Ela chegou lá em casa com um grave problema, estava precisando urgentemente ser cirugiada, não aguentaria viver daquele jeito. Confesso que tive dó. Eu a vi menina e agora, moça, com a possibilidade de morrer tão jovem. Seus olhos suplicaram que eu tivesse a iniciativa de fazer algo, não teríamos muito tempo. Vi- me entre a cruz e a espada, numa situação que exigia de mim força e determinação. Entre salvar aquela vida, mesmo com o risco de ser processado por exercer um ofício para o qual não tinha sido formado ou vê -la morrer dentro da minha casa, em minhas mãos, não hesitei em optar pela primeira. Se tudo desse errado eu seria conhecido como o homem que matou uma jovem muito conhecida, se tudo ocorresse certo, eu não ganharia nenhuma fama, mas poderia contar com a certeza de que ela ainda alegraria muita gente.
Pensei rápido e disse para mim mesmo: não a deixarei morrer. Farei tudo que estiver ao meu alcance.
E preparei-me para a luta. Deitei-a sobre a mesa e sem aplicar anestesia comecei a cortar sua coluna. Foi doloroso, mas preciso. A agulha perfurou-lhe as carnes, foi no mais profundo do seu corpo. Ela desmaiou de dor. Tive que agir rápido. Sentia uma fé que gritava: tudo dará certo. Avante!
O relógio corria, o tempo não era aliado daquela causa, e minutos depois, que me pareceram uma eternidade, finalmente eu tinha feito tudo que podia para salvar.
Tire suas próprias conclusões vendo as imagens da cirurgia.
Francisco Martins
02 de novembro 2018
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