Observações cotidianas de um pai que ama a vida –
Por Flávio Rezende *
Minha querida e amada Mel, painho passa a escrever estes relatos, na esperança de que um dia possas ler e refletir sobre o mundo que vivi junto com sua mãe e seu irmãozinho Gabriel e, o que está vivendo ao ler estes escritos.
Este primeiro encontra você na barriga de Deinha aos 8 meses de gravidez. Provavelmente você abrirá seus olhinhos em novembro, nos proporcionando o prazer e a alegria de lhe ter fisicamente, uma vez que espiritualmente já sentimos sua presença entre nós.
Neste momento estou em Goiânia, uma cidade bem longinha da que moramos e que me atraiu por causa de um congresso de jornalistas e da vontade de conhecer.
Ontem assisti a um belo filme onde a personagem afirmou que quase 90% das pessoas que chegam ao planeta para uma experiência no plano material, são frutos de acidentes. Infelizmente a grande maioria surge depois de noites de bebedeiras e outras tantas não foram planejadas.
No seu caso, você está incluída no grupo da minoria. Eu e sua linda mãe lhe desejamos muito, namoramos muito para que pudesse vir ao nosso encontro, sempre com o apoio e o carinho do seu amável irmãozinho Gabriel.
A torcida em torno de sua vinda sempre foi grande por parte de todos os amigos e familiares. Seu nome também não foi difícil de ser escohido. Quando sua mãe o sugeriu, aceitei de imeditato, então dá para perceber que com você tudo foi sem problemas e continua sendo, com sua mãezinha recebendo elogios médicos, praticando sua ginástica sem problemas e, nós, viajando muito para que você, logo no ventre materno, pudesse ir percebendo o mundo a sua volta.
E este mundo pode ser observado de várias maneiras. Tem quem diga que ele é horrível, cheio de pessoas más, de crimes, guerras, fome, estupros e mentirosos.
Realmente tudo isso existe, mas, felizmente tem quem observe este lindo planeta azul pelo prisma do amor, pelo ângulo das coisas boas e das pessoas de bem.
Os que amam o planeta que moramos e que sabem da existência de fatos lamentáveis, procuram trabalhar para que tudo torne-se melhor. Essas pessoas são chamadas de humanistas, sonhadoras, visionárias.
São poucas, mas tão importantes para nossa sobrevivência quanto o oxigênio que respiramos e os alimentos que ingerimos.
Sem aqueles que são bem humorados, que dividem seus bens materiais e seu tempo com os menos favorecidos, sem os que escrevem, cantam, dançam, pintam e celebram um mundo melhor, tudo estaria bem mais difícil e poderíamos estar mergulhados nas trevas da cultura do lixo e na mediocridade dos egoístas hipócritas.
Hoje caminhei por um lindo bosque. Nosso planeta é belo e o compartilhamos com irmãos de outros reinos. Eu e sua mãe respeitamos a vida que existe nos animais e nos abstemos de comer qualquer tipo de carne.
Estamos sempre atentos a questões importantes na atualidade, como a reciclagem do lixo, o não uso de substâncias psicotrópicas, não temos nenhum vício e consideramos o açúcar um mal para nossos corpos.
Procuraremos lhe guiar em nosso planeta pelos caminhos da luz. Estamos envolvidos com uma ONG chamada Casa do Bem. Disponibilizamos nosso tempo para amenizar a dor do próximo. Percebendo inúmeros problemas num violento bairro que painho morou por 15 anos, preferimos deixar as críticas ao governo num segundo plano, arregaçar as mangas e tentar mudar um pouco da realidade desfavorável para alguns.
Nosso trabalho oferece ocupação do tempo de maneira sadia, com esportes e atividades culturais, pois sabemos que no vácuo dos segundos, vidas são encaminhadas para obscuros caminhos trevosos.
Levamos jovens e idosos para lugares que normalmente eles não iriam por questões financeiras, de transporte ou de preguiça mesmo.
Ajudamos a reformar casebres, oferecemos educação, alimentação e, principalmente, esperança e auto-estima para muitos.
Crescerás e vivenciarás este compromisso que temos com as pessoas que estendem a mão para nós.
Não verás seus pais perdendo tempo e cometendo suicídio lento, gradual e seguro em ambientes que priorizam o uso de álcool e de alimentos gordurosos e carnívoros, não testemunharás o uso de linguagem chula e nem ouvirás reproduzidos em equipamentos de som as músicas que denigrem a condição feminina e banalizam a espécie humana.
O mundo, como lhe disse, está ai, mas temos o livre arbítrio de estarmos nele com alegria e felicidade, ou tristeza e amargura.
Somos felizes, alegres, acreditamos poder ajudar de alguma maneira, combinamos ter você e, recebendo-a, seremos seus guias, pelos melhores caminhos que nosso planeta pode oferecer.
Demonstraremos nosso amor por você, amada Mel, quando lhe educarmos com o respeito ao próximo e pudermos lhe conduzir com muito carinho, pela senda da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
Seja bem vinda, nosso planeta é lindo e sua família lhe abriga com o puro amor dos que amam felizes.
* Pai, escritor, jornalista e ativista social em Natal-RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
Parabens Flavinho, belíssima carta de amor.
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