segunda-feira, 11 de maio de 2020
sexta-feira, 8 de maio de 2020
MEU HERÓI
Hoje eu vi um herói
Não tinha capa azul
Não tinha escudo
Não carregava nenhum martelo
Não ficava invisível
Tampouco verde.
O herói que eu vi hoje
Tinha um semblante cansado.
Usava indumentária branca
O que me fez pensar ser ele um anjo
E eu fiquei rodeando tentando descobrir as asas.
Meu herói não tinha asas!
Sua missão não exigia voar,
ao contrário, ele precisava estar com os pés no chão.
Neste chão cheio de coronavírus.
Meu herói é aquele profissional da linha de frente
Desta pandemia, ceifadora de sonhos e vidas.
Ele tem o poder exercido pelos técnicos de enfermagem,
enfermeiros, médicos, paramédicos, maqueiros, motoristas de ambulâncias,
os recepcionistas, secretários, ASG, etc.
São eles meus heróis, tão humanos, tão cansados, tão santos.
Um deles me disse: Vamos vencer esta guerra!
Eu creio e quero que quando a pandemia passar, em cada praça deste Brasil
haja um monumento a estes heróis, homens e mulheres que defendem a vida.
Francisco Martins
08 de maio de 2020
terça-feira, 5 de maio de 2020
segunda-feira, 4 de maio de 2020
domingo, 3 de maio de 2020
sábado, 25 de abril de 2020
DOIS DOIDINHOS ARRUACEIROS
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sexta-feira, 24 de abril de 2020
CACIMBA DE SÃO TOMÉ - A CASA DE ZEZÉ
Nesta casa da subida
Morou belo pequenino
Um escritor conhecido
Que viveu o seu destino
Lembramos seu centenário
Neste solo nordestino
Mané Beradeiro
Foi aqui, na atual Avenida Câmara Cascudo, na divisa da Ribeira com a Cidade Alta, que morou José Mauro de Vasconcelos, cujo centenário de nascimento celebramos este anos (1920-2020). Ele foi autor de 21 livros. Dois deles falam do tempo em que morou na cidade, infância e adolescência (Vamos aquecer o sol e Doidão). Escreveu também "Barro Blanco", romance que se passa em Macau-RN. Seu livro mais conhecido é "O Meu Pé de Laranja Lima".
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quinta-feira, 23 de abril de 2020
CRÔNICAS DA GRATIDÃO - LEMBRANÇA III - MEU AMIGO BRAZ
Na crônica de hoje eu quero prestar homenagem a Braz. Somos amigos desde o dia 6 de julho de 1973.Isso mesmo, em julho deste ano 2020 estaremos celebrando 47 anos de amizades. Sejamos sinceros, quantos amigos ou amigas você tem que pode contar com mais de quatro décadas de convívio?
Braz e eu tínhamos muito em comum quando éramos crianças. Vivíamos em ambientes rurais. Eu tinha nove anos e ele onze. Braz não tinha irmãos e seus pais eram trabalhadores de uma fazenda na qual havia um castelo. Castelo? Sim! E bem distante do Brasil, do outro lado do mundo.
Eu o conheci através da leitura, quando meus pais trouxeram aquele presente que ainda hoje vive em minha biblioteca. Um romance escrito pela Condessa de Ségur, cujo título é: "Braz e a Primeira Comunhão". Braz pobre, menino sofrido, filho de uma mulher com personalidade forte. Um livro cheio de ensinamentos sobre perdão, amor, obediência, fé, gratidão.
Impossível dizer que o livro não tenha deixado marcas na minha personalidade, no meu caráter. Mamãe e papai devem ter escolhido com muito carinho este amigo Braz.
Uma das coisas que me chamava atenção era o nome da autora: Condessa de Ségur. Como já conhecia a turma de Monteiro Lobato eu imaginava ser a autora uma conhecida do Visconde de Sabugosa.
Braz continua lá dentro daquele livro. o tempo para ele ainda é o mesmo, as páginas continuam na mesma numeração e a sequencia da sua vida nem aumentou nem tampouco diminuiu.
Quanto a minha história continua sendo escrita, não pela Condessa de Ségur, mas por outro escritor, que me viu antes de aparecer no ventre materno, que sabe quando me deito e levanto, para Ele nada há de escondido. E a este Escritor faço o mesmo pedido do Rei Davi: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno" (Salmo 139:23-24).
Francisco Martins
23 abril 2020
Parnamirim-RN
Da mesma série:
A casa de Otto Guerra
A Garagem
Eu o conheci através da leitura, quando meus pais trouxeram aquele presente que ainda hoje vive em minha biblioteca. Um romance escrito pela Condessa de Ségur, cujo título é: "Braz e a Primeira Comunhão". Braz pobre, menino sofrido, filho de uma mulher com personalidade forte. Um livro cheio de ensinamentos sobre perdão, amor, obediência, fé, gratidão.
Impossível dizer que o livro não tenha deixado marcas na minha personalidade, no meu caráter. Mamãe e papai devem ter escolhido com muito carinho este amigo Braz.
Meu pai |
Uma das coisas que me chamava atenção era o nome da autora: Condessa de Ségur. Como já conhecia a turma de Monteiro Lobato eu imaginava ser a autora uma conhecida do Visconde de Sabugosa.
Minha mãe |
Braz continua lá dentro daquele livro. o tempo para ele ainda é o mesmo, as páginas continuam na mesma numeração e a sequencia da sua vida nem aumentou nem tampouco diminuiu.
Quanto a minha história continua sendo escrita, não pela Condessa de Ségur, mas por outro escritor, que me viu antes de aparecer no ventre materno, que sabe quando me deito e levanto, para Ele nada há de escondido. E a este Escritor faço o mesmo pedido do Rei Davi: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno" (Salmo 139:23-24).
Francisco Martins
23 abril 2020
Parnamirim-RN
Da mesma série:
A casa de Otto Guerra
A Garagem
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.
Salmos 139:23,24
Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.
Salmos 139:23,24
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.
Salmos 139:23,24
Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.
Salmos 139:23,24
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segunda-feira, 20 de abril de 2020
sábado, 18 de abril de 2020
ALDEIA GLOBAL - GILBERTO MENDONÇA TELES
Eu tento, eu juro para vocês que eu tento, mas não consigo. Vivo me policiando para não escrever mais um texto sobre José Mauro de Vasconcelos, na expectativa de que outros façam. E eis que de repente eu me entrego a esta paixão. Quando não escrevo, descubro, como por exemplo este poema. Amanhã, 19 de abril, Dia do Índio, quero homenagear os primeiros brasilianos deste solo. Farei isso com um poema de Gilberto Mendonça Teles (1931) que ele dedicou àquele que em 2020 faz 100 anos de nascimento.
ALDEIA GLOBAL
A José Mauro de Vasconcelos
I
No meio das tabas há menos verdores,
Não há gentes brabas, nem campos de flores.
No meio das tabas cercadas de insetos,
Pensando nas babas dos analfabetos,
Vou chamando as tribos dos sertões gerais,
Passando recibos nos vãos de Goiás.
Trago o sol das férias e algumas leituras,
E trago as misérias dessas criaturas
Para por num brinde os sinais que são
A força dos índios escutando o chão.
Venham os xerentes, craôs e crixás,
Bororos doentes e xicriabás.
E os apinajés, os carajás roídos,
E os tapirapés e os inás perdidos.
Tupis canoeiros e jés caiapós,
Xavantes guerreiros, fulvos caraós,
Índios velhos, novos, os sobreviventes
Das nações e povos mortos ou presentes.
Venham com seus mitos e lêndeas na língua.
Tragam periquitos, tartarugas e íngua.
Tragam rede suja e sexo escorrendo
(O olho de coruja fechado, mas vendo)
Vinde todos, vinde como o curupira,
Para que vos brinde no avesso da lira.
Vinde, vinde ao poema e gritai safados
Como siriema nos ermos cerrados.
2
No meio das tabas não quero ver dores
Mas morubixabas e altivos senhores.
Quero a rebeldia das tribos na aldeia.
Nada de poesia. Quero cara feia:
Cor de jenipapo e urucum no peito,
Não índio de trapo falando sem jeito.
Quero todos prontos, sabendo de tudo.
Não quero índios tontos, índios sem estudo.
Quero todos dentro de uma lei que existe
Como luar no centro de seu mundo triste.
Quero ver as danças dos índios goianos,
Cheios de esperanças, cercados de enganos.
Quero ouvir os gritos dos índios bororos,
Cheios de mosquitos, fortes como touros.
Ouvir a risada tupi ou tapuia
Na língua travada como nó de imbuia.
Sabê-los envoltos no sim do momento
E admirá-los soltos como a luz no vento.
Escutar estórias, as dicções agudas;
Saber as memórias, as coisas miúdas
Ditas nos gerais como quem dedilha
As cordas vocais de uma redondilha.
"-Índio caiapó
Vai queimar os matos,
Vai por cal e pó
No rumor dos fatos"
"-Índio canoeiro
Vai beber cauim
E lutar ligeiro
Pelo Tocantins."
"-Índio carajá
Quer comer pipoca?
Índio agora já
Vai querer popica."
"-A onça comeu
Cachorro meu um.
Berocan encheu
E chegou pium."
3
Mas o índio guaiá parecido fera,
Olha o rio lá da sua tapera
E, cheio de doença, de fome e de mugre,
Não vê diferença no comum do bugre.
Dança a aruanã, bebe muito e dorme,
E sonha a manhã como um sol enorme
Queimando cachaça com os Anhangueras.
E então acha graça sem saber deveras
Que os índios goianos
(Índios brasileiros)
Só conhecem danos
Sendo os verdadeiros
Donos desses rios, desses campos e ervas,
Donos dos desvios de suas reservas.
Donos da linguagem no fundo da boca,
Donos da folhagem, da raiz, da pouca
Certeza doída de quem sabe a priori
Que até sua vida vai virar folclore.
Fonte: Poesia Sempre (Revista Semestral de Poesia), Biblioteca Nacional,. Ano 2, número 3, Fevereiro 1994, páginas 209 a 211
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segunda-feira, 13 de abril de 2020
MÊS DE MAIO TRAZ NOVO LIVRO DE FRANCISCO MARTINS
No ano em que se celebram os 100 anos de nascimento de José Mauro de Vasconcelos (1920-2020), um dos escritores brasileiros de maior sucesso, desde 1946. O escritor e pesquisador Francisco Martins vai lançar em maio próximo, uma plaquete que tem como título: RESENHAS E OUTROS TEXTOS, na qual contempla comentários e críticas referentes aos 21 livros publicados pelo autor, além de trazer curiosidades sobre a vida e a obra de José Mauro de Vasconcelos, e como diz o próprio título: outros textos.
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sábado, 11 de abril de 2020
JANELA
Eu alugo janela, com jarros de flores
Pássaros cantando
Um pomar logo além.
Do lado de cá.
Não há parede fria.
Cortinas abertas
Para ouvir sua voz
A ler poesia àqueles que não tem janelas algumas para abrir.,
Nem no físico, nem na alma.
Pensando melhor:
Eu não alugo.
Eu dou.
Francisco Martins
10 abril 2020
Pássaros cantando
Um pomar logo além.
Do lado de cá.
Não há parede fria.
Cortinas abertas
Para ouvir sua voz
A ler poesia àqueles que não tem janelas algumas para abrir.,
Nem no físico, nem na alma.
Pensando melhor:
Eu não alugo.
Eu dou.
Francisco Martins
10 abril 2020
COMENTANDO MINHAS LEITURAS - O GARANHÃO DAS PRAIAS
Partindo da loa cantada, atribuída a Maria Antonia, que diz:"A Lua tem quatro quartos/ Nenhum quarto tem amor/ Neles moram o desengano/ O frio, a tristeza, a dor", o escritor José Mauro de Vasconcelos vai narrar por treze capítulos as histórias de "Canário", Dóttie, Hanna, Mariaualê personagens que vivem dentro da selva, numa aldeia indígena.
Dóttie é enfermeira, com um passado que a tranca dentro do quarto minguante, onde mora o frio. Sua história é triste, mas sua lição de vida é transformadora.
Hanna, uma missionária que não consegue êxito em sua missão, habita o quarto do desengano. "Canário", o garanhão, homem que vive naquela aldeia por mais de vinte anos, trabalhando como vaqueiro, é o maior conquistador e desejado pelas mulheres, por causa da sua beleza física. Se a vida vai proporcionar a "Canário" muitos momentos de prazer, isso não assegura que faz dele uma pessoa feliz. Ele sabe que é morador do quarto crescente, dentro do qual divide o espaço com a tristeza.
"Canário" é o tipo de homem que não dispensa ninguém num ato sexual, deu abertura, ele entra, literalmente! Foi assim com Dóttie, com a índia Mariaualê (sexo oral, respeitando que ela ainda era jadomã -virgem), com Rucanaro, com Felícia e até mesmo um frade. O livro deve ter causado um impacto junto ao público quando foi lançado em 1964, dada as cenas de sexo que relata. Textos picantes, como estes:
"- Beije-me todo, Dóttie.
-Nunca fiz isso, Canário.
-E por quê? O que tem demais? Tudo é corpo. Cada pedaço do corpo é corpo.
Ela arfante de prazer jogou a cabeça entre as coxas fortes de canário" (p. 68 e 69).
Não pense o leitor que vai encontrar apenas aventuras sexuais, ou como queira xuque-xukre, no linguajar indígena. Em "O Garanhão das Praias", você vai se deparar também com a realidade da pobreza em que viviam aqueles índios e as poucas condições de trabalho que tinha o então Serviço de Proteção aos Índios, enfrentando epidemias, com vacinas de Paludan e comprimidos de Malezim. Na última página, o autor conclui a narrativa determinando que escreveu em Aruanã (antiga Lepoldina), estado de Goiás.
Francisco Martins
8 de abril de 2020
quinta-feira, 9 de abril de 2020
COMENTANDO MINHAS LEITURAS - O VELEIRO DE CRISTAL
Eduardo tem apenas 12 anos e todos eles recheados de sofrimento.
Deficiente físico, parte de uma família que o despreza e a fonte de
carinho que ele recebe vem do coração de
Anna, a tia. Eduardo é muito imaginativo.
Assim como Zezé*, ele também
fala com as coisas e é exatamente neste exercício, que o livro "O
Veleiro de Cristal" nos entrega uma fábula linda, com a presença de
Garusha (trigre), Mintaka ( a coruja), Bolitrô (o sapo) e Janirana (a
cobra). Bullying, superação, esperança, solidariedade, amor e
principalmente sonhos são os elementos significantes desse livro que
nos dá lições. Escrito em 1972/73, foi publicado pela Melhoramentos e
traz ilustrações de Jayme Cortez, que são à parte uma beleza artística. É
livro que pode ser compartilhado com crianças sem nenhum problema.
* Personagem central do livro "O Meu Pé de Laranja Lima"
Francisco Martins
leia também as resenhas de:
Banana Brava
Longe da Terra
Vazante
Farinha Órfã
Arara Vermelha
Chuva Crioula
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Banana Brava
Longe da Terra
Vazante
Farinha Órfã
Arara Vermelha
Chuva Crioula
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ASSIM DISSERAM ELES...
Tomás de Aquino (1225-1274) |
-Veja, veja, há um touro voando aqui em cima!
Tomás pôs a cabeça para fora da janela e recebeu um clamor de gargalhadas dos zombeteiros. Respondeu:
-Não sou tão néscio a ponto de acreditar que um boi possa voar, porém, não pude acreditar que um homem de Deus se rebaixasse a dizer uma mentira.
Tomás de Aquino
quarta-feira, 8 de abril de 2020
OS XILÓGRAFOS NO RIO GRANDE DO NORTE EM 1999 - OS QUATRO ÚLTIMOS
Vamos concluir hoje as postagens referentes aos artistas plásticos que participaam do Álbum de Xilogravuras 1999, da Fundação José Augusto. Encerramos com os seguintes nomes:
JOÃO VIANNEI ( João Vianei Souza de Araújo) que nasceu em Natal, em 21 de fevereiro de 1965. Graduado em Artes Plásticas, músico e arteducador.
"Pra que Prender Passarinho" - poeta Pedro Henrique de Assis |
PEDRO PEREIRA (Pedro Pereira da Silva) natural de Passa e Fica-RN, tendo nascido em 25 de fevereiro de 1963. Escultor, poeta, pintor.
GORETH MEDEIROS (Maria Goreth de Medeiros), a única mulher a participar desse álbum. Natural de Caicó-RN, onde nasceu em 30 de setembro de 1958. Pintura e xilógrava.
EMANOEL AMARAL (Emanoel Cândido do Amaral), nasceu em 25 de dezembro de 1951 e faleceu em 18 dezembro 2019) Foi chargista, desenhista de HQ, pintor, folclorista, jornalista, arteducador e xilógrafo.
Emanoel Amaral ( 1951-2019) |
Mané Beradeiro
08 abril 2020
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terça-feira, 7 de abril de 2020
A FÁBULA DA DISCUSSÃO INÚTIL
Sinésio Dioliveira
Foi uma discussão inútil a que tiveram o beija-flor e o urubu. Cada
um falando para si mesmo. O bate-boca foi iniciado pelo beija-flor, que,
se julgando mais importante, perguntou ao urubu como ele conseguia
viver se alimentando de carniça. E ainda falou mal das penas escuras
dele. O urubu, por sua vez, defendeu a carniça e também disse estranhar o
alimento do beija-flor.
Perto de onde eles estavam, havia uma
corujinha caburé dentro de um buraco no tronco de um ipê-amarelo bem
frondoso. Ela pensou em não entrar na conversa, mas não se conteve.
- 𝑨 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒅𝒂 𝒖𝒎 𝒔ó 𝒔𝒆𝒓𝒗𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒒𝒖𝒆𝒎 é 𝒐
𝒅𝒐𝒏𝒐 𝒅𝒆𝒍𝒂. 𝑨 𝒅𝒊𝒔𝒄𝒖𝒔𝒔ã𝒐 𝒅𝒆 𝒗𝒐𝒄ê𝒔 é 𝒕𝒐𝒍𝒂.
𝑵𝒆𝒏𝒉𝒖𝒎 𝒄𝒐𝒏𝒗𝒆𝒏𝒄𝒆𝒓á 𝒐 𝒐𝒖𝒕𝒓𝒐 𝒔𝒐𝒃𝒓𝒆 𝒒𝒖𝒂𝒍 é 𝒐
𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓 𝒂𝒍𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐. 𝑵ã𝒐 𝒇𝒐𝒓𝒂𝒎 𝒗𝒐𝒄ê𝒔 𝒒𝒖𝒆
𝒆𝒔𝒄𝒐𝒍𝒉𝒆𝒓𝒂𝒎 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒎𝒂𝒏𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒅𝒆 𝒔𝒆
𝒂𝒍𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒂𝒓. 𝑨 𝒔𝒊𝒏𝒈𝒖𝒍𝒂𝒓𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒅𝒂 𝒖𝒎
𝒗𝒐𝒄ê𝒔 𝒕𝒆𝒎 𝒂 𝒔𝒖𝒂 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒓𝒕â𝒏𝒄𝒊𝒂 𝒅𝒆𝒏𝒕𝒓𝒐 𝒅𝒂
𝒏𝒂𝒕𝒖𝒓𝒆𝒛𝒂. 𝑽𝒊𝒗𝒂𝒎 𝒔𝒆𝒎 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒆𝒓 𝒑𝒓𝒐𝒗𝒂𝒓 𝒒𝒖𝒆 𝒂
𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝒗𝒐𝒄ê𝒔 é 𝒎𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓 𝒒𝒖𝒆 𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒐𝒔
𝒐𝒖𝒕𝒓𝒐𝒔.
Enquanto a corujinha puxava-lhes a orelha, surgiu
um tamanduá-bandeira seguindo a trilha de formigas saúvas e comendo-as
todo feliz. Ela então pediu ao urubu e ao beija-flor que olhassem para
baixo. E mais: sugeriu-lhes que perguntassem ao tamanduá que tipo de
alimento ele achava mais gostoso.
Percebendo um calango no topo
de um cupinzeiro, a corujinha voou em direção dele e o pegou para seu
alimento. O beija-flor e o urubu ficaram se olhando sem entender o que
lhes foi dito pela corujinha.
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COMENTANDO MINHAS LEITURAS - CHUVA CRIOULA
Escrito em 1971/72 o romance "Chuva Crioula" vai tratar sobre a a
mais antiga profissão: a prostituição. Tendo por
palco o estado de Goiás, José Mauro de Vasconcelos
conseguiu transpor às páginas como viviam as mulheres naqueles cabarés. A
protagonista, morena, cabelos negros, corpo escultural e com olhos
verdes é a bússola que vai nortear os capítulos deste romance. Estrupo,
pobreza, selvageria, amizade, traição são pontos sobre os quais o autor
construiu a história de Esmeralda - a Chuva Crioula. Quero acreditar
também que este seja um dos romances da literatura brasileira, que teve a
ousadia de tratar sobre o homossexualismo, dando espaço a Suzi e
Turquinha, dois gays. A trama vai prender o leitor não apenas pela
beleza do texto, as imagens construídas, mas também pelo enredo. Há
sofrimento? Sim.Existe também muito humor causado pelos personagens. O
encontro de Chuva Crioula com Daniel é ao meu ver uma das cenas mais
lindas deste livro, com ele, Esmeralda vai aprender "não existe nada
fora do alcance do amor de Deus" (p.107). Poderia escrever mais sobre o
livro, no entanto, prefiro aguçar a sua curiosidade para que ponha em
sua lista de leitura. Esta foi a segunda vez que o li. C.S.Lewis
afirmou: Para mim, um livro não é bom enquanto eu não o ler duas ou mais
vezes".
Francisco Martins
Leia também as resenhas:
Banana Brava
Longe da Terra
Vazante
Farinha Órfã
Arara Vermelha
Leia também as resenhas:
Banana Brava
Longe da Terra
Vazante
Farinha Órfã
Arara Vermelha
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segunda-feira, 6 de abril de 2020
OS XILÓGRAFOS NO RIO GRANDE DO NORTE EM 1999 - JOÃO NATAL
João Maria Araújo de Lima é o próprio JOÃO NATAL, o 5º participante desta série que estou trazendo sobre os artistas plásticos do Álbum de Xilogravuras 1999 - da Fundação José Augusto.
Ele nasceu em agosto de 1960 é arte-educador pela UFRN, gravador, pintor. Fez várias exposições por Natal e também no interior do RN. O trabalho de JOÃO NATAL recebeu elogios de Dorian Caldas quando disse: " ...diferentemente da maioria dos artistas do Estado, vem desenvolvendo um espaço seu, próprio, nas artes do Rio Grande do Norte" (Diário de Natal, Coluna Paulo Macedo - 28 janeiro 1988). Em 1998, JOÃO NATAL foi o ganhador do prêmio "Listel", com a arte " Cascudinho brincando diante de quatrocentos anos de história", em homenagem ao Centenário de Luís da Câmara Cascudo.
No tocante as artes do Álbum de Xilogravuras 1999, o artista ilustrou os poemas dos poetas Zé Saldanha e João Gomes Sobrinho (Xexeu).
"O Sertão e seus Cangaceiros" - poeta Zé Saldanha |
Mané Beradeiro
06 abril 2020
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domingo, 5 de abril de 2020
VESTUÁRIO
Dê-me uma sandália que tenha a magia de me levar até você, mesmo quando ninguém souber onde você está.
Dê-me uma bermuda que tenha bolsos grandes onde eu possa guardar as recordações dos nossos momentos.
Prenda-me com cinto, no qual a fivela seja dourada e que cada passante, melimetricamente pregado, lembrem as datas que marcaram nossa vida.
Vista-me com uma camiseta, branca e básica e pode tatuá-la com marcas de beijos.
Por fim! Tire tudo e vista-me com seu ser!
21 de junho 2007
Francisco Martins
Obs: este poema estava perdido no meio de tantas outras folhas, em minha biblioteca.
Dê-me uma bermuda que tenha bolsos grandes onde eu possa guardar as recordações dos nossos momentos.
Prenda-me com cinto, no qual a fivela seja dourada e que cada passante, melimetricamente pregado, lembrem as datas que marcaram nossa vida.
Vista-me com uma camiseta, branca e básica e pode tatuá-la com marcas de beijos.
Por fim! Tire tudo e vista-me com seu ser!
21 de junho 2007
Francisco Martins
Obs: este poema estava perdido no meio de tantas outras folhas, em minha biblioteca.
sábado, 4 de abril de 2020
COMENTANDO MINHAS LEITURAS - ARARA VERMELHA
O estado de Goiás deve conhecer os livros escritos por José Mauro de Vasconcelos, aqueles que tratam sobre histórias romanceadas, que integram o círculo do índio. Aprende-se muito sobre a cultura indígena quando lemos os livros de José Mauro de Vasconcelos.
Tenho quase certeza que ele é um escritor desconhecido daquele público, assim como ainda é da maioria dos brasileiros. Quando falamos o nome de José Mauro geralmente as pessoas lembram do livro "O Meu Pé de Laranja Lima", mas ele foi muito maior do que aquela obra. Quem não tem a dimensão do que estou afirmando, aconselho ler as resenhas que estão publicadas aqui. Os links estão todos abaixo.
Hoje eu quero escrever sobre o livro "Arara Vermelha" (1953). Nesse romance, o grande personagem é o Rio Araguaia, que na língua dos carajás é Beé Rokan. Ele vai correr por todas as páginas do livro e mostrar a sua beleza e grandeza.
Rio Araguaia - foto da internet |
A história tem início na cidade de Leopoldina, que está totalmente diferente daquela que foi apresentada em "Longe da Terra"(1949). A feição do lugar é outra. Tori (homem branco) está invadindo a floresta e matando os animais para vender as peles na cidade - são os mariscadores. Somam-se a esses caçadores a ação dos garimpeiros e Camura e Kanaú começam a jornada pelo Araguaia em busca de resgatar um diamante roubado, uma grande pedra preciosa, que está sendo levada por um Tenente, sua esposa e outras duas pessoas numa canoa.
Kanaú é índio carajá que tem crise de identidade depois que foi levado para a cidade, chegando a conhecer Rio de Janeiro e São Paulo. Dividido entre as culturas do seu povo e do homem branco, ele reluta fazer as marcas que caracterizam todo índio carajá, isto é, os círculos na face, chamados de Omarira.
Índio da tribo Carajá ´atente para Omarira (imagen da internet) |
"A noite tinha mil olhos e era dona de mil gritos" p. 237
A trama vai se desenrolando à semelhança da correnteza do Araguaia, hora calma, outras velozes. Tem elementos da natureza humana que estão presentes tanto no índio como no branco: violência, roubo, morte, dor, crença, etc. Até a metade do livro o leitor não viverá grandes emoções, mas a leitura começa a ficar cativante e provocadora a partir daí. Quem ficará com o diamante? O Tenente? Daniel? Kanaú? Camura? Tilde? Quais mistérios podem apresentar a floresta para eles? Quem sobreviverá? Vá buscar as respostas lendo "Arara Vermelha".
Quero trazer duas curiosidades que estão neste livro, entre tantas, que serviram de motes para a construção de outros livros do autor. A primeira está logo no início, quando o índio Camura chega em Leopoldina, numa canoa que ele chamava de "Rosinha". Sete anos depois, José Mauro escreveu "Rosinha, Minha Canoa". A segunda é a presença de Kuriala, aqui bem velho. Sobre ele José Mauro escreveu Kuriala: Capitão e Carajá.
Tenho ou não razão quando afirmo que Goiás deve descobrir José Mauro de Vasconcelos?
Francisco Martins
04 abril 2020
POR ENQUANTO
Por enquanto está tudo bem!
Respiro sem nenhum problema.
O vírus da COVID-19 não me atingiu
Por enquanto.
Receio que ele me ataque
Nada me falta
Não tenho febre, nem gripe
...
Começo a sentir o corpo febril
Chega a tosse
Vem a gripe
...
Por enquanto respiro
Sinto que vai faltar alguma coisa
...
Não falei!
F_lt_ o _r!
Ser_ que conseguirei cheg_r em c_s_?
Qu_ndo o _r f_lt_r
"Nem por enqu_nto" existir_
_ COVID-19 comeu minh_ vid_!
Francisco Martins
04 abril de 2020
Respiro sem nenhum problema.
O vírus da COVID-19 não me atingiu
Por enquanto.
Receio que ele me ataque
Nada me falta
Não tenho febre, nem gripe
...
Começo a sentir o corpo febril
Chega a tosse
Vem a gripe
...
Por enquanto respiro
Sinto que vai faltar alguma coisa
...
Não falei!
F_lt_ o _r!
Ser_ que conseguirei cheg_r em c_s_?
Qu_ndo o _r f_lt_r
"Nem por enqu_nto" existir_
_ COVID-19 comeu minh_ vid_!
Francisco Martins
04 abril de 2020
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