Francisco Martins - com 1 ano de idade |
Quando eu era criança
tinha medo de Papangú, da Viúva Machado, do bicho Haja – Pau.
Às vezes tinha medo do
escuro, de ficar longe da minha mãe. Tinha medo de atravessar as enchentes no
caminho da escola.
Tinha medo de crescer.
Quando me tornei
adolescente, tive medo de descobrir meu corpo.
Quando descobri, tive medo
de não poder controlar a usina produtora de desejos, que dele fluía tal qual
vulcão.
Quando me tornei homem
continuei tendo alguns medos.
Medo de desemprego, de
solidão, da falsidade, de injustiças, enfim; continuo com medo de desamor.
Quando eu for embora,
partir desta esfera limitada, deste ciclo vulnerável, desta vida tão frágil,
não terei medo. Lá, do outro lado, a dimensão que me aguarda é repleta de
segurança, paz, felicidade, amor.
Viverei, eternamente, sem
medo, contemplando quem me fez quem me trouxe à vida, quem me deu a vida.
Francisco Martins
Parnamirim – RN, 21 de
agosto de 2006
Não haverá mais a dor, nem o sofrer...
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