrás. Teria ele consciência do mundo em que nasceu e viveu? Será que em algum momento da sua vida chegou a pensar quem o pôs aqui? e Por quê? Não tenho a pretensão de contar a história do poema para os leitores, mas sim, provocar a curiosidade para que busquem o folheto e tirem suas próprias conclusões ( Pedidos na página da Nordestina Editora).
Posso, entretanto adiantar, sem prejuízo à leitura, que os poetas escreveram um texto edificante, tendo como princípio um mundo cruel, cheio de violência e sem esperança a quem nele nasce e vive.  Isso me fez pensar: é realmente o homem produto do meio em que vive?
Ao longo do poema Ferrabrás vai encontrar uma família que provocará nele a germinação da semente do amor ágape.
 -Sou Tomás, esta é Joana

E nossa filha querida

Tem o nome de Luzia

O jovem disse em seguida:

-O meu nome é Ferrabrás,

Bandido de alma perdida. 

(página 5).


Nem tudo está perdido quando acreditamos no homem e este se deixa  transformar por aquele que o pôs aqui. Como bem disse Francisco de Assis: O amor faz o amargo ficar doce.
 
Mané Beradeiro
Parnamirim-RN, 18 maio 2020.







sábado, 16 de maio de 2020

UMA GRANDE TRAVESSURA DO MENINO ANTONIO SOARES FILHO

Travessuras são coisas próprias das crianças e jovens. A que irei contar agora foi feita por ANTONIO SOARES DE ARAÚJO FILHO.  Quando ele tinha 15 anos ( 1929), ele leu que o Presidente dos Estados Unidos da América, Herbert Hoover estava visitando o Brasil e iria passa ao largo de Natal,  no navio Utah.
Herbert Hoover
 Foi aí que ele planejou e executou uma travessura que teve dimensão além do que esperava.  Escreveu numa folha de papel "Good Year - Herbert Hoove",  pôs dentro de uma garrafa e como estava passando as férias na  praia da Redinha, lançou-a dentro do mar, naquele dia 23 de janeiro de 1929. A garrafa foi encontrada por Tarcísio Medeiros (seu primo) que a levou ao Professor Luiz Soares ( tio de Antonio).
Foto do blog  Tok de História (26.07.2019)
 O Professor Luiz Soares apresentou o material na redação do jornal "A República", que no dia 25 de janeiro de 1929, página 2,  publicou uma matéria com a seguinte manchete: "Uma saudação do Presidente Herbert Hoover" . Alguns exemplares do jornal foram enviados à Casa Branca. 

Antonio Soares Filho (1914-1996)

Esta foi sem dúvida uma traquinice que fez com quê o mais famoso jornal do Rio Grande do Norte publicasse uma notícia que não era verdadeira.

Mané Beradeiro
16 de maio de 2020

Fonte: Memória Viva - entrevista com Antonio Soares de Araújo Filho - Natal/RN - Nossa Editora, s/a.


PASSEIO NA CHUVA



Desde  ontem à noite que chove intensamente. E hoje, logo cedo, acordei e tão logo saí do banheiro eu escutei ele me chamando:
-Vamos passear hoje, está um dia lindo!
-Não, não podemos. Está chovendo e tudo levar a crer que continuará assim, "Chuva, Chuvai" como escreveu José Mauro de Vasconcelos.
Minha resposta não o convenceu, ao contrário, atiçou ainda mais o seu desejo de sair pelas ruas.
-Não dá, você não percebe que estamos vivendo uma período de quarentena e quanto mais nos protegermos melhor para nossas vidas?
-Nossas não, suas vidas! Eu não sou vítima desta pandemia. 
-Concordo, mas não vou sair.
Ele ficou ali, quietinho, triste, fechado, parecia um viúvo ou um velho padre de batina.
Não me contive.  Peguei-o pelo pé, coloquei a máscara no rosto e saímos para um pequeno passeio pelas ruas perto de casa. 
Ele  se abriu, molhava-se todo, e feliz repetia:
-Chuva, Chuvai!

Francisco Martins
16 maio 2020

sexta-feira, 15 de maio de 2020

EU CONFESSO: TAMBÉM FUI GAROTO


 
Eu confesso:
Já usei o espelho no sapato
Não perdi o lance da escada
e olhei pela fechadura

Francisco Martins

CLORAQUINA




Se a Cloraquina fosse uma mulher
Dois Ministros já derrubou
Um Presidente por ela se apaixonou
E a nação brasileira na cloaca tomou!

Mané Beradeiro

terça-feira, 12 de maio de 2020

ABELHINHA NENÉ CONTA DOUTOR BUTI

Quem conta histórias desenha tatuagens nas almas daquelas pessoas que as escuta. Não é um ofício para qualquer mortal, há  todo um jeito e um caminho a seguir.  A Professora Neriane Rodrigues da Silva, que trabalha na Escola Municipal Felipe Tavares de Paiva, em Taborda (São José de Mipibu-RN), tem  percorrido este caminho. Ela personifica a Abelhinha Nené, desde dezembro de 2019, uma operária de uma colmeia cheia de livros, cujo néctar, extraído das palavras, é a matéria prima que vai produzir a geleia real dos leitores. Tive a felicidade de ser contemplado com a arte de Neriane Rodrigues, que entregou às patinhas da Abelhinha Nené, o meu primeiro livro infantil: Doutor Buti. Assistam ao vídeo.



sexta-feira, 8 de maio de 2020

MEU HERÓI



Hoje eu vi um herói
Não tinha capa azul
Não tinha escudo
Não carregava nenhum martelo
Não ficava invisível
Tampouco verde.

O herói que eu vi hoje
Tinha um semblante cansado.
Usava indumentária branca
O que me fez pensar ser ele um anjo
E eu fiquei rodeando tentando descobrir as asas.

Meu herói não tinha asas!
Sua missão não exigia voar,
ao contrário, ele precisava estar com os pés no chão.
Neste chão cheio de coronavírus.

Meu herói é aquele profissional da linha de frente
Desta pandemia, ceifadora de sonhos e vidas.
Ele tem o poder exercido pelos técnicos de enfermagem,
enfermeiros, médicos, paramédicos, maqueiros, motoristas de ambulâncias,
os recepcionistas, secretários,  ASG, etc.

São eles meus heróis, tão humanos, tão cansados, tão santos.
Um deles me disse: Vamos vencer esta guerra!
Eu creio e quero que quando a pandemia passar, em cada praça deste Brasil
haja um monumento a estes heróis, homens e mulheres que defendem a vida.

Francisco Martins
08 de maio de 2020

terça-feira, 5 de maio de 2020

ASSIM DISSERAM ELAS ...




"Um cordel é o mesmo que um ato cirúrgico, tudo milimetricamente calculado, caso contrário mato o paciente  ou seja, o cordel!"

Nádia Ribeiro

MÁSCARA

Eu nem sei se vai prestar
Mas confesso meu intento
Para não morrer da praga
Deste grande mal  cruento 
Uso máscara  da mata
Dada pelo meu jumento 

Mané Beradeiro
04 maio 2020


NEWTON NAVARRO EM DEZ TELAS











segunda-feira, 4 de maio de 2020

domingo, 3 de maio de 2020

FILHO

Nove luas para te gerar,
a vida inteira para te cuidar em todas as fases.

Lisbeth Lima

sábado, 25 de abril de 2020

ANANIAS E OS EQUINOS FAMOSOS


ARTE DE RUA - FORTALEZA -CE







DOIS DOIDINHOS ARRUACEIROS

Como o poeta Mané Beradeiro ver os líderes Donald Trump e Kim-Jong un? Descubra assistindo o vídeo acima, onde o poeta declama o cordel "Dois Doidinhos Arruaceiros".

sexta-feira, 24 de abril de 2020

CACIMBA DE SÃO TOMÉ - A CASA DE ZEZÉ




Nesta casa da subida
Morou belo pequenino
Um escritor conhecido
Que viveu o seu destino
Lembramos seu centenário
Neste solo nordestino

Mané Beradeiro 

Foi aqui, na atual Avenida Câmara Cascudo, na divisa da Ribeira com a Cidade Alta, que morou José Mauro de Vasconcelos, cujo centenário de nascimento celebramos este anos (1920-2020). Ele foi autor de 21 livros. Dois deles falam do tempo em que morou na cidade, infância e adolescência (Vamos aquecer o sol e Doidão). Escreveu também "Barro Blanco", romance que se passa em Macau-RN. Seu livro mais conhecido é "O Meu Pé de Laranja Lima".

quinta-feira, 23 de abril de 2020

CRÔNICAS DA GRATIDÃO - LEMBRANÇA III - MEU AMIGO BRAZ

Na crônica de hoje eu quero prestar homenagem a Braz. Somos amigos desde o dia 6 de julho de 1973.Isso mesmo, em julho deste ano 2020 estaremos celebrando 47 anos de amizades.  Sejamos sinceros, quantos amigos ou amigas você tem que pode contar com mais de quatro décadas de convívio?

Braz  e eu tínhamos muito em comum quando éramos crianças. Vivíamos em ambientes rurais.   Eu tinha nove anos e ele  onze.  Braz não tinha irmãos e seus pais eram trabalhadores de uma fazenda na qual havia um castelo. Castelo? Sim!  E bem distante do Brasil, do outro lado do mundo.

Eu o conheci  através da leitura, quando meus pais trouxeram aquele presente que ainda hoje vive em minha biblioteca. Um romance escrito pela Condessa de Ségur, cujo título é: "Braz e a Primeira Comunhão". Braz pobre, menino sofrido, filho de uma mulher com personalidade forte.  Um livro cheio de ensinamentos sobre perdão, amor, obediência, fé, gratidão.  

Impossível dizer que o livro não tenha deixado marcas na minha personalidade, no meu caráter. Mamãe e papai devem ter escolhido  com muito carinho este amigo Braz.
 
Meu pai

Uma das coisas que me chamava atenção era o nome da autora: Condessa de Ségur. Como já conhecia a turma de Monteiro Lobato eu imaginava ser a autora uma conhecida do Visconde de Sabugosa. 
 
Minha mãe

Braz continua lá dentro daquele livro. o tempo para ele ainda é o mesmo, as páginas continuam na mesma numeração e a sequencia da sua vida nem aumentou nem tampouco diminuiu.

Quanto a minha história continua sendo escrita, não pela Condessa de Ségur, mas por outro escritor, que me viu antes de aparecer no ventre materno, que sabe quando me deito e levanto, para Ele nada há de escondido. E a este Escritor faço o mesmo pedido do Rei Davi:  "Sonda-me,  ó Deus,  e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno" (Salmo 139:23-24).

Francisco Martins
23 abril 2020
Parnamirim-RN 

Da mesma série:

A casa de Otto Guerra 
A Garagem 
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.

Salmos 139:23,24

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.

Salmos 139:23,24













  

segunda-feira, 20 de abril de 2020

ASSIM DISSERAM ELES ...




"A Ditadura é a forma mais frágil de governo" 

Aristóteles (384-322 a. C)