Este causo aconteceu de tanto Mané ouvir, uma senhora jurar e sacramentar que ele não gostava da sua pessoa. Nos últimos encontros que Mané tinha com ela, o assunto era sempre o mesmo. Parecia uma goteira pingando em dia de chuva. Aquilo foi enchendo, enchendo, até que num dia , ou melhor, 14 de março, Mané a saudou todo alegre, como é próprio dele. E foi recebido com a maior das friezas poláticas, daquelas que são capazes de congelar dinosauros, em plena era glacial. Aí Mané se embriquitou, para não briquitar. E quando a viu disse para ela a poesia abaixo:
A FALSA BARONESA
Já se vai muito tempo
Que passou a escravidão
Mas ainda tem gente
Que não notou isto não!
Vive esticando o pescoço
Como ganso que quer ser cisne.
Pisa no chão à força,
Orgulhosa e sem temor
Não sabe a entritescida
Que da terra nada levará
E sua carne tão “nobre”
Carniça se tornará.
Ainda tem a desculpa
De falar em alto som:
“eu vim de berço”
Como se isso valesse.
O maior do Universo
Quando quis vir ao mundo
Deitou-se em manjedoura,
E é Rei da Salvação.
Agora, em pleno 21,
Século da Liberdade,
Tu véns dizer a mim
“Sou Baronesa sim”
És, nada, e podes
Ser, pois o reino
Que almejas ter
Nem engenho que moer.
Vê se tira da cabeça
Ou dentro do coração
Esta raiz amarga
Que se chama ilusão.
Baronesa, sem proeza
Poeta, sem solidão.
Eu não sou burro de carga
E te dou o meu perdão.
Mané Beradeiro, 20 de março de 2012
Ps: Em tempo, este é um texto de ficção, qualquer semelhança com fatos ou pessoas terá sido coincidência.
Ps: Em tempo, este é um texto de ficção, qualquer semelhança com fatos ou pessoas terá sido coincidência.
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