Condessa de Segúr |
Eu confesso que nem sabia que ela tinha nascido tão longe, muito longe daquele lugar chamado Fazenda Santa Maria, no município de Ceará Mirim, onde eu vivia meus nove anos. O nome dela era Sophie Feodorovna Rostopchine, mais conhecida pelo título de A Condessa de Segúr. Nasceu no dia 1 de agosto de 1799, em São Petersburgo na Rússia, e faleceu em 9 de fevereiro de 1874, na cidade de Paris, França. Noventa anos depois da sua morte foi que eu nasci, e foram precisos mais nove anos para que eu tocasse num livro escrito por ela. Meus pais chegaram em casa com um presente diferente, aquele livro, o primeiro que ganhei em minha vida. Creio que meus pais já me viam como uma criança inclinada à leitura.
O livro era este: Braz e a primeira comunhão. Ainda tenho guardado em minha pequena biblioteca esta preciosidade. Braz tem algumas semelhanças com a criança que eu fui: vive numa fazenda, é pobre, seus pais também são agricultores e ele tem um coração voltado para o bem e sempre disposto a perdoar. Ah! os livros e seus habitantes. Eis-me aqui crescido, quarenta e quatro anos se foram daquela leitura. Meu mundo é outro, tudo mudou, mas o de Braz permanece o mesmo, imutável. Continua lá, escrito do mesmo jeito, fiel desde a primeira edição.
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