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terça-feira, 30 de junho de 2020
segunda-feira, 29 de junho de 2020
ESTRANGEIRISMO E NEOLOGISMO
Será que nosso idioma precisa realmente delas para que sejamos compreendidos? "
"Quando nos virá esplêndida coragem de sermos nós mesmos, como o francês tem coragem de ser francês, e o inglês a de ser inglês, e o alemão a de ser alemão? Quando?"
Já se preocupava Monteiro Lobato sobre a influência estrangeira, quando escreveu "Arte brasileira" ( Ideias de Jeca Tatu, 1946, p. 196).
CICATRIZES
domingo, 21 de junho de 2020
DO OFÍCIO DE FAZER QUEIJO - RICOTA
Ela mandou deixar em minha casa e com eles um bilhete: "Poeta, segue o que tenho de mais precioso em minhas tetas. Faça um queijo gostoso. Quando precisar de leite não demore em avisar. Maricota terá prazer em poder ajudar".
Levei os cinco litros ao lume. Fiquei sempre por perto do fogão esperando ferver. Leite no fogo é como menino traquino, não merece confiança. Assim que ferveu, desliguei o fogo e acrescentei quatro colheres de vinagre de maçã para cada litro, isso fará com quê seja coalhado. Misturei por alguns minutos, o tempo necessário para o soro ficar parecendo um mar verde e o leite formar blocos branquinhos que lembram icebergs.
Quando esfriou eu passei o produto por uma peneira, algumas pitadas de sal e fui espremendo para deixar tão somente a massa que formará a ricota.
Lembrando de Maricota, "reclusa" naquele curral de estacas de sabiá, declamei o poema "Vaca Lavandeira", de Patativa do Assaré.
...
Ficou uma bezerrinha,
Atacada de manqueira.
O patrão não quis comprá-la,
Tratei dela a vida inteira
E botei na bezerrinha
O nome de Lavandeira.
...
Depois que ela deu bezerro,
Causou admiração.
Vinte e dois litros de leite
Dava sem comer ração:
Ainda mais aumentou
A inveja do patrão.
...
E a ricota? Pode perguntar o leitor.
Ela, neste momento descansa. Inerte como uma pedra.
Francisco Martins
20 de junho 2020
sexta-feira, 12 de junho de 2020
ELES CONJUGARAM INTENSAMENTE O VERBO AMAR
Jornal A República |
quinta-feira, 11 de junho de 2020
CLUBE DE LEITURA MULHERES NEGRAS NA BIBLIOTECA
Poeta Jarid Arraes |
ZÉ DA JIA - UM POTIGUAR ARRETADO
Eu criei um personagem
que eu chamei de Zé da Jia.
Ele adora fantasia,
vivendo em mental viagem.
Narrativa e reportagem
na sua vida é presente.
Fala de forma eloquente,
de maneira firme e forte.
DO RIO GRANDE DO NORTE,
ZÉ DA JIA É BEM DA GENTE.
Este trabalho não passou despercebido pelo crítico Thiago Gonzaga, que assim se pronunciou sobre a revista, em 8 de junho de 2015.
Os quadrinhos, na grande maioria das vezes, são histórias narradas a partir da estrutura que sintoniza o desenho e a fala; constituem gênero discursivo associado às linguagens verbal e imagética, envolvendo elementos como personagens, tempo, espaço e acontecimentos organizados em sequência, numa relação de causa e efeito. É o que acontece com a história de “Zé da Jia”, quando este, nascido no Estado do Rio Grande do Norte, vai investigar suas origens e o motivo do seu apelido.
Ao invés de usar a expressão verbal, que costuma aparecer nos balões, o autor utilizou o cordel, associado a imagens. O uso de imagens e a representação de gestos compõem a linguagem não verbal.
A sequência de imagens do gibi de Marcos Medeiros, como a dos quadrinhos, colabora, muita vezes, para que a própria criança compreenda melhor o sentido da história, antes mesmo de aprender a ler. Ela vai conseguir entender muito do que trata a revista através das imagens. Sem dúvidas, a leitura de gibis é uma atividade lúdica para as crianças, que naturalmente se identificam com a linguagem dos quadrinhos e, muitas vezes, estabelecem uma relação afetiva com seus personagens. É o que acontece, por exemplo, com o personagem Zé da Jia, que tenta descobrir, por intermédio de um ancião, a origem do seu apelido.
A intenção da revista de Marcos Medeiros, bem, como a de outros quadrinhos e formas de arte, faz parte de um contexto, seja ele histórico ou social. São na verdade um instrumento de mensagem e, sobretudo de aprendizado. Iniciativa portanto muito válida.
A Revista Ze da Jia tem os mais variados assuntos: ecologia, turismo, história, biografia, profissões, folclore, esporte, saude, etc. Ao todo já são 25 edições com temas relevantes que edificam o leitor. Todos os textos em forma de cordel, o que muito ajuda no processo de leitura das crianças, por ter este gênero textual uma cadência sonora, proporcionando prazer, no ato de ler.
Francisco Martins
11 de junho de 2020
Referências:
https://www.recantodasletras.com.br/cordel/6102917
https://www.facebook.com/marcos.medeiros.7946
ASSIM DISSERAM ELES ...
domingo, 7 de junho de 2020
sexta-feira, 5 de junho de 2020
O PADEIRO DE JESUS
Shalon Adonai!
Moro na cidade santa,
A Jerusalém histórica
Onde bate meu coração.
Sou judeu, trabalhador,
Com as mãos eu sovo a massa
E é ela meu ganha-pão.
Sou padeiro de profissão.
Trabalho de madrugada,
Junto ao forno, com calor,
Mas permitam-me relatar
Algo sobrenatural
Que aconteceu comigo
E mexeu com meu fervor.
Era o tempo da Páscoa
A cidade estava cheia
Muitos pães encomendados
Tinha eu para fazer
Quando chegou uma mulher
E pediu um pão maior.
“Esse pão” – falou ela – “vai às mãos de um santo”.
Os meus pães são poemas
Que escrevo com o trigo,
Ponho água e ponho sal,
Come-se sem correr perigo.
E eu fui fazer o pão.
Nunca, em toda minha profissão,
Vi um fato como aquele.
Ao sovar o pão da ceia.
Cada vez que eu batia
O meu coração doía,
Via sangue na bacia.
Eu pensei que estava louco!
Como pode isso ser?
O pão em minhas mãos
Gemia, sangrava e eu sem saber o porquê.
Troquei pra outra bacia
E fui terminar o pão.
Ouvi vozes de soldados, gritos de multidão
Quando vi na massa abrir, sulcos de chicoteação.
Eu caí naquele chão e supliquei ao meu Senhor:
Que se passa? O que é isso?
Foi aí que apareceu um anjo na oração
A resposta estava dada. Entendi forte visão.
Eu fui por Ele escolhido pra sovar aquele pão,
Símbolo do sacrifício, do corpo todo moído,
Servido na crucificação.
O pão feito por mim, por Jesus foi abençoado,
Por Ele mesmo rasgado e dado aos seguidores.
Dele comeu os Apóstolos, um por um recebeu
E eu, de longe vi o Pão Vivo descido do Céu.
Francisco Martins
Parnamirim-RN – 05 de junho de 2020