Hoje, 30 de julho de 2019 celebramos os 33 anos do encantamento de Câmara Cascudo. Não vamos escrever morte, pois um homem da magnitude de Cascudo não morre, encanta-se. Ele até pode ter sentido o frio da moça caetana, arrancando-lhe daquela cama no Hospital São Lucas e levando-o para o além. Foi-se, é inegável, mas sua presença continua forte e precisa entre nós.
Cascudo é vitamina de A a Z quando se trata de cultura, não apenas brasileira, mas universal. Ele faz parte do rol dos nomes de homens que o Brasil ainda não conhece em sua totalidade. Existem ruas, avenidas, museus, bibliotecas, medalhas, prêmios, vinhos, etc com o nome de Câmara Cascudo, mas isso não basta para perpetuar sua glória. No seu último aniversário, em 1985, quando completou 87 anos, em sua casa na Avenida Junqueira Aires, onde viveu 41 anos, em discurso de agradecimento aos amigos, assim falou: "Sou uma saudade da vida agarrado ao sonho de continuar a viver".
E ele vive, porque soube ser muitos em diversos livros. O poeta Zé Praxedes foi muito feliz quando assim se expressou:
Nome internacional, o homem que sabe tudo,
parabéns minha Natal, Salve Câmara Cascudo
Todo mundo fica mundo para ouvir o que ele diz.
Remove pela raiz os causos mais complicados
É Câmara sem deputado, o formidável Luiz.
parabéns minha Natal, Salve Câmara Cascudo
Todo mundo fica mundo para ouvir o que ele diz.
Remove pela raiz os causos mais complicados
É Câmara sem deputado, o formidável Luiz.
Se Américo de Oliveira Costa escreveu sobre a Biblioteca e seus Habitantes, eu confesso que consigo também vislumbrar no meu pequeno espaço a existência permanente e indispensável de Cascudo, em 22 livros da sua autoria que eu tenho. Recentemente vivi algumas horas de pesquisa no Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo e as paredes daquela casa, repletas de sabedoria, revelaram-me a luta que tem a família para manter tão bem conservada a memória cascudiana, do provinciano incurável.
Por fim, desejo concluir lembrando uma frase do próprio Cascudo: "Estátua, festa, nome de rua, placa de bronze, dinheiro,
batismo de arranha-céu, discurso, banquete, baile, tudo passa ou tudo fica sem
expressão na memória coletiva. O livro fica. Acima de tudo, o livro contando a
história daquele que trabalhou, amou, sofreu (Acta Diuna: O milagre da montanha, 9 de
janeiro 1948, Diário de Natal)
Francisco Martins
Excelente texto. Gostei. Parabéns amigo. Eu conheci pessoalmente Câmara Cascudo, vi muitas participações dele em eventos culturais. Era uma figura marcante, com hábitos excêntricos. Charuto, era uma das suas marcas. Abraço, amigo.
ResponderExcluirParabéns, Martins. O legado é enorme, sem medidas. Viva Cascudo, o homem de Canto de Muro. Evoé!!!
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