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segunda-feira, 30 de maio de 2016

ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA OS MEDIADORES DE LEITURA

Dia 1 de junho começo a retomar minhas atividades culturais, chegando devagar, sem grandes esforços e sem tanta intensidade.  Estarei apresentando à plateia de professores mediadores de leitura de Parnamirim, o escritor Lima Neto, nos dois horários:  manhã e tarde.

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - A CANÇÃO DO TIO DITO

Livro: A Canção do Tio Dito
Autor: Marco Haurélio
Ilustradora: Nireuda Longobardi
Gênero: Poesia (cordel)
Editora: Paulus
Ano: 2015

O poeta cordelista Marco Haurélio faz através de 72 estrofes, todas construídas em 4 versos, uma história que trata sobre a importância de cuidar da nossa comum, que é o planeta Terra. Fauna e flora não podiam ficar à margem deste canto, que é maravilhosamente regido pelo DITO, homem que ensina ao Perseu a importância das pequenas coisas. Um excelente material para ser trabalhado em sala de aula e em rodas de leitura. O livro apresenta também outro valor inquestionável, que é o trabalho de ilustração, feito com xilogravuras, através da arte de Nireuda Longobardi.. E foi a beleza da sua arte que me condicionou a comprar o livro.

ASSIM DISSERAM ELES....

"A meia-ciência conduz ao ateísmo, a muita ciência conduz a Deus"

Francis Bacon

CONVERSA DE CANCELA V



-Boa tarde Senhor! Poderia me dizer se estou perto da casa de Fabio Felício?
-Perto, perto,  não. Eu diria que falta uma meia légua!
-Meia légua? Isso em metros equivale a quanto?
- Hum mil e quinhentos metros. Que mal lhe pergunte, a senhora é a doutora dos bichos?
-Sou sim. Sou a Bióloga:  Socorro Fernandes.
-Pois sim. Posso fazer uma pergunta?
-Claro
- A doutora já viu um pardal andando?
-Já. Ele na verdade saltita
-Verdade! E a rolinha, a senhora já viu?
-Também. Essa não saltita, ela realmente anda.
-Pois é doutora Socorro a minha dúvida é exatamente aí: Por que o pardal salta e a rolinha anda?
Socorro ficou sem saber dar a resposta àquele campesino. Até tentou, mas não convenceu. Foi quando ele fechando a cancela falou:
-É Doutora, a senhora pode até entender de outros bichos, mas de rola ainda tem muito a aprender!

Mané Beradeiro

MUDE O NOME

Eu já sei qual a razão
Da dengue não acabar
De crescer a chicungunha
E a zica sem parar.

É que o danado do vetor
O mosquito transmissor
Tem nome muito bonito!
Aedes Aegypti - nome de imperador!
Coisa herdada lá de Roma
Em latim sim senhor.
Mude o nome dessa peste
Para coisa bem franzina
Tipo "peido de veia", "sarna de mucuim"
"Piolho de pulga louca"
Duvido com nomes desses
O mosquito ter tesão
De sair mundo afora
Mostrando seu ferrão
Chupando sangue da gente
Na maior animação.
Ele vai é se lascar
Psicólogo procurar
Tratar da baixa estima
Inté do país mudar.

Mané Beradeiro
27.05.16

quinta-feira, 26 de maio de 2016

UMA AULA DE CRÔNICA



Professor Ismael André

  Cheguei disposto a ensinar a construir crônicas, material todo pronto, esquematização do plano de aula estava perfeito nas minhas correntes cerebrais, que fizera durante toda madrugada no repouso da escuridão.
Inicio a minha aula, faço as considerações iniciais, e já estava adentrando ao conteúdo, quando fui interrogado:
- Mas professor, o que é crônica?
Tentei ser menos técnico do que de costume e disse que crônica era uma narrativa histórica que expõe os fatos do cotidiano seguindo uma ordem cronológica. Exemplifiquei que as mesmas são frequentes em jornais e revistas periódicas.
- Relaciono a crônica com a notícia. A notícia é o registro técnico do fato, a crônica, por sua vez, é a notícia idealizada numa linguagem poética, literária. O cronista é um literata que pode ser jornalista...
- Ah, professor, então minha vó é cronista!!!
- Ela faz crônica, Samuel? – fiz a pergunta num tom tão curioso.
- Ora se não faz!!! Ela é brilhante nisso...
- Tem textos publicados? – a euforia do amar escrever me deixava mais entusiasmado em conhecer uma conterrânea da minha modesta cidade. Afinal, nunca fui conhecedor que alguém naquela cidadezinha tivesse se destacado na literatura.
- Nada, professor!!! Minha vó nem sabe ler, que dirá escrever!!! O cronista não pode usar somente da fala?
- Na verdade, pode sim. Mas, o ideal é que se registre na escrita. Mas, por que você diz que sua vó é cronista, menino?
- Porque toda tarde, professor, ela senta na calçada, no que o senhor chama aqui de mesa redonda, mas não tem mesa... rsrsrs... com um grupo de amigas... e relata numa precisão tão grande, que até me admiro todos os fatos ocorridos na cidade... E são em ordem cronológica, narrados numa linguagem bem coloquial, em narrativas curtas...
- Sério?
- Sério! Ela comenta: Oh Comadre Maria, você viu que a menina do José passou na direção da rua do Hospital já era umas dez da noite e logo depois o filho da Alzira vinha de lá? Oh Comadre Joana, você viu que foi só o esposo de Antonieta sair e o vizinho passou para lá? Mas, Comadre Zefa, era umas quatro da manhã quando um carro rondava a praça, o que será que queria, será que vão assaltar o banco daqui?
E continuava a descrever a fala da avó, até que o interrompi:
- Samuel, sua vó sabe de tudo isso?
- E muito mais, professor!!! Inclusive hoje, ela me disse que o senhor deixou a namorada em casa por volta de umas dez da noite de ontem e logo depois parou na praça e dizia ao celular: quando eu chegar em casa, eu resolvo seu problema, esquematizo tudo para amanhã e ponho nas suas mãos, porque só gosto de fazer isso de madrugada, na calmaria da noite.

Aos 24 de maio de 2016, precisamente às 12h40min

CONVERSA DE CANCELA IV



Boa tarde  Adélia!
-Boa tarde Nicomar! O que traz você  tão cedo ao meu sítio?
-Vim devolver o ganso.
-Oxente! Algum defeito?
-Todos que  possa imaginar:  não gosta do lago, não anda no bando, não grasna, passa a noite dormindo, não serve para “cão” de guarda.
- Nicomar, meu bichinho, venha aqui mais perto, se aproxime para eu lhe dizer uma coisa.
Ele se aproximou. Adélia segurou a orelha de Nicomar e falou:
- Rapaz,  não acredito que você vai querer desfazer o negócio por causa destas besteiras.  Onde já se viu?  Já parou para pensar se todo ganso fosse igual? Isso que você ta fazendo é exclusão sabia? Não tem volta. Arrede daqui!
Nicomar voltou resmungando e jurando que jamais se casaria  com uma mulher que tivesse o nome de Adélia. Em casa, começou a puxar o pescoço do ganso na vã tentativa de transformá-lo num cisne.

Mané Beradeiro

terça-feira, 24 de maio de 2016

AGENDA DE MANÉ BERADEIRO - JUNHO

Estou retomando aos poucos as minhas atividades culturais. É certo que não terei mais condições de fazer muitas apresentações como anteriormente. Doravante, tudo é regrado. No máximo três shows por mês.  Para junho:

Dia 1 -  Francisco Martins - Abertura do Encontro de formação dos Mediadores de Leitura em Parnamirim - manhã e tarde.
Dia 4 - Mané Beradeiro - Encontro de Casais - Mardunas Hotel - Lagoa do Bomfim- 14 h
Dia 15 - Mané Beradeiro - Escola Eva Lúcia - Semeando valores no festejo junino - 8:30 h

CURIOSIDADE DA LITERATURA POTIGUAR

"Do berço à tumba  há um caminho
Que todos tem de transpor
De passo a passo um espinho
De légua em légua uma flor"

Belmiro Braga 




João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público, natural da Paraíba, foi o grande amor da poeta Auta de Souza. Faleceu três anos antes de Auta. Dizem que foi por causa do final deste namoro que a poeta resolveu mudar o nome do livro "Dálias" para "Horto". Auta morreu em Natal, na madrugada de 7.02.1901, com 24 anos, 4 meses e 26 dias.  Seus restos mortais foram transladados do Cemitério do Alecrim para a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Macaiba-RN, no ano de 1906.

ASSIM DISSERAM ELES....

QUEM ESCREVE  TEM UMA GRANDE RESPONSABILIDADE. PODE FAZER O BEM E PODE FAZER UM MAL IMENSO"

Nilo Pereira

segunda-feira, 23 de maio de 2016

CONVERSA DE CANCELA - III


-Esta porteira está ficando cada vez mais velha
-Também, você queria o quê? Ela tem mais de cem anos!
-Sério?
-Sim senhor, isso aí é  braúna pura. Madeira boa.
-É compadre, as coisas boas estão ficando difíceis. Veja por exemplo os políticos. Tá uma falta danada de homem de vergonha. Pra onde a gente se vira só vê político galamastro, sem resistência e miolo.
-É, você tem toda razão. Onde andarão os homens da fibra de Juvenal Lamartine, Monsenhor Walfredo Gurgel, Dinarte Mariz, Aluísio Alves, Djalma Marinho entre outros que este torrão viu nascer?
-Sei dizer não compadre. Encantou-se todo mundo. Eles se foram, assim como os fantasmas da fazenda. Você notou que a gente nem ver mais saci, caipora, mula sem cabeça, lobisomem, boitatá?
-Taí uma verdade! Vi quando era menino. E depois, não me lembro de ter voltado a ver.
-Feche a porteira compadre. Feche enquanto não substitui essa danada por uma daquelas eletrônicas que tem lá na cidade. Parece pimba de menino adolescente. Só vive pra cima!

Mané Beradeiro

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO: NOITE INESQUECÍVEL


Patrícia era casada com Raimundo. O casamento estava em crise, e a esposa estava fazendo de tudo para salvar aquele matrimônio. Para apimentar o relacionamento íntimo Patrícia pensou em promover uma noite romântica. Vinho, música, pouca luz e uma surpresa no seu vestuário para surpreender o marido. Raimundo chegou, jantou e quando foi tomar banho para deitar, por volta das 22h, Patrícia preparou o quarto. Perfumou o ambiente, trouxe o balde com o vinho, colocou a música romântica e deixou acesa apenas uma pequena luz. Aproveitou também para estrear o vestido sumaríssimo, vermelho com pintas brancas, de seda. Seria impossível Raimundo não notar o quanto Patrícia o queria naquela noite. Ela deita na cama e fica esperando o marido sair do banho.  E lá vem Raimundo.... Olha para Patrícia e finalmente dá seu parecer sobre o quadro que está diante dele:
-ISSO É UMA MULHER OU UM CARTÃO DO HIPER?
Nem precisa dizer que nada houve naquela noite e em muitas outras seguintes.