"O processo que o casal emprega, para apanhar e matar uma cobra é curioso. Uma Acauã se apresenta diante do reptil, aproxima-se dele, o mais possível, com uma das asas em posição de escudo, a cabeça bem inclinada para trás. Quando a serpente atira um bote, ela apara com um golpe da asa distendida, jogando ao mesmo tempo uma rápida unhada por baixo, visando sempre a cabeça do inimigo. Luta, luta: quando cansa, sobe para a árvore onde está de observação a companheira. Desce esta imediatamente, e continua o combate, empregando a mesma estratégia. Cansada por sua vez, o macho a substitue, e assim sucessivamente, até a vitória. Morta a cobra, uma das acauãs a conduz presa nas garras terríveis, até ao lugar onde estão os filhotes, celebrando ambas o triunfo, com aqueles gritos eloquentes, que o amigo tão bem conhece"
Cipriano Bezerra Galvão Santa-Rosa
Observação: Este relato foi dado pelo Coronel Santa-Rosa ao poeta Otoniel Menezes. Santa-Rosa faleceu a 14 de fevereiro de 1947.
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