Leio Leonardo Barros desde o seu primeiro livro, O Amor de Yoni e tenho, desde então,
acompanhado a sua carreira como escritor. O seu primeiro livro, com uma forte
conotação erótica, me chamou a atenção não pelo erotismo em si, mas pela sua
linguagem, pela sensualidade latente inerente a cada uma das personagens, mas
também pelo seu humor. O seu livro seguinte, O Maníaco do Circo, eu tive a oportunidade/ privilégio de ler antes
do lançamento oficial, que aconteceu na Bienal do livro do Rio de Janeiro de
2009. Neste livro, notei uma mudança drástica quanto a forma do escritor,
quanto às historias que se desenrolavam nesse segundo romance. No segundo
livro, Leonardo Barros apresentou uma face mais perversa, tendo uma forte carga
psicológica permeando toda a história, sem deixar, nunca, de ser Leonardo
Barros, com seu toque de sensualidade nas personagens, seu erotismo velado e,
nesse livro em específico, um tom de um humor mais ácido, mais negro.
Livro após livro, Leonardo Barros
não foi apenas se superando, mas sim evoluindo, tanto que quando ouvimos
rumores sobre o lançamento de seu próximo livro, a primeira pergunta que
fazemos é: “o que será que ele vai aprontar agora?”.
É sempre bom ler um livro,
lançamento, de Leonardo Barros, e olhar para trás e rever, reviver todas as
histórias já lidos dele, e ao ler Presságio
me envolvi com a história, vi traços, sim, óbvio, do primeiro Leonardo Barros,
no entanto acabei me surpreendendo ao ver um novo autor, mais maduro, mais
conciso, mais direto, que sabe onde quer chegar, que sabe melhor conduzir a
história, que sabe prender mais o leitor. Leonardo Barros tem várias faces, e
em Presságio encontramos todas essas
expostas na medida certa. Um toque de mistério/ suspense, pitadas de um
característico humor (provocado pela inusitada situação em que personagens se
metem), uma sensualidade (dessa vez mais sutil e disfarçada, e por isso mesmo,
talvez, mais provocante e imaginativa para o leitor), tramas psicológicas e
momentos de tensão capazes de deixar o leitor com o coração acelerado e a sensação
de boca seca.
Fiquei tenso em algumas
passagens, ri de determinadas circunstâncias da história, torci em outros
momentos, fiquei curioso para saber onde iria dar todo aquele
"emaranhado" em que se tornou a trama e só me dei por satisfeito de
verdade quando li a última palavra e vi um último ponto final na última página,
quando pude fechar satisfeito o livro, e comprovar, mais do que nunca, o
momento ímpar que vive Leonardo Barros, o seu momento de notável e grande
evolução.
Por Lima Neto ( http://lugardaspalavras.blogspot.com.br/2013/01/pressagio.html)
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