Este romance tem 51 anos de vida.
Foi escrito em Aruanã, Goiás, tendo como palco o sertão do Brasil Central.
Nele, o vaqueiro Canário é personagem
principal, em torno do qual se passa toda a história envolvendo as outras
personagens: Dóttie, uma enfermeira dedicada aos índios, que traz grandes
marcas de sofrimentos em sua alma; Irmã Hanna, uma missionária que não consegue
obter nenhum sucesso junto aos nativos;
Mariaulê, índia jovem apaixonada por Canário e Pedro Pedra, vaqueiro que de ano
em ano aparece para fazer viagem de serviço com o seu companheiro Canário. O autor monta toda a história tendo como
princípio a estrofe de um cântico de Maria Antonia, personagem também presente
em “Rosinha Minha Canoa”( 1962), que diz: “A
lua tem quatro quartos/ nenhum quarto tem amor/ neles moram o desengano, o
frio, a tristeza, a dor.” Li de um
fôlego só, dado a sede de curiosidade em saber o final da trama. Entre tantas
coisas interessantes da leitura, posso enumerar que em pleno 1964 o autor se
propõe a mostrar nesta história romanceada
a realidade das tribos indígenas brasileiras e os poucos recursos que
dispunha o Serviço de Proteção ao Índio, que mais tarde se transformaria em
FUNAI. Há também episódio dentro do
livro que considero atrevido para a literatura da época, é o fato de neste
romance o autor trazer à tona a relação homossexual, apresentando-a de uma
forma tão natural quanto a heterossexual, há exatos 51 anos, conforme escrevi
no início deste comentário. O livro tem 242 páginas e foi dedicado a Ciccillo
Matarazzo e Geraldo Santos.
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