O Professor e cordelista Ismael André (Rui Barbosa-RN) nos presenteia com mais um texto poético, desta feita conclamando o leitor a fazer uma reflexão sobre a natureza humana e sua igualdade, independente de quaisquer fatores externos e internos.
S e acreditarmos,
então
Os que residem em
mansão
A ciência consagrou
Em diversos manuais
No big bang deflagrou
O surgir dos animais
O homem evoluiu
Do macaco incidiu
No fim todos são iguais.
Num Deus bondoso
demais
Que criou Eva e
Adão
E os outros
animais
Ao homem deu poder
divino
Este banalizou seu
destino
No fim todos são
iguais.
Católico,
protestante, candomblé
Independem os
rituais
Cada homem com a
sua fé
Condutas
espirituais
Energúmeno, laico,
cético,
Proselitista,
ateu, eclético
No fim todos são
iguais.
Seja qual for a
procedência
Dos valores e
ideais
Do divino, a
clemência
Dos profanos, atos
banais
Se o homem é fruto
de Deus
Se veio das
ciências dos ateus
No fim todos são
iguais.
Já tentaram
ajustar
Alguns
intelectuais
O negro, branco
deixar
Mudando os
conceituais
Cabelo sendo
esticado
Pele de branco
queimado
No fim todos são
iguais.
O homem próprio
dividiu
Entre si classes
sociais
Desta maneira
expandiu
Sociedades
desiguais
O rico, conceituou
classe A
O pobre, abaixo da
miséria está
No fim todos são
iguais.
Uma outra divisão
chamou
As atenções atuais
Um briga de gênero
começou
Gay, lésbica,
transexuais
Colorindo o viver
O homem põe em
dúvida seu ser
No fim todos são
iguais.
Na opulência
contida
Das suas mazelas
reais
Vem a cobiça
investida
De sentenças
surreiais
A arrogância é
quem manda
A vaidade desmanda
No fim todos são
iguais.
Nem sempre são
cordiais
Com o reflexo
cidadão
Dos problemas
sociais:
Habitação, drogas,
fome
Deixa o cidadão
sem nome
No fim todos são
iguais.
Um barraco é
moradia
De atores sociais
Que estampa o dia
a dia
De ficções bem
reais
Um morro vira
cenário
Num palco
extraordinário
No fim todos são
iguais.
Tenho tido a
clareza
Dos nossos dias
atuais
Da ganância à
pureza
Vislumbram os
rituais
Uns trocando de
cor
Outros perdendo o
valor
No fim todos são
iguais.
Não adianta fugir
Das condições
naturais
O homem não pode
fingir
Dos seus gravames
animais
Sobrepor seu
criador
Independentemente
do “Senhor”
No fim todos são
iguais.
Ismael André
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