terça-feira, 13 de julho de 2021
JURANDYR NAVARRO - O ARQUEÓLOGO DO "MONTE"
Hoje eu ouvi uma frase dita pelo escritor Jurandyr Navarro que muito me tocou. Quando ele me entregou o livro "Padre Monte e a Sabedoria", disse-me: "Este é o meu último livro", referindo-se ao encerramento das suas atividades como escritor. Confesso que aquelas palavras soaram dentro de mim como badaladas de um sino de uma antiga catedral, onde o som é carregado de histórias e reminiscências.
Jurandyr Navarro - foto da Tribuna do Norte |
Sei que Jurandyr Navarro é um escritor profícuo, sua produção literária tem um tema, um norte, que o faz ser o mais abundante no assunto Padre Monte. Se não fosse sua dedicação, seu trabalho de pesquisa garimpando os textos do Padre Monte, a cultura do Rio Grande do Norte sofreria de uma inestimável lacuna na produção deixada por esse sábio e Padre Monte, com certeza, seria hoje apenas uma foto em preto e branco pendurada numa parede de uma biblioteca, de uma escola ou perdida entre as páginas de um breviário. Mas o olhar e a paixão de Jurandyr Navarro mudou o curso dessa história. Graças a ele podemos andar pelas ruas da cidade de "Montópolis", sim! a cidade que Jurandyr Navarro escavou como o melhor dos arqueólogos e nos revelou suas ruas e avenidas literárias.
Como bem escreveu Lívio Oliveira, ele é um "homem-instituição". Proponho que seja tombado, imediatamente, como patrimônio vivo e indispensável à nossa cultura. 92 anos vive conosco esta centelha provinda de Deus.
Ainda quero escrever mais sobre ele. Voltarei trazendo nas mãos a lista dos seus livros. Breve!
Francisco Martins
13 de julho 2021
Notas
Lívio Oliveira: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/jurandyr-navarro-homem-instituia-a-o-chega-aos-90/443004
Foto de Jurandyr copiada do blog http://blog.tribunadonorte.com.br/territoriolivre/em-plena-pandemia-jurandyr-foi-eleito-vice-da-academia/
segunda-feira, 12 de julho de 2021
A DAMA DOS VAMPIROS - NAZARETHE FONSECA
Nazarethe Fonseca, quem é? Provavelmente os leitores do meu blog nunca tenham ouvido falar nesse nome. O que ela faz e porque resolvi dedicar uma postagem à ela? Bem, Nazarethe Fonseca é uma cidadã brasileira, natural de São Luiz-MA, onde nasceu em 1973, tendo portanto 48 anos, mas reside em Natal. Temos algo em comum: livros.
É escritora, cujo ofício foi despertado aos 15 anos, mas consolidado aos 21 anos, quando criou a série "Alma e Sangue", formada por cinco livros. Nazarethe Fonseca é uma mulher que não cansa de escrever. Seus livros estão sempre voltados para a ficção sobre seres com poderes especiais, dando ênfase aos vampiros.
"O Despertar do Vampiro" vamos encontrar edições dos anos 2000, 2001, 2004, 2009).
Editora Aleph, ed. 2009 |
"O Império dos Vampiros" (2009); "Kara e Kmam"(2010), "O Pacto dos Vampiros" (2010) e "A Rainha dos Vampiros" (2011). A escritora teve a ideia de ficcionar nosso Imperador Dom Pedro I, fazendo dele um vampiro.
Seus livros estão disponíveis nas melhores livrarias do Brasil e também na loja virtual da Amazon. Tornei-me amigo da escritora e foi ela quem sugeriu que eu fizesse um blog ( quando eu nem sabia o que era isso). E justiça seja feita, ele não apenas sugeriu como criou e ensinou a fazer as postagens.
A série Alma e Sangue ganhou espaço em minha biblioteca. Vou ler todos os volumes e resenhar, pois sei que irei despertar a curiosidade de leitores que ainda não conhecem a dama dos vampiros - Nazarethe Fonseca - como escrevi acima, eu e Nazarethe Fonseca temos os livros em comum - o que nos difere é o mundo dos nossos personagens, cada escritor tem seu próprio mundo e nele habitam seus personagens.
Francisco Martins
12 de julho 2021
Nota
Foto de Nazareth - copiada do site <http://www.guardiadameianoite.com.br/2010/10/especial-de-halloween-entrevista.html>, visualizado em 12 de julho de 2021.
sexta-feira, 9 de julho de 2021
A PARTIDA DE ZILDA LOPES
domingo, 4 de julho de 2021
"A IGREJA DO DIABO" NA VISÃO DE UM LEITOR CRISTÃO
Em 1884 Machado de Assis então com 45 anos publicou pela Garnier, um conjunto de contos intitulado "Histórias sem data". Nesse livro, o conto de abertura é "A Igreja do Diabo", que tem quatro capítulos. O texto trata exatamente do que declara o título - isto é - o Diabo funda uma Igreja.
O anjo decaído não nega seu caráter destruidor, "aquele que veio para destruir" tem bem ciente o seu papel: "...combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez" (Cap.I, Parágrafo I). Há nesse conto verdades bíblicas. É bom dizer que o autor, intelectual, que provavelmente tenha sido coroinha "na Igreja de Lampadosa, na altura dos seus catorze ou quinze anos....conheceu de perto a atmosfera das Igrejas" (Massaud Moises- Coleção Vidas Ilustres - Volume Os Romancistas, ano 1961).
Quando lemos há muitas coisas que estão presentes nas entrelinhas, e com maturidade de leitor vamos notando isso ao decorrer do nosso crescimento. São as sombras das frases! O fato do Diabo se apresentar a Deus - fez-me lembrar que no livro de Jó ele também esteve diante de Deus e debalde argumentou que Jó só era fiel a Deus porque era rico e tinha uma família feliz. "Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face", diz o Diabo ( Jó 1:11). E é nesse livro de Jó que aprendemos ser o poder do Diabo limitado. "Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder, somente contra ele não estendas a mão" (Jó 1:12).
Voltando ao conto "A Igreja do Diabo" vemos no final do capítulo II, no último parágrafo:"Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mas Deus impusera-lhe silêncio". Notem a Onipotência de Deus mostrada por Machado de Assis neste parágrafo - Deus impusera-lhe silêncio! "Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula beneditina" - Aqui também nos deparamos com mais duas verdades bíblicas - presentes nas sombras das frases - são elas:
1) Apocalipse 12:12b "Ai dos que habitem na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo"
2) II Coríntios 11:14 "...Porque o próprio satanás se transfigura em anjo de luz"
Machado de Assis teve em certo tempo da sua vida, amizade com o Padre Silveira Sarmento, que lhe ensinou Latim. Isso foi em 1858 - tinha ele 19 anos. A influência do Padre Sarmento na formação do jovem Machado foi mais além do que o Latim. O fato é que sabia escrever com maestria, não apenas no estilo literário, mas também na profundidade do assunto, com domínio e conhecimento. Não podia ser diferente quem cresceu sempre nutrindo o gosto de ler.
Em 1856 - aos 17 anos - trabalhava na Tipografia Nacional - como aprendiz de tipógrafo. Um funcionário superior surpreendeu-o em falta, porque lia em pleno expediente, encaminhou-o ao administrador da repartição que era Manuel Antonio de Almeida, autor do livro "Memórias de um Sargento de Milícias". Este passou a ampará-lo e foi amigo de Machado de Assis até seus dias finais.
Chegando ao capítulo IV notamos que a Igreja do Diabo era sucesso. Estava presente nos quatro cantos da terra, mas havia O HOMEM no meio do caminho, lembrando a Pedra de Drummond que Machado não chegou a ler. E o homem - o mesmo que optou por perder o Paraíso lá no Gênesis - também agiu sendo infiel ao Diabo, mostrando "a eterna contradição humana".
Quero trazer a riqueza de elementos de intertextualidade que está presente nesse conto. São portas de diálogo que Machado de Assis deixa para o leitor abrir. Vejamos algumas: Abrãao - homem natural de Ur, região da Caldeia, do qual se originaram o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo , religiões com crença em um único deus; Maomé - profeta que recebeu de Alá a inspiração para escrever o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos; Lutero - monge agostiniano que se tornou uma das figuras centrais da Reforma Protestante; Fausto - personagem de uma lenda popular alemã que fez pacto com o Diabo em troca da sua alma; Homero - poeta da Grécia antiga autor de Ilíada e Odisseia, além de outros.
Por fim, o que aprendemos com o conto?
Coisas assustadoras não podem ganhar ideia de normalidade
Natureza dissimulada é sempre perigosa
Quem mais compreende o homem é o seu Criador - Deus.
Francisco Martins
BIBLIOGRAFIA DE VERÍSSIMO DE MELO E CORDEL DO CENTENÁRIO
Na próxima semana, estaremos comemorando os 100 anos de nascimento de Veríssimo de Melo. Um homem múltiplo, orgulho do Rio Grande do Norte. O pesquisador Francisco Martins e Cirlene Maciel de Oliveira Melo, Bibliotecária que trabalha no Museu Câmara Cascudo estão em conjunto, estruturando o livro "O Baú de Veríssimo de Melo - Ensaio Bibliográfico". Muitas informações já foram apanhadas e devidamente referenciadas no trabalho que ainda será publicado esse ano.
Enquanto a pesquisa não é publicada, Francisco Martins, que também dá vida ao heterônimo Mané Beradeiro, poeta, cordelista, aproveitou para escrever um cordel homenageando Veríssimo de Melo, o poema ganhou o título de "Nas veredas de Veríssimo".
O folheto vai ser editado pelo selo Carolina Cartonera, com capa toda revestida em tecido e o desenho de abertura é uma releitura feita pelo artista plástico Otávio Roosevelt, capista, xilógafo, tatuador. Breve daremos mais informações.
sábado, 3 de julho de 2021
LEITURINO LEVA SEMENTES DE VALORES CRISTÃOS ÀS CRIANÇAS
Desde quando teve início a pandemia da Covid-19 que as ações culturais do Palhaço Leiturino não se realizam. Mas hoje, com protocolos de segurança, Leiturino far-se-á presente num evento da Igreja Batista de Natal, que será realizado com as crianças que participam do projeto Semente, na Rua do Motor, bairro Praia do Meio, em Natal-RN. O Palhaço Leiturino contará para as crianças a história "A Terra do Coração", que trata sobre valores cristãos que edificam.
FRANCISCO MARTINS SE CAPACITA COM CURSOS DE ENCADERNAÇÃO
Buscando se aperfeiçoar na arte de encadernação, Francisco Martins fez recentemente alguns cursos na área, através da "Escola O Velho Livreiro - OVL", que é ministrada por Pablo Peinado.
Os cursos foram os seguintes:
1) Introdução à Encadernação
2) Processos Fundamentais na Encadernação
3) Ferramentas, Maquinários e Suprimentos do Encadernador
4) Encadernação Copta (com uma agulha e agulhas pareadas)
5) Sketchbook - Encadernação Lombada Quadrada (3 variações)
Abaixo um dos certificados
Com o conhecimento adquirido e os exercícios, Francisco Martins busca cada vez mais fazer livros com qualidades, além de prestar serviços no campo. Tecidos, plásticos, couro, papel são materiais usados na produção.
Orçamentos pelo WhatsApp (84) 8719-4534
sexta-feira, 2 de julho de 2021
CORDEL " AS RUAS CASCUDIANAS" RECEBEU ELOGIOS POR PARTE DA CRÍTICA
"As Ruas Cascudianas", cordel da autoria do poeta Mané Beradeiro, lançado em março de 2021, tem sido muito bem recebido pela crítica. O poeta ouviu elogios do Presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Diogenes da Cunha Lima, do jornalista e também Acadêmico Vicente Serejo, do Presidente do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte, Iaperi Araújo, da Presidente do Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo, Daliana Cascudo Roberti Leite, além de outras personalidades que também mandaram mensagens para o poeta Mané Beradeiro.
As vendas estão sendo feitas pela internet, diretamente com o poeta Mané Beradeiro, através do WhasApp (84) 8719-4534, ao preço de R$ 10,00 (dez reais) já com as despesas postais. Uma peculiaridade desse cordel é a capa. Ela é feita seguindo a arte dos livros cartoneros, que usam material reciclado. No cordel, o poeta Mané Beradeiro usa como principal material caixas de sapato, que foram fornecidas pelas Lojas Viggo, mas especificamente a do Natal Shopping. Outra coisa: a edição foi de 500 exemplares e todas com capas diferentes.
O cordel "As Ruas Cascudianas" tem 47 estrofes, sendo 46 em septilhas e 1 décima. Trata sobre todas as ruas de Natal, capital do Rio Grande do Norte, que recebeu Câmara Cascudo como morador, o Provinciano Incurável.
Após o texto do poema, o poeta Mané Beradeiro fez uso de fotos das ruas e casas, notas explicativas e referências das fontes pesquisadas. Adquira o seu exemplar.
Francisco Martins
02 de julho de 2021
BOAS NOVAS AOS LEITORES E VISITANTES DO BLOG
Olá, o blog passou por mais de mês sem receber nenhuma postagem. Não foi falta de assunto, mas é que eu estava me dedicando a outras tarefas e vi que não tinha tanto tempo disponível para fazer as matérias como gosto que sejam feitas. Ademais, sempre ao longo do ano, reservo um mês para descansar do blog e em 2021 o período escolhido foi junho, mais precisamente do dia 28 de maio até ontem, 1 de julho.
Retomo hoje, 2 de julho, trazendo algumas notícias. Acompanhe e saiba das novidades.
Francisco Martins
02 de julho de 2021
quinta-feira, 27 de maio de 2021
DEDÉ SIMIÃO BUSCA A IMORTALIDADE NA ACLA
NOTA DE PESAR
terça-feira, 11 de maio de 2021
A RESILIÊNCIA DO CORDEL BRASILEIRO
Todos sabemos que o cordel brasileiro deve seu crescimento e estruturação a Leandro Gomes de Barros (1865 - 1918). Entretanto, é inegável dizer que bem antes dele já existiam folhetos de cordéis que eram lidos, a saber:
1) "Cantigas Oferecidas aos Moleques" (1824) - descoberto pelo pesquisador Victor Ramos, impresso em Paris.
2) "A Pedra do Reino" (1836) - que o pesquisador Ariano Suassuna atesta ter circulado pelo estado da Paraíba.
3) "Testamento que faz um macaco, especificando suas gentilezas, gaiatices, sagacidades, etc" (1865), impresso em Recife - autor desconhecido - descoberto pelo pesquisador Orígenes Lessa.
4) "O Imposto do Vintém" (1880) - de João de Sant'Ana de Maria, o Santaninha, poeta que foi descoberto por Sílvio Romero, mas que recebeu indumentária lavada e bem passada pelos pesquisadores Arievaldo Vianna e Stélio Torquato, no livro: "Santaninha: um poeta popular na capital do Império".
Oba! Império. É essa palavra que eu estava buscando para poder trazer outra informação que achei importante. Você sabia que o maior escritor da língua portuguesa brasileira, Machado de Assis, tomou conhecimento do cordel? Sim, é ele próprio quem vai nos dizer. É bem verdade que não há nenhuma citação de títulos e autor, mas Machado de Assis cita isso numa crônica escrita em 1º de agosto de 1877.
Ah, o cordel! Esta poesia resiliente que vem atravessando os anos, as crises, construindo sua história e com sua estrutura dizendo às gerações de ontem, hoje e amanhã: eu sou forte!.
Mané Beradeiro
Parnamirim-RN, 11 de maio de 2021.