"O Anjo Devasso"(2016) é o título de uma biografia romanceada do poeta Juvenal Antunes (1883-1941), natural de Ceará-Mirim e um dos maiores poetas já nascido naquele vale. O livro foi escrito por Antonio Stélio ( foto abaixo). Juvenal Antunes, formado em Direito, funcionário público (Promotor de Justiça), boêmio, viveu 58 anos. Sua existência assinalou a literatura brasileira, principalmente no Rio Grande do Norte e no Acre onde ele é bem mais conhecido.
Antes de comentar o livro, vejamos um pouco sobre a importância deste poeta. Sua forma de viver, sua boemia, seus textos foram elementos que despertaram o olhar do crítico literário Esmeraldo Siqueira, quando sobre ele escreveu o ensaio "Um boêmio inolvidável" (1968). Está presente na primeira antologia "Poetas do Rio Grande do Norte", " organizada por Ezequiel Wanderley (1922) e também da antologia "Panorama da Poesia Norte-rio-grandense", de Romulo Wanderley ( 1965). Em 1957 é criada a cadeira 35 na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, e Edinor Avelino escolhe Juvenal Antunes para ser o patrono da cadeira. Em 1956 é criada em Natal a Academia Potiguar de Letras, pelo Monsenhor Alves Landim e Boanerges Soares, nela, Juvenal Antunes é patrono da cadeira 27. No ano 2010, o escritor Pedro Simões Neto funda a Academia Cearamirinense de Letras e Artes-ACLA, e dentro dos patronos é o nome de Juvenal Antunes escolhido para a cadeira 3. Bem antes disso, em 1937, Juvenal Antunes participa da criação da Academia Acreana de Letras ( 1937) e é patrono da atual cadeira 31.
Dada essa introdução trago o meu comentário sobre o livro "O Anjo Devasso). Gostei da forma que o autor escolheu para narrar a biografia. Ele anuncia a história do biografado de uma maneira que traz à tona pessoas que foram importantes no universo da vida de Juvenal Antunes, a cada uma dela é dada a participação em capítulos. Antonio Stélio não mediu esforços de pesquisa para escrever sobre o assunto, a linha do tempo que ele nos apresenta contém tópicos relevantes sobre o poeta. Cada apresentação é como se à tela do leitor fosse fornecido tintas que vão dando vida ao melhor quadro que já se tenha pintado de Juvenal Antunes. Um homem que soube viver à sua maneira, liberto e libertino (quando assim desejou).
Não espere o leitor encontrar nesse livro os poemas de Juvenal, há alguns, mas não foi esse o objetivo de Antonio Stélio. A produção literária do biografado encontra-se espalhada por vários jornais, revista e almanaques deste Brasil, além dos poemas que estão em "Scimas" (1909) livro de estreia aos 26 anos e depois "Acreanas" (1922). Mas, se o autor de "O Anjo Devasso" não quis reunir os poemas como uma espécie de antologia, que poderia compor a terceira parte do livro, ele, Stélio, nos fornece ao longo das 169 páginas, o mais belo poema escrito por Juvenal Antunes, a saber: o poema da vida, onde cada um de nós é seu próprio autor.
Juvenal "poeta muito além do seu tempo, feito de virtudes e de vícios", como prefaciou Vicente Serejo e combatente da hipocrisia social, qualidade atribuída por Abimael Silva, editor, é verdadeiramente digno da alcunha de Anjo Devasso. Dentro de cada homem há duas naturezas, a carnal e a divina. Em Juvenal Antunes a divina adormeceu muito cedo e desde então a outra parte se fez senhora do seu tempo, da sua existência, moldando-o como um Anjo Devasso. Conclamo os leitores que gostam de bons livros a terem em suas mãos este trabalho de Antonio Stélio. Juvenal Antunes, canção ensaiada na bagaceira do Engenho Oiteiro (Ceará-Mirim-RN) e depois amadurecida no sabor da floresta que tempera o Acre, é hoje, um misto de agradecimento e saudade.
Não espere o leitor encontrar nesse livro os poemas de Juvenal, há alguns, mas não foi esse o objetivo de Antonio Stélio. A produção literária do biografado encontra-se espalhada por vários jornais, revista e almanaques deste Brasil, além dos poemas que estão em "Scimas" (1909) livro de estreia aos 26 anos e depois "Acreanas" (1922). Mas, se o autor de "O Anjo Devasso" não quis reunir os poemas como uma espécie de antologia, que poderia compor a terceira parte do livro, ele, Stélio, nos fornece ao longo das 169 páginas, o mais belo poema escrito por Juvenal Antunes, a saber: o poema da vida, onde cada um de nós é seu próprio autor.
Juvenal "poeta muito além do seu tempo, feito de virtudes e de vícios", como prefaciou Vicente Serejo e combatente da hipocrisia social, qualidade atribuída por Abimael Silva, editor, é verdadeiramente digno da alcunha de Anjo Devasso. Dentro de cada homem há duas naturezas, a carnal e a divina. Em Juvenal Antunes a divina adormeceu muito cedo e desde então a outra parte se fez senhora do seu tempo, da sua existência, moldando-o como um Anjo Devasso. Conclamo os leitores que gostam de bons livros a terem em suas mãos este trabalho de Antonio Stélio. Juvenal Antunes, canção ensaiada na bagaceira do Engenho Oiteiro (Ceará-Mirim-RN) e depois amadurecida no sabor da floresta que tempera o Acre, é hoje, um misto de agradecimento e saudade.
Francisco Martins
9 de fevereiro de 2019
9 de fevereiro de 2019
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