Páginas
▼
segunda-feira, 30 de maio de 2016
COMENTANDO MINHAS LEITURAS - A CANÇÃO DO TIO DITO
Livro: A Canção do Tio Dito
Autor: Marco Haurélio
Ilustradora: Nireuda Longobardi
Gênero: Poesia (cordel)
Editora: Paulus
Ano: 2015
Autor: Marco Haurélio
Ilustradora: Nireuda Longobardi
Gênero: Poesia (cordel)
Editora: Paulus
Ano: 2015
O poeta cordelista Marco Haurélio faz através de 72 estrofes, todas construídas em 4 versos, uma história que trata sobre a importância de cuidar da nossa comum, que é o planeta Terra. Fauna e flora não podiam ficar à margem deste canto, que é maravilhosamente regido pelo DITO, homem que ensina ao Perseu a importância das pequenas coisas. Um excelente material para ser trabalhado em sala de aula e em rodas de leitura. O livro apresenta também outro valor inquestionável, que é o trabalho de ilustração, feito com xilogravuras, através da arte de Nireuda Longobardi.. E foi a beleza da sua arte que me condicionou a comprar o livro.
CONVERSA DE CANCELA V
-Boa tarde Senhor! Poderia me dizer se estou perto da casa
de Fabio Felício?
-Perto, perto, não.
Eu diria que falta uma meia légua!
-Meia légua? Isso em metros equivale a quanto?
- Hum mil e quinhentos metros. Que mal lhe pergunte, a
senhora é a doutora dos bichos?
-Sou sim. Sou a Bióloga:
Socorro Fernandes.
-Pois sim. Posso fazer uma pergunta?
-Claro
- A doutora já viu um pardal andando?
-Já. Ele na verdade saltita
-Verdade! E a rolinha, a senhora já viu?
-Também. Essa não saltita, ela realmente anda.
-Pois é doutora Socorro a minha dúvida é exatamente aí: Por
que o pardal salta e a rolinha anda?
Socorro ficou sem saber dar a resposta àquele campesino. Até
tentou, mas não convenceu. Foi quando ele fechando a cancela falou:
-É Doutora, a senhora pode até entender de outros bichos,
mas de rola ainda tem muito a aprender!
Mané Beradeiro
sexta-feira, 27 de maio de 2016
MUDE O NOME
Eu já sei qual a razão
Da dengue não acabar
De crescer a chicungunha
E a zica sem parar.
Da dengue não acabar
De crescer a chicungunha
E a zica sem parar.
É que o danado do vetor
O mosquito transmissor
Tem nome muito bonito!
Aedes Aegypti - nome de imperador!
Coisa herdada lá de Roma
Em latim sim senhor.
Mude o nome dessa peste
Para coisa bem franzina
Tipo "peido de veia", "sarna de mucuim"
"Piolho de pulga louca"
Duvido com nomes desses
O mosquito ter tesão
De sair mundo afora
Mostrando seu ferrão
Chupando sangue da gente
Na maior animação.
Ele vai é se lascar
Psicólogo procurar
Tratar da baixa estima
Inté do país mudar.
Mané Beradeiro
27.05.16
O mosquito transmissor
Tem nome muito bonito!
Aedes Aegypti - nome de imperador!
Coisa herdada lá de Roma
Em latim sim senhor.
Mude o nome dessa peste
Para coisa bem franzina
Tipo "peido de veia", "sarna de mucuim"
"Piolho de pulga louca"
Duvido com nomes desses
O mosquito ter tesão
De sair mundo afora
Mostrando seu ferrão
Chupando sangue da gente
Na maior animação.
Ele vai é se lascar
Psicólogo procurar
Tratar da baixa estima
Inté do país mudar.
Mané Beradeiro
27.05.16
quinta-feira, 26 de maio de 2016
UMA AULA DE CRÔNICA
Professor Ismael André
Cheguei disposto a ensinar a construir crônicas, material todo pronto, esquematização do plano de aula estava perfeito nas minhas correntes cerebrais, que fizera durante toda madrugada no repouso da escuridão.
Inicio a minha aula, faço as
considerações iniciais, e já estava adentrando ao conteúdo, quando fui
interrogado:
- Mas professor, o que é crônica?
Tentei ser menos técnico do que
de costume e disse que crônica era uma narrativa histórica que expõe os fatos do cotidiano
seguindo uma ordem cronológica. Exemplifiquei que as mesmas são frequentes em
jornais e revistas periódicas.
-
Relaciono a crônica com a notícia. A notícia é o registro técnico do fato, a
crônica, por sua vez, é a notícia idealizada numa linguagem poética, literária.
O cronista é um literata que pode ser jornalista...
-
Ah, professor, então minha vó é cronista!!!
-
Ela faz crônica, Samuel? – fiz a pergunta num tom tão curioso.
-
Ora se não faz!!! Ela é brilhante nisso...
-
Tem textos publicados? – a euforia do amar escrever me deixava mais
entusiasmado em conhecer uma conterrânea da minha modesta cidade. Afinal, nunca
fui conhecedor que alguém naquela cidadezinha tivesse se destacado na
literatura.
-
Nada, professor!!! Minha vó nem sabe ler, que dirá escrever!!! O cronista não
pode usar somente da fala?
-
Na verdade, pode sim. Mas, o ideal é que se registre na escrita. Mas, por que
você diz que sua vó é cronista, menino?
-
Porque toda tarde, professor, ela senta na calçada, no que o senhor chama aqui
de mesa redonda, mas não tem mesa... rsrsrs... com um grupo de amigas... e
relata numa precisão tão grande, que até me admiro todos os fatos ocorridos na
cidade... E são em ordem cronológica, narrados numa linguagem bem coloquial, em
narrativas curtas...
-
Sério?
-
Sério! Ela comenta: Oh Comadre Maria, você viu que a menina do José passou na direção
da rua do Hospital já era umas dez da noite e logo depois o filho da Alzira
vinha de lá? Oh Comadre Joana, você viu que foi só o esposo de Antonieta sair e
o vizinho passou para lá? Mas, Comadre Zefa, era umas quatro da manhã quando um
carro rondava a praça, o que será que queria, será que vão assaltar o banco
daqui?
E
continuava a descrever a fala da avó, até que o interrompi:
-
Samuel, sua vó sabe de tudo isso?
-
E muito mais, professor!!! Inclusive hoje, ela me disse que o senhor deixou a
namorada em casa por volta de umas dez da noite de ontem e logo depois parou na
praça e dizia ao celular: quando eu chegar em casa, eu resolvo seu problema,
esquematizo tudo para amanhã e ponho nas suas mãos, porque só gosto de fazer
isso de madrugada, na calmaria da noite.
CONVERSA DE CANCELA IV
Boa tarde Adélia!
-Boa tarde Nicomar! O que traz você tão cedo ao meu sítio?
-Vim devolver o ganso.
-Oxente! Algum defeito?
-Todos que possa
imaginar: não gosta do lago, não anda no
bando, não grasna, passa a noite dormindo, não serve para “cão” de guarda.
- Nicomar, meu bichinho, venha aqui mais perto, se aproxime
para eu lhe dizer uma coisa.
Ele se aproximou. Adélia segurou a orelha de Nicomar e
falou:
- Rapaz, não acredito
que você vai querer desfazer o negócio por causa destas besteiras. Onde já se viu? Já parou para pensar se todo ganso fosse
igual? Isso que você ta fazendo é exclusão sabia? Não tem volta. Arrede daqui!
Nicomar voltou resmungando e jurando que jamais se casaria com uma mulher que tivesse o nome de Adélia.
Em casa, começou a puxar o pescoço do ganso na vã tentativa de transformá-lo
num cisne.
Mané Beradeiro
terça-feira, 24 de maio de 2016
AGENDA DE MANÉ BERADEIRO - JUNHO
Estou retomando aos poucos as minhas atividades culturais. É certo que não terei mais condições de fazer muitas apresentações como anteriormente. Doravante, tudo é regrado. No máximo três shows por mês. Para junho:
Dia 1 - Francisco Martins - Abertura do Encontro de formação dos Mediadores de Leitura em Parnamirim - manhã e tarde.
Dia 4 - Mané Beradeiro - Encontro de Casais - Mardunas Hotel - Lagoa do Bomfim- 14 h
Dia 15 - Mané Beradeiro - Escola Eva Lúcia - Semeando valores no festejo junino - 8:30 h
Dia 1 - Francisco Martins - Abertura do Encontro de formação dos Mediadores de Leitura em Parnamirim - manhã e tarde.
Dia 4 - Mané Beradeiro - Encontro de Casais - Mardunas Hotel - Lagoa do Bomfim- 14 h
Dia 15 - Mané Beradeiro - Escola Eva Lúcia - Semeando valores no festejo junino - 8:30 h
CURIOSIDADE DA LITERATURA POTIGUAR
"Do berço à tumba há um caminho
Que todos tem de transpor
De passo a passo um espinho
De légua em légua uma flor"
Belmiro Braga
João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público, natural da Paraíba, foi o grande amor da poeta Auta de Souza. Faleceu três anos antes de Auta. Dizem que foi por causa do final deste namoro que a poeta resolveu mudar o nome do livro "Dálias" para "Horto". Auta morreu em Natal, na madrugada de 7.02.1901, com 24 anos, 4 meses e 26 dias. Seus restos mortais foram transladados do Cemitério do Alecrim para a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Macaiba-RN, no ano de 1906.
Que todos tem de transpor
De passo a passo um espinho
De légua em légua uma flor"
Belmiro Braga
João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público, natural da Paraíba, foi o grande amor da poeta Auta de Souza. Faleceu três anos antes de Auta. Dizem que foi por causa do final deste namoro que a poeta resolveu mudar o nome do livro "Dálias" para "Horto". Auta morreu em Natal, na madrugada de 7.02.1901, com 24 anos, 4 meses e 26 dias. Seus restos mortais foram transladados do Cemitério do Alecrim para a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Macaiba-RN, no ano de 1906.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
CONVERSA DE CANCELA - III
-Esta porteira está ficando cada vez mais velha
-Também, você queria o quê? Ela tem mais de cem anos!
-Sério?
-Sim senhor, isso aí é braúna pura. Madeira boa.
-É compadre, as coisas boas estão ficando difíceis. Veja por exemplo os políticos. Tá uma falta danada de homem de vergonha. Pra onde a gente se vira só vê político galamastro, sem resistência e miolo.
-É, você tem toda razão. Onde andarão os homens da fibra de Juvenal Lamartine, Monsenhor Walfredo Gurgel, Dinarte Mariz, Aluísio Alves, Djalma Marinho entre outros que este torrão viu nascer?
-Sei dizer não compadre. Encantou-se todo mundo. Eles se foram, assim como os fantasmas da fazenda. Você notou que a gente nem ver mais saci, caipora, mula sem cabeça, lobisomem, boitatá?
-Taí uma verdade! Vi quando era menino. E depois, não me lembro de ter voltado a ver.
-Feche a porteira compadre. Feche enquanto não substitui essa danada por uma daquelas eletrônicas que tem lá na cidade. Parece pimba de menino adolescente. Só vive pra cima!
Mané Beradeiro
quinta-feira, 19 de maio de 2016
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO: NOITE INESQUECÍVEL
Patrícia era casada com Raimundo. O casamento estava em crise, e a esposa estava fazendo de tudo para salvar aquele matrimônio. Para apimentar o relacionamento íntimo Patrícia pensou em promover uma noite romântica. Vinho, música, pouca luz e uma surpresa no seu vestuário para surpreender o marido. Raimundo chegou, jantou e quando foi tomar banho para deitar, por volta das 22h, Patrícia preparou o quarto. Perfumou o ambiente, trouxe o balde com o vinho, colocou a música romântica e deixou acesa apenas uma pequena luz. Aproveitou também para estrear o vestido sumaríssimo, vermelho com pintas brancas, de seda. Seria impossível Raimundo não notar o quanto Patrícia o queria naquela noite. Ela deita na cama e fica esperando o marido sair do banho. E lá vem Raimundo.... Olha para Patrícia e finalmente dá seu parecer sobre o quadro que está diante dele:
-ISSO É UMA MULHER OU UM CARTÃO DO HIPER?
Nem precisa dizer que nada houve naquela noite e em muitas outras seguintes.