-Juvenal corra para
chamar a parteira que sua mulher está para ter menino!
O marido saiu numa disparada. Pulou cerca, abriu a cancela
com os peitos. Era um relâmpago! Corria e gritava: -Sai da frente minha gente
que Gorete tá entrando em trabalho de parto.
A casa da parteira ficava distante três léguas da sua.
Montou no jumento em pelo e para sua infelicidade, no meio do caminho, havia
uma jumenta no cio. O jumento brecou, armou-se e saiu em disparada da fêmea.
Restou a Juvenal continuar a jornada a pé. Quem danado vai se meter com um
jumento relinchando e de espada ao ar?
Chegou arquejando na casa de Dona Severina, velha parteira.
Imediatamente saíram os dois numa espécie de fobica, cuja velocidade máxima não
passava de 30 km. Quando chegaram
Gorete estava mais suada que tampa de
chaleira. A criança estava para coroar.
Dona Severina lavou as mãos com bastante água e álcool e começou seu serviço: Deu uma garrafa para Gorete soprar e depois
de fazer sua oração e escutar a criança com o pinar de madeira, começou a cantar o verso que ela mesmo aprendeu de Doutor
Mariano Coelho, lá em Currais Novos:
“Por mais virtual que pareça
A luz daquele orifício
Que existe no frontispício
Por onde passa a cabeça
No momento que apareça
O períneo se adelgaça
Vezes mesmo se estilhaça
Mas, a cabeça passando
E externamente rodando
O Resto do corpo passa”
Mais uma
criança nascia na família de Juvenal.
Mané Beradeiro
Muito bom, viajei no tempo lembrando as parteira das quais ouvia minha mãe falar, lá no sítio cajazeiras, município de Almino Afonso, Acredito que não sejam vivas, a dona Guida, dona Mariazinha, estejam com Deus, Amém!
ResponderExcluirObrigado pela visita primo.
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