sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

OS GENOCIDAS I - ADOLFO


 Tomislav R. Femenick - Jornalista e historiador, do IHGRN


Ultimamente a palavra genocida tem sido muito citada, porém poucos sabem o seu real significado: extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso. Hoje vamos falar do mais notório.

 Adolf Hitler (1889-1945), nascido na Áustria, foi chanceler da Alemanha de 1933 a 1945. Fundador e líder do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (o partido nazista), liderou, em 1923, uma conspiração conhecida como o “putsch de Munique”. Foi condenado a cinco anos de prisão, no entanto, só cumpriu nove meses da pena. No cárcere, escreveu o primeiro volume de “Minha luta”, livro que propagou o nazista, expondo a pretensa superioridade da raça ariana (representada pelo povo alemão), a predestinação do Führer, (líder dos alemães) para impor o estado germânico sobre o resto do mundo e o ódio aos judeus e “demais povos inferiores”. 

O problema estava na falsidade da teoria da raça ariana. Ela teve início em 1808, em uma simples hipótese de linguística, do escritor alemão Friedrich von Schlegel. Em seus estudos ele encontrou características comuns entre o sânscrito e o persa, de um lado, e as línguas alemã, sueca e holandesa, do outro. Dessas observações ele intuiu uma hipótese para uma língua ancestral comum, o “ariano”, falada pelo povo “ariano”, que teria habitado a terra de Areia ou Ariana. Essa teoria foi logo posta de lado em virtude das descobertas subsequentes, realizadas por próprio Schlegel, e por outros filólogos, arqueólogos e sociólogos. Em 1814, Thomas Young identificou um grande tronco linguístico que abrangia a Europa, a Ásia ocidental e a Índia, chamando-o de “indo-europeu”. Sabe-se hoje que os povos indo-europeus são originários das estepes da Ásia central, de onde migraram para a Europa e para a Índia no fim do período neolítico, e que, embora tivessem um só tronco linguístico e afinidades culturais comuns, não formavam uma raça específica. 

Mesmo assim, entre 1853 e 1855, Joseph-Arthur de Gobineau, conde, diplomata e historiador francês, publicou o livro de “Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas”, fazendo a apologia da “raça ariana”, elegendo-a como a raça superior, composta de homens e mulheres altos, fortes, louros e dolicocéfalos, que habitavam principalmente o norte da França, a Inglaterra, a Bélgica e a Alemanha. Sua teoria da raça pura ariana foi um dos sustentáculos do projeto que visava à união de todos os povos germânicos em um único país e do antissemitismo nazista. 

Outro fato, esse involuntário, foi usado para a defesa do racismo. Em 1865, o inglês Francis Galton, antropólogo, estatístico, matemático, meteorologista e primo de Charles Darwin, começou a formular os princípios da eugenia, fazendo uso de elementos do positivismo e do darwinismo. A eugenia seria uma ciência voltada para o aperfeiçoamento da raça humana, tendo por base a premissa de que o homem, como os outros animais, sofreria evolução biológica. Essa evolução física, por sua vez, seria a base da evolução moral. Essa nova “ciência” objetivaria estudar as condições mais propícias à reprodução e melhoramento genético do ser humano, através de três medidas práticas: educação sexual e procriação sadia; combate aos vícios e às doenças morais (alcoolismo, antipatriotismo, tuberculose e sífilis), e esterilização ou restrição de casamentos de pessoas consideradas ineptas à procriação. A eugenia foi aceita e incorporada por várias correntes do pensamento pseudocientífico. 

Montado nessa cadeia de enganos e engodos, em 1933 Hitler foi nomeado chanceler e, logo em seguida, nomeou-se presidente, comandante supremo das forças armadas e Führer do Terceiro Reich, assumindo poderes ilimitados, com o que perseguiu todos os grupos opositores. Criou a Gestapo (uma polícia política) e mandou construir campos de concentração para onde mandava judeus, eslavos, ciganos, homossexuais etc. Organizou, ao mesmo tempo, uma avançada indústria de guerra, que converteu a Alemanha no país mais bem armado da Europa. Com os ataques à Tchecoslováquia e à Polônia, deu início à Segunda Guerra Mundial. As forças militares nazistas foram responsáveis pela morte de 55 milhões de pessoas. Depois de alguns anos de vitórias retumbantes e antevendo a derrota iminente, suicidou-se quando os soldados soviéticos já entravam em Berlim.


Tribuna do Norte. Natal, 10 nov. 2021.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

MARINHEIROS

 Dentro do ano  em que comemoramos os 100 anos do nascimento do escritor Homero Homem, trago aos leitores mais um conto, pérola achada em minhas pesquisas. 

 


Uma noite meu pai chegou, vinha molhado dos pés à cabeça. Bateu as botinas no degrau da entrada, limpou o barro que aderira ao solado, desvencilhou-se do pesado oleado de marujo, entrou silencioso. Era de poucas palavras, hábito contraído na solidão das grandes viagens beirando acosta, de um extremo a outro do Estado. Alto e robusto, ostentava uma força maciça e lenta de marinheiro; as mãos eram duras e enormes, servidas de dedos onde repontavam calos. De tão grossos até pareciam inchados os dedos de meu pai. Recordo bem o seu físico áspero e agigantado, mas, por mais que me esforce,não consigo reter as suas feições. Lembro-me bem de seus olhos. Tinha-os pardos, de uma tonalidade que eu nunca vi reproduzida em ninguém mais. Fitavam parados, teimando esconder aquela velada fosforescência que irradiavam. Pareciam lutar contra a luz, os olhos de meu pai.

O mais nele tenho fielmente fixado: certos gestos, a voz rude, o jeitão agressivo com que fazia as perguntas - um súbito rompante de voz que ia se atenuando até transformar-se em murmúrio, que era o seu tom habitual de conversa.

Meu pai se desembaraçou da roupa encharcada, sentou à mesa. Minha madrasta trouxe quase em seguida o jantar: sopa de feijão, peixe frito com farofa de dendê e café. Meu pai comia calado, os grandes músculos faciais contraindo-se, relaxando-se. Eu acompanhava com tenção estudada os pequenos besouros que rodopiavam em torno do candieiro, fugidos da chuva que caía lá fora. Estava à espreita de uma oportunidade para contar-lhe o meu dia. Afinal tomei coragem, fui direto ao assunto.

-Estive hoje lá em cima; estou matriculado, meu pai.

Ele levantou a vista,olhou-me como procurando se lembrar do que falava eu; bebericou o café soprando no pires, e disse:

-Está direito…

A frieza me doeu. Estava acostumado a ela, meu pai era assim mesmo. Mas a situação era tão especial que me dera coragem para engendrar aquela conversa. Disfarcei a decepção com nova investida; a vontade de falar era grande.

-Sabe, meu pai, os exames começam depois do Carnaval.

-Hum… -fez ele.

Inútil. Refugiei-me num silêncio amuado, duro silêncio de menino sem mãe, acostumado à solidão. Meu pai acabara de tomar café, acendia o cachimbo - uma pesada peça de raiz de roseira, ornada com anéis de latão. Soprou a primeira baforada e, envolvido pela fumaça, falou devagar pondo-me os olhos em cima:

-Você espera passar no exame, João?

Tive um choque. A pergunta de meu pai era uma resposta, um eco à minha ânsia de comunicação e extravasamento. Raro meu pai falar assim, encarando-me como um igual. Era um homem entrincheirado em seu silêncio, um silêncio pesado como o resto de sua pessoa: difícil de romper. Cedo me acostumara a ele. Em casa, eu e minha madrasta, ninguém se espantava. Aquela frincha aberta em seu mutismo rasgava pela primeira vez uma perspectiva nova em minha infância, que era como a sombra miúda da solidão grisalha de meu pai. Naquele minuto eu compreendia anos inteiros de sua vida. Sentia-me tranquilo, embora uma emoção nova tomasse conta de mim. Ficamos assim um bocado - eu e meu pai. Foi ele que quebrou o silêncio.

-João - começou - estive pensando. Sou um sujeito rude, um homem do mar. Tenho sabido de seus planos, sua madrasta já me falou. A princípio não concordei muito, você sabe, filho de marinheiro pertence ao mar. Pensava que você um dia iria comigo. Pensava que assim ia ser com você.

Calou-se, deu uma baforada comprida, soprou a cinza que aflorara às bordas do cachimbo. E prosseguiu:

-Você saiu à sua mãe, foi feito para ficar em terra. Está me pedindo conselho, leio em seus olhos. Mas não sei o que diga, não. Nunca estudei, criei-me sem necessidade de livros; marinheiro precisa é de saúde e de fé em Deus, que a sabença tirada dos livros de nada adianta quando se está embarcado. Você escolheu sua vida, está certo; não atrapalho vocação de filho. Já para dar conselho retirante às coisas do mar, para isso não sirvo. Pense bem: você é filho de marujo, neto de marujo, marujo também. Está na massa do sangue. Os rapazes da cidade alta, estes sim, nasceram para estudar mesmo, ser doutor, subir na vida. Levam vida de estudante, os pais dão tudo. Com você é diferente; precisa trabalhar, o meu é pouco pro gasto, inda mais com despesas de livro, um horror de dinheiro. Enfim,você sabe…

Calou-se, suspirando fundo, foi à janela, ficou olhando as luzes da cidade refletindo-se nas águas do rio em estrias de fogo inquieto.

Tomado de desânimo eu olhava a sombra enorme de meu pai. Tocado pela claridade que vinha de fora, ele me parecia muito só, pequeno e desamparado. Tinha ímpetos de gritar-lhe - “não importa, meu pai, lutarei por nós dois!” Mas o silêncio nos pegou em cheio, ficamos assim um pedaço. Depois meu pai deixou a janela, teve outro suspiro velho de descrença, começou a desenrolar a rede que pendia do armador. Bocejei para disfarçar o tumulto que tomara de mim. E de súbito as palavras começaram a me sair da boca cheias de decisão:

-Amanhã começo a me preparar para o exame.

-Quem é quem vai lhe ensinar - perguntou meu pai impulsionando a rede para o balanço.

-Seu Geraldo da farmácia; cobra só quinze mil réis por mês…

Novo silêncio. A rede rangia monótona - rin… rin… rin…

-João!

-Sinhô, meu pai?

-Vá dormir para acordar cedo, menino. Se tem mesmo de ser doutor, precisa ir se preparando.

Tive ímpeto de correr para meu pai, abraçá-lo, tanger o punho de sua rede a noite inteira. Mas ele ressonava já, o peito enorme subindo e descendo com regularidade. Era um sono pesado e total. Sono de marinheiro que chega do mar.

 

9 de Maio de 1953 

"PRESTÍGIO DO CORDEL" - UM TEXTO COM 48 ANOS

 


Quem ignora precisa ser informado acerca da importância da chamada literatura de cordel. Dizemos “chamada” porque não há critério exato na expressão. A literatura nada tem que ver com a maneira como os livros são expostos à venda. Não há literatura de balcão nem de vitrina – portanto, não há de cordel só porque os fascículos são pendurados em cordéis. Mas todo mundo entende que estamos nos referindo a esses modestos folhetos, vendidos nas feiras e mercados, repositórios do pensamento, do sentimento e da imaginação do povo.

Ninguém se engane com a aparência. O péssimo salta logo à vista: serviço tipográfico, qualidade do papel, certas capas (embora haja xilogravuras ótimas, estudadas por Abelardo Rodrigues) erros de ortografia, de rima, de métrica, etc. O caso é que não se deve tratar esse tipo de folheto como se fosse livro erudito, editado sob cuidados industriais. Nem se pode julgar uma coisa e outra com as mesmas exigências de crítica literária. O folheto é imperfeito e surpreendente como o próprio povo. Seus autores têm formação cultural singular, até enciclopédica pode-se dizer, nutrida na tradição, nos almanaques e, sobretudo, na observação da vida. Daí essas obras serem documentos nacionais de interesse múltiplo, sendo o literário um deles, apenas. Mesmo nesse campo, o que têm fornecido à literatura erudita é imensurável, em personagens, visão da vida, argumentos, motivos, imagens e até estrutura. Grandes achados líricos, dramáticos, satíricos, lá se encontram. Igualmente o comentário dos acontecimentos ou seja, a reação imediata do escritor popular ante qualquer ocorrência de vulto, que tanto pode ser a morte de Getúlio Vargas como uma peleja de cantadores. Pensando-se bem, o folheto antecipa muita coisa tida como novidade: o realismo mágico, de que tanto se fala, é um exemplo.

Admiradores do folheto são muitos escritores, que dele se servem para obra de criação ou para estudos de interpretação do Brasil. Sem forçar a memória, nem sair do Recife, poderíamos citar Gilberto Freyre, Valdemar Valente, Renato Carneiro Campos – autor de um livro sobre o “amarelinho” – Mário Souto Maior, Evandro Rabelo – também grande colecionador – Hermilo Borba Filho, que, como Ariano Suassuna, tanto o estuda do ponto de vista folclórico como aproveita-o em obras de criação e Joel Pontes, que recentemente publicou artigo em Lisboa sobre Camões e o “neto” de Camões na literatura de cordel. Citamos só escritores do Recife – certamente a lista é incompleta – mas poderíamos lembrar mestres estrangeiros que vêm ao Nordeste interessados, mais do que em qualquer outra coisa, nos folhetos. Um deles, jovem professor norte-americano, autor de tese doutoral sobre o assunto, publicada pela Universidade Federal de Pernambuco. Outro, o eminente Raymond Cantel, da Sorbonne, que, com seus setenta anos de idade, viajou em gaiola quase todo o São Francisco, no ano passado, foi a Caruaru, Campina Grande e Feira de Santana só preocupado em comprar poesia e conversar com os poetas.

Para fechar de vez: o próprio governo federal publicou obra de mais de mil páginas, envolvendo especialistas do Ministério da Educação e Casa de Rui Barbosa, em três volumes, intitulada “Literatura Popular em Verso”, que é toda uma consagração a João Martins de Ataíde, Leandro Gomes de Barros, Rodolfo Coelho Cavalcante, Cuíca de Santo Amaro e outros folhetistas populares.

 

Fonte: Diário de Pernambuco, edição de 6 de julho 1973.   



ARTIGO DO BLOG VAI PARA JORNAL DE MOSSORÓ

 




ANLiC EMPOSSA AMANHÃ NOVA DIRETORIA

 


EXPOSIÇÃO DE ARTES NO MUSEU CAFÉ FILHO

 


quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

VICENTE SEREJO ESCREVE SOBRE O CORDEL DE VIVI

O jornalista e cronista, Vicente Serejo, publicou na sua coluna Cena Urbana, jornal Tribuna do Norte, edição de hoje, a nota abaixo. Esta não é a primeira vez que ele elogia os trabalhos poéticos de Mané Beradeiro.



terça-feira, 7 de dezembro de 2021

CASSACOS - UM TEXTO DE OSWALDO LAMARTINE

   Oswaldo  Lamartine de Faria

  A presença da grafia nada assemelha o nosso cassaco nordestino ao guerreiro das estepes russa. Falta-lhe a montaria, o colorido das vestes, a destreza e a belicosidade do eslavo. Cassaco é chamado, em todo aquele mundo, o simples sertanejo de rede-nas-costas que vive no ciganismo do trabalho das construções públicas.

   De quando remonta a sua origem, não o sabemos. É de se imaginar ter aparecido após a criação do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, antiga IFCOS) pelos idos de 1908.


    Distingue-se do trabalhador ocasional cuja frustração das safras nos anos secos o faz caçar ganho nas construções do governo - pela atividade permanente, de janeiro a janeiro - nas obras públicas. Indiferentes à pegada do inverno, acodem de todos os cantos - isolados ou aos magotes, mais raramente com mulher e filhos, de caminhão ou a pé e quando donos de jumentos de trabalho, tangendo-os pelos caminhos - parecendo até mesmo que farejam o início da construção de um açude ou de uma estrada. mais das vezes, não conduzem sequer a própria ferramenta de seu trabalho de vez que é obrigação do encarregado da obra fornecê-la.

    No local, se arrancham ao abrigo de algum telheiro, à sombra de um pé-de-pau ou constroem latadas de ramos onde passam a viver. Todo o mobiliário dessa tosca e ocasional morada se resume na rede (que durante o dia permanece enrolada a um esteio), um malote onde trancam os guardados, alguns caixotes que também fazem a vez de cadeiras, um pote d'água de beber e a clássica panela de barro no fogão de trempe.

    Quando donos de tropas de jumentos, para o serviço de movimentação de terra, especulam logo um cercado onde fazer solta dos animais no fim do dia de trabalho.

    Nada cultivam. Adquirem para o sustento nas feiras sertanejas ou no próprio barraco que se instala nas imediações.

    Pilhéricos e mais despreocupados, não se mostram taciturnos como os sertanejos que ali estão fazendo ganho à espera do inverno. À noitinha, quando largam o serviço, sempre estão prontos para uma reunião - cantoria, jogo de cartas ou fobó - como indiferentes às canseiras do trabalho.

    Piolho das construções públicas onde cedo aprendem a dar-de-mamar a enxada, são por isso, habitualmente, enjeitados como diaristas nas fazendas daquelas redondezas.

    Muitos demonstram certa especialidade funcional. Alguns são paleadores de primeira e criam fama pela habilidade em sacudir a terra à grande altura, fazendo "foguetão" - a pá dá uma cambalhota no ar e volta às mãos do cassaco, enquanto a terra se destaca num bloco compacto.

    Costumam trabalhar cantando, na cadência do coco puxado por um, a que os outros respondem em coro. Na construção do açude Itãs (Caicó, RN) de 1932-6, paleavam ao som do "Tamanqueiro".

    "Oi tamanqueiro
    eu quero um par,
    quero um par.
    Eu quero um par,
    de tamanco prá dançá."

    Os da pedra - que trabalham nas pedreiras - são ainda mais teatrais. Três marreteiros malhando, às vezes no mesmo aço - fazem piruetas com a ferramenta que foge pelo sovaco e volta às mãos por cima do ombro - num assobio soprado que dá som à trajetória e no tinido da pancada, ritmo do coco, "que faz a pedra mais maneira" (mais leve):

    "Ôôôôô - malha
    Seu maia.
    Ôôôô - malha malhadô
    Vamos maiá,
    Seu maia,
    Vamos maiá,
    Segundo a marcha do tempo:
    É roda-pé, cama de vento,
    É ferro novo de engomá..."

    A permanência do cassaco no local se finda com o término da obra ou a notícia de uma outra frente de trabalho de remuneração mais vantajosa. Aí alcançam as estradas e recomeçam o ciganismo...

             
A imagem foi copiada do site <https://www.blogdoraimundomoura.com.br/2020/07/a-barragem-pereira-de-miranda-esta.html> visualizada em 7 dezembro 2021

                                                                     

NEM TODO FOLHETO É CORDEL - NEM TODO CORDEL ESTÁ EM FOLHETO

 

"A crítica deve ter a missão nobre de um bisturi em mãos de um cirugião" Felix Caignet


A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através da sua editora EDUFRN, disponibiliza de forma gratuita,  o livro digital "Escravidão no Rio Grande do Norte", um trabalho que teve a organização de Juliana Teixeira Souza e Margarida Maria Dias de Oliveira. Para baixar o livro é só clicar aqui Livro.

Na página do repositório da UFRN lemos o seguinte resumo da obra:

"Esta obra inaugura a série "Produtos didáticos para o ensino de História", resultado de um projeto de ensino coordenado por professoras do curso de História da UFRN, com participação de alunos e alunas licenciandos, com o objetivo de contribuir de forma propositiva para os debates sobre o ensino de história e de cultura da população afrodescendente, numa perspectiva atualizada e tendo a metodologia da pesquisa histórica como referência. Como resultado desse trabalho, apresentamos para professores da Educação Básica e estudantes de licenciatura sete propostas de sequências didáticas e recursos didáticos produzidos exclusivamente para esta publicação. Antes das propostas de senquência didática, apresentamos dois breves textos, sobre ensino-aprendizagem de História e escravidão negra no Rio Grande do Norte, com algumas informações sobre população, trabalho e formas de resistência."

Quero chamar a atenção das autoras organizadoras para o material que foi usado  que tem como título "Cordel dos Desiguais", presente nas páginas 70 a 72. Aqui,  infelizmente, não tiveram as organizadoras o cuidado de realmente analizarem  se o texto estava em conformidade com as regras da literatura de cordel. O texto em questão é da autoria de Francisca Rafaela Mirlys e Ísis de Freitas Campos.


Entre algumas características da literatura de cordel existem três que são indispensáveis: métrica, rima e oração.  E isso está até presente no livro acima, página 48:

O que vem corroborar que as organizadoras não se debruçaram na análise estrutural do que aparentemente é um cordel, trazendo para a obra um texto absurdamente desmetrificado.  Não há revisores capacitados na UFRN para saber reconhecer um cordel? 

O poema possui vinte estrofes em forma de sextilha, portanto 120 versos.  Fiz a análise aplicando o que chamo de Tabela Beradeiriana e o resultado no tocante à métrica foi terrivelmente este:

Estrofe 1 - zero de métrica 
Estrofe 2 - zero de métrica
Estrofe 3 -  1 verso metrificado
Estrofe 4 - zero de métrica
Estrofe 5 - 2 versos metrificados
Estrofe 6 -  1 verso metrificado
Estrofe 7 -  1 verso metrificado
Estrofe 8 -  1 verso metrificado
Estrofe 9 -  zero de métrica
Estrofe 10 - 2 versos metrificados
Estrofe 11 -  zero de métrica
Estrofe 12 -  zero de métrica
Estrofe 13 - zero de métrica
Estrofe 14 -  zero de métrica
Estrofe 15 -  zero de métrica
Estrofe 16 - 3 versos metrificados
Estrofe 17 -  zero de métrica
Estrofe 18 -  2 versos metrificados
Estrofe 19 - zero de métrica
Estrofe 20 - zero de métrica


Diante do quadro acima, onde não  há nenhuma estrofe totalmente certa na metrificação, chega-se a um percentual de 21,66% de acertos na métrica, índice muito baixo. Nem quero  escrever sobre outros fatores que também comprometem classificar este poema como cordel, tais como a ausência de poética, a oração, coerência, etc.

Minha pretensão  não é ferir as organizadoras, nem tampouco as autoras do texto em crítica. Preocupa-me  sim, saber que esse livro vai chegar às mãos de muitos formadores, que  vão lê-lo e   achar que ali está verdadeiramente um cordel.

Fica a diga para que quando se tratar de publicação que contenha o cordel brasileiro, a instituição tenha mais cuidado e na dúvida procure quem de fato entende do assunto.

Mané Beradeiro - 07 de dezembro de 2021


Obs: este artigo foi publicado com prioridade no blog Papo Cultural

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

O MESTRE DOS APELIDOS ERA "O PROVINCIANO INCURÁVEL"

 Câmara Cascudo gostava de apelidar seus amigos. Fui notando isso ao longo das minhas leituras e tomei a iniciativa de anotar. Depois de uns três anos já disponho de uma lista bem interessante que acho válido torná-la pública.

Manoel Onofre Júnior  - era chamado de "Cruviana"

    Nilo Pereira - recebeu o apelido de "Barão do Guaporé"

   Meira Pires -  gostava quando Cascudo o chamava de "Ventania do Nordeste"

   Valério Mesquita - tinha a alcunha de "Pisa na Fulô"

   Enélio Lima Petrovich -  era o "Galinho"

   Manoel Rodrigues de Melo - "Manoel Careca", mas na intimidade do lar, os familiares o chamavam de "Badéu".

   Vingt-un Rosado  -  não ficou de fora e em muitas cartas que Cascudo destinava a ele, saudava-o pelo título de "Sargento-mor da Ribeira".

   João Wilson Mendes Melo - "Gola azul"

   Mas nenhum teve tantos apelidos por parte de Cascudo, quanto o seu amigo Raimundo Nonato da Silva, sobre ele eu consegui colher os seguintes: " "Cambiteiro de Martins", "Raimundo Pega Fogo", "Corisco de pé-de-serra",  "Corisco de tabuleiros",  "Corisco das trincheiras","Jesuíno das caêiras", "Desembargador Vitorino".

    Encontrei apelidos de outros literatos, que não foram dados por Câmara Cascudo, mas que vale a pena tomarmos conhecimento. São eles: Ferreira Itajubá (Azinho), Veríssimo de Melo (Vivi), Ezequiel  Wanderley (Zaca), Carolina Wanderley (Caró), Otoniel Menezes (Toni ou Tito), Maria Eugênia Montenegro (Geninha).

   Sei  que ainda irei descobrir outros e terei a lista crescida. Eles estão lá, nos livros, em artigos, crônicas e reportagens.

  Francisco Martins - 06 dezembro 2021

domingo, 5 de dezembro de 2021

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: AMOR DE OUTONO

 


Livro: Amor de Outono

Autor: Carlos Gomes

Ed. Sebo Vermelho - 2021

Gênero: Conto, 69 p.


    "Era uma vez", geralmente as boas histórias começam assim. Não foge à regra a que escreveu Carlos Gomes: "Amor de Outono".

    O autor vai narrar um conto de amor que foi vivido por Fernando e Cristina, que tem como espaço geográfico a cidade Natal. A narrativa tem duas faces, a do relacionamento entre os apaixonados e a dos fatos históricos que permeiam a história, principalmente a política.

    O texto do livro tem o relevo da vida, com altos e baixos, chegadas e partidas, alegrias e tristezas .

    O que aconteceu nas vidas dos protagonistas? Poderia até escrever, mas o bom mesmo é ler "Amor de Outono" , e deixar que a frase do Apóstolo Paulo testifique: "O Amor ... tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta ". ( 1 Coríntios 13:7).

Francisco Martins

05 de dezembro 2021.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O ESCRITOR SE RETRAI PARA RENASCER - UM LONGO ANO SABÁTICO

     

4 de dezembro de 2021,  uma data que é muito importante para mim, pois  exatamente em 2004, eu estreava no mundo da literatura, com o meu primeiro livro; "Contos da Nossa Terra". Já se foram 17 anos. E ao longo desse tempo vieram outros livros e muitos folhetos de cordéis, além da criação dos personagens Mané Beradeiro, Palhaço Leiturino e os bonecos que manipulo.

Ganhei prêmios, sou até comendador da Ordem Deífilo Gurgel. Pertenço a algumas instituições. Sou um incansável batalhador neste campo da cultura.  Para conhecer um pouco do que está registrado sobre mim clique aqui bibliografia

É hora de dizer muito obrigado a todos vocês que estiveram comigo e estão.  Confesso que em 2022, se Deus assim permitir, irei ficar mais quieto. É momento de descansar.  Atenderei poucos convites, não tenho mais estrutura física de correr tanto. 

Minhas idas serão agora mais no campo das pesquisas e publicações, e elas chegarão como as estações do ano.  É isso que gostaria de dizer: estou entrando  em um processo retiro, como se fosse um longo ano sabático.


Francisco Martins
Palhaço Leiturino
Mané Beradeiro

HOJE EM PLENÁRIA DA ANLiC



Às 19 h de hoje, a Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel _ANLiC realizá uma sessão plenária, de forma virtual.  Na pauta os seguintes tópicos: Avaliação da ANLiC; Posse dos novos eleitos; Agenda do Cordel; Estatutos.

 

terça-feira, 30 de novembro de 2021

UMA CRÔNICA DE THADEU VILLAR DE LEMOS SOBRE CEARÁ-MIRIM DE ANTIGAMENTE

 

CEARÁ-MIRIM

 

Estive em Ceará-Mirim, no restrito tempo de minha última estadia em Natal. Não fui reconhecido, e, incógnito andei por toda a cidade. Foi melhor assim. Ali, absorvendo o cheiro da garapa cozida, vindo dos “banguês” que se sucediam ao longo dos canaviais que enfeitavam com a sua folhagem verde o grande vale, vivi os melhores dias da minha infância, entre os 7 e os 14 anos de idade.

Visitei todos aqueles recantos da cidade, inclusive os locais onde, há cinquenta e cinco anos passados, existiam os botecos que vendiam caldo de cana, cocada e grude de goma fresca.

Nada mais existe do tempo da minha infância; o progresso acabou com tudo.

Estive no mercado público, onde procurei recompor na memória aqueles locais pitorescos que tantas alegrias me causaram. Durante muito tempo contemplei o sobrado dos Antunes, a mais imponente residência dos velhos tempos, tendo na parte térrea o depósito do velho José Antunes para a venda de açúcar bruto, rapadura, aguardente de cana, banana e outros produtos. Na casa vizinha, estava a residência e a funilaria do velho Sena que rivalizava, na sua arte, com “seu” Moisés, instalado na rua São José.

Passei pela casa onde morava D. Ana Sobral. Aí eu gostava de ir brincar à sombra das grandes mangueiras. Bem em frente, existiam os alicerces de uma casa inacabada onde a cega Maria Fôlha vivia, escandalizando a cidade com o seu palavreado pornográfico, especialmente, quando bebia. Não estando embriagada, momentos raros da sua vida, Maria Fôlha perambulava pelas ruas, gritando ininterruptamente: “Menino?!... Ou menino”?!... Certa vez foi mexer com essa figura popular da cidade, e recebi sobre o ombro uma forte bordoada do bastão que a mesma usava para se manter de pé.

João Cego era outra figura popular da cidade. Morava em um quartinho de taipa erguido em um terreno baldio, quase em frente à residência de Luiz Ferreira da Silva, na rua São José. Andava em todas as ruas, sozinho tendo como guia uma varinha de marmeleiro bravo. Conhecia todo mundo inclusive as crianças, pelo timbre de voz.

Uma das coisas tradicionais do meu tempo, em Ceará-Mirim, eram as batalhas de busca-pé no dia de São João. Geralmente elas tinham como palco a rua São José. Às 7 horas da noite, fechavam as portas e janelas das residências,e todo mundo já sabia que, depois daquela hora, ninguém poderia passar por ali. Postavam-se os dois grupos nas duas extremidades da rua, e avançavam um contra o outro com os raios luminosos desprendidos, com violência, das bases de bambú que mediam 30 e 40 centímetros de comprimento. De muito longe via-se o clarão da batalha. Os busca-pés eram preparados com muita limalha e salitre para que produzissem maior luminosidade. A luta se prolongava por mais de três horas, até que um dos lados fosse vencido, pelo esgotamento da munição. Depois disso, havia a festa da vitória em que tomavam parte os dois grupos contendores. Passados os dias de São João e São Pedro, chegava boa hora dos caiadores porque todas as frentes das casas da rua São José estavam riscadas pelo carvão desprendido das chamas das armas de combates. E o que é mais curioso em tudo isso é que nenhum proprietário reclamava a sujeira em que ficavam as fachadas das suas residências.

Outra brincadeira tradicional de Ceará Mirim era a dos “papagaios”, que antecedia as festas de Natal. O “papagaio” ou “coruja” do norte, é a “pipa”, no sul. Os rapazes faziam “Papagaios” de mais de dois metros quadrados, colocando nos mesmos uma cauda de dez metros, aproximadamente. Alavam os bichos a favor do vento aguentados em cordas de fibra de gravatá. Para sustentar o monstro no ar, em grande altura, eram necessários três homens que movimentavam a corda de sustentação, cuja extremidade se encontrava presa a um tronco de madeira, previamente fincado no chão para esse fim. No dia em que o “Papagaio” teria de ser empinado, ninguém deixava de ir assistir ao espetáculo. Por mais de uma vez vimos a corda se soltar do tronco e o “papagaio” arrastar os três homens, forçando estes a se desprenderem da corda. Três ou quatro dias depois, o monstro era localizado no canavial do vale, a muitos quilômetros de distância. Pedroca, o chefe da brincadeira ia buscá-lo.

Havia no Ceará-Mirim o uso de locação de cavalos selados para quem quisesse cavalgar na cidade ou viajar. Não tínhamos automóveis nesse tempo, e o único transporte se fazia em costados de animais.

Eu gostava de cavalgar e os cavalos da minha preferência eram os do engenho “Porão”, bem pertinho da cidade, pertencente a José Ribeiro de Paiva, mais conhecido por seu Zuza. Pagava-se de aluguel por meio dia 1$000, e por 24 horas, 2$000 - ou sejam, um milésimo e dois milésimos de cruzeiros respectivamente.

Mas, nem sempre eu tinha o dinheiro completo para o aluguel, e a vontade de cavalgar era grande.

-       Que fazia eu?...

Chegava no “Porão” e falava com seu Zuza pedindo que me alugasse um cavalo para dar duas voltinhas na cidade, por $500 (cinco décimos de um milésimo de cruzeiro). Seu Zuza atendia o meu pedido, porém recomendava que levasse o cavalo dentro de duas horas. Como era de praxe, eu pagava o aluguel, adiantado, ia ao cercado pegar o cavalo da minha preferência, trazia ao celeiro, punha os arreios, e saía. Mas só voltava à noite, quando seu Zuza já estava deitado. Abria a porteira, cuidadosamente para não fazer barulho, puxava o cavalo pelas rédeas até o celeiro, tirava os arreios e soltava o animal. Seu Zuza não desconfiava de nada porque o movimento de fregueses era muito grande. Acontece que, certo dia, alguém disse ao homem que eu andava nos seus cavalos o dia inteiro, galopando nas estradas dos engenhos até o começo da noite. Seu Zuza ficou de tocaia e me pegou com a boca na botija. Fez queixa a Papai e eu fui proibido de cavalgar.

Muitos anos depois, eu e Zuza éramos colegas da fiscalização do imposto de consumo, e ele relembrou o caso dos cavalos, adiantando aos ouvintes que eu entrava no engenho tão sorrateiramente, que nem acordava o bebê, seu filho Jorge, o hoje Monsenhor Jorge Ograyde.

Finalmente, muita coisa eu ainda poderia narrar sobre a minha infância em Ceará-Mirim, porém vamos parar por aqui.

 

Rebuscando Escarcelas

Thadeu Villar de Lemos 1970, p. 79 a 83.

VENHA APRENDER COM ROSA RÉGIS


 A poeta Rosa Régis que domina bem as regras do trovadorismo estará amanhã, quarta-feira, a partir das 18:30 h, ministrando uma oficina sobre o assunto: Trovas e elisões. Quem desejar participar solicite o link da oficina através do telefone 84 99827 2903. A oficina é uma realização da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins -SPVA/RN.

O QUE É LITERATURA E SUBLITERATURA?

Há livros que nos tocam profundamente, quer sejam pela sua mensagem, quer seja pelo estilo literário. Mas existem também aqueles, que muitas vezes possuem um excelente projeto editorial, porém o conteúdo fica muito a desejar.

Livro bom é aquele que você, enquanto leitor, não sente vontade de soltá-lo. Quando isso acontecer, pode acreditar que em suas mãos está uma literatura boa, agradável, construtiva, de qualidade. São livros que resistiram a um longo período de anos e por permanecerem na lembrança e sempre editados, tornaram-se clássicos, por exemplo: Dom Casmurro (Machado de Assis); Guerra e Paz (Leon Tolstói), Orgulho e Preconceito (Jane Austen), Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes), etc.

Importante saber que os best sellers  não são clássicos. A maioria deles não sobrevive a seis meses na composição dos mais vendidos. 

Sabe o que esse tipo de literatura pode fazer por você? Formação humanística. O escritor e imortal da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Manoel Onofre Jr, escreveu no livro "O Desafio das Palavras": uma sólida formação humanística só se obtém, integralmente, através das leituras de obras literárias.  Manoel Onofre tem toda a segurança para afirmar isso. Ele é um senhor que há muito convive com a literatura. 

Há dentro do conjunto universal dos livros, aqueles que estão vestidos de subliteratura. O escritor e Acadêmico Umberto Peregrino conceitua que subliteratura  "´aquele em que a mensagem é negativa e nada acrescenta ao conhecimento e sensibilidade do leitor", portanto muito cuidado com o tipo de alimento que você fornece ao seu espírito.

Francisco Martins - 30.11.2021



ASSIM DISSERAM ELES ...

 


"Aquele monturo é o resíduo das coisas úteis que envelheceram"

Câmara Cascudo

Fonte: Doente Aprendiz, p. 33.

DIA 2 DE DEZEMBRO COMEÇAM AS INSCRIÇÕES PARA A 27ª FIART

 O Governo do Estado do Rio Grande do Norte já está nos preparativos para realizar a 27ª Feira Internacional de Artesanato - FIART/2022.  A organização tem à frente a Secretaria do Estado e do Trabalho da Habitação e da Assistência Social. No Diário Oficial de hoje, 30 de novembro, foi publicado o Edital de Chamamento Público, destinado àqueles artesãos que desejam da FIART. As inscrições serão de 2  a 20 de  dezembro.

CONVERSA SOBRE MADALENA ANTUNES NO COLÉGIO SANTA ÁGUEDA

 


Vai acontecer logo mais, às 9:30 h, uma mesa redonda tendo como tema Madalena Antunes, a maior memorialista do Rio Grande do Norte, autora  de "Oiteiro - Memórias de uma Sinhá-Moça". O evento acontece na cidade de Ceará-Mirim-RN, no Colégio Santa Águeda, com os alunos do Ensino Médio e a palestrante será a escritora Margareth Pereira.  Os alunos dos 6º e 7º ano também tiveram esse encontro, sendo palestrante a poeta Francisca Bezerra. Ambas pertencem a Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes - ACLA - Pedro Simões Neto.