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quinta-feira, 31 de maio de 2018

OS LIVROS QUE SE ENCANTARAM - PARTE I

A gente vai lendo e cada vez mais descobrindo coisas e aprendendo. É sempre assim no mundo dos leitores. Ler é buscar alimento à alma. É nutrir-se de conhecimento, é vestir-se com as palavras dos poetas e prosadores e sair por aí ostentando o que encontramos nas páginas que eles escreveram. às vezes nos deparamos com escritos perdidos. Onde eles estão escondidos? Quais fins tiveram? São alguns tão importantes como por exemplo:
Nilo Pereira

"A História de Ceará-Mirim", escrita por Câmara Cascudo. Nilo Pereira chegou a ler os originais e ele mesmo indaga por que ainda não foi publicado (PEREIRA, 1977, P. 15).  É de Nilo Pereira que também ficamos sabendo que há um texto perdido assinado por Ildarisa Flores, pseudônimo de Magdalena Antunes, autora de "Oiteiro- memórias de uma sinhá-moça" (1958). O escritor que era sobrinho de Magdalena também leu esse texto que trazia como título: "O meu diário na terra paulista" (IDEM, P.65)
Da mesma forma podemos também perguntar onde estão os originais do livro que não chegou a ser publicado, do poeta Antonio Glicério, "Cantilenas"Esses são apenas alguns do livros da literatura produzida no Rio Grande do Norte que não foram publicados. 


Francisco Martins



Referência

PEREIRA, Nilo. Imagens do Ceará-Mirim. Natal-RN: Fundação José Augusto, 1977

segunda-feira, 28 de maio de 2018

ASSIM DISSERAM ELAS ....

"Mentira que salva, vale mais do que a verdade que prejudica"

Camila Frota

segunda-feira, 21 de maio de 2018

GERALDO QUEIROZ ELEITO PARA A CADEIRA 40 DA ANRL

Geraldo dos Santos Queiroz é o mais novo membro eleito da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras-ANRL, com resultado  de 25 votos a seu favor, no pleito que aconteceu no dia de hoje, 21 de maio. Geraldo dos Santos Queiroz passa a ser o primeiro  sucessor, na linha do tempo da cadeira 40, que teve como fundador e primeiro ocupante o cronista Sanderson Negreiros.  Concorreram com Geraldo Queiroz o poeta Ruben G. Nunes e a escritora Naide Gouveia.
O novo imortal tem dois livros publicados:  "Memórias:  Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza" e "Geringonça do Nordeste - a fala proibida do povo".


sexta-feira, 18 de maio de 2018

O QUE FIZEMOS ANTES DA VIROSE E NÃO TÍNHAMOS ANUNCIADO POR AQUI

Desde domingo último que fui atacado de uma forte virose, que me deixou literalmente acamado. A  coisa foi tão séria que fiquei impossibilitado de atender três compromissos culturais, além de não ir trabalhar nem um dia da semana. Somente agora  começo a ter sinais de recuperação. No dia 15 eu postei no meu Face:

A virose me pegou
Na cama estou deitado
Comigo caem três vidas
Vejam só que resultado:
Mané, Martins, Leiturino
O trio tá é lascado


Ainda bem  que nas semanas anteriores eu pude realizar algumas atividades  e compartilho com os leitores do meu blog. Foram elas:

 Dia 5 de maio - 8 hs - Palhaço Leiturino - na Escola Municipal Maria Aparecida, em São José de Mipibu-RN.



Dia 9 de maio - manhã e tarde - Oficina de Manipulação de Fantoches - com os Mediadores de Leitura da SEMEC de Parnamirim-RN


Dia 10 de maio - 15 hs - Palhaço Leiturino - Escola Estadual Barão de Mipibu, em São José de Mipibu-RN.

Agora é torcer para voltar brevemente às atividades culturais com o trio que pulsa num só coração.

terça-feira, 15 de maio de 2018

FOLHETOS DE MANÉ BERADEIRO FAZEM PARTE DA MAIOR BIBLIOTECA DO MUNDO




A Biblioteca do Congresso é a biblioteca de pesquisa do Congresso dos Estados Unidos, sendo de facto a biblioteca nacional dos Estados Unidos e a instituição cultural mais antiga daquele país. Fica na cidade de Washington. Tem um acervo com mais de 155 milhões de itens. É a mais antiga instituição cultural dos EUA - tendo sido  fundada em 24 de abril de 1800.  Qual não foi a minha surpresa  descobrir que alguns títulos assinados por Mané Beradeiro estão fazendo parte do acervo desta biblioteca.

 

COMENTANDO MINHAS LEITURAS EM CORDEL: OS 12 PARES DE FRANÇA - QUEM FORAM ELES?

Pergunte a um cristão quais os nomes dos 12 apóstolos. Em um grupo de dez pessoas talvez uma saiba citar seis nomes, o certo é que a maioria vai falar os nomes de Pedro e Judas.  Agora pergunte a um poeta cordelista, procure um que tenha mais de  setenta anos, o que já vai ser difícil encontrar, quais os nomes dos 12 Pares de França. Pronto! Você certamente ouvirá  falar de Roldão e Oliveiros. E se o poeta for novo, ele vai se igualar ao cristão que nunca ouviu falar dos 12 apóstolos e tampouco dos 12 Pares de França.
Faça a pesquisa e não se assuste. Eu também era um dos que sabia apenas os nomes dos 12 apóstolos e só tinha ouvido falar de Roldão e Oliveiros muito vagamente.  Então, a resenha de hoje quer trazer para você  esse assunto. Vamos lá.


Esses 12 homens formavam a tropa de elite e de confiança do Rei Carlos Magno.  O livro acima cita todos eles . Há um folheto de autoria  João Lopes Freire, com o título:  A História de Carlos Magno e os 12 Pares da França,  que assim começa:

Minha caneta de ouro
Prendo ela em minha mão
Para escrever uma história
De grande admiração
A vida de Carlos Magno
Que foi Imperador Cristão.
(FREIRE, 1978)

Os 12 homens que  foram cavaleiros do Rei Carlos Magno tinham vocação para a guerra e assim canta o poeta:


Seus Guerreiros parecia
Em velocidade e ação
Veloz, igual pensamento
Não tinha perturbação
Chegando a hora da luta
Já estava de arma na mão
(FREIRE, 1978)
Bem antes de  João Lopes Freire,  Leandro Gomes de Barros  tratou sobre o tema nos  folhetos "A Prisão de Oliveiros",  escrito  em  136 estrofes decassílabas e  "Batalha de Oliveiros com Ferrabrás", 101 estrofes também em decassílabo:

Carlos Magno também
Tinha 12 cavalheiros
Como outros iguais guerreiros
O mundo hoje não tem
Nunca temeram a ninguém
Segundo diz a história
Tinham as espadas a gloria
Nunca torceram perigo
Nunca foram ao inimigo
Que não contassem vitória
(A Prisão de Oliveiros, p. 3).
 

Eram doze cavalheiros (sic),
Homens muito valorosos,
Destemidos e animosos
Entre todos os guerreiros,
Como bem fosse Oliveiros
Um dos Pares de fiança,
Que sua perseverança
Venceu todos os infiéis
Eram uns leões cruéis
Os Doze Pares de França!
(Batalha de Oliveiros com Ferrabrás, p. 1)

O poeta José Melquíades Ferreira da Silva também escreveu sobre o assunto, no seu romance "Roldão no Leão de Ouro" - 190 estrofes em sextilhas.


Teriam sidos apenas 12? Vejamos quantos  cavaleiros são citados no livro "História do Imperador Carlos Magno e os Doze Pares de França"


1) Roldão ( sobrinho do Rei Carlos Magno)
2) Oliveiros, também chamado de Olivier
3) Guy de Borgonha (também sobrinho do Rei Carlos Magno)
4) Urgel de Danoá
5) Lamberto
6) Tieri
7) Ricarte, também chamado de Ricardo da Normandia
8) Gaadeboa
9) Roxael da Pérsia, sucedeu Gaadeboa.
10) Hoel
11) Nemé
12) Jofre
13) Galalão, o traidor, sucedeu Jofre
14) Guarim
15) Bossim ou Posim
16) Geraldo ou Gerardo de Mondifer. ( sucedeu Bossim)

Observem que na verdade os Pares de França foram 16, é bem provável na linha do tempo foram sempre 12 em atividades, pois como se vê há sucessões no seleto grupo.

Por enquanto é isso que tenho a contribuir sobre os Doze Pares de França. Assunto esgotado? Claro que não! Como diziam os velhos contadores de histórias: passou perna de pinto, passou perna de pato, seu Rei disse que contassem vinte e quatro.

Mané Beradeiro 


REFERÊNCIAS

BARROS. Leando Gomes de. Batalha de Oliveiros com Ferrabrás. Mossoró-RN: Editora Queima-Bucha.
__________.A Prisão de Oliveiros. Mossoró-RN: Editora Queima Bucha.

FLAVIENSE. Alexandre Caetano Gomes. A História do Imperador Carlos Magno e os Doze Pares de França.  Rio de Janeiro: Editora Garnier, s/d.

FREIRE. João Lopes. A História de Carlos Magno e os Doze Pares de França. Rio de Janeiro, 1978.
SILVA. João Melquíades Ferreira da.  Roldão no Leão do Ouro. Parnamirim: Isvá Editora, 2015.

Leia também as outras resenhas:

A Presença Feminina
Zé Saldanha - centenário de nascimento
A Confissão de um drogado - Zeca Pereira
Boca de Noite - de Robson Renato
O cordel de bandeira verde - Marco Haurélio e Antonio Francisco
Chico Catatau - Izaías Gomes
Eventos sob o sol a pino - incidentes sob a lua cheia - Aderaldo Luciano
O Pavão Misterioso - José Camelo de Melo
A luta de um cavaleiro contra o bruxo feiticeiro - João Gomes de Sá
Ivanildo Vila Nova - Marciano Medeiros