Francisco Martins/Mané Beradeiro
Não quero flores. Nenhuma sequer!
Não quero choro.
Vivi, amei, errei, acertei,
Mas nunca odiei.
Quero um trio formado por uma sanfona, uma zabumba e um
triângulo.
Que homens cantem!
Que Mulheres dancem!
Que haja um bloco e uma caneta ladeando o esquife.
Que sirva para nele ser escrito pequenas frases,
Ou uma só palavra, em lugar das flores.
Serei um morto diferente.
Sem paletó, por favor!
Em minhas mãos ponham uma rapadura,
Pois a vida me foi dura, mas doce!
Sob minha cabeça, depositem meu primeiro livro.
Quero me tornar cinza em meio às palavras.
Deixem meu pó descansar em algum lugar onde haja livros.
Que em minha lápide seja escrita: “ Com os livros vivi. Conheci verdades e fantasias de autores; ri com
eles; com eles chorei, senti dó, piedade, complacência e raiva. Amei.”¹
Parnamirim-RN, 1 de novembro de 2013
¹CASAGRANDE, Osmar. Retalhos.
Palmas: Kelps, 2012. p.83.
Meu querido Francisco, exultei ao ver "Desejos Finais", e lembrei-me também dos meus, que gravei no poema "Para quando eu me for" (pág. 46 de A CASA (in)cômodos (di)versos).
ResponderExcluirMais alegre ainda fiquei ao ver que, como eu, você é chegado numa alegria! Vivamos, pois, a graça que nos é possível, para continuar a viver ainda depois desta, sem siso!
Forte abraço.
Casagrande
Neto, formidável seus poemas; miri demais ao ler seu livro. De volta a Natal farei o possível para estar atento aos movimentos culturais iguais àquele de Valério Mesquita. VIGEM,COMO TINHA GENTE IMPORTANTE!!
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