Olho-me no espelho,
Não me canso de me olhar.
Aquela que procuro se escondeu.
Onde? Em que lugar?
E o tempo não perguntou a mim
Se eu desejo ou não envelhecer assim.
Fico me olhando sem entender
O porquê das rugas, dos olhos baços,
Dos cabelos brancos e flácidos braços.
E o tempo não perguntou a mim
Se eu desejo ou não envelhecer assim.
Meu olhar é tão triste!
Tudo é triste ao redor de mim.
Ah! se eu pudesse o espelho virar
E do outro lado minha face encontrar!
Mas o tempo não perguntou a mim
Se eu desejo ou não envelhecer assim
Maria Eugênia
Açu - IX - 1991
Referência: Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras, nº 25, janeiro 1996, página 187.
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