quarta-feira, 15 de junho de 2022

ESPIANDO A CAPITAL

 



Estou sentado num banco de cimento na Avenida Rio Branco, em Natal. Coisa esquisita é a cidade grande. Já faz um bocado de tempo que vejo várias pessoas passando para lá e pra cá. Acreditem, ninguém carregando uma foice, uma enxada. Esse povo não trabalha? Aqui onde estou tem até uma carroça, mas pressinto que não serve para o burro. As luzes dos postes ficaram acesas de repente, sem quer ninguém tocasse no pitoco. Eu, heim!
São quase seis horas da tarde. Tem uma loja com umas bonecas grandes, brancas, sem um tiquim de sangue. Elas são do tamanho de gente grande. Fui lá e perguntei a moça:

-Boa tarde dona! Me diga quem brinca com boneca assim tão grande?

Ela riu e disse são manequins. Fiquei sem entender.


Olho pro chão e fico espantado com textura. Não tem areia, é duro que nem cimento. Num presta para plantar um pé de fulô, imagine um roçado de mandioca. Sinceramente, eu não sei que esse povo faz aqui na capital. Acabo de ver um ônibus todo lotado, é gente que nem abelha. Será que vão para uma festa? Tão fechando as portas das casas de comércio. Quando eu contar para minha mulher que as portas não são de madeira, mas de flandre, e descem desenroladas até o chão, eu sei que ela vai falar: "Deixa de mentira!". Levanto os olhos para o céu, buscando a lua. Cadê? Vejo não! O que consigo encontrar é uma ruma de prédio, bem alto, chega dá tontura só de espiar. É muita buzina, e não escuto um passarinho. Tem muita lambreta, e nenhum jumento. Muita gente andando com pressa e segurando a bolsa, ninguém dá "boa noite". É a vida na cidade...

Mané Beradeiro

15 de junho de 2022


PENSAMENTO POPULAR.

 "Há duas coisas no mundo que eu não posso entender: É padre ir para o Inferno, e doutor ter que morrer"

Fonte: Pequeno Manual do Doente Aprendiz, Luís da Câmara Cascudo.

terça-feira, 14 de junho de 2022

POR UM RIO DE LEITURA QUE NÃO SEJA ESTAGNADO

 

O Projeto Rio de Leitura, que funciona em Parnamirim-RN, nas escolas municipais e tem como objetivo principal formar leitores, tem sofrido perdas neste ano de 2022, quando a Secretaria Municipal de Educação retira da Biblioteca, o Professor Mediador de Leitura, que atua nas séries do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II.

Diante disso, eu, Francisco Martins, escritor, poeta, cordelista, editor de livros cartoneros e outras coisas afins, veio me solidarizar com todas as pessoas envolvidas no Projeto Rio de Leitura e afirmar de forma contundente a não aceitação dessas ações que minam um dos projetos mais lindos do Brasil e que tantos frutos tem dado à cidade de Parnamirim-RN.

Senhores gestores, tenham a dignidade de dar aos munícipes portas abertas de bibliotecas, livros nas mãos de alunos, Mediadores semeando o prazer da Leitura e assim, somente assim, a comunidade terá a colheita de homens e mulheres que edificam uma sociedade.

 

Francisco Martins

14 de junho de 2022

 

sábado, 11 de junho de 2022

QUAL DESTES VOCÊ POSSUI?

 




CACIMBA DE SÃO TOMÉ



Em tempo: Cacimba de São Tomé é uma série de imagens com prosa e poesia que tratam sobre nossa História.
Assunto: 1ª casa de alvenaria de Parnamirim
No centro de  Parnamirim-RN, na Rua Otávio Gomes de Castro, existe a primeira edificação em alvenaria de Parnamirim. Devemos preservar a nossa história.

Ela é a mais antiga
Que na cidade foi feita
Otávio Gomes de Castro
Nela deixou a peleita
A cultura diz "é berço"
Nós queremos com apreço
Mantê-la a mais perfeita

Mané Beradeiro
11 maio 2022


quarta-feira, 8 de junho de 2022

BLOG COMPLETA 13 ANOS DE CRIAÇÃO

 Mês de junho é o aniversário do blog. Completou essa semana 13 anos de existência. É uma ferramenta que ajuda na cultura e principalmente a divulgar minhas ações, em tantas áreas que vivo a fomentar o valor da leitura, dos livros e coisas afins. Aqui é possível saber muito de mim, principalmente na página BIBLIOGRAFIA, onde sempre vou atualizando as informações.

Agradeço a todos vocês que tem me acompanhado ao longo desta jornada. Há pessoas que estão comigo mais de dez anos e outras vão chegando. Algumas permanecem, há aquelas que levantam voo e migram para outros blogs.

Não me assusto, tampouco fico triste. Os que ficam é porque gostam do que faço e escrevo e isso me basta.


Francisco Martins
08 de junho 2022


QUINTA CULTURAL NO IHGRN COM FLADEMIR DANTAS

 

Será amanhã, às 17h, no Salão Nobre do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte,  à Rua da Conceição, nº 622, Cidade Alta, que o pesquisador Flademir Dantas fará palestra e lançará seu livro  "Cidade em Chamas", que aborda os grandes incêndios que aconteceram em Natal, no período de 1917 a 1955.

As palestras do projeto Quinta Cultural são abertas ao público. Flademir Dantas entrou recentemente no IHGRN é militar, servido no Corpo de Bombeiros. O seu livro está circulando desde novembro de  2021, quando foi lançado por ocasião dos 104 anos de fundação do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte,  e é bem aceito pelos amigos e colegas da corporação. Agora, por ocasião da Quinta Cultural, o escritor e pesquisador vai apresentá-lo à comunidade literária.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

RECEITA POÉTICA PARA CANJICA (CURAL)

 Sábado passado eu resolvi fazer canjica (cural). É um prato da culinária nordestina, indispensável à mesa neste período junino. Nossa! Fazia muito tempo que não preparava uma canjica. Dividimos as tarefas. Eu saí para comprar os ingredientes, minha esposa e um dos meus filhos deixaram o material no ponto de ser levado ao fogo. Ficou muito boa. Segue a receita poética para quem desejar fazer:



RECEITA POÉTICA PARA CANJICA (CURAL)


15 espigas de milho. Não podem ser verdes, nem maduras demais. Escolha-as no meio termo, assim como quem busca um amor que vai ficar para sempre.

1 caixa de leite condensado - pois  a canjica é como casamento - vão ter momentos que precisarão se sobrepor ao poder do açúcar.

4 colheres (sopa) de açúcar

720 ml de leite in natura, quente

200 ml de manteira de garrafa

Leite de 1 coco ralado

1 pedaço de canela

1 pitada de sal

Modo de fazer: Limpe as espigas, retire os grãos, triture no liquidificador com pouca água. Passe numa peneira e reserva na panela. Junte o leite de coco, a manteiga, o leite condensado e o açúcar ao líquido acima e leve ao fogo. Vá mexendo devagar e quando começar a engrossar acrescente aos poucos o leite in natura e o pedaço de canela. Continue mexendo. Canjica é como casamento, tem que ter calor, movimento, carinho, olhar constante para poder ficar cada vez melhor.

Não esqueça de cronometrar. Vai durar no mínimo 1 hora. A canjica começa a ganhar consistência depois dos 35 minutos. Não se engane, ela ainda não estará no ponto. Baixe o lume, mas não apague o fogo. Sem calor não há casamento saudável, nem canjica bonita e gostosa.

Depois de 1 hora de preparo e você sempre mexendo, ela começa a soltar das laterais da panela. Isso são as bodas de ouro. Veja como ela está amarelinha. Deite-a em um refratário e ponha canela em pó sobre ela.

Pronto! Canjica feita.

Boa lua de milho!

Francisco Martins

06 de junho de 2022


sábado, 4 de junho de 2022

VEM AÍ UMA ANTOLOGIA EM HOMENAGEM A CASCUDO

 


Final de junho ou em julho estarei com essa antologia, na qual participo com o cordel "As Ruas Cascudianas".


quinta-feira, 26 de maio de 2022

PEDRO COELHO - OLHAR MINERAL

 


    Eulália Duarte Barros, escritora, Conselheira do Conselho Estadual de Cultura do RN e Acadêmica da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras nos presenteia com mais uma obra: "Pedro Coelho - Olhar Mineral".
   Um livro que começa se abrindo para o leitor com imagens fotográficas que retratam o homenageado com família e amigos. Clichês em preto e branco que formam páginas do álbum da vida.
    Passam-se algumas folhas e o ledor vai esbarrar num poema de Zila Mamede, dedicado a Pedro Coelho, que traz o subtítulo do livro.
  Tem razão Ângela Almeida quando escreve: " o que poderia ser simples tornou-se complexo". E o leitor não veja isso como uma pedra literária criada pela autora, mas, sim, por causa das possibilidades  de prismas que o livro nos oferece.
    Eulália Barros passa a ser a própria voz da "Casa da Seridó". A personalidade da casa é o reflexo do próprio Pedro, caridoso e até certo ponto, senhor das dores, coração flamejante.
   A ficha catalográfica teima em querer que o leitor acredite ser esse um livro de memória, mas não é. Sua beleza, suas ilustrações me levam a afirmar: não, não é memória. Ele vai muito mais além, é prosa poética, é cântico de louvor é canção de amizade. 

Francisco Martins.



COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS COM MEDIADORES

 


LER CONTINUA SENDO A MELHOR ARMA PARA PROTEGER E CONSTRUIR CIDADANIA

 Carinho, reconhecimento, alegria, entusiasmo, dedicação,  foram coisas que estiveram presentes na manhã de ontem,  por ocasião da Sorvetada Literária -  tão bem organizada pela Escola Municipal  Maria de Jesus, no bairro Nova Esperança, em Parnamirim-RN. A Professora Mediadora de Leitura, Rozélia Alves da Silva trabalhou algumas obras do escritor Francisco Martins com os alunos e esses fizeram apresentações sobre as mesmas.

Rozélia e Francisco Martins
"Doutor Buti", "O Cuscuz nosso de cada dia", "Os Pilares do Caráter" foram alguns dos textos que os alunos conheceram de forma mais acentuada. Na ocasião, o escritor também deu sua contribuição, levando ao público o poema em cordel "Um Novo Rei", que tem a assinatura de Mané Beradeiro e convida o leitor a refletir sobre cidadania, política, eleição, servir, comunidade, afirmando que  ler continua sendo a melhor arma para proteger e construir cidadania.

"Um Novo Rei" - cordel de Mané Beradeiro
Participaram das coreografias os alunos do 1º ano "A"; 3º ano "A", alunos dos 5º anos "A" e "B". E como convidado especial esteve na abertura desse evento, o poeta Fillipe Rimador, que no estilo de Rap deu sua mensagem sobre a importância da leitura.


De parabéns estão professores e alunos da Escola Maria de Jesus que souberam de forma tão cativante apresentar uma culminância cheia de encantos e ludicidade.

sábado, 21 de maio de 2022

UMA MANHÃ DE COR E ALEGRIA NA ESCOLA ANTÔNIO BASÍLIO




Na manhã de hoje, a Escola Municipal Antônio Basílio, em Parnamirim, recebeu as cores mais belas de uma homenagem. O multifacetado artista Francisco Martins foi mais uma vez, alvo de carinho por parte de professores e alunos daquela instituição.

Um grupo de estudantes apresentou as personagens criadas pelo autor e brincante; em seguida compartilhou a leitura, pela primeira vez de forma oficial, do cordel " Um Novo Rei", que trata de cidadania e responsabilidade eleitoral.

O Contador de Histórias, como não podia deixar de fazer, encantou o público infantil fazendo uma performance com os bonecos articulados: Sarauê, Ananias e Roque.

Por último teve a oportunidade de autografar vários folhetos de cordel.


quarta-feira, 18 de maio de 2022

UM DOS PRECURSORES DO CORDEL BRASILEIRO É CEARÁ-MIRINENSE.

     Provavelmente você nunca ouviu falar no poeta João Santana, mais conhecido por Santaninha. Ele viveu durante a época do Império. O véu que pairava sobre Santaninha foi retirado pelos pesquisadores Arievaldo Vianna e Stélio Torquato, dois cearenses que fizeram um excelente trabalho de pesquisa e cujo fruto foi o livro abaixo:


É um livro que deve fazer parte das estantes que guardam o bom acervo sobre a história da Literatura do Cordel Brasileiro. Esse livro foi lançado em 2017.  Cinco anos depois, o poeta e pesquisador Mané Beradeiro, traz à lume um texto inédito, de Rômulo Wanderley, que não chegou a ser conhecido pelos pesquisadores Arievaldo Vianna e Stélio Torquato. 

A importância do texto abaixo é porque faz justiça  a imprensa potiguar, no tocante ao que afirmam os pesquisadores acima citados.

Na página 7 escrevem: " Não há também sequer uma nota nos jornais norte-rio-grandenses consultados na hemeroteca da Biblioteca Nacional no período de 1870 a 1890, à respeito das atividades de Santaninha.."

Se realmente há um período de silêncio na imprensa local sobre o poeta Santaninha, é chegada a hora de anunciar que no Jornal "A República",  edição do dia 31 de dezembro de 1939, o jornalista escreveu a crônica:

MORREU, QUANDO IA RECEBER A COROA DE POETA ...

"João Santana era um poeta negro, que não cantava, como outro qualquer e teria feito, os extensos canaviais da sua terra - o Ceará-Mirim. Moço ainda viajou para o Sul, ambicioso de um céu mais amplo, onde sua imaginação pudesse voar mais alto. Porém, versejou mesmo quase terra-a-terra, como lhe permitia a cultura rasteira. O espaço tinha latitudes e alturas imensuráveis, mas as asas de pássaro não passaram de Remígio. Defeito, talvez dele próprio.

    Nas letras potiguares parece que João Santana é um desconhecido. Não porque tenha sido pequeno ou simplesmente um poeta popular. Os rimadores do povo e para o povo viveram em todas as épocas e chegaram até nós. Mesmo na sua rima barbara possuem um quê de encantador, de mavioso, de original. Aí tivemos o Fabião das Queimadas, conhecido de todos os de ontem e citado por alguns de hoje. É verdade  que o vate de que agora falo está num plano inferior ao nosso amigo Fabião. Mas se de fato existiu, devia não ser esquecido. Quem é vivo também aparece, diz o provérbio. E quem é morto também é lembrado.

    Sebastiana da Quixabeirinha é quem me dá notícias de João Santana. Diz-me que foi um rapaz nascido em Pau Ferro, no município de Ceará-Mirim, na segunda metade do século passado. Viajou para o Sul, como escrevi acima, e, vaidoso de ser poeta, veio rever a família. Porém, quando embarcou de novo para a Côrte, - asseverava-me a velha, com uma convicção da qual eu procurava não duvidar - morreu assassinado em caminho.

    - Por que? perguntei admirado.

    E Sebastiana cada vez mais séria.

    - Por inveja. Ele ia receber a coroa de poeta.

  Um livro de versos chegou ele a publicar, livro que andou de mão em mão versos que ficaram na memória dos seus contemporâneos. Muitas sexagenárias de hoje ainda se recordam de algumas estrofes do medo de Pau Ferro. Naqueles tempos sisudos em que o Carnaval já deixava saudade na mocinha de longas tranças e vestido balão. João Santana não perdia o motivo, embora perdesse a rima: 

    - Se fores para a cidade e vir meu jovem por lá...

    - Sinhazinha não conheço...

    - Na face tem um sinal que eu fiz com um limão nas festas do Carnaval.

    As Sinhazinhas, que no século XIX mal apareciam a janela, bendiziam a chegada de Momo, dias bons em que ninguém tem o direito de ser puritano. Jogavam limão nos namorados, limão de cheiro nos namorados, limão de cheiro. Os ingênuos percursores das lança-perfumes.

    Uma das poesias mais interessantes do livro de João Santana é aquela em que ele conta um escândalo de certa fidalga da Côrte, que por um descuido desses naturais a todos os que amam, viu nascer um garoto da "Cor de azeviche", como diria mais tarde o sambista brasileiro. E, na hora suprema, apelou para a sage-femme a ver se esta encontrava, pelas ruas escuras do Rio de 1880, um menino branco que assumisse, no berço rico, o lugar que o preto iria desonrar.  Inicialmente explica o nosso satirista:

"Neste ano de 80
Quem mais faz menos alcança.
Deu-se três casos na Côrte 
Que o povo traz na lembrança:
- O imposto e o russinho,
 e o outro - o pai da criança."

E arremata ironizando a fidalguia:

"- Pegue este conto de réis.
Vigie se um branco me alcança.
Faça a troca, mas não diga
Quem é o pai da criança.
Foi a parteira com tudo.
Ficou a mãe na esperança .
Nem parteira, nem dinheiro.
Nem o pai, nem a criança."

    O plano da mulher criminosa (naquele tempo julgaram-na criminosa!) foi malogrado pela cobiça da assistente, que desejou apoderar-se do conto de réis. E a viagem de João Santana também malogrou-se. Os seus rivais mataram-no segundo acredita Sebastiana para impedir que ele colocasse a cabeça encarapitada a coroa gloriosa que Camões só mereceu depois de morto."

 ***

No texto de Rômulo Wanderley, ele identifica o berço do poeta o lugar por nome de Pau Ferro, município de Ceará-Mirim-RN. Por outro lado, Vianna e Torquato dizem ter ele nascido em Touros, também no Rio Grande do Norte, no distante ano de 1827. Mas em qual  município nasceu o poeta? Vejamos:

Pau Ferro é a denominação toponímia da atual cidade de Pureza. Touros no ano do nascimento de Santaninha fazia parte do município de  Ceará-Mirim. O mesmo só foi desmembrado em 11 de abril de 1833.


Mané Beradeiro

18 de maio de 2022


 





                           

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

EXPOSIÇÃO DE ARTE EM PAU DOS FERROS VAI DURAR 90 DIAS

 


terça-feira, 17 de maio de 2022

UM RARO LIVRO DE CASCUDO EM MINHA CASA

 Na minha modesta e pequena biblioteca particular eu tenho alguns escritores que são especiais. Entre eles está Câmara Cascudo, o maior do Rio Grande do Norte e  um dos melhores do Brasil. Qual não foi minha alegria quando esta semana eu consegui um livro raríssimo dele, trata-se de "30 Estórias Brasileiras".

Esse livro é muito especial para mim, principalmente pelo registro das estórias populares que nele há. Na capa, a foto de Luísa Freire, Dona Bibi. Cascudo escreve: "Luísa Freire chegou em nossa casa no mês de São João de 1915. Era maior de quarenta anos, viúva e avó. Nascera na povoação de Contendas, perto da Barra de Inácio de Góis. Mocinha, passou para Estivas, Guarapes e daí a Natal no Rio Grande do Norte...Era mulher branca, de olhos castanhos, cabelo fino, conversando fluentemente".

Essa Bibi foi a contadora das histórias que estão nesse livro. 

Francisco Martins

17 maio de 2022