terça-feira, 13 de julho de 2021

AS RUAS CASCUDIANAS - CORDEL


 

JURANDYR NAVARRO - O ARQUEÓLOGO DO "MONTE"

 Hoje eu ouvi uma frase dita pelo escritor Jurandyr Navarro que muito me tocou. Quando ele me entregou o livro "Padre Monte e a Sabedoria", disse-me: "Este é o meu último livro", referindo-se ao encerramento das suas atividades como escritor. Confesso que aquelas palavras soaram dentro de mim como badaladas de um sino de uma antiga catedral, onde o som é carregado de histórias e reminiscências.

Jurandyr Navarro - foto da Tribuna do Norte

 Sei que Jurandyr Navarro é um escritor profícuo, sua produção literária tem um tema, um norte, que o faz ser o mais  abundante no assunto Padre Monte. Se não fosse sua dedicação, seu trabalho de pesquisa garimpando os textos do Padre Monte, a cultura do Rio Grande do Norte sofreria  de uma inestimável lacuna na produção deixada por esse sábio e Padre Monte, com certeza, seria hoje apenas uma foto em preto e branco pendurada numa parede de uma biblioteca, de uma escola ou perdida entre as páginas de um breviário. Mas o  olhar e a paixão de Jurandyr Navarro mudou o curso dessa história. Graças a ele podemos andar pelas ruas da cidade de "Montópolis", sim! a cidade que Jurandyr  Navarro escavou como o melhor dos arqueólogos e nos revelou suas ruas e avenidas literárias.

Como bem escreveu Lívio Oliveira, ele é um "homem-instituição". Proponho que seja tombado, imediatamente, como patrimônio  vivo e indispensável à nossa cultura.  92 anos vive conosco esta centelha  provinda de Deus.

Ainda quero escrever mais sobre ele. Voltarei trazendo nas mãos a lista dos seus livros. Breve!


Francisco Martins

13 de julho 2021

 

Notas


Lívio Oliveira: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/jurandyr-navarro-homem-instituia-a-o-chega-aos-90/443004

Foto de Jurandyr copiada do blog  http://blog.tribunadonorte.com.br/territoriolivre/em-plena-pandemia-jurandyr-foi-eleito-vice-da-academia/


segunda-feira, 12 de julho de 2021

A DAMA DOS VAMPIROS - NAZARETHE FONSECA

Nazarethe Fonseca, quem é? Provavelmente os leitores do meu blog nunca tenham ouvido falar nesse nome. O que ela faz e porque resolvi dedicar uma postagem à ela? Bem, Nazarethe Fonseca é uma cidadã brasileira, natural de São Luiz-MA, onde nasceu em 1973, tendo portanto 48 anos, mas reside em Natal. Temos algo em comum: livros.

 


É escritora, cujo ofício foi despertado aos 15 anos, mas consolidado aos 21 anos, quando criou a série "Alma e Sangue", formada por cinco livros. Nazarethe Fonseca é uma mulher que não cansa de escrever. Seus livros estão sempre voltados para a ficção sobre seres com poderes especiais, dando ênfase aos vampiros.

 "O Despertar do Vampiro" vamos encontrar edições dos anos 2000,   2001, 2004, 2009). 

Editora Aleph, ed. 2009

"O Império dos Vampiros" (2009); "Kara e Kmam"(2010), "O Pacto dos Vampiros" (2010) e "A Rainha dos Vampiros" (2011). A escritora teve a ideia de ficcionar nosso Imperador Dom Pedro I, fazendo dele um vampiro.


Seus livros estão disponíveis nas melhores livrarias do Brasil e também na loja virtual da Amazon. Tornei-me amigo da escritora e foi ela quem sugeriu que eu fizesse um blog ( quando eu nem sabia o que era isso). E justiça seja feita, ele não apenas sugeriu como criou e  ensinou a fazer as postagens. 


 A série Alma e Sangue  ganhou espaço em minha biblioteca.  Vou ler todos os volumes e resenhar, pois sei que irei despertar a curiosidade de leitores que ainda não conhecem  a dama dos vampiros - Nazarethe Fonseca - como escrevi acima, eu e Nazarethe Fonseca temos os livros em comum - o que nos difere é o mundo dos nossos personagens, cada escritor tem seu próprio mundo e nele habitam seus personagens.


Francisco Martins

12 de julho 2021


Nota

Foto de Nazareth - copiada do site <http://www.guardiadameianoite.com.br/2010/10/especial-de-halloween-entrevista.html>, visualizado em 12 de julho de 2021.


sexta-feira, 9 de julho de 2021

A PARTIDA DE ZILDA LOPES



Dona Zilda Lopes foi convocada a mudar de esfera. Foi viver do outro lado, onde na presença de Deus tudo é felicidade.

Partiu no dia 8 de julho, para chegar a tempo das festividades do centenário de nascimento do seu amigo Veríssimo de Melo, com quem trabalhou durante muitos anos no Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte.

Ela levou consigo vários álbuns sobre a História da Cultura do Rio Grande do Norte, nos quais constam registros do que vem sendo feito aqui. O coração de Zilda vai se abrir às indagações de todos aqueles que a conheceram e partiram antes dela. Falará de um tempo de pandemia, que obrigou os homens a ficarem distantes, mas não isolados, graças a internet.
Ela dirá do carinho que recebeu dos amigos e Conselheiros, dos lançamentos e livros que houve por aqui, das leituras dos jornais e tantas outras coisas mais que gostava de falar.
Dona Zilda partiu e deixou -me com a missão de conseguir localizar a pasta que está no apartamento da irmã, na qual há inúmeras informações sobre sua vida profissional.


Francisco Martins
09 de Julho 2021

domingo, 4 de julho de 2021

"A IGREJA DO DIABO" NA VISÃO DE UM LEITOR CRISTÃO

 


Em 1884 Machado de Assis então com 45 anos  publicou pela Garnier, um conjunto de contos intitulado "Histórias sem data". Nesse livro, o conto de abertura é "A Igreja do Diabo", que tem quatro capítulos. O texto trata exatamente do que declara o título - isto é - o Diabo funda uma Igreja.

O anjo decaído não nega seu caráter destruidor, "aquele que veio para destruir" tem bem ciente o seu papel: "...combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez" (Cap.I, Parágrafo I). Há nesse conto verdades bíblicas. É bom dizer que o autor, intelectual, que provavelmente tenha sido coroinha "na Igreja de Lampadosa, na altura dos seus catorze ou quinze anos....conheceu de perto a atmosfera  das Igrejas" (Massaud Moises- Coleção Vidas Ilustres - Volume Os Romancistas, ano 1961).

Quando lemos há muitas coisas que estão presentes nas entrelinhas, e com  maturidade de leitor vamos notando isso ao decorrer do nosso crescimento. São as sombras das frases! O fato do Diabo se apresentar a Deus - fez-me lembrar que no livro de Jó ele também esteve diante de Deus e debalde argumentou que  Jó só era fiel a Deus porque era rico e tinha uma família feliz. "Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face", diz o Diabo ( Jó 1:11). E é nesse livro de Jó que aprendemos ser o poder do Diabo limitado. "Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder, somente contra ele não estendas a mão" (Jó 1:12).

Voltando ao conto "A Igreja do Diabo" vemos no final do capítulo II, no último parágrafo:"Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mas Deus impusera-lhe silêncio". Notem a Onipotência de Deus mostrada por Machado de Assis neste parágrafo - Deus impusera-lhe silêncio! "Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula beneditina" - Aqui também nos deparamos com mais duas verdades bíblicas - presentes nas sombras das frases - são elas:

1)  Apocalipse 12:12b "Ai dos que habitem na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo"

2)  II Coríntios 11:14 "...Porque o próprio satanás se transfigura em anjo de luz"

Machado de Assis teve em certo tempo da sua vida, amizade com o Padre Silveira Sarmento, que lhe ensinou Latim. Isso foi em 1858 - tinha ele 19 anos. A influência do Padre Sarmento na formação do jovem Machado foi mais além do que o Latim.  O fato é que sabia escrever com maestria, não apenas no estilo literário, mas também na profundidade do assunto,  com domínio e conhecimento. Não podia ser diferente quem cresceu sempre nutrindo o gosto de ler.

Em 1856 - aos 17 anos - trabalhava na Tipografia Nacional - como aprendiz de tipógrafo. Um funcionário superior surpreendeu-o em falta,  porque lia em pleno expediente, encaminhou-o ao administrador da repartição que era Manuel Antonio de Almeida, autor do livro "Memórias de um Sargento de Milícias". Este passou a  ampará-lo e foi amigo de Machado de Assis até seus dias finais.

Chegando ao capítulo IV notamos que a Igreja do Diabo era sucesso. Estava presente nos quatro cantos da terra, mas havia O HOMEM no meio do caminho, lembrando a Pedra de Drummond que Machado não chegou a ler. E o homem - o mesmo que optou por perder o Paraíso lá no Gênesis - também agiu sendo infiel ao Diabo, mostrando "a eterna contradição humana".

Quero trazer a riqueza de elementos de intertextualidade que está presente nesse conto. São portas de diálogo que Machado de Assis deixa para o leitor abrir. Vejamos algumas:  Abrãao - homem natural de Ur, região da Caldeia, do qual se originaram o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo , religiões com crença em um único deus; Maomé - profeta que recebeu de Alá a inspiração para escrever o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos; Lutero - monge agostiniano que se tornou uma das figuras centrais da Reforma Protestante; Fausto - personagem de uma lenda popular alemã que fez pacto com o Diabo em troca da sua alma; Homero - poeta da Grécia antiga autor de Ilíada e Odisseia, além de outros.

Por fim, o que aprendemos com o conto?

Coisas assustadoras não podem ganhar ideia de normalidade

Natureza dissimulada é sempre perigosa

Quem mais compreende o homem é o seu Criador - Deus.


Francisco Martins




BIBLIOGRAFIA DE VERÍSSIMO DE MELO E CORDEL DO CENTENÁRIO

 

Na próxima semana,  estaremos comemorando os 100 anos de nascimento de Veríssimo de Melo. Um homem múltiplo, orgulho do Rio Grande do Norte. O pesquisador Francisco Martins  e  Cirlene Maciel de Oliveira Melo, Bibliotecária que trabalha no Museu Câmara Cascudo estão  em conjunto,  estruturando o livro "O Baú de Veríssimo de Melo - Ensaio Bibliográfico". Muitas informações já foram apanhadas e devidamente referenciadas no trabalho que  ainda será publicado esse ano.

 

Cirlene Melo

Enquanto a pesquisa não é publicada, Francisco Martins, que também dá vida ao heterônimo Mané Beradeiro, poeta, cordelista, aproveitou para escrever um cordel homenageando Veríssimo de Melo, o poema ganhou o título de  "Nas veredas de Veríssimo". 

 

Otávio Roosevelt

O folheto vai ser editado pelo selo Carolina Cartonera, com capa toda revestida em tecido e o desenho de abertura  é uma releitura feita pelo artista plástico Otávio Roosevelt, capista, xilógafo, tatuador. Breve daremos mais informações.

 

sábado, 3 de julho de 2021

LEITURINO LEVA SEMENTES DE VALORES CRISTÃOS ÀS CRIANÇAS


Desde quando teve início a pandemia da Covid-19 que as ações culturais do Palhaço Leiturino não se realizam. Mas hoje, com protocolos de segurança, Leiturino far-se-á presente num evento da Igreja Batista de Natal, que será realizado com as crianças que participam do projeto Semente, na Rua do Motor,  bairro Praia do Meio, em Natal-RN. O Palhaço Leiturino contará para as crianças a história "A Terra do Coração", que trata sobre valores cristãos que edificam.

 

Projeto Sementes
Data: 03 de julho 2021
Hora: 16
Local: Rua do Motor,  Praia do Meio - Natal
 

FRANCISCO MARTINS SE CAPACITA COM CURSOS DE ENCADERNAÇÃO

Buscando se aperfeiçoar na arte de encadernação,  Francisco Martins fez recentemente alguns cursos na área, através da "Escola O Velho Livreiro - OVL", que é ministrada por Pablo Peinado.

Os cursos foram os seguintes: 

1) Introdução à Encadernação

2) Processos Fundamentais na Encadernação

3) Ferramentas, Maquinários e Suprimentos do Encadernador

4) Encadernação Copta (com uma agulha e agulhas pareadas)

5) Sketchbook - Encadernação Lombada Quadrada (3 variações)

 Abaixo um dos certificados


Com o conhecimento adquirido e os exercícios, Francisco Martins busca cada vez mais fazer livros com qualidades, além de prestar serviços no campo. Tecidos, plásticos, couro, papel são materiais usados na produção.









 Orçamentos pelo WhatsApp (84) 8719-4534

 

sexta-feira, 2 de julho de 2021

CORDEL " AS RUAS CASCUDIANAS" RECEBEU ELOGIOS POR PARTE DA CRÍTICA

 


 "As Ruas Cascudianas", cordel  da autoria do poeta Mané Beradeiro, lançado em março de 2021, tem sido muito bem recebido pela crítica. O poeta ouviu elogios do Presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Diogenes da Cunha Lima, do jornalista e também Acadêmico Vicente Serejo, do Presidente do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte, Iaperi Araújo, da Presidente do  Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo, Daliana Cascudo Roberti Leite, além de outras personalidades que também mandaram mensagens para o poeta Mané Beradeiro.


As vendas estão sendo feitas pela internet, diretamente com o poeta Mané Beradeiro, através do WhasApp (84) 8719-4534, ao preço de R$ 10,00 (dez reais) já com as despesas postais. Uma peculiaridade desse cordel é a capa. Ela é feita seguindo a arte dos livros cartoneros, que usam material reciclado. No cordel, o poeta Mané Beradeiro usa como principal material caixas de sapato, que foram fornecidas pelas Lojas Viggo, mas especificamente a do Natal Shopping. Outra coisa: a edição foi de 500 exemplares e todas com capas diferentes.



 O cordel "As Ruas Cascudianas" tem 47 estrofes, sendo 46 em septilhas e 1 décima. Trata sobre todas as ruas de Natal, capital do Rio Grande do Norte, que recebeu Câmara Cascudo como morador, o Provinciano Incurável.  


 Após o texto do poema, o poeta Mané Beradeiro fez uso de fotos das ruas e casas, notas explicativas e  referências  das fontes pesquisadas. Adquira o seu exemplar.


Serviço:
Cordel As Ruas Cascudianas
Preço R$10,00
Contato por WhatsApp (084) 8719-4534
Envio para todo Brasil


Francisco Martins

02 de julho de 2021

 

 

 

BOAS NOVAS AOS LEITORES E VISITANTES DO BLOG

 Olá, o blog passou por mais de mês sem receber nenhuma postagem.  Não foi falta de assunto, mas é que eu estava me dedicando a outras tarefas e vi que não tinha tanto tempo disponível para  fazer as matérias como gosto que sejam feitas. Ademais, sempre ao longo do ano, reservo um mês para descansar do blog e em 2021 o  período escolhido foi junho, mais precisamente do dia 28 de maio até ontem, 1 de julho.

Francisco Martins

Retomo hoje, 2 de julho, trazendo algumas notícias. Acompanhe  e saiba das novidades.


Francisco Martins

02 de julho de 2021

 

 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

DEDÉ SIMIÃO BUSCA A IMORTALIDADE NA ACLA



CANDIDATOS À ACLA
Dando continuidade à apresentação dos acadêmicos que concorrerão às vagas disponíveis das cadeiras da ACLA, apresentamos artigo de J Simião Severo, mais conhecido como Dedé Simião, que concorre à vaga da cadeira nº 20.
Lembramos que neste sábado, dia 29 de maio, às 15 h, a ACLA se reunirá virtualmente para cumprir a última etapa do processo seletivo de escolha dos nomes dos candidatos.
MÚSICA: ENTRE O RACIONAL E O MOMENTÂNEO.
Antes de tudo, faz-se necessário deixar claro que o termo “música popular brasileira (MPB)” está relacionado a toda música composta a partir das especificidades da cultura popular no país, abrangendo desde o folclore a outros estilos, por exemplo, música pop, funk dentre outros. A propósito, existe uma linha de pensamento entre pesquisadores e professores de música para melhor especificar um termo para o tipo de composição elaborada com maior expressividade e relações técnicas musicais. Assim, teremos o termo “Música Brasileira Popular (MBP)”.
Desse modo, a Música Brasileira Popular (MBP) vem perdendo cada vez mais espaço para o que podemos denominar de música de “massa”, para a “massa”, ou ainda, a qual considero música descartável. Sobre estes últimos termos, justifica o curto prazo de “vida” que a mesma possui, melhor falando, podemos observar a rapidez que determinados sucessos momentâneos são esquecidos pelo grande público e por quem as consomem. Por outro lado, tanto o mercado fonográfico quanto as redes sociais exercem forte influência para a valorização dessa vertente. Ademais, faz-se necessário mencionar que não só a música disponibilizada nas mídias molda os sentidos de gênero dos adolescentes, bem como os estilos dos adolescentes também influenciam a indústria musical.
Considerando que a música é inerente ao ser humano, e sendo assim uma maneira de expressão, ela fala muito de uma comunidade e de um indivíduo, de uma personalidade. Desse modo, se queremos conhecer o intelecto ou até mesmo a concepção de “mundo” de uma pessoa, descubramos que tipo de música ela gosta de ouvir. Não é intenção exibir juízo de valor para qualquer que seja o gênero musical, pois, acredito que se existe exagero de uma sociedade valorizar somente um tipo de música que é exposta como música “atual”, isso fez parte (e ainda faz) de uma enculturação enraizada e disponibilizada de maneira fácil. Existe todo um contexto que pode identificar as práticas e “consumo” musical.
A música é uma forma de expressão que se faz presente em cultos, momentos festivos, dentre muitos outros. Assim, podemos distingui-la através de três dimensões: plano emocional, racional e corporal. O emocional se refere à música que mexe com nosso sentimento. O racional, favorece aos músicos no sentido de eles terem certas vivências que disponibilizam uma percepção mais técnica musical, sendo automaticamente induzidos a pensarem nos aspectos rítmicos, melódicos, escalas utilizadas, forma musical, dentre outros pontos técnicos musicais. Entretanto, é oportuno mencionar que o racional não é especifico apenas dos músicos, uma vez que qualquer pessoa pode estudar história da música, por exemplo, e extrair conteúdos por meio da apreciação. Além disso, cada pessoa pode sentir uma determinada música de forma diferente, conforme suas experiências culturais. Portanto, a racionalidade implica uma compreensão, levando em consideração que há muito para se compreender na música além da técnica e virtuosidade. Já o corporal, tem somente a intenção em levar o ouvinte ao ato de dançar, não contemplando aspectos melódicos, harmônicos e até mesmo poéticos excepcionais.
A mídia impõe, e por isso, muitos acham que é de melhor qualidade, resultando em atrofiamento musical de quem se fecha apenas para uma vertente disponibilizada. Quando falo em mídia, também estou incluindo a internet com suas redes sociais, as quais exercem forte influência na atualidade. Podemos notar essa falta de apreciação em muitos gêneros brasileiros, por exemplo, a Seresta, que é tido como estilo musical que busca homenagear os romances e cantar as amizades.
Em detrimento as diversas possibilidades que a música, MBP, dispõe para que as pessoas possam se expressar por meio de maiores possibilidades sonoras musicais, bem como pelas poéticas que retratam sentimentos reais e emocionais, os falados hits do momento são levados para o topo do sucesso momentâneo apenas por conterem uma estrutura musical que contempla somente ao corporal, e que por vezes enfatizam e apelam para performances de danças e letras exacerbados.
Nesse sentido, considerando a música também uma forma de comunicação humana, é provável que a mesma tenha relação com o desenvolvimento reflexivo e intelectual do indivíduo. Assim sendo, o que vivemos hoje em nossa sociedade em relação aos estímulos e reações adversas emergentes, pode estar intrinsecamente relacionado aos hábitos enfatizados por um determinado grupo ou sociedade.
Nessa perspectiva, o gênero Seresta, estilo o qual fez parte da cultura ceará-mirinense, bem como outros estilos etnograficamente recriados em nossa cidade, entram em declínio e perde espaço para uma cultura de “massa”, fenômeno esse recorrente em todo o Brasil. É preciso considerar o “passado” para se consolidar um futuro mais étnico e genuíno, que possa revigorar conscientemente valores históricos e humanitários. Ceará-Mirim foi “palco” de grandes Serestas e de “personagens” esquecidos ou pouco lembrados, por exemplo, os violonistas Misael Coelho e Raimundinho, que com suas maneiras de cantar e encantar deram contribuições para a cultura local. Sobre esses assuntos, espero retornar a escrever sobre essas e outras figuras que de uma forma ou de outra contribuíram para a cultura popular musical local.
Efetivamente, de forma geral, vivemos em um tempo de fácil acesso a conhecimentos de altíssimos níveis, entretanto, a maioria prefere permanecer ao que rotulam de “moderno”, ou seja, buscam por “modinhas musicais” descartáveis. Ora! ser moderno é ser simplório? Deixo essa pergunta para uma reflexão. Não quero dizer com isso que não seja viável usufruir da música feita para o plano corporal, afinal, ainda existem boas músicas para este fim. Resumindo, vejo a não valorização da música composta com o intuito emocional e racional, um fato pertinente a uma educação a qual abrange família, escola, professores, pessoas de voz ativa na sociedade, bem como, uma responsabilidade de cada um de nós como seres étnicos.

COMEÇA HOJE A 26ª FIART

 


NOTA DE PESAR






Entidades culturais como o Conselho Estadual de Cultura, a Fundação José Augusto e a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras expressam profundas condolências pelo falecimento do jornalista e escritor João Batista Machado aos 78 nos de idade, ocorrido na manhã desta quarta-feira (26) em Natal, vítima de um câncer intestinal e complicações da Covid 19.
Considerado um dos maiores repórteres políticos da história do jornalismo potiguar, escreveu inúmeros livros referenciais sobre o tema como “1960: Explosão de Paixão e Ódio”, “Como se fazia um governador durante o Regime Militar”, “De 35 ao AI-5”, “Política no Atacado e a Varejo”, “Anotações de um Repórter Político”,“Perfil da República no Rio Grande do Norte”, “Testemunha de Ausentes” e “Resgate da Memória Política”, entre outras obras.
Natural de Assu, Machadinho passou pelas redações dos jornais Tribuna do Norte e Diário de Natal, exerceu o cargo de assessor de imprensa de quatro governadores do Estado e da Prefeitura de Natal. Foi também assessor de imprensa da Federação do Comércio do Rio Grande do Norte, SESC/SENAC e Tribunal de Contas do Estado. Como escritor ocupava a cadeira 32. João Batista Machado foi um grande jornalista que marcou a literatura política do Rio Grande do Norte.

terça-feira, 11 de maio de 2021

A RESILIÊNCIA DO CORDEL BRASILEIRO

 Todos sabemos que o cordel brasileiro deve seu crescimento e estruturação  a Leandro Gomes de Barros (1865 - 1918).  Entretanto, é inegável dizer que bem antes dele já existiam folhetos de cordéis que eram lidos, a saber:

1) "Cantigas Oferecidas aos Moleques" (1824) - descoberto pelo pesquisador Victor Ramos, impresso em Paris.

2) "A Pedra do Reino" (1836) -  que o pesquisador Ariano Suassuna  atesta ter circulado pelo estado da Paraíba.

3) "Testamento que faz um macaco, especificando suas gentilezas, gaiatices, sagacidades, etc" (1865), impresso em Recife - autor desconhecido - descoberto pelo pesquisador Orígenes Lessa.

4) "O Imposto do Vintém" (1880) - de João de Sant'Ana de Maria, o Santaninha, poeta que foi descoberto por Sílvio Romero, mas que recebeu  indumentária lavada e bem passada pelos pesquisadores Arievaldo Vianna e Stélio Torquato, no livro: "Santaninha: um poeta popular na capital do Império".

Oba! Império. É essa palavra que eu estava buscando para poder trazer outra informação que achei importante.  Você sabia que o maior escritor da língua portuguesa brasileira, Machado de Assis, tomou conhecimento do cordel? Sim, é ele próprio quem vai nos dizer. É bem verdade que não há nenhuma citação de títulos e autor, mas Machado de Assis cita isso  numa crônica escrita em 1º de agosto de 1877.

Ah,  o cordel! Esta poesia resiliente que vem atravessando os anos, as crises, construindo sua história e com sua estrutura dizendo às gerações de ontem, hoje e amanhã:  eu sou forte!.


Mané Beradeiro

Parnamirim-RN, 11 de maio de 2021.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

sábado, 8 de maio de 2021

A PRAÇA DA PAZ DE DEUS




Todo ciclista merece parar na Praça da Paz de Deus.
Todo homem deve ir pelo menos uma vez a essa Praça.
Toda criança deve ter o direito de contemplar a fonte e as palmeiras imperiais desse lugar.
Todo poeta, independente da Fé ou do Credo, deveria se sentar nos bancos azuis da Praça da Paz de Deus.


Nela há transeuntes de várias idades.
Nas copas das árvores sentam e cantam passarinhos.
O piso que reveste a Praça traz a cor dos dias vividos,
A marca das pisadas de homens e mulheres que por aqui passaram.


A Praça da Paz de Deus fica no centro de Parnamirim,
Mas você pode construir a sua em seu coração.


Francisco Martins


COMUNICADO SOBRE DECISÃO DA DIRETORIA DA ACLA

 








CHICO DE IAIÁ : UM BOM PROGRAMA PARA DOMINGO

 


domingo, 2 de maio de 2021

"POR UMA VANGUARDA NORDESTINA" 2ª EDIÇÃO



*Após 45 anos, livro “Por uma Vanguarda Nordestina” terá 2ª edição lançada no próximo sábado (8)*


A segunda edição da obra do poeta Anchieta Fernandes é uma iniciativa do Selo Literário Gajeiro Curió. O livro foi viabilizado por meio do edital da Lei Aldir Blanc (Lei Federal nº 14.017/2020).


A obra exemplar de poesia visual “Por uma Vanguarda Nordestina”, lançada em 1976, conta com uma nova edição. Um dos grandes mentores do Poema/Processo, Anchieta Fernandes, teve sua obra revisitada pelo poeta e sebista, Oreny Jr., e será destaque no cenário cultural do próximo fim de semana, em Natal.


Esta segunda edição foi revista e ampliada pelo Selo Gajeiro Curió. Para o editor Oreny Jr, responsável pela segunda edição do livro, é uma honra ter a circulação desta obra tão representativa na história literária potiguar e nacional. “É de uma alegria ímpar, imensurável, de um garoto vindo da Zona Oeste da capital, bairro da Cidade da Esperança, estar participando diretamente do meio literário vanguarda potiguar. Esta segunda edição é a continuidade na leitura do POEM'ARTE, o objeto/poema, a transfiguração, a simbiose do gráfico-visual no poema que encanta”, disse.


O lançamento acontecerá no próximo sábado (8), no Mercado Cultural de Petrópolis, das 10h às 14h. Em razão da pandemia da Covid-19, o evento respeitará as medidas de biossegurança, não permitindo aglomerações e cumprindo o distanciamento social. Os exemplares estarão à venda no local.


Durante a segunda metade do século XX, a região Nordeste, neste caso específico, no Rio Grande do Norte, o escritor Anchieta Fernandes foi um dos grandes precursores da poesia de vanguarda. Inovar as formas poéticas trouxe aos solos potiguares, um brilhantismo em cada letra escolhida e muito bem apresentada aos olhos do leitor. Para o autor, este livro não é uma edição, é praticamente um novo livro, acrescentando explicação de temas confluentes, estudos e críticas sobre produtores de vanguarda mais recentes.


“Foram retiradas nesta segunda edição análises de produções ficcionais normais, que, embora publicadas na primeira edição, não fazem parte do universo da vanguarda, aqui no Rio Grande do Norte. Após quase meio século de lançamento da primeira edição, a realidade, hoje, é outra. O mundo avançou mais, tecnologicamente, e muitas ideias interessantes para nova linguagem poética tem surgido desde então”, explicou.


O livro possui 191 páginas, com edição do Selo Literário Gajeiro Curió, por meio do poeta Oreny Jr. O projeto gráfico fica por conta de José Áglio; capa por Avelino de Araújo; produção executiva, por Dorian Lima e Raquel Lucena. A obra é dividida em duas partes, cada uma com oito e cinco capítulos, respectivamente.


“Por ter uma idade avançada e como medida de segurança, Anchieta não estará presente fisicamente, mas com certeza, acompanhará o evento por vídeo e sentirá toda nossa alegria com o lançamento de uma das obras mais ricas do nosso Estado”, finalizou Oreny.


Sobre Anchieta Fernandes
Anchieta fundou os jornais “O Popular” (1953), “O Juvenil” (1955), “Juventude” (1960) e “Lolita” (1987-1990). Manteve colunas nos jornais “A República”, “Prisma”, “Tribuna do Norte”, “Diário de Natal/O Poti”, “Jornalzinho do Sebo Vermelho” e “O Canguleiro”.


Entre as obras do escritor caraubense, hoje aos 81 anos, estão: “Femina Infantis” (1987), “Écran Natalense, Capítulos da História do Cinema em Natal” (1992), “Poema/Processo: Perguntas e Respostas” (1992), “Poliantéia, Homenagem Póstuma a Reinaldo Fernandes Pimenta Filho” (1996), “História da Imprensa Oficial do Rio Grande do Norte” (2006). Além das produções citadas, Anchieta teve inúmeros trabalhos incluídos em antologias nacionais e internacionais.


Poema/Processo
Ocorrido no Brasil entre 1967 a 1972, em plena Ditadura Militar, o poema/processo foi um movimento artístico de vanguarda. Surgiu em duas capitais do país simultaneamente: Rio de Janeiro (RJ) e em Natal (RN), se espalhando pelo Brasil. Esse movimento apresentou uma nova forma de fazer poesia a partir de uma nova linguagem.

Serviço:
Lançamento da reedição do livro “Por uma Vanguarda Nordestina”, do autor Anchieta Fernandes
Dia: 08 de maio (sábado)
Hora: Das 10h às 14h
Formato: Take Away (Passe e retire)
Onde: Mercado Cultural de Petrópolis | Box 41
Endereço: Av. Hermes da Fonseca, 804, Petrópolis/Natal
Valor do livro: R$50,00

- Contato para entrevistas: Oreny Jr. (84) 99606-8957