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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

ASSIM DISSERAM ELAS ...



Quando existe muito amor sempre se produzem milagres e onde há milagres há alegria.

Willa Cather, escritora.

SAPOTERATURA - A DANÇA DA PERERECA


Dona Inês andava com dificuldade, apoiava-se na paredes, ora nos móveis e quando tinha vontade usava a bengala, embora não gostasse. "Bengala é coisa pra gente velha", dizia com frequência. Quase octogenária, Dona Inês era o xodó da família. Genros, filhas, netos e bisnetos, todos viviam voltados para ela, preocupando-se com a saúde, alimentação e tudo o mais que fosse preciso.
Naquela semana, vovó Inês reclamava que não estava ouvindo direito. O neto André, quinze anos, que ficava sozinho com ela no turno vespertino, achou maravilhoso, pois ele gostava de ver e ouvir dvd bem alto. E todas as vezes, na semana anterior, sempre que aumentava o volume, ela pedia para baixa:
-Drezinho, abaixe o som. Desse jeito você quer que meus bofe caiam!
E André atendia, mas não imediatamente, como é próprio dos adolescentes. Era preciso Dona Inês ameaçar jogar água em cima da tv. E, se ele fechasse a porta do quarto dela, ainda assim escutava:
-Ô jove talento, dá pra baixar esta merda?
Ele ficava irritado, pois sabia que quando ela o chamava assim, estava na verdade criticando seu estado ocioso. Foi numa destas tardes, calorosas, quando André estava só com a sua avó que aconteceu uma cena hilária.
Dona Inês precisou ir ao banheiro. Quando abriu a porta tinha uma perereca em cima da tampa do sanitário, bem quietinha, toda encolhida. Ao levantar a tampa, Dona Inês não viu a perereca, que assustada pulou para cima dela, vindo se alojar dentro do vestido. A anciã tão logo sentiu a frieza daquele sapinho em contato com seu corpo, e o mesmo agarrando-se e subindo de ventre acima, fez Dona Inês dá pulos, balançar os braços para o alto, passar as mãos pelo corpo, rodopiar, gritar, girar nos calcanhares, tudo fazendo na tentativa de encontrar a perereca.
Enquanto isso, André lá no sofá vendo a avó naquela situaçõ, nada fez, não moveu um músculo para ajudá-ja. Pensou que ela estivesse se tornado adepta do rock metaleiro que estava a ouvir. Ele só veio desconfiar quando Dona Inês conseguiu finalmente segurar a perereca e jogá-la em direção à tela da tv. Foi então que André entendeu que a avó não estava criando uma nova dança,  a dança  da perereca.

Francisco Martins

Imagem disponível em:http://pt.freeimages.com/premium/dancing-tree-frog-955102. Visualizada em 28.02.2017

sábado, 25 de fevereiro de 2017

UM CEARÁ-MIRINENSE FOI PIONEIRO EM CELEBRAR O DIA DA POESIA NO RIO GRANDE DO NORTE



Texto do Acadêmico Francisco Martins Alves Neto, ocupante da Cadeira número 18, que tem como Patrono Antônio Glycério.

Março está à porta, é possível ouvir o som das festividades poéticas que ele nos trará. Mês dedicado à poesia, nele se celebrou durante muitos anos no dia 14, data do natalício do poeta Castro Alves, o Dia Nacional da Poesia. Mas, veio Dilma Rousseff que em 2015 sancionou a Lei 13.131 que mudou a data para o dia 31 de outubro, aniversário de nascimento de Carlos Drumonnd de Andrade.
A UNESCO mantém a data do Dia Mundial da Poesia, como sendo 21 de março, desde 1999.
O certo é que em março a poesia reina de forma absoluta nas atividades culturais do Brasil. No Rio Grande do Norte, houve um homem, que teve a preocupação de comemorar o Dia da Poesia, quando sequer se falava nesta data comemorativa. Waldemar Dias de Sá, comerciante, político, proprietário do Engenho Capela, leitor, principalmente amante da poesia. Foi, pois, esse homem, natural de Ceará-Mirim/RN que teve a iniciativa de celebrar pela primeira vez no Rio Grande do Norte, o Dia da Poesia. Como foi? Veremos.
A data aconteceu em 1960, no dia 15 de maio, um domingo, na residência de Waldemar de Sá, que reuniu num almoço as personalidades culturais daquela época: Câmara Cascudo, como Orador, Newton Navarro, Jaime dos G. Wanderley, Clarice Palma, Sandoval Wanderley, Genar Wanderley, Rômulo Wanderley, Manoel Rodrigues de Melo, representando a Academia Norte-rio-grandense de Letras e Palmira Wanderley, a homenageada.
Com esse gesto de homenagear Palmira Wanderley, Waldemar de Sá, estava celebrando O Dia da Poesia. O evento teve repercussão na imprensa local, sendo noticiada pelo jornalista Paulo Macedo, que tinha a coluna “Paulo Macedo Explica em Sociedade” e foi também tema da crônica de Rômulo Wanderley, “Uma tarde de poesia”, em “Nota da Manhã”, ambos jornalistas da Tribuna do Norte.
Palmira Wanderley era naquela época a representação feminina da arte poética. Quase sempre presente em todas os eventos culturais, declamando suas poesias. Sentiu-se demais envaidecida com a homenagem que lhe foi prestada, e chegou a reclamar da ausência de Berilo Wanderley e Zila Mamede, que também haviam sidos convidados para este momento.
Waldemar de Sá convidou também Nilo Pereira para esta tertúlia. Não foi possível vir, mas enviou uma carta parabenizando a atitude do anfitrião e louvando a poeta Palmira Wanderley, é Nilo quem escreve: “Louvo o homem que trouxe de Ceará-Mirim a doçura do vale, a poesia encantadora da terra, a aristocracia do espírito” . Esta carta foi publicada na íntegra na coluna de Paulo Macedo, na edição da Tribuna do Norte, 19 de maio de 1960.
A data não ficou estabelecida, fixa, no calendário cultural do Rio Grande do Norte, mas, o gesto de Waldemar de Sá não ficou perdido no tempo e na história. Ressurgiu e ecoa 57 anos depois, como luz àqueles que hão de cantar versos e celebrar poetas.
NOTA DA ACLA
A foto é uma obra do artista ceará-mirinense Etewaldo, copiada de uma foto do homenageado, na época em que foi intendente de Ceará-Mirim.

Disponível em:  https://www.facebook.com/francisco.martins.714/posts/1343151309079307?comment_id=1343196639074774&notif_t=feed_comment&notif_id=1488066040575813. Visualizada em 25.02.2017

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

BANANA BRAVA- 75 ANOS DO PRIMEIRO ROMANCE DE JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS

Janilson Sales de Carvalho
José Mauro de Vasconcelos escreveu o romance “Banana Brava” em 1942 e convidou Luís da Câmara Cascudo para apresentação. Em seu texto, Cascudo relatou alguns dados biográficos e valorizou a grande aventura vivida pelo escritor na selva brasileira, espaço onde a narrativa acontece.
Uma das atitudes admiráveis de José Mauro era conhecer profundamente os lugares e os grupos humanos que seriam personagens nos seus romances. Aqui no Rio Grande do Norte, temos entre seus textos: “Barro Blanco”, que tem como personagens os trabalhadores das salinas de Macau; “Doidão” e “Vamos aquecer o sol”, baseados nas vivências da adolescência em Natal.
“Banana Brava” resultou dessa incursão na floresta e da descoberta do mundo violento provocado pela cobiça nos garimpos lá escondidos. O que se tem na literatura é o surgimento de viventes que jamais figuraram em romances nacionais. O filósofo Gilles Deleuze registra em “Crítica e Clínica”: “A literatura é delírio e, a esse título, seu destino se decide entre dois polos do delírio. O delírio é uma doença, a doença por excelência a cada vez que erige uma raça pretensamente pura e dominante. Mas ele é a medida da saúde quando invoca essa raça bastarda oprimida que não para de agitar-se sob as dominações, de resistir a tudo o que esmaga e aprisiona e de, como processo, abrir um suco para si na literatura”
Sem dúvida, José Mauro revelou em muitos dos seus textos essa “raça bastarda oprimida”. Lamentavelmente, as universidades ainda não autorizaram seus alunos e pesquisadores a darem um mergulho na bela obra desse escritor. As poucas pesquisas realizadas abordam o romance “Meu pé de laranja lima”, seu texto mais conhecido.
Na apresentação escrita por Cascudo, o seguinte trecho remete ao tema discutido por Deleuze: “Dos seus meses na Terra dos Homens sem Piedade, nas Terras Ensanguentadas, nos Garimpos onde viceja e jamais frutifica a Banana Brava, veio esse romance, rude, claro, luminoso de verdade natural, de grandeza humana e fabulosa. É a voz que conta a viagem estranha ao Mundo onde ainda vivem os Cavaleiros da Távola Redonda, com um programa sinistro de guerra, morte, abnegação e silêncio. Mundo limitado pelos grandes rios, pelas barreiras altas, pela floresta misteriosa, povoada de sonoridades apavorantes, inexplicadas e envolventes.” 
 “Banana Brava” completa 75 anos em 2017 e permanece desconhecido para maioria dos brasileiros. Os seus personagens continuam entranhados na selva, só aparecendo em manchetes sangrentas de jornais sensacionalistas. Mas, o romance foi escrito e está aí para ser lido. Saiu da coragem de um jovem de 22 anos que se embrenhou na selva para descobrir esse povo e suas histórias. É hora desse povo (e de cada brasileiro) descobrir José Mauro de Vasconcelos.
 
Fonte: Disponível em: http://esperancartes.blogspot.com.br/2017/02/banana-brava-75-anos-do-primeiro.html. Visualizada em 23.02.2017

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

MANÉ BERADEIRO LANÇA AMANHÃ EM PARNAMIRIM - UM BODE CHAMADO WODEN


Será amanhã, às 9 h, no auditório do Centro Administrativo Agnelo Alves, em Parnamirim/RN, que o cordelista Mané Beradeiro fará o lançamento do folheto Um bode chamado Woden, tendo como público os professores que atuam no Projeto Parnamirim: um rio que flui para o mar de leitura, no qual trabalham como Mediadores de Leitura. O escritor e poeta vai atendendo convite do escritor Thiago Gonzaga, responsável pela Caravana dos Escritores, que visita amanhã aquela cidade, levando outros escritores: Oreny Junior,  Cleudivan  Jânio, Alfredo Neves, Drika Duarte, Dancley Fernandes e Aluísio Matias, que terão oportunidades para falar dos seus livros e distribuirão obras literárias.

EDITAL DE ELEIÇÃO DA SPVA


SOCIEDADE DOS POETAS VIVOS E AFINS DO RN 
   ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
 
EDITAL PARA ELEIÇÃO DO CORPO DIRETIVO


Conforme determina o Artigo 42 do Estatuto da Instituição, ficam convocados todos os Associados para, no prazo máximo até o dia 04.03.2017, apresentarem chapas que concorrerão à eleição para a próxima gestão do Corpo Diretivo.
Eis as disposições estatutárias contidas no referido Capítulo:
§ 1º – Caberá a cada uma das chapas apresentar sua plataforma eleitoral e seus compromissos para com a SPVA/RN, devendo primar pelo bom nível das discussões e agir dentro dos princípios democráticos de respeito a diferenças de opinião;
§ 2º - No caso de chapa única, o processo eleitoral seguirá o mesmo curso, devendo ser observados todos os requisitos para o andamento democrático do processo eleitoral;
§ 3º - Em ambos os casos, mais de uma chapa ou chapa única, deverá existir o empenho de todos para que se busque a maior participação possível dos associados em condições de exercer o direito de votar e ser votado a fim de que se consagre o princípio da validade do processo eleitoral de direito e de fato.
  Art. 45 – A votação para a escolha do novo corpo diretivo da SPVA/RN deverá acontecer no dia 29 de abril, sábado, a partir das 16 horas, na Livraria Saraiva, antecedendo o tradicional Sarau.  Parágrafo Único – Só poderão votar os associados que comprovarem sua adimplência com as contribuições mensais devidas à entidade
 
Natal/RN, 18 de fevereiro de 2017.






                                                                             

Rubens Barros de Azevedo
Presidente da Comissão Eleitoral

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

MANÉ BERADEIRO LEVOU SEU FRUTO LITERÁRIO AOS PROFESSORES DE JUNDIÁ/RN

A natureza tem seus momentos de renascimento e fruto. Pude comprovar isso hoje pela manhã, quando estive na pequena cidade de Jundiá/RN, onde fui apresentar meu trabalho aos professores daquele município, por ocasião da abertura da Semana Pedagógica, a convite da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Antes de começar minha apresentação fui sentir a beleza do cajazeiro em flor e fruto
Contemplando aquela árvore tão frondosa desejei que minha apresentação também fosse como ela, não na grandeza estética, mas no simbolismo dos frutos, no aroma da flor. Queria que cada professor fosse tocado pela importância que tem a leitura na formação e educação dos seus alunos. Aspirei que cada mestre ali presente tenha a capacidade de oferecer fruto de sabedoria às suas crianças. Assim, como o cajazeiro se prepara no silêncio e nos oferece o seu, sem alarde e cheio de sabor.

 E, acreditando nisso, montei a mesa com os folhetos e livros que formam o meu fruto literário. Aos poucos os professores foram se aproximando e demonstravam curiosidade, mas, não tinham a coragem de tocá-los.
Somente depois da apresentação do poeta, dos causos e poemas declamados, é que a colheita se fez! Oxalá eu possa saber da multiplicação deste trabalho.
Minhas ferramentas não abrem sulcos na terra, elas visam a alma. São simples, porém eficazes: um jumento chamado Ananias é a mais célebre delas.

A ele empresto voz e movimento, e como um passe de mágica, ele encanta e manda seu recado. E foi assim que pude realizar mais uma apresentação de Mané Beradeiro.

CANÇÃO ANTIGA

Newton Navarro

Morri,
Nasci,
Quantas vezes?
Quantas vezes
Que nem sei ...

Bebi,
Dormi,
Quantos dias?
Quantos dias
Que nem sei...

Sofri,
Chorei,
Quantas noites?
Quantas noites
Me matei? ...

Rei,
Vassalo,
Quanta coisa
Que nem sei...

Tanta vida desprezei!
Tanta vida que nem sei ...

(São Miguel 1952)

Nota: Publicado na Coluna Revista da Cidade , assinada por Berilo Wanderley, jornal Tribuna do Norte - Edição do dia 23 de abril de 1960.


sábado, 18 de fevereiro de 2017

UMA PIPA EM POEMA



Certa vez
Amarrei um poema
Atrás
Do
Outro

Formando
Uma
Rabiola

Que
Se
Fez
Pipa

Hoje
Solto
Em
Cada céu
Que encontro
Sorrindo
Assim

ORENY JUNIOR. Fórceps. Natal: Sarau das Letras, 2016, p.67.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

GARIMPEIRO DA CULTURA



Eu tenho um olhar de águia
Mas voltado para glórias que se edificam com coisas vindas do passado.
Possuo um faro  canino, capaz de detectar com extrema precisão fatos e fotos dos assuntos que me atraem.
Há em mim, duas pinças, mãos que seguram e movem com prazer a bateia, da qual eu retiro o ouro da cultura.
Quem sou eu?
Sou um pesquisador,
E não se engane,  nesta área também se mata, rouba e morre
Sou um garimpeiro da cultura!

Francisco Martins
14-02-2017 – Natal/RN

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

REMINISCÊNCIA DO CONCRETO DEMOLIDO - A CASA DE JUVENAL LAMARTINE

Casa de Juvenal Lamartine - demolida em 1995




"Cada tijolo tem um pouco de minha lembrança. Vai se virar num espigão - é o tributo maldito do que se convencionou chamar progresso"

Oswaldo Lamartine, em carta a Olavo Medeiros, 25 de junho de 1994

O espigão - na Rua Trairi - 558 - Petrópolis - Natal/RN

Referência

MELO, Veríssimo.  Veríssimo de Nelo - Cartas e Cartões - Oswaldo Lamartine. Natal: Fundação José Augusto, 1995.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

COM CHEIRO DE POESIA

Lutar com palavras é a luta mais vã 
Entanto lutamos
mal rompe a manhã

Carlos Drummond de Andrade

Na homenagem que foi prestada recentemente para Angélica Vitalino e Aracy Gomes, algumas leituras foram compartilhadas, entre elas, quero destacar a que foi apresentada  pela Mediadora de Leitura Jarlene Carvalho (foto). Ela trouxe uma prata da casa, um poeta do torrão de Santa Cruz-RN, que muito admiro seus textos.

Naquela manhã Jarlene leu: "Hoje o dia amanheceu com cheiro de poesia", do livro Retrato Sertanejo (Hélio Crisanto)

Um nevoeiro de verso
Despontou quebrando a barra
Um sagui fazendo farra
Vendo o seu bando disperso
Vejo o horizonte imerso
Na mais perfeita harmonia
E o inverno contagia
A mata que floresceu
Hoje o dia amanheceu
Com cheiro de poesia

Debrucei-me na janela
Olhando um cordão de chuva
Vendo filas de saúva
fazendo estrada amarela 
Olhando essa cena bela
Meu peito sente alegria
E o sertão se fantasia
Com o que Deus prometeu
Hoje o dia amanheceu
Com cheiro de poesia

Vê-se que o poeta constrói seu poema com um olhar voltado à natureza. Mescla-se a ela, as pequenas coisas lhe dão alegria. E lembrando Thiago de Mello, outro grande poeta,

Cada palavra também
tem sua alma e seus amores
Uma só faz cem metáforas,
outras têm só um segredo.
Mas todas sabem cantar...



ANL DECLARA VAGA A CADEIRA 3 QUE TINHA COMO OCUPANTE JOSÉ DE ANCHIETA

A tarde de hoje foi de saudades para familiares, amigos e confrades do escritor José de Anchieta Ferreira, membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras - ANL,  que ocupava a cadeira 3. A ANL realizou em sua sede, com a presença de imortais e convidados, a sessão solene - necrológio de José de Anchieta, tendo como orador o Acadêmico João Batista Pinheiro Cabral, que fez um discurso memorável enfatizando as nuances que deram brilho à vida de José de Anchieta. Um texto carinhosamente tecido com sentimento e inteligência, fornecendo àqueles que o ouviram, elementos nobres da vida do escritor que faleceu no ano passado. Brevemente todo o teor do discurso será impresso na Revista da ANL, edição de nº 51,  que abrange o 2º trimestre de 2017.
Da esquerda para a direita: Diogenes da Cunha Lima, João Batista Pinheiro Cabral, Paulo de Tarso Correia de Melo, Eulália Duarte Barros, Lívio Oliveira, Armando Negreiros, Manoel Onofre e Daladier da Cunha Lima.
Algumas partes do discurso:

José de Anchieta era filho de Júlio Ferreira da Silva e de  Maria Stella Garcia Ferreira e nasceu em 1928, na cidade de São José de Mipibu.Foram seus irmãos,  pela ordem decrescente :

1)   Maria da Conceição Ferreira

2)   Aída Ferreira de Almeida

3)   Geraldo Jeferson Ferreira da Silva

4)   Pedro Ferreira da Silva

5)   Murilo Ferreira da Silva

6)   Francisco Garcia Ferreira da Silva

7)   João Batista Garcia Ferreira

Casou-se logo depois de formado com Lúcia Maria Guerra Ferreira, filha de Domício de Brito Guerra e de Dona  Clinéa Barbalho Guerra. Fez seus estudos primários no tradicional e hoje centenário Grupo Escolar Barão de Mipibu, em sua cidade natal: São José de Mipibu. Concluído o curso primário transferiu-se para Natal onde no  antigo Colégio Marista, que funcionava no anexo da Igreja de Santo Antonio terminou o ginásio. O passo seguinte foi o Ateneu Norte-rio-grandense onde terminou seu curso secundário. Prestou vestibular na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, diplomando-se médico oftalmologista em 1955. 
...

Em tudo que fez na vida Zé de Anchieta foi tolerante e paciente perdoando a tudo e a todos e cumprindo exemplamente seus deveres. Para ele todos eram bons até prova em contrário.  Veríssimo de Melo, também de saudosa memória, que foi o amigo que me apresentou a ele descreveu-o como um homem bom, que não tinha mágoas de ninguém, que era um cientista humilde demais, um pouco tímido e um homem absolutamente tranqüilo e cumpridor dos seus deveres. Disse-me também Veríssimo na ocasião realçando o que já foi dito acima, que era um médico que atendia aos pobres e aos ricos, de igual modo e com igual atenção, e que não demonstrava aos seus pacientes ou seus familiares ambição por qualquer recompensa pecuniária.