Autor: Mané Beradeiro
Eu irei contar em cordel
A história de José
Que não foi um carpinteiro
Mas deixou tesouro-fé
Leia tudo e comprove
Como Deus agindo É!
O menino veio ao mundo
Numa família numerosa
Jacó vivia cercado
De quatro mulheres folgosas
Que em competição acirrada
Embuchavam astuciosas.
O Jacó foi pai de onze
Até nascer nosso José.
Teve filhos com a Lia,
Bila, Zilpa e a “Raqué”
Deitava com todas elas,
Mas amava só a “Raqué “.
Embora seja de Harã
Foi no Egito que José
Ficou de tudo conhecido.
É a história mais bela
Que tem nas páginas da Bíblia
Ação, comoção e a fé.
Vamos deixar de arrudeios
Que o tempo é precioso
E comecemos a história
Daquele menino mimoso
Que Deus marcou como seu
Sendo escravo primoroso.
Na terra que Jacó estava
Nasceu o filho Benjamim
O Pai não pode festejar
Pois com ele a mãe teve fim.
Morreu de parto a Raquel
A Bíblia registra assim.
José por ser mais amado
Era um rapaz odiado
Entregava seus irmãos
Que faziam tudo errado.
Foi o primeiro fuxiqueiro
Tá no Livro bem anotado.
Tinha sonhos mirabolantes
E contava a todo mundo
Aumentando a cada dia
A distância de dois mundos
O real e imaginário
Que Deus muda bem profundo.
Um dia, que não sei quando
Foi José a mando do pai
Ver os irmãos e o bando.
Se soubesse Jacó, pai
O quê traria tal comando,
Não mandaria o rapaz.
Aqueles malvados irmãos
Sem dó e nem piedade
Rasgaram as roupas de Zé
Não teve atrocidade
Porque Deus pôs a mão
Com a sua caridade .
Jogaram-no dentro do poço
Sem água em pelo e osso
Quando de longe avistaram
Que vinha vindo um bom moço
Venderam Zezinho a ele
Sem sombra de alvoroço.
Foi naquela hora então
Que Satanás cogitou:
“-Ganhei a competição!”
Ah! O diabim chispou
Pois Deus faz a história
Usando quem muito amou.
Aqueles malvados irmãos
Mentiram pra o genitor
Dizendo que foi um bicho
Quem atacou e matou
O jovem José amado
E Jacó muito chorou .
Foi assim que a Providência
Levou José para Egito
Que vendido a Potifar
Não ficou desprotegido
Deus era seu bem maior
E isto era infinito.
Ispie como a vida é
Deus abençoou José
E tudo que ele fazia
Com suor, amor e a fé
Potifar reconhecia.
Foi assim que já rapaz
Sendo escravo noutra terra
José se tornou um homem
Sem ganância e “misera”
Por isso que sem estudo
Foi governador de vera.
Mas antes de ser maioral
Naquela terra do Nilo
Este jovem passou foi mal,
Pois o diabim quis servi-lo
Com sexo e a corrupção
Duas moedas sem brilho
Por não ser ele infiel
Foi lançado na prisão
De volta a estaca zero
Sem remorso e solidão
Deus era seu “mistero”
No cárcere e coração.
Nesta nova experiência
Zé mostrou que aptidão
Era coisa que ele tinha
Sem lhe faltar no céu e chão
Se o problema era um sonho
José tinha a explicação.
Na cadeia ele mostrou
Pro padeiro e copeiro
O que iria acontecer
Não errou um só ponteiro
E quando Faraó sonhou
Foi José o conselheiro.
Faraó gostou foi tanto
De tudo o quê ouviu
Que dada a sabedoria
Outro homem ele não viu
E nomeou José de Deus
Para tudo que previu .
José casou, teve filhos
Com Deus sempre andou
Nem à força da cultura
Sua fé se transformou
Foi durante longos anos
A semente que ficou.
No tempo determinado
Seus irmãos já sem roçados
Com fome e aperreados
Ao Egito foram forçados
Comprar pão e cereais
Eram dez flagelados.
José podia se vingar,
Matar, os corpos esfolar,
Afinal ele era maioral
E ninguém ia duvidar
Mas não agiu assim
E se pôs a interrogar.
Depois de muita emoção
Com choro, saudades, perdão
José revelou-se aos manos
E gritando sem contenção
Perguntou: “-Ainda vive meu pai?”
O choque foi demais àquela geração.
Houve abraços no palácio
José abriu o coração
Dizendo que fora Deus
Sua fé e salvação
Agora era a hora
De grande confraternização.
Numa bela caravana
Pro Egito vieram todos
E enquanto José viveu
Não tiveram nenhum dolo.
Terminei o meu cordel
Com grande festa no céu.