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terça-feira, 19 de novembro de 2024

BENS TOMBADOS PELO GOVERNO DO ESTADO - PARTE IV

Farol de Mãe Luiza  - Natal/RN

Casarão do Vilar - MACAÍBA - DOE-30/17/2002
Solar Caxangá - MACAÍBA - DOE-30/07/2002

Solar da Madalena - MACAÍBA - DOE-30/07/2002

Conjunto: Capela de Santa Rita, Cemitério e Samoieda - PEDRO VELHO - DOE-30/07/2002

Igreja Matriz - SANTANA DO MATOS - DOE-30/07/2002

Casa de Cultura de Florânia - FLORÂNIA - DOE-23/03/2003

Sítio Cultural de Martins - MARTINS - DOE-25/09/2003

Estação Ferroviária e Armazém da Estação - JOÃO CÂMARA - DOE-30/01/2004

Casa da Estudante - NATAL - DOE-19/05/2004

Antiga Sede da Secretaria Municipal de Educação - PARNAMIRIM - DOE-29/05/2004

Casa de Chico Antônio - PEDRO VELHO - DOE-29/05/2004

Residência da Praça Cristo Rei - CURRAIS NOVOS - DOE-30/09/2004

Casa de Albino Gonçalves de Melo - MACAU - DOE-30/09/2004

Farol de Mãe Luíza - NATAL - DOE-16/10/2004

Sobrado de Parelhas - PARELHAS - DOE-16/10/2004

Antiga Sede da Delegacia Regional de Polícia - SANTA CRUZ - DOE-16/10/2004

Prédio situado na TV. Benício Paiva - ALEXANDRIA - DOE-23/11/2004

Biblioteca Pública Câmara Cascudo - NATAL - DOE-07/12/2004

Cidade da Criança - NATAL - DOE-07/12/2004

Fundação José Augusto - NATAL - DOE-07/12/2004


O CASO DE ANA AMÉLIA FERREIRA VALE

     Josué Montello quando foi escrever  " Os Tambores de São Luís", livro que tem 20 anos de pesquisa e  dois anos de produção, ele teve a  ideia de trazer para dentro do romance, fatos históricos da sociedade do Maranhão. Um desses fatos é sobre ANA AMÉLIA FERREIRA VALE.  Conheça lendo o texto abaixo. Vem a calhar nesta Semana Nacional da Consciência Negra

"O nosso Gonçalves Dias, amigo íntimo do Dr. Teófilo Leal, apaixonou-se por uma cunhada deste, a Ana Amélia, e a pediu em casamento à Dona Lourença Vale, mãe da moça e que Vossa Reverendíssima também conhece. O Gonçalves Dias não é um homem qualquer – é o maior poeta do Brasil e amigo pessoal do Imperador. O Maranhão não tem glória mais alta. Pois nada disso teve o menor significado para a nossa Dona Lourença, diante deste fato, de que o Gonçalves Dias não tem culpa: – ser ele mestiço e filho bastardo. E respondeu ao poeta, numa carta seca, com um não redondo. Não dava a filha a um mestiço. Mas a verdade é que o Gonçalves Dias, se quisesse, podia vir a São Luís, e levar a Ana Amélia, que estava disposta a fugir com ele. E não foi isso que fez. Humilhado, guardou a mágoa. E ao chegar ao Rio, casou numa das mais importantes famílias da Corte. A Ana Amélia, coitada, não perdoou a família. E quando o Domingo Porto, que é também bastardo e mestiço, lhe arrastou a asa, não hesitou em casar com ele, amparada pela Justiça. Vossa Reverendíssima já sabe que o casamento dela, aqui em São Luís, foi um deus-nos-acuda. Parecia que o mundo estava vindo abaixo. As amigas de Dona Lourença passaram a andar de preto, solidárias com o luto fechado da família Vale. O pai da Ana Amélia, instigado por Dona Lourença, foi ao cartório do Raimundo Belo e deserdou a filha, sob a alegação de que a moça tinha casado com o neto da negra Eméria, antiga escrava do coronel Antônio Furtado de Mendonça.

O Dr. Olímpio Machado estava agora debruçado sobre a cadeira, com os antebraços apoiados na madeira do espaldar. E procurando os olhos de Dom Manuel, depois de uma pausa:

– Vossa Reverendíssima já sabia desse fato? Asseguro-lhe que é absolutamente verdadeiro. O Domingos Vale deserdou a filha, por escritura pública, apenas porque o genro, Vice-Presidente da Província e Comandante da Guarda Nacional, é neto de uma escrava! Coisas deste nosso Maranhão, Senhor Dom Manuel da Silveira! Coisas deste nosso Maranhão!

E endireitando o busto, após outra pausa:

– Vossa Reverendíssima pensa que a família Vale se deu por satisfeita? De modo algum. Fez mais. Decidiu levar o Domingos Porto à ruína, na sua casa de comércio. De um dia para o outro, o Porto se viu com todos os seus créditos cortados. Ninguém quis mais negociar com ele. O resultado foi a falência, e o pobre do Porto obrigado a sair do Maranhão às pressas, para não cair nas unhas de seus perseguidores! Um horror, Senhor Bispo! Um verdadeiro horror! Eu, como Presidente da Província, nada pude fazer para ampará-lo. Só encontrei negativas. Era a cidade inteira contra um homem. E tudo por quê? Porque o Domingos Porto, que é um homem de primeira ordem, culto, educado, finíssimo, tem a desgraça de ser neto de uma escrava! Que é que Vossa Reverendíssima me diz a isto, Senhor Dom Manuel? Em que século estamos? E que terra é esta?"


Fonte: "Os Tambores de São Luís" - Josué Montello - EDitora José Olympio - 1975. 1ª ed. Rio de Janeiro, páginas 112 e 113.


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

VALÉRIO MESQUITA - A GRANDEZA CULTURAL DE MACAÍBA - ORGULHO ESTADUAL

 


Valério Alfredo Mesquita está aniversariando hoje. Completa 82 anos. Natural de Macaíba-RN, filho de Alfredo Mesquita Filho e Nair de Andrade Mesquita.  É escritor com livros publicados no gênero de crônica e ensaios.

Seu primeiro livro data 1968, "O tempo e sua dimensão". Mesmo ano em que se formou em Direito, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Hoje, sua produção literária já ultrapassou 25 edições, em vários títulos.

Tem uma especialidade quando se dedica a escrever sobre causos, principalmente os que envolvem políticos, pois nesse campo ele militou como prefeito e deputado estadual.

A cultura do Rio Grande do Norte deve muito a esse homem. Como gestor da Fundação José Augusto,  quando assumiu o cargo em outubro de 1980 e nele permaneceu até 1986, onde administrou  enfatizando o trinômio: restauração de patrimônio histórico, editoração ( 120 publicações) e animação cultural.

Foi Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Conselheiro e atual Presidente do Conselho Estadual de Cultura, membro de diversas instituições culturais, entre elas a Academia Norte-rio-grandense de Letras, onde ocupa a cadeira 21, desde o dia 30 de março de 2000.

Se fôssemos listar as ações e as bandeiras que Doutor Valério Mesquita  adotou  ao longo da sua vida pública, muito teremos para escrever. Homem de cultura e sobretudo de extrema sabedoria, que sabe administrar conflitos e ser resoluto.

Em suas mãos, ainda tremula a flâmula da esperança de que um dia, um governador ou governadora deste estado haverá de ter a coragem de abraçar a causa da restauração da "Casa Comercial do Guarapes, fundada em 1870, que importou e exportou produtos do seu porto para os EUA e Inglaterra".

A esse homem, nossos aplausos e votos de saúde e paz!

Francisco Martins


Fontes: 

Memória Acadêmica - Leide Câmara -  Editora IFRN/Natal - 2017, p. 379 a 381.

Fundação José Augusto 40 anos  - 1963/2003. Centro de Estudos e Pesquisas Juvenal Lamartine -  FJA/Natal 2004, página 109.184 a 188.

sábado, 16 de novembro de 2024

TRIBUTO A DIULINDA

É hoje que à noite ficará mais encantada com a magia e força dos versos da poeta Diulinda Garcia. Juntos na Livraria Nobel das 18 h às 20 h. Unidos pelo amor à arte e à escritora potiguar, compartilharemos histórias vividas e recitaremos poemas da obra de Diulinda Garcia. O evento gratuito será apresentando por Kalina Paiva e contará com presença de Joseh Garcia, leitores, amigos, escritores e coletivos literários como o Mulherio das Letras Nísia Floresta, a SPVA/RN, a UBE/RN e a ALAMP. A noite encherá nossa alma de beleza, aliviará a nossa saudade e enviará uma energia de gratidão e alegria à nossa amada Diulinda.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

A NECESSIDADE DA ARTE - UMA BOA CONVERSA NA ANRL



A mesa redonda que vai acontecer amanhã à tarde, no Salão de Eventos da ANRL, vai ter a  participação de Angela Almeida, Iaperi Araújo, Antonio Marques, Edrisi Fernandes e Diogenes da Cunha Lima.
A pauta será sobre "A necessidade da arte" e o evento é aberto ao público que deseja ouvir sobre este segmento tão indispensável.

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

"ERA UMA VEZ NO LEITO ..." 3ª AÇÃO DE 2024


 O Contador de Histórias, Francisco Martins, realizou na manhã de hoje, no Hospital Infantil Varela Santiago, a 3ª ação do projeto "Era uma vez no leito...", que objetiva levar o lúdico às crianças e os acompanhantes, que estão hospitalizadas.


Dentro desta bolsa está o Ananias, que nesse projeto é "enfermeiro da alegria", um jumentinho que cativa crianças e adultos.


Essas ações acontecem mensalmente e no momento da contação,  Francisco Martins tenta  trazer para dentro das histórias, tanto o paciente como o acompanhante, gerando assim uma maior interação


.

Se cada um contribuir com um pouco, esse pouco será muito. Há um hospital carente da sua ajuda. Apareça!


O CORDEL NA POÉTICA ARMORIAL

 

Dia 9 de novembro, sábado, às 16 h, no Palácio Potengi, onde está instalada a Pinacoteca do Estado,  dentro da programação da exposição "Armorial 50 anos" haverá uma palestra  no campo da literatura, com Clotilde Tavares e Kydelmir Dantas, figuras célebres que irão tratar sobre o romanceiro popular nordestino e o cordel.  Os palestrantes são fautores da arte poética do cordel e de temas correlatos.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

A JUSTIÇA E A PAZ

O poema de minha autoria  "A justiça e a paz", foi classificado e selecionado para a antologia do  PRÊMIO OFF FLIP 2024 - Poesia. 

A justiça e a paz se abraçarão. (Salmos 85:10-13)

A Justiça é o repouso do bem e a detenção do mal,
A eterna voz de Deus na consciência de todos os povos.
A justiça não tem dono. É um bem universal.

A justiça não é urdida de intrigas, nem se prevalece de vantagens reais.
É independente. Não se banqueteia com poderosos
E, sem favoritismos, acolhe os fracos e desvalidos dos bens sociais.  
  
A justiça não é vingativa. Pressupõe a inocência.
É equânime, mas não favorece jamais a impunidade,
Sendo, por isso, reconhecida a magnitude de sua dignidade.

A justiça é indulgente com o argueiro no olho do acusado,
Mas há de ser inexorável com a trave no olho dos que o condenam
Ruidosamente, fundados em controversas razões parciais.

A justiça é meridiana. Não permite nem faz sombras à verdade,
Mas é, nela, que se ilumina e se sustenta. Sua fala é a verdade
E diz, em plena claridade, do que é, que é; do que não é, que não é.

A justiça não está nos códigos, nem nas supremas leis, 
Mas no imperativo do que deve ser feito e não procrastinado,
Realizando-se rigorosamente, no tempo preciso, o seu desígnio maior.

A justiça falha quando erra e erra quando tarda e é complacente, 
Ou omissa até com as próprias falhas de consequências irreparáveis.
Justiça tardia e lassa não é justiça. É cumplicidade falaz.
 
A justiça não é perseguição, mas determinação;
Não é contingência, mas diligência em sua suprema função
De garantir uma sociedade justa e organizada que a todos compraz.

Ai dos traidores da justiça! dos que detêm e concentram o seu poder,
E, em seu nome, praticam a iniquidade, surdos à voz do Infinito Poder,
Porque a sua Lei é implacável, e a sua dosimetria é a eternidade!
 
Não é cega a justiça e não será jamais. Vê que é bom, tudo o que faz
E constrói, com o trabalho dos justos de boa vontade, o luminoso dia
Em que vem, para todos, ela mesma, a justiça abraçada com a paz!

Roberto Lima de Souza

EXPOSIÇÃO ARMORIAL FICA EM NATAL ATÉ FEVEREIRO DE 2025

 


A exposição sobre o Movimento "Armorial 50 anos", que foi oficialmente aberta dia 31 de outubro, à noite, no Palácio Potengi, em Natal, vai continuar disponível para o público até o dia 2 de fevereiro de 2025, com portas abertas de terça a sexta, das 8 às 17h e sábado e domingo, no horário das 9 às 18 horas.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

HOJE É A DATA DOS 70 ANOS DA POSSE DE JOSUÉ MONTELLO NA ABL


 Josué Montello nasceu em 21 de agosto de 1917, no Maranhão, e  faleceu no dia 15 de março de 2006. Assim, desta forma tão sucinta se expressa o nascer e o morrer de um homem que existiu por 88 anos.

Ele foi um gigante na literatura brasileira, um cidadão que prestou serviços relevantes ao seu país,  aqui e no exterior. Há muito para dizer sobre Josué Montello e muito mais para se aprender sobre ele e com a sua obra.

Imortal, entrou na Academia Brasileira de Letras em 4 de novembro de 1954, onde viveu por quase 52 anos, sendo o ocupante da cadeira 29. O poeta Mané Beradeiro, celebrando os 70 anos da posse de Josué Montello na ABL, está escrevendo um cordel bibliográfico sobre o mesmo, que vai ser lançado brevemente.

 

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

ABL DECLARA OFICIALMENTE VAGA A CADEIRA 27 E COMEÇA A RECEBER INSCRIÇÕES PARA A MESMA

 A Academia Brasileira de Letras realizou  quinta-feira passada a Sessão da Saudade em homenagem a Antonio Cicero, morto no dia 23 e após, declarou oficialmente vaga a cadeira 27. O presidente Merval Pereira já recebeu a primeira carta de inscrição, vinda do embaixador Edgar Teles Ribeiro. Foi candidato em 2023 na eleição de Lilia Schwartz. As inscrições ficarão abertas durante 15 dias e a eleição será no dia 11 de dezembro, em sessão especial.

Antonio Cícero

Edgar Teles Ribeiro é escritor e diplomata aposentado. Iniciou sua carreira como crítico de cinema no Rio de Janeiro, onde também escreveu para os suplementos literários de O Correio da Manhã e O Jornal.

Estudou cinema na (UCLA), onde dirigiu alguns curtas-metragens. Em 1980, um de seus filmes (“Vietname, viagem no tempo”) foi exibido no Festival de Cannes. Entre 1978 e 1982, foi professor de cinema na UNB.

Como escritor, é autor de 14 livros, entre romances e livros de contos. Críticos da relevância de Antonio Candido, Antonio Houaiss e Wilson Martins, entre outros, elogiaram sua obra. O romance Olho de rei, recebeu o prêmio da Academia Brasileira de Letras para Melhor Obra de Ficção de 2006.

Edgar Teles

O primeiro romance de sua trilogia, sobre a ditadura militar brasileira (O punho e a renda), conquistou o prêmio de Melhor Romance do Pen Clube em 2011. Dois de seus livros foram finalistas dos prêmios Jabuti (segundo e terceiro lugares). Algumas de suas obras foram publicadas nos Estados Unidos e em diversos países europeus, entre elas O criado-mudo, O punho e a renda, O impostor e Larvas Azuis da Amazônia.

Como Diplomata, serviu em diversos países (Estados Unidos, Equador, Guatemala, Nova Zelândia, Malásia, Tailândia). Quando em Brasília, trabalhou sobretudo na área cultural do Ministério das Relações Exteriores, e chefiou o departamento cultural entre 2002 e 2005. É autor da tese acadêmica “Diplomata Cultural, seu papel na política externa brasileira”.


quarta-feira, 30 de outubro de 2024

O QUE MACHADO NÃO FEZ?



 Amanhã terminamos o mês de  outubro, dedicado às crianças. Nosso melhor e maior escritor Machado de Assis, não gerou filhos. No seu livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas" ele escreveu através do seu personagem principal, que não passara a outrem o legado da nossa miséria.
Na verdade, Machado de Assis sentiu na pele não ter sido pai. Certa vez, José Veríssimo, seu amigo, dizia que estava sendo pai do nono filho.
Machado comentou:
- Nove é talvez demais. Porém nenhum é pior.
Usando a velha máxima: talvez tenha plantado árvores, escreveu livros, mas não gerou filhos.

LANÇAMENTO DO LIVRO "A ANCESTRAL - DONA LOURINHA E SUAS HISTÓRIAS"

 

Por Josimey Costa
Editora Escribas
Quinta (31/10) - 18h
Palavraria Livros - Shopping Natal Sul (Av. Prudente de Morais, 3857, Lagoa Nova, Natal)
*Participação musical: The Anthologics
*Obra financiada pela Seleção Pública de Emergência Cultural Nº 025/2023 – Lei Paulo Gustavo de Apoio às Áreas Culturais por meio da Prefeitura de Natal e Governo Federal.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

OSWALDO LAMARTINE É TEMA DE COMISSÃO NO IHGRN

Natal, 28 de outubro de 2024. O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, o IHGRN, instaura comissão pioneira para tratar de documentos que pertenceram ao escritor Oswaldo Lamartine de Faria (1919-2007), autor de uma obra singular sobre o sertão e o sertão do Seridó.

Formada pelo escritor Gustavo Sobral, estudioso da obra de Lamartine; pelo Diretor de Biblioteca, Arquivo e Museu (BAM), Pedro Simões; pelo Diretor do Departamento de Pesquisa, André Felipe Pignataro; pelos sócios Honório de Medeiros e Mara Macedo; com a colaboração consultiva da pesquisadora Angela Almeida, a comissão ficará responsável pela análise da documentação.

Os documentos foram entregues pelo sobrinho do escritor, Murilo Paiva, a Gustavo Sobral. “Trata-se de uma pasta de couro que pertenceu a Oswaldo Lamartine com documentos diversos, entre correspondência, manuscritos do autor e até fotografias.”, explica Sobral, autor do recém-lançado “Dicionário Oswaldo Lamartine” (disponível em https://sertaoeditora.com/).

“É extremamente importante que este material seja organizado para que, sob a guarda do Instituto Histórico, se torne disponível aos pesquisadores interessados não só na obra de Oswaldo Lamartine, mas também a quem pesquisa sobre o sertão, tema da obra do escritor”, acrescenta Sobral.

Instaurada oficialmente hoje pela diretoria da instituição, presidida por Joventina Simões, a Comissão já iniciou de imediato as atividades e pretende apresentar em breve os primeiros resultados. Na imagem, o diretor de pesquisa, André Felipe Pignataro; o escritor Gustavo Sobral; e o diretor da BAM, Pedro Simões.

UMA SUGESTÃO DE PRESENTE PARA ESTE NATAL

 

O poeta Mané Beradeiro escreveu três folhetos de cordel sobre o tema do nascimento de Jesus. O Primeiro "Um menino nos foi dado"  onde o texto poético tem como narrador o próprio homem contanto a história da chegada de Cristo.


No segundo folheto, "O primeiro natal", a ótica narrativa é atribuída aos animais do presépio. O mesmo assunto, porém sendo contada na visão dos animais. E, já no terceiro cordel, o folheto tem como título "O Natal dentro do Céu".  Aqui, o autor deu a responsabilidade de a história ser contada pelos anjos.  Esses três folhetos estão encadernados em um único volume e a eles se juntou "



O quarto folheto, que contempla um poema em estilo de cordel e um outro em prosa poética, se assim podemos nos expressar que é "A salvação no cordel e o cordel da salvação"

Os quatro volumes estão sendo vendidos pelo preço de R$ 20,00 e podem ser adquiridos através do whatsApp (84) 9.8719-4534.




ASSIM DISSERAM ELES ...


 Não tema as escadas, elas o levam ao alto, mas não despreze os corrimões.

Francisco Martins

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

BENS TOMBADOS PELO GOVERNO DO ESTADO - PARTE III

 



Igreja Matriz de N. S. da Apresentação - NATAL - DOE-30/07/1992

Antiga sede da Ordem dos Advogados do Brasil - NATAL - DOE-30/07/1992

Prédio Hospital Varela Santiago - NATAL - DOE-30/07/1992

Associação Comercial de Natal - NATAL - DOE-24/09/1992


Casa Grande do Engenho Verde Nasce - CEARÁ MIRIM - DOE-18/11/1992 ( foi literalmente demolida)


Casa do Estudante de Natal - NATAL - DOE-25/11/1993

Capela de N.S. da Soledade - NATAL - DOE-11/11/1997

Capela de São José - MACAÍBA - DOE-11/11/1997

Escola Estadual Barão de Mipibu - SÃO JOSÉ DE MIPIBU - DOE-01/10/1998

Casa Velha - LAGOA DE VELHOS - DOE-29/10/1998

Antigo Liceu Industrial, avenida Rio Branco - NATAL - DOE-11/05/1999

Antigo Prédio da Escola Doméstica de Natal, bairro Ribeira - NATAL - DOE-11/05/1999

Maternidade Escola Januário Cicco - NATAL - DOE-07/07/1999

Casa de Luís de Barros - NATAL - DOE- 22/09/1999

Residência do Mons. Expedito Sobral de Medeiros - SÃO PAULO DO POTENGI - DOE-12/09/2000

Casarão Nº 22 - Majestic - NATAL - DOE-09/12/2000

Casa de Alzira Soriano - JARDIM DE ANGICOS - DOE-14/03/2001

Igreja N.S. da Conceição - GUAMARÉ - DOE-28/06/2001

Casa onde nasceu Café Filho - NATAL - DOE-28/06/2001

Casa Grande da Fazenda Sabe Muito - CARAÚBAS - DOE-30/07/2002

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

ENTRE VISLUMBRES E LETRAS - UM LEITOR SATISFEITO


O silêncio é útil para que o poeta grite. Pelo menos é com esta técnica que a poeta Josimey Costa faz uso para temperar seus escritos.

Fiz a leitura de "Entre vislumbres e letras", livro de Josimey Costa. Imagens e palavras, dois elementos que se associam em um belo trabalho poético. O leitor lê a figura, que em si derrama mil palavras, e a poeta exprime numa única estrofe o que para ela a cena transmite.

As estrofes nos dão frases grávidas de filosofia, de vivência, que por sua vez nos fazem conhecer a profundidade da poética nascida na pena de Josimey Costa.

Ao terminar a leitura eu fiquei pensando: "e agora? Todas as vezes que eu olhar um quadro, uma paisagem, perguntarei que poema escreveria Josimey aqui"

A lição que me deu é que a poesia sempre permanece em nosso olhar. Faça-se poeta "entre vislumbres e letras".

Gostei de tudo, mas o que me tocou de forma intensa foi o poema da página 91 - "a saudade me olha na parede..." Ele tem a mesma sonoridade do verso de Drummond: "...Itabira é apenas uma fotografia na parede, mas como dói".


Francisco Martins

O MESTRE CÂMARA CASCUDO



 Eu converso com Câmara Cascudo. Faço isso com certa constância e tenho admiração imensa pelo Mestre.

Na verdade, em meus encontros com ele, eu uso e abuso do sentido da visão e audição. Pouco falo, muito aprendo. Ficar longe de Câmara Cascudo é optar por não colher ensinamentos, os mais diversos. Estar com ele, ah! é ter a certeza de mergulhar em mundo repleto de sabedoria.

Essas "conversas" cascudianas não acontecem no sobrado onde residiu por muitos anos. As aulas que dele recebo são ensinos preciosos, e se dão de forma prazerosa com o instrumento chamado livro.

O Mestre Cascudo é o melhor no Rio Grande do Norte. Cada página que deixou escrita corresponde a uma célula da sua imortalidade literária. Escreveu sobre os mais variados assuntos. Foi um "provinciano incurável", que através do conjunto das suas obras se fez universal.

Câmara Cascudo não deve ser esquecido, e as gerações atual e do porvir são convidadas a com ele dialogar. Mãos aos livros e viva o Mestre!

Francisco Martins - 24 de outubro de 2024.


NÃO SEM ELE

 

Não conseguiria sozinho.
Sem Ele, jamais!
Não viveria feliz se
Ele não fosse respirar.
NÃO SEM ELE,
Nenhum minuto,
Nenhum segundo
Nenhum pensar.
Não busco portais,
Pois Ele é o Caminho,
A verdade e a vida.
Hei de um dia partir
Terei meu momento assistido
NÃO SEM ELE.
Com Ele!
Nele, sempre!

Francisco Martins
24 de outubro de 2024
1 ano do segundo infarto

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

A BODEGA DO SEU RAIMUNDO GALDINO

Um exemplo de bodega nordestina

Nas décadas de 1950 e 1960, a bodega do Seu Raimundo Galdino, localizada ao lado da igreja de São Francisco, do distrito de Caracará, município de Sobral-CE, a quatro quilômetros da propriedade do meu avô (Fazenda Aracati) era muito sortida e a única existente naquela vila. Ocupava a sala da frente da residência de seu proprietário. Não fechava para o almoço e funcionava de maneira ininterrupta, das cinco horas da manhã até às oito horas da noite. Funcionava inclusive nos domingos e feriados. Às vezes, abria de madrugada, quando algum freguês batia em sua porta, solicitando a compra de medicamentos para dor de dente, diarreia, dor de cabeça, vômito, febre ou azia, ocasião em que o Seu Raimundo Galdino oferecia as poucas opções do seu estoque de medicamentos populares (Cibalena, Cibazol, Melhoral, Sonrisal, Elixir Paregórico, Óleo de Rícino, Pílulas de Vida do Dr. Ross, Pílulas de Matos, Mercúrio Cromo e mais uns poucos outros remédios).

A frente do prédio era de duas portas e tinha um alpendre com um banco de carnaubeira deitada, sobre duas forquilhas de aroeira fincadas no chão. Embora a construção fosse de taipa, o piso era de cimento vermelho e a coberta de telhas artesanais, com uma calha de estirpe de carnaubeira no beiral do alpendre, formando uma bica, onde, no período das chuvas, a meninada tomava banho. Nos fundos da bodega, ao lado das prateleiras de madeira, havia uma porta, que se comunicava com a residência do proprietário. No oitão da bodega tinha uma vara de bambu, bem alta, com uma antena de rádio na extremidade. No interior da bodega, sobre uma pequena mesa de pau-branco, estava um rádio Philips a válvula, ligado a uma bateria de caminhão, que só pegava na frequência AM (ondas médias e curtas), pois ainda não existia FM. O rádio da bodega funcionava o dia todo, com muito chiado, retransmitindo a programação da Rádio Iracema de Sobral. Só era desligado à noite, quando começava a Hora do Brasil.
O balcão de madeira, revestido com folhas de zinco, exibia algumas moedas antigas furadas (pataca, cruzado e vintém), fixadas por pregos na parte de cima do balcão. Na extremidade do balcão, uma passagem com dobradiças de couro, que permitia levantar o tampo do balcão, quando o bodegueiro necessitava sair, para pegar algum produto pendurado nos caibros do espaço externo. A balança de pratos, o cutelo de cortar fumo de rolo, a guilhotina de partir rapadura, o rolo de papel de embrulho e a gamela com toicinho de porco salgado (sal preso) ficavam sobre o balcão. A pobreza regional era tão grande que a rapadura podia ser vendida em pedaços. Era comercializada por unidade, por banda (meia rapadura) ou ainda por pedaço de um quarto de rapadura. A lata de querosene (da marca Jacaré), com a bombinha de zinco, para bombear o querosene, acoplada a ela, localizava-se sobre um estrado de madeira no canto da parede.
Os gêneros alimentícios podiam ser comercializados no peso ou no volume. No litro eram vendidos farinha de mandioca, milho, feijão-de-corda e arroz-vermelho em casca. O litro era feito de madeira e tinha o formato quadrado. O produto era colocado dentro do litro, com o auxílio de um casco de cágado. O toicinho, a linguiça caseira, a carne de sol, a tripa de porco salgada, as carnes verdes (de bode, ovelha ou de porco), a banha de porco, o açúcar, o sal grosso, o café em grão, a goma de mandioca e outros alimentos eram vendidos por quilo. Comprava-se o sal grosso na bodega e em casa triturava-se no pilão, pois naquela época não existia sal moído. Seu Raimundo Galdino tinha muita prática de embrulhar com papel de embrulho, usando os dedos, os produtos vendidos, pois os gêneros alimentícios não eram acondicionados em pacotes, tudo vinha à granel. Para o querosene tinha medidas apropriadas, feitas de zinco, que depois de cheias eram despejadas na garrafa do freguês, usando um funil de zinco. Cada família tinha sua garrafa de comprar querosene, a qual era transportada pendurada no dedo indicador do freguês, pois a mesma tinha um barbante amarrado no gogó, que terminava em laço, para pendurá-la no dedo. A manteiga de garrafa, o óleo de coco, o mel de abelha (jandaíra ou mandaçaia) e o mel de engenho eram comercializados em garrafas de 600 ml. A bodega vendia de um tudo, pois na vila não existiam lojas nem farmácias. Além de alimentos, lá se comprava ferragens (enxadas, pás, machados, facas, lamparinas, ralo de flandres para ralar milho verde, facões, pregos e arame farpado); remédios populares; aviamentos (elásticos, cianinhas, bicos, linhas, agulhas, botões etc); aspiral para repelir muriçocas; sabão da terra; sabonetes; creme dental; chinelas de rabicho de sola e de pneu (tiras de couro e solado de pneu de automóvel); louças de barro (panelas, potes, quartinhas etc); cestos de cipó; artigos feitos com palha de carnaubeira (chapéus, bolsas, esteiras, urus, vassouras, surrões e outros); urupemas; abanos; cuias; cuités; gamelas; cochos e outros utensílios domésticos.
Parede e meia à bodega, morava Seu João Enfermeiro, um profissional da área da saúde que tinha muita habilidade e prática para curar as enfermidades dos habitantes daquela comunidade rural. Era um misto de enfermeiro, farmacêutico, dentista e de médico. Ele encanava braço, arrancava dente, aplicava injeção no músculo (não aplicava injeção na veia), costurava, com linha zero e agulha grande de coser tecidos, facadas e outros ferimentos. Ele também vendia meizinhas (raizes, folhas e outras partes de plantas medicinais, sebo de carneiro capado e banhas de animais, como banha de tejo, de raposa, de cobra cascavel, de galinha, de traíra, de cágado e de jia). A mulher do bodegueiro, Dona Ciça, era parteira e rezadeira, pois curava quebranto, espinhela caída, mau olhado, moleira caída e outras doenças de menino. Ela também curava, no rasto, bicheiras dos animais, com suas rezas.
Uma coisa que me chamava a atenção era a convivência pacífica de três animais que ficavam soltos, o dia todo, dentro da bodega, sem brigas. Uma gralha cancão para comer baratas, um gato para pegar ratos e um cachorro de estimação e guarda. Interessante que o gato e o cachorro eram adestrados para não comerem as carnes, toicinho e linguiça da bodega. Eles só se alimentavam em horário certo e dentro da casa do bodegueiro, nunca no interior da bodega. Também, o gato não perseguia o cancão.
A bodega do Seu Raimundo Galdino vendia doses de cachaça no pé do balcão, com tira- gosto de queijo de coalho. A cachaça vinha da Serra da Meruoca, em ancoretas feitas de imburana, sobre lombos de animais.
Seu Raimundo Galdino era um senhor de muito respeito, imprimia em sua bodega um ambiente familiar, onde mulheres e crianças faziam compras com segurança. Embora fosse um estabelecimento comercial de muita ordem e seriedade, não deixava de ser também o local onde as notícias e as fofocas chegassem em primeira mão. As novidades, como doenças, queda de cavalo, chifrada de touro brabo, coice de vaca, coice de burro ou de cavalo sofrido por algum membro da comunidade, primeiramente, eram noticiadas, de boca em boca, a partir do bodegueiro. Ele tinha prazer em comunicar, em primeiríssima mão, as novidades locais e as notícias que captava pelo rádio. Quando alguma mocinha da vila engravidava, também ele era o primeiro a saber, pois seu vizinho, João Enfermeiro vendia Cabacinha e Babosa para fazer chá para abortar e ele não se continha em não contar para o seu vizinho e compadre Raimundo Galdino, o segredo precioso de quem comprava estas ervas. O bodegueiro sabia a vida de todos os habitantes da vila Caracará e vizinhanças.
Quase todas as compras neste ponto comercial eram feitas fiado, na caderneta, para serem pagas, semanalmente, no sábado à tarde, embora um cartaz pregado na parede anunciasse: FIADO SÓ AMANHÃ.
As bodegas sertanejas eram parecidas uma com a outra, de modo que mudava apenas a qualidade e a variedade dos produtos, sendo algumas mais sortidas e outras mais simples.


Benedito Vasconcelos Mendes

Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor. Professor Aposentado da UFERSA e da UERN. Sócio Efetivo da ANRL e da AMOL.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

BENS TOMBADOS PELO GOVERNO DO ESTADO - PARTE II

Frontal do Grupo Escolar Augusto Severo, Ribeira - Natal. Hoje pertence a UFRN e está sendo restaurada desde junho do ano passado.

 Continuamos as publicações referentes aos imóveis tombados pelo Governo do Rio Grande do Norte e suas respectivas publicações no Diário Oficial do Estado.


Pico do Cabugi - ANGICOS - DOE- 30/08/1989

 Casa Paroquial - JARDIM DO SERIDÓ - DOE- 30/08/1989

 Casarão da Av. Deodoro nº 479 - NATAL - DOE- 30/08/1989 

 Antigo QG - Memorial Câmara cascudo - NATAL - DOE- 30/08/1989

 Capela de Utinga - SÃO GONÇALO DO AMARANTE -DOE- 30/08/1989

 Antiga Base de Hidroaviões - Rampa - NATAL - DOE- 17/02/1990

 Residência de Luís da Câmara Cascudo - NATAL - DOE- 17/02/1990

 Coluna Capitolina - NATAL - DOE-17/02/1990

 Solar Bela Vista - NATAL - DOE-17/02/1990

 Casa de Pedra - NÍSIA FLORESTA - DOE-17/02/1990

Mata da Estrela - BAIA FORMOSA - DOE-22/12/1990

Ruínas da Igreja e convento dos Jesuítas - EXTREMOZ - DOE-22/12/1990

 Casarão dos Guarapes - MACAÍBA - DOE-22/12/1990

 Casa do Padre João Maria - NATAL - DOE-22/12/1990

 Casa Residencial - TOUROS - DOE-22/12/1990

 Grande Hotel- NATAL- DOE-07/12/1991

Grupo Escolar Augusto Severo - NATAL - DOE-07/12/1991

 Junta Comercial do Estado - NATAL - DOE- 30/01/1992

Antiga Ponte de Igapó -NATAL - DOE-30/07/1992

Antiga Residência de Jovino Barreto - Colégio Salesiano - NATAL - DOE - 30/07/1992

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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

ENCADERNAÇÃO UMA PAIXÃO QUE SALVA LIVROS


 Minha paixão pelos livros está  além da leitura e da criação. Aos poucos fui me tornando um autodidata no ofício de encadernação. Passados alguns anos, aprendi a fazer higienização, construir capas duras e flexíveis, a trabalhar com materiais diversos( papel, tecido, corino, percalux, etc), todos voltados para rejuvenescer o objeto livro. É bem verdade, que de cada dez livros que chega em minhas mãos, sete são bíblias. Não importa, elas estão me ajudando a aprimorar meu ofício de encadernador. Para saber mais sobre o meu trabalho neste campo, veja as postagens no instagran @martins3212023.








Francisco Martins
orçamentos (84) 9.8719-4534 - whatsApp.