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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

UMA RUSSA NA MINHA VIDA


Condessa de Segúr
Eu confesso que nem sabia que ela tinha nascido tão longe, muito longe daquele lugar chamado Fazenda Santa Maria, no município de Ceará Mirim, onde eu vivia meus nove anos. O nome dela era Sophie Feodorovna  Rostopchine, mais conhecida pelo título de A Condessa de Segúr. Nasceu no dia 1 de agosto de 1799, em São Petersburgo na Rússia, e faleceu em 9 de fevereiro de 1874, na cidade de Paris, França.   Noventa anos depois da sua morte foi que eu nasci, e foram precisos mais nove anos para que eu tocasse num livro escrito por ela. Meus pais chegaram  em casa com um presente diferente, aquele livro, o primeiro que ganhei em minha vida. Creio que meus pais já me viam como  uma criança inclinada à leitura. 
O livro era este: Braz e a primeira comunhão. Ainda tenho guardado em  minha pequena biblioteca esta preciosidade. Braz tem algumas semelhanças com a criança que eu fui: vive numa fazenda, é pobre, seus pais também são agricultores e ele tem um coração voltado para o bem e sempre disposto a perdoar. Ah! os livros e seus habitantes. Eis-me aqui crescido,  quarenta e quatro anos se foram daquela leitura. Meu mundo é outro, tudo mudou, mas o de Braz permanece o mesmo, imutável. Continua lá, escrito do mesmo jeito, fiel desde a primeira edição.

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