Aos dez anos algumas ainda bricam. Há até aquelas que seguram bonecas.
Aos quinze anos, inegavelmente estão desabrochadas no jardim da vida. São flores femininas, mulheres em expansão.
Aos vinte anos, acham-se no direito de voar, corpo e mente há muito que já perderam a definição do que seja limite. Para elas há tão somente o céu e o horizonte, únicas verdades a conquistar.
Aos trinta anos, muitas delas já acalentam nos braços o fruto de um amor. Têm nos filhos a expressão máxima da sublime vocação da mulher.
Aos quarenta anos, estão no topo. São lobas aguçadas, mulheres maduras, que preferem caçar a serem escolhidas.
Aos cinquenta anos, contemplam o lar (quando ainda existem) reúnem-se com amigos (as), buscam algumas rejuvenescer o corpo.
Aos sessenta anos, deleitam em celebrar as vitórias dos netos. Sonham em descansar. Algumas sustentam a família com o que recebem da aposentadoria.
Aos setenta anos, mãos frágeis, pernas que se negam a manter a velocidade de alguns anos atrás, elas representam para nós nosso patrimônio maior.
Aos oitenta anos, quando ainda a temos conosco. somos ricos, pela pessoa que são, experientes, vividas.
Aos noventa anos. Ah! quem dera que em cada casa deste Brasil pudéssemos ter uma mulher anciã. Bem cuidada, alimentada, sadia, com cabelos brancos, olhos brilhantes e voz baixa a nos falar da beleza que é ser mulher.
Extraído do livro: Degustando Poesia, de Francisco Martins, ano 2007, páginas 66/67.
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