sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O ESCRITOR SE RETRAI PARA RENASCER - UM LONGO ANO SABÁTICO

     

4 de dezembro de 2021,  uma data que é muito importante para mim, pois  exatamente em 2004, eu estreava no mundo da literatura, com o meu primeiro livro; "Contos da Nossa Terra". Já se foram 17 anos. E ao longo desse tempo vieram outros livros e muitos folhetos de cordéis, além da criação dos personagens Mané Beradeiro, Palhaço Leiturino e os bonecos que manipulo.

Ganhei prêmios, sou até comendador da Ordem Deífilo Gurgel. Pertenço a algumas instituições. Sou um incansável batalhador neste campo da cultura.  Para conhecer um pouco do que está registrado sobre mim clique aqui bibliografia

É hora de dizer muito obrigado a todos vocês que estiveram comigo e estão.  Confesso que em 2022, se Deus assim permitir, irei ficar mais quieto. É momento de descansar.  Atenderei poucos convites, não tenho mais estrutura física de correr tanto. 

Minhas idas serão agora mais no campo das pesquisas e publicações, e elas chegarão como as estações do ano.  É isso que gostaria de dizer: estou entrando  em um processo retiro, como se fosse um longo ano sabático.


Francisco Martins
Palhaço Leiturino
Mané Beradeiro

HOJE EM PLENÁRIA DA ANLiC



Às 19 h de hoje, a Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel _ANLiC realizá uma sessão plenária, de forma virtual.  Na pauta os seguintes tópicos: Avaliação da ANLiC; Posse dos novos eleitos; Agenda do Cordel; Estatutos.

 

terça-feira, 30 de novembro de 2021

UMA CRÔNICA DE THADEU VILLAR DE LEMOS SOBRE CEARÁ-MIRIM DE ANTIGAMENTE

 

CEARÁ-MIRIM

 

Estive em Ceará-Mirim, no restrito tempo de minha última estadia em Natal. Não fui reconhecido, e, incógnito andei por toda a cidade. Foi melhor assim. Ali, absorvendo o cheiro da garapa cozida, vindo dos “banguês” que se sucediam ao longo dos canaviais que enfeitavam com a sua folhagem verde o grande vale, vivi os melhores dias da minha infância, entre os 7 e os 14 anos de idade.

Visitei todos aqueles recantos da cidade, inclusive os locais onde, há cinquenta e cinco anos passados, existiam os botecos que vendiam caldo de cana, cocada e grude de goma fresca.

Nada mais existe do tempo da minha infância; o progresso acabou com tudo.

Estive no mercado público, onde procurei recompor na memória aqueles locais pitorescos que tantas alegrias me causaram. Durante muito tempo contemplei o sobrado dos Antunes, a mais imponente residência dos velhos tempos, tendo na parte térrea o depósito do velho José Antunes para a venda de açúcar bruto, rapadura, aguardente de cana, banana e outros produtos. Na casa vizinha, estava a residência e a funilaria do velho Sena que rivalizava, na sua arte, com “seu” Moisés, instalado na rua São José.

Passei pela casa onde morava D. Ana Sobral. Aí eu gostava de ir brincar à sombra das grandes mangueiras. Bem em frente, existiam os alicerces de uma casa inacabada onde a cega Maria Fôlha vivia, escandalizando a cidade com o seu palavreado pornográfico, especialmente, quando bebia. Não estando embriagada, momentos raros da sua vida, Maria Fôlha perambulava pelas ruas, gritando ininterruptamente: “Menino?!... Ou menino”?!... Certa vez foi mexer com essa figura popular da cidade, e recebi sobre o ombro uma forte bordoada do bastão que a mesma usava para se manter de pé.

João Cego era outra figura popular da cidade. Morava em um quartinho de taipa erguido em um terreno baldio, quase em frente à residência de Luiz Ferreira da Silva, na rua São José. Andava em todas as ruas, sozinho tendo como guia uma varinha de marmeleiro bravo. Conhecia todo mundo inclusive as crianças, pelo timbre de voz.

Uma das coisas tradicionais do meu tempo, em Ceará-Mirim, eram as batalhas de busca-pé no dia de São João. Geralmente elas tinham como palco a rua São José. Às 7 horas da noite, fechavam as portas e janelas das residências,e todo mundo já sabia que, depois daquela hora, ninguém poderia passar por ali. Postavam-se os dois grupos nas duas extremidades da rua, e avançavam um contra o outro com os raios luminosos desprendidos, com violência, das bases de bambú que mediam 30 e 40 centímetros de comprimento. De muito longe via-se o clarão da batalha. Os busca-pés eram preparados com muita limalha e salitre para que produzissem maior luminosidade. A luta se prolongava por mais de três horas, até que um dos lados fosse vencido, pelo esgotamento da munição. Depois disso, havia a festa da vitória em que tomavam parte os dois grupos contendores. Passados os dias de São João e São Pedro, chegava boa hora dos caiadores porque todas as frentes das casas da rua São José estavam riscadas pelo carvão desprendido das chamas das armas de combates. E o que é mais curioso em tudo isso é que nenhum proprietário reclamava a sujeira em que ficavam as fachadas das suas residências.

Outra brincadeira tradicional de Ceará Mirim era a dos “papagaios”, que antecedia as festas de Natal. O “papagaio” ou “coruja” do norte, é a “pipa”, no sul. Os rapazes faziam “Papagaios” de mais de dois metros quadrados, colocando nos mesmos uma cauda de dez metros, aproximadamente. Alavam os bichos a favor do vento aguentados em cordas de fibra de gravatá. Para sustentar o monstro no ar, em grande altura, eram necessários três homens que movimentavam a corda de sustentação, cuja extremidade se encontrava presa a um tronco de madeira, previamente fincado no chão para esse fim. No dia em que o “Papagaio” teria de ser empinado, ninguém deixava de ir assistir ao espetáculo. Por mais de uma vez vimos a corda se soltar do tronco e o “papagaio” arrastar os três homens, forçando estes a se desprenderem da corda. Três ou quatro dias depois, o monstro era localizado no canavial do vale, a muitos quilômetros de distância. Pedroca, o chefe da brincadeira ia buscá-lo.

Havia no Ceará-Mirim o uso de locação de cavalos selados para quem quisesse cavalgar na cidade ou viajar. Não tínhamos automóveis nesse tempo, e o único transporte se fazia em costados de animais.

Eu gostava de cavalgar e os cavalos da minha preferência eram os do engenho “Porão”, bem pertinho da cidade, pertencente a José Ribeiro de Paiva, mais conhecido por seu Zuza. Pagava-se de aluguel por meio dia 1$000, e por 24 horas, 2$000 - ou sejam, um milésimo e dois milésimos de cruzeiros respectivamente.

Mas, nem sempre eu tinha o dinheiro completo para o aluguel, e a vontade de cavalgar era grande.

-       Que fazia eu?...

Chegava no “Porão” e falava com seu Zuza pedindo que me alugasse um cavalo para dar duas voltinhas na cidade, por $500 (cinco décimos de um milésimo de cruzeiro). Seu Zuza atendia o meu pedido, porém recomendava que levasse o cavalo dentro de duas horas. Como era de praxe, eu pagava o aluguel, adiantado, ia ao cercado pegar o cavalo da minha preferência, trazia ao celeiro, punha os arreios, e saía. Mas só voltava à noite, quando seu Zuza já estava deitado. Abria a porteira, cuidadosamente para não fazer barulho, puxava o cavalo pelas rédeas até o celeiro, tirava os arreios e soltava o animal. Seu Zuza não desconfiava de nada porque o movimento de fregueses era muito grande. Acontece que, certo dia, alguém disse ao homem que eu andava nos seus cavalos o dia inteiro, galopando nas estradas dos engenhos até o começo da noite. Seu Zuza ficou de tocaia e me pegou com a boca na botija. Fez queixa a Papai e eu fui proibido de cavalgar.

Muitos anos depois, eu e Zuza éramos colegas da fiscalização do imposto de consumo, e ele relembrou o caso dos cavalos, adiantando aos ouvintes que eu entrava no engenho tão sorrateiramente, que nem acordava o bebê, seu filho Jorge, o hoje Monsenhor Jorge Ograyde.

Finalmente, muita coisa eu ainda poderia narrar sobre a minha infância em Ceará-Mirim, porém vamos parar por aqui.

 

Rebuscando Escarcelas

Thadeu Villar de Lemos 1970, p. 79 a 83.

VENHA APRENDER COM ROSA RÉGIS


 A poeta Rosa Régis que domina bem as regras do trovadorismo estará amanhã, quarta-feira, a partir das 18:30 h, ministrando uma oficina sobre o assunto: Trovas e elisões. Quem desejar participar solicite o link da oficina através do telefone 84 99827 2903. A oficina é uma realização da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins -SPVA/RN.

O QUE É LITERATURA E SUBLITERATURA?

Há livros que nos tocam profundamente, quer sejam pela sua mensagem, quer seja pelo estilo literário. Mas existem também aqueles, que muitas vezes possuem um excelente projeto editorial, porém o conteúdo fica muito a desejar.

Livro bom é aquele que você, enquanto leitor, não sente vontade de soltá-lo. Quando isso acontecer, pode acreditar que em suas mãos está uma literatura boa, agradável, construtiva, de qualidade. São livros que resistiram a um longo período de anos e por permanecerem na lembrança e sempre editados, tornaram-se clássicos, por exemplo: Dom Casmurro (Machado de Assis); Guerra e Paz (Leon Tolstói), Orgulho e Preconceito (Jane Austen), Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes), etc.

Importante saber que os best sellers  não são clássicos. A maioria deles não sobrevive a seis meses na composição dos mais vendidos. 

Sabe o que esse tipo de literatura pode fazer por você? Formação humanística. O escritor e imortal da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Manoel Onofre Jr, escreveu no livro "O Desafio das Palavras": uma sólida formação humanística só se obtém, integralmente, através das leituras de obras literárias.  Manoel Onofre tem toda a segurança para afirmar isso. Ele é um senhor que há muito convive com a literatura. 

Há dentro do conjunto universal dos livros, aqueles que estão vestidos de subliteratura. O escritor e Acadêmico Umberto Peregrino conceitua que subliteratura  "´aquele em que a mensagem é negativa e nada acrescenta ao conhecimento e sensibilidade do leitor", portanto muito cuidado com o tipo de alimento que você fornece ao seu espírito.

Francisco Martins - 30.11.2021



ASSIM DISSERAM ELES ...

 


"Aquele monturo é o resíduo das coisas úteis que envelheceram"

Câmara Cascudo

Fonte: Doente Aprendiz, p. 33.

DIA 2 DE DEZEMBRO COMEÇAM AS INSCRIÇÕES PARA A 27ª FIART

 O Governo do Estado do Rio Grande do Norte já está nos preparativos para realizar a 27ª Feira Internacional de Artesanato - FIART/2022.  A organização tem à frente a Secretaria do Estado e do Trabalho da Habitação e da Assistência Social. No Diário Oficial de hoje, 30 de novembro, foi publicado o Edital de Chamamento Público, destinado àqueles artesãos que desejam da FIART. As inscrições serão de 2  a 20 de  dezembro.

CONVERSA SOBRE MADALENA ANTUNES NO COLÉGIO SANTA ÁGUEDA

 


Vai acontecer logo mais, às 9:30 h, uma mesa redonda tendo como tema Madalena Antunes, a maior memorialista do Rio Grande do Norte, autora  de "Oiteiro - Memórias de uma Sinhá-Moça". O evento acontece na cidade de Ceará-Mirim-RN, no Colégio Santa Águeda, com os alunos do Ensino Médio e a palestrante será a escritora Margareth Pereira.  Os alunos dos 6º e 7º ano também tiveram esse encontro, sendo palestrante a poeta Francisca Bezerra. Ambas pertencem a Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes - ACLA - Pedro Simões Neto.


POEMA DA ESPERA

 

A vida é uma sucessão de esperas.
Espera-se nascer.
Quando nascemos, aguarda-se crescer.
Crescidos, anelamos a juventude.
Uma vez jovens, ansiamos que nos compreendam e aceitem.
A vida é como parada de ônibus,
Há sempre alguém chegando ou partindo.
Será que nosso destino vem na hora?
Teremos segurança no percurso?
A espera às vezes se veste de impaciência.
Onde anda este ônibus que não chega?


Francisco Martins
30.11.2021


segunda-feira, 29 de novembro de 2021

AS HISTÓRIAS AFRICANAS AO SEU ALCANCE


 

UMA CONVERSA QUE VAI LHE ENSINAR A FAZER BEBÊ LEITOR

 


QUEM SÃO OS DOIS NOVOS IMORTAIS DA ANLiC

 A Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel-ANLiC elegeu no último dia 19 de novembro, dois novos membros para a galeria dos imortais. São eles: Plácido Ferreira do Amaral - cadeira 3, que tem como patrono  Luis da Câmara Cascudo e Marcos Antonio de Lima Teixeira - cadeira 30 - sendo patrono Luiz Souza da Costa Pinheiro.

Plácido Amaral concorreu com José Ribamar de Carvalho (Mossoró), Maurílio Américo Ferreira (Natal) e Robson Renato do Nascimento (Pau dos Ferros). Já Marcos Teixeira  teve que disputar a eleição com José Bezerra de Assis (Patu) e Leidson Macedo Félix ( o Mágico Capitão Jack, de Currais Novos). 

Plácido Amaral já escreveu:

Sou poeta cordelista

Sou daqui do Caicó

E afirmo em sete linhas,

Que não sou um homem só.

Estou junto de outros astros

Que de rimas deixam rastros

E em fumaça dão um nó.

(Caicó - RN, 02/08/2016)

É dele também a sua definição profissional:


Eu sou Plácido Amaral

Um poeta nordestino

Que desde ainda menino,

Quis escrever em jornal.

Mas o destino real,

Me mostrou com alegria,

Minha Fisioterapia,

Para ser a profissão.

E Deus, em compensação,

Me entregou à poesia.



Plácido Amaral (Plácido Ferreira do Amaral Júnior), rio-grandense do norte, nasceu em Natal, aos 19 de julho de 1958 e reside em Caicó, também do Estado do Rio Grande do Norte, desde janeiro de 1980. Fisioterapeuta graduado pela Universidade Federal de Pernambuco considera-se um humilde fazedor de versos.

Poeta, trovador e cordelista, é autor de centenas de poemas divulgados em coletâneas literárias e nas redes sociais da internet, como também, possui sessenta e dois cordéis escritos, impressos e publicados. Estudioso da Literatura de Cordel é diplomado pela Associação Cultural de Caicó por ter participado da Oficina de Cordel, realizada pelo Ponto de Cultura, Ministério da Cultura – MinC, no ano de 2015, com carga horária de 54 horas. É membro do C.T.S. (Clube dos Trovadores do Seridó), onde ocupa a cadeira 27; acadêmico da ARLAC (Academia Rotária de Letras, Artes e Cultura); acadêmico da ACILBRAS (Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil), onde ocupa a cadeira 128; acadêmico da AVCPN (Academia Virtual do Clube da Poesia Nordestina), onde ocupa a cadeira 06; acadêmico da ABRASSO (Academia Brasileira de Sonetistas), onde ocupa a cadeira 30; sócio da União Brasileira de Trovadores (UBT), sessão de Caicó/RN, sócio representativo do Rotary Club de Caicó com a classificação rotária de Fisioterapia; sócio correspondente da ACADEMIA INTERNACIONAL DA UNIÃO CULTURAL e sócio correspondente da ACVPB (Academia de Cordel do Vale do Paraíba).

Defende a ampla promoção e extensa realização de concursos literários pelos órgãos públicos e privados, com incentivos materiais para os laureados e com a participação do maior número de poetas possível.  Nessa área é possuidor de diversas premiações e classificações em competições, tanto na Literatura de Cordel, como nas Trovas Clássicas, nos Sonetos, e também, em outras modalidades poéticas.

É filho de Plácido Ferreira do Amaral, militar, e de Lena Sônia Hugo Silva do Amaral, professora, ambos falecidos. Neto pelo lado materno de Antônio Hugo Silva (Antônio Paurílio) maestro, compositor, músico e poeta alagoano e pelo lado paterno do escritor e poeta pernambucano José Severino do Amaral, também falecidos. Considera-se herdeiro literário de ambos. É casado há trinta e cinco anos com Maria do Rosário Gurgel do Amaral, administradora de empresas e funcionária pública estadual; pai de Gabriel José Gurgel do Amaral, bacharel em Direito e corretor de imóveis e de Felipe José Gurgel do Amaral, bacharel, mestre e doutorando em Economia. É sogro de Narjara Medeiros e Souza Batista, administradora de empresas e avô de João Arthur Batista Gurgel do Amaral.

Eu sou Plácido Amaral

Um poeta nordestino
            Que escreveu desde menino
            O seu texto principal:
            O de não ser genial
            E ser sempre um aprendiz,
            Pois seu sonho é o que lhe diz
            Que ao fazer da humildade
            Seu projeto de verdade,
            Nunca irá ser infeliz.


Com 22 Votos dos 35 possíveis, o poeta Marcos Teixeira,  de Cuité de Pedro Velho , teve seu nome consagrado na galeria dos imortais da ANLiC para ocupar a cadeira n° 30.Poeta erudito, Cordelista, repentista, violeiro e radialista da cultura popular, o poeta ocupará a cadeira que  foi ocupada pelo Mestre João Gomes Sobrinho, o Xexéu, que coincidentemente era do Agreste. O poeta Marcos Teixeira tem 48 anos e a pelo menos  20,  dedica-se a preservar a memória do Cordel e da cantoria. É coordenador do folclórico Grupo de Boi-de-Reis de Cuité e há oito anos  mantém no rádio, a exibição e valorização da cantoria de viola. Com vários trabalhos publicados, o mais recente é o livro Uma Corda de Cordéis, que reúne obras autorais de grande destaque.


"Devo esta escolha ao crédito dos acadêmicos, dos quais conheço apenas  quatro ou cinco, e a meu trabalho em prol desta bela arte. Recebi deles muitas mensagens de elogios a minha obra literária. Acho que é um grande reconhecimento e algo que deve ser comemorado". Afirma o poeta a redação do Agreste news.

Na mesma ocasião, a Presidente Tonha Mota foi reeleita para novo mandato, tendo como Vice Presidente a Acadêmica Geralda Efigênia.


Mané Beradeiro, 29 de novembro 2021.

domingo, 28 de novembro de 2021

CACIMBA DE SÃO TOMÉ - CASA DE MURILO MELO FILHO




Foi daqui que ele partiu
Para o Rio de Janeiro.
Um rapaz tendo a coragem,
Com ideal altaneiro:
Ser um grande jornalista
Vencedor neste canteiro.

Murilo Melo Filho, um dos maiores jornalistas do Brasil. Natalense, morou nesta casa, Rua Apodi, 558. E dela partiu no dia 16 de fevereiro de 1946, aos 18 anos de idade.

Viajou a trabalho mais de 30 vezes à Europa, 27 aos Estados Unidos da América, 3 à Ásia, 4 à América do Sul e 2 à África.
Entrevistou reis, rainhas e presidentes. Um orgulho da nossa terra.

Mané Beradeiro

Série: Cacimba de São Tomé

sábado, 27 de novembro de 2021

DOIS NOVOS CORDÉIS DE MANÉ BERADEIRO CHEGAM À PRAÇA LITERÁRIA

 Com esta postagem o blog chega a de número 3000. Uma marca significativa ao longo deste tempo de existência. Vamos a ela!


O poeta Mané Beradeiro disponibiliza para o público leitor, dois novos cordéis, que trazem o selo da editora informal Carolina Cartonera. São eles:  "Nas veredas de Veríssimo", que homenageia Veríssimo de Melo, que se vivo fosse teria completado 100 anos de vida. Já o cordel " Guaporé - uma saudade restaurada" é um poema sobre o casarão do Guaporé, em Ceará-Mirim, que foi o lar do Dr. Vicente Inácio Pereira, segundo médico do RN. Um importante marco da aristocracia canavieira.


Capa do cordel Nas veredas de Veríssimo

Miolo do cordel

Ambos são feitos de forma artesanal, por isso com tiragem pequenas. As capas são de papelão, revestidas em tecido.

Capa do cordel Guaporé

Miolo do cordel Guaporé

O casarão do Guaporé foi totalmente restaurada na década de 70, pela Fundação José Augusto, na gestão de Franco Jessielo e era Governador do Estado, o Dr. Tarcísio Maia.  Durante alguns anos funcionou ali o Museu Nilo Pereira que depois foi desativado.Hoje a situação é esta, de qualquer ângulo abandono e destruição.


 

 


 







Cada livro tem o preço de R$ 10,00 (dez reais), com tiragem de 100 exemplares e as reservas podem ser feitas através do telefone (84) 9.8719 4534.


MIRABÔ DANTAS É AGRACIADO COM PENSÃO VITALÍCIA

 O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, atendendo uma proposta do Conselho Estadual de Cultura, assinou na última terça-feira, dia 23 de novembro, a pensão vitalícia para o músico Mirabô Dantas.

A cerimônia aconteceu no Gabinete da Governadora Fátima Bezerra e contou com a presença de uma boa representação do Conselho Estadual de Cultura: Iaperi Araújo (Presidente) e dos Conselheiros: Ivan Lira de Carvalho, Valério Mesquita,  Ormuz Barbalho Simonetti (Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte), Crispiniano Neto (Presidente da Fundação José Augusto) e as Conselheiras Eulália Duarte Barros e  Sônia Faustino, além de mim, Secretário do CEC.

Mirabô e Francisco Martins

A Governadora Fátima Bezerra disse em sua fala, que o ato que agora assinava não era um favor ao artista, mas sim um reconhecimento por tudo que ele fez à nossa cultura.

Governadora Fátima Bezerra ao lado de Mirabô


O Conselheiro Presidente Iaperi Araújo e a Conselheira Eulália Duarte Barros  externaram em suas palavras a importância desse reconhecimento.

Iaperi Araújo

Eulália Barros

Francisco Martins


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

O POETA E A "JUMENTA PRETA"

 Com a chegada da pandemia eu comecei a fazer pão caseiro para vender, era o mês de maio de 2020 e logo tive que pensar numa forma mais econômica para entregar meus produtos, de carro ficava inviável e de bicicleta, cansativo. A solução foi  comprar uma moto. Será que daria certo? Não tinha experiência nenhuma como motociclista. Sempre achei que moto é o esposo da morte.

O poeta padeiro

E depois de uma pesquisa de preço pelas lojas decidi que a opção mais em conta para mim seria uma moto de baixa cilindrada, a famosa cinquentinha (50 cc). Não correria muito e para quem estava começando a pilotar era suficiente.  Some-se a isso o fator de consumo do combustível que é muito baixo. Pronto! Seria uma cinquentinha.  Fui à  DM Motos - Peças Shineray, em Parnamirim-RN e lá fechei a compra. Até tentei trazê-la para casa, mas como não estava seguro, pedi ao vendedor que viesse deixá-la. Foi um dia muito feliz para mim, pois aquela compra tinha muito do meu suor, oriundo das vendas dos pães e também da minha esposa que deu uma contribuição para completar o valor.

Eu e Ricardo da Shineray Motos

Tinha duas opções de cores: vermelha e preta. A segunda foi a escolhida. À noite saia pelas ruas menos movimentadas do meu bairro, treinando no volante: equilíbrio, marchas, luzes, sinalização, etc. Uma semana depois eu pensei: já tenho condições de ir entregar meus pães em Parnamirim. E assim fui.  Suava mais que chaleira no lume.  Naquela tarde eu fiz a primeira e a segunda entrega pelo Centro de Parnamirim. Ao me dirigir para o bairro Boa Esperança eu fui surpreendido numa rua estreita por um caminhão.  Nervoso não consegui controlar a moto e para não acontecer o pior puxei para o lado e fui ao chão.  Menos de uma semana com a moto e já estava sendo batizado. Literalmente um batismo de sangue, pois meu pé, panturrilha e joelho da perna direita sofreram escoriações. Junte-se a isso que a moto quebrou um retrovisor e arranhou parte da carenagem. O motorista do caminhão, um jovem, desceu muito nervoso e  me pediu por tudo no mundo para não chamar a polícia de trânsito, pois ele estava sem carteira, aprendendo a dirigir aquele veículo. Eu falei:
-Vá em paz, somos dois aprendizes. Eu também não tenho habilitação para pilotar moto. Quando cheguei em casa, minha esposa disse que não daria certo ficar com a moto. Eu argumentei que não senti medo e estava feliz por isso ter acontecido na minha primeira saída.  Ia ficar triste se tivesse sido com trinta dias ou mais.
Marco Zero da BR - 101 - destino a São Miguel do Gostoso
Aos poucos fui adquirindo experiência e segurança. Hoje, se depender de mim eu vou de ceca à meca, em busca das coisas e pessoas que gosto.  Até agora não fiz grandes viagens, as maiores foram as seguintes ( km de ida e volta)
Jandaíra-RN -  280 km - BR 406 
São Miguel do Gostoso - 238 km - BR 101
Barra de Cunhaú -RN - 140 km - BR 101
Portal de Barra do Cunhaú
Papai sempre batizava os carros e animais que ele tinha. Também gosto disso e chamei a minha moto de "Jumenta Preta". Se fosse mais potente e veloz com certeza iria denominá-la de  Pegasus,  o mitológico cavalo alado. Quem sabe se um dia não terei!


Se minha Jumenta Preta não consegue andar na velocidade que muitos esperam, às vezes sou atormentado por aqueles que não têm paciência e ficam buzinando, como se agindo assim aumentasse a potência da cinquentinha. Pensando nisso resolvi alertá-los com uma estrofe  no estilo de cordel. Ei-la:


Ah!  ainda em tempo  posso dizer que se você não gostou do nome "Jumenta Preta", pode chamá-la de Muar Azeviche, nome dado pelo Acadêmico (ANRL) João Batista Rodrigues.


E assim,  o poeta a  "Jumenta Preta" vão levando alimento para o corpo e a alma.  Até mesmo, Ananias está querendo também ser motociclista.


Ananias meu jumento
Disse que vai aprender
Dominar a cinquentinha
Para com ela correr
Sair pelo mundo afora
outros asnos conhecer

Francisco Martins

22 de novembro 2021



domingo, 21 de novembro de 2021

VEM AÍ A 5ª EDIÇÃO DO "RECITANDO O SERTÃO"

 O Recitando o Sertão está na sua 5ª Edição, ele acontece na cidade de Santa Cruz-RN, mostrando todos os anos o que há de melhor na cultura da região do Trairi. O projeto recebe incentivo da Lei Aldir Blanc   e é uma realização da Associação de Poetas e Escritores Santacruzenses .

Na pauta dessa 5ª edição teremos as seguintes participações:

Hélio Crisanto
Diego Cassiano
José Paulo
Gilberto Cardoso
Liane Bezerra
Andressa Nascimento
Adriano Bezerra
Léo Medeiros
George Henrique
Danilo Teixeira

Será realizado no próximo sábado, dia 27 de novembro de 2021, no Teatro Candinha Bezerra às 20:00h. A entrada é gratuita

ENTENDA O PAULISTINÊS

 


CORAÇÃO DE CORDELISTA

 Fui ao cardiologista:


Ele viu muitas sextilhas

Vários motes de montão

Septilhas pelas veias

Alegrando o coração

Um retrato de Leandro*

Pra mim dar inspiração.


Mané Beradeiro


*Leandro Gomes de Barros, o pai do cordel brasileiro.